LIÇÃO Nº 13 – AVIVA, Ó SENHOR, A TUA OBRA!
A renovação espiritual e o avivamento da Igreja devem ser uma constante até a volta de Cristo, que muito se aproxima.
INTRODUÇÃO
- No encerramento do trimestre letivo, abordaremos a necessidade de a Igreja manter-se avivada e renova espiritualmente até a vinda do Senhor.
- O avivamento e renovação espiritual vêm de uma vida devocional diante do Senhor, com oração, jejum, busca do poder de Deus (batismo com o Espírito Santo e dons espirituais) e de uma meditação diária na Palavra de Deus.
I – O QUE É AVIVAMENTO
- Avivamento é o ato de “tornar ou tornar-se mais vivo, reanimar ou reanimar-se, despertar, tornar-se mais forte, mais intenso, aumentar, intensificar-se, tornar-se mais nítido, destacar-se, tornar-se mais ativo (diz-se de fogo, brasa etc.), tornar mais ágil, apressar” (Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa). Como se pode, pois, observar, quando se fala em avivamento se está a falar de um estágio posterior ao de viver. Só pode ser avivado quem já está vivo e é por isto que este termo foi utilizado pelos pentecostais para se referir ao estágio espiritual posterior à conversão, para o apossamento das bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo (Ef.1:3).
- A única vez que o termo aparece na Versão Almeida Revista e Corrigida é em Hc.3:2, onde o profeta, no início da sua oração que finaliza o seu livro, faz um pedido ao Senhor, depois de ter ouvido a Sua Palavra e temido: “Aviva, ó Senhor, a Tua obra no meio dos anos, no meio dos anos a notifica; na ira, lembra-Te da misericórdia”. “Aviva”, aqui, é tradução da palavra hebraica “chayah” (חיה), cujo significado é “viver, fazer viver, manter vivo, viver prosperamente, viver para sempre, sustentar a vida, ser rápido, ser restaurado para a vida ou para a saúde”. A Septuaginta (versão grega do Antigo Testamento) usa a palavra “katenoesa"(κατενόησα) cujo significado é “observar”, “reparar”, “contemplar”, “perceber”.
OBS: A Nova Versão Internacional traduziu “aviva” como “realiza de novo”, enquanto a Nova Tradução na Linguagem de Hoje traduz a palavra por “Faze agora, no nosso tempo, as coisas maravilhosas que fizeste no passado”. A Tradução Ecumênica Brasileira traduz o termo por “vivam teus atos”, com nota em que afirma que o significado da expressão é “faze viver”, lembrando aqui a Edição Pastoral, que utiliza a expressão “faze-a reviver”, que também é seguida tanto pela Versão dos Monges de Mardesous segundo o Centro Bíblico Católico como pela Bíblia de Jerusalém. A Versão do Padre Antonio Pereira de Figueiredo traduz a palavra por “vivifica”. Já a Bíblia Viva, fugindo bem do significado, traduz o termo por “ajude-nos novamente nesta hora em que tanto precisamos de ajuda”. Mantém a mesma tradução da Versão Almeida Revista e Corrigida, as seguintes versões: Almeida Fiel e Corrigida, Almeida Atualizada, Bíblia na Linguagem de Hoje, Tradução Brasileira e Edição Contemporânea de Almeida.
- Avivamento é, em primeiro lugar, o ato de tornar mais vivo, ou seja, transformar a vida espiritual em uma vida mais intensa, em uma vida abundante. Isto nos faz lembrar as palavras de Jesus que disse que tinha vindo ao mundo para que Seus discípulos tivessem vida, mas Sua missão não cessava aí. Tinha vindo para que houvesse vida e vida em abundância (Jo.10:10). Neste texto, vemos, claramente, que a obra de Cristo não se limitava a dar vida àqueles que estavam à mercê do trabalho do inimigo, que é roubar, matar e destruir, mas que esta vida deveria ser abundante na vida de cada um dos alcançados pela Sua obra salvadora. Vida abundante é uma vida em toda a sua plenitude, com todos os benefícios proporcionados pela comunhão com Deus. Vida é estar em comunhão com Deus, é não ter mais separação de Deus por causa do pecado, mas vida abundante é a comunhão com a presença de todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo. Por isso, um dos significados de “chayah” (חיה) é o de “viver prosperamente”.
- Avivamento é, em segundo lugar, o ato de reanimar, de despertar. Neste sentido, o conceito de avivamento nos lembra uma figura do mundo jurídico, que é o direito do proprietário de constranger o seu confinante a proceder com ele à aviventação dos rumos apagados, a renovação dos marcos destruídos ou arruinados (artigo 1.297 do Código Civil). O proprietário, pela lei brasileira, sempre que perceber que os marcos e os limites de sua propriedade encontram-se desgastados, desaparecidos ou prontos a desaparecer, pode fazer com que eles sejam “aviventados”, ou seja, voltem a ser notórios, públicos, conhecidos de todos.
- Assim também ocorre na vida espiritual. O Senhor, que é nosso proprietário (Gl.2:20), pois nos comprou com o Seu sangue na cruz do Calvário (I Co.6:20; 7:23), de tempos em tempos, pode perceber que nossos marcos, nossos sinais estão sendo obscurecidos pelo dia-a-dia, pelas dificuldades desta vida e, por isso, faz com que os “aviventemos”, que os renovemos, mediante o avivamento. O avivamento, também, assume as características de uma renovação espiritual, de um desabrochar dos sinais da presença de Deus que se estavam perdendo. Foi assim na história de Israel e tem sido na história da Igreja. Foi por isso que o profeta Habacuque pediu ao Senhor que avivasse a Sua obra ao longo do tempo, no decorrer dos anos. Por isso um dos significados de “chayah”(חיה) é “fazer viver, manter vivo, viver para sempre”.
- Em terceiro lugar, avivamento é o ato de tornar-se mais forte, mais intenso, intensificar-se. O avivamento envolve, também, o crescimento espiritual do crente. A vida espiritual é dinâmica, ou seja, é um contínuo movimento. Assim como o organismo biológico vivo sempre está se transformando, não cessa de mudar a cada instante, com o surgimento de novas células a cada segundo, também o crente não cessa de se modificar a cada instante do ponto-de-vista espiritual. Entretanto, enquanto na vida física nós passamos, a partir da juventude, a iniciar um desgaste cada vez mais intenso, pois o homem exterior, isto é, o nosso corpo, é corruptível, o homem interior, pelo contrário, como não sofre os efeitos do tempo, passa a ter cada vez maior intensidade, a ter um progresso a cada segundo que passa, caminhando para atingir o nível de varão perfeito, a estatura completa de Cristo (II Co.4:16; Ef.4:13). O avivamento, portanto, é a manutenção da vida espiritual alcançada e a obtenção de maior vigor no decorrer do tempo, pois o homem interior é corroborado com poder pelo Espírito Santo (Ef.3:16). Por isso, um dos significados de “chayah” (חיה) é “sustentar a vida”.
- Em quarto lugar, o avivamento é o ato de tornar-se mais nítido, destacar-se. Assim como, ao se “aviventarem” os limites entre dois prédios, percebe-se mais claramente onde se começa a propriedade de uma pessoa e onde ela termina, o avivamento é, também, uma ação que nos permite identificar com mais clareza quem pertence ao Senhor e quem dEle não é. Uma igreja avivada é uma igreja que discerne bem quais são os verdadeiros e autênticos crentes e quais são os falsos apóstolos, a exemplo do que se deu na igreja de Éfeso que, em seu tempo avivado, pôde desmascarar os falsos apóstolos (Ap.2:2). Um crente avivado é aquele que demonstra a presença de Deus na sua vida, bem como o poder do Espírito Santo. Por isso, os sinais e maravilhas são abundantes, como se vê nos tempos apostólicos (At.2:43; 4:30; 5:12,15; 19:4; I Co.2:4). Por isso, um dos significados de “chayah” (חיה) é “restaurar para a vida e para a saúde”.
- Em quinto lugar, o avivamento é tornar-se mais ativo, mais ágil, apressar. É interessante observar que, para o lexicógrafo (isto é, o autor do dicionário), avivamento é tornar mais ativa uma chama, uma brasa, o que nos remete, de imediato, ao símbolo do fogo que João Batista utilizou para o batismo com o Espírito Santo. O avivamento tem, como efeito, fazer com que a haja mais ação na obra do Senhor, que haja um movimento e é por isso que o avivamento é, antes de mais nada, um movimento do Espírito Santo. Assim como no dia de Pentecoste, um som como de um vento veemente encheu o cenáculo e causou um reboliço que chamou a atenção de uma multidão de peregrinos, do mesmo modo o avivamento na igreja local causa uma movimentação que faz com que haja uma repercussão no meio da igreja e dos incrédulos. Porventura, não foi o que ocorreu no avivamento da rua Azusa, cujos resultados se espalharam, rapidamente, pelos quatro cantos do mundo, inclusive aqui no Brasil, a partir dos pioneiros pentecostais em 1910/1911?
- Mas, além de fazer com que haja mais ação (e eis a razão pela qual Jesus mandou que os discípulos aguardassem em Jerusalém até que do alto fossem revestidos de poder – Lc.24:49b), o avivamento concede, também, o senso da urgência, a consciência da necessidade de, apressadamente, pregar o Evangelho, diante da iminência da volta do Senhor. A igreja dos dias apostólicos é apontada como sendo uma igreja que aguardava Jesus para os seus dias, tanto que necessário foi que os apóstolos, notadamente Paulo, dessem uma melhor explicação a respeito disto, para que não houvesse decepção entre os crentes (cf. II Ts.2:2). No entanto, este sentimento era resultado direto do avivamento experimentado por aqueles irmãos. O avivamento dá-nos a consciência da urgência da tarefa da Igreja e não é casual que o arrebatamento da Igreja seja antecedido por um avivamento, a “chuva serôdia” que vinha um pouco antes da colheita, celebrada na Festa dos Tabernáculos. Nossa dispensação terminará com a evangelização de todas as gentes (Mt.24:14) e isto só é possível diante de um avivamento, pois só ele faz com que haja pressa e urgência na obra do Senhor. Por isso um dos significados de “chayah” (חיה) é, precisamente, o de “ser rápido”.
II - AS CARACTERÍSTICAS DO AVIVAMENTO
- O avivamento é uma realidade bíblica, um fator que sempre acompanhou o povo de Deus, seja Israel, na antiga aliança, seja a Igreja, nesta dispensação. Portanto, um verdadeiro avivamento há de ter os contornos estabelecidos pela Bíblia Sagrada, nossa única regra de fé e de prática. Por isso, não se pode concordar com aqueles que identificam o “pentecostalismo” como uma doutrina puramente mística, que privilegia a subjetividade, ou seja, a emoção de cada pessoa, que defenda um “contacto direto e místico” com Deus. A doutrina pentecostal é, sobretudo, bíblica, ou seja, está fundada nas Escrituras e se baseia totalmente nelas. É por isso, aliás, que o tema do nosso trimestre é “doutrinas da nossa fé”, ou seja, são doutrinas bíblicas que são evidenciadas e defendidas pelos pentecostais.
- Com razão, portanto, aqueles que não aceitam a palavra “neopentecostalismo”, que vem sendo utilizada por estudiosos da religiosidade nos últimos anos, para identificar os movimentos e denominações que têm surgido a partir da década de 1970 e que se constituem, hoje, no ramo que mais cresce entre os chamados “evangélicos”, pelo menos nos países sul-americanos (o censo norte-americano de religiões, por exemplo, identificou as Assembleias de Deus como a igreja que mais cresceu em 2005), para não dizer especificamente no Brasil. Não se pode ter um “novo Pentecostes”, ou seja, uma “nova doutrina pentecostal”, ou ainda, para se usar de expressão tão em moda naqueles segmentos referidos, de uma “nova unção”. A doutrina pentecostal não é uma “inovação”, nem uma “novidade”, mas é algo que está presente na Igreja desde o seu primeiro dia de manifestação ao mundo, ou seja, o dia de Pentecostes, pois é algo que está na Palavra de Deus e, sabemos todos, que esta Palavra não muda, nem jamais mudará (Sl.33:11; Mt.24:35; Lc.21:33; I Pe.1:23,25). Por isso, como bem ensinou, certa feita, o pastor João Vicente Branco, de São Paulo/SP, seria correto falarmos em “neoigrejas pentecostais”, mas não em “igrejas neopentecostais”.
- Portanto, se o avivamento contínuo é bíblico, devemos observar nas próprias Escrituras quais são as suas características, até para que não nos deixemos enganar pelos “falsos avivamentos”, manifestações espirituais espúrias e que nada mais são que falsificações e imitações do inimigo de nossas almas, verdadeiros “ventos de doutrinas” que, como analisamos no trimestre anterior, também estão a aumentar em número, mormente agora quando se aproxima o dia da nossa glorificação.
- Ora, o avivamento da Igreja deve fazer com que se mantenham, diante desta imutabilidade da Palavra, as mesmas características que foram observadas na igreja primitiva. Uma igreja avivada, pois, tem de ter os mesmos predicados que se encontraram na igreja de Jerusalém logo após o dia de Pentecostes e que vemos minudentemente descrita em At.2:41-47, que passaremos, então, a analisar.
- A primeira característica de um avivamento autêntico e que vem da parte de Deus é a perseverança na Palavra de Deus. Com efeito, a igreja primitiva iniciou-se pela conversão de quase três mil almas sob o impacto da operação poderosa do Espírito Santo na vida dos discípulos batizados com o Espírito Santo, levando-os a “receber de bom grado a Palavra” (At.2:41). Este é o primeiro ponto descrito nas Escrituras, pois todo avivamento começa pelo “recebimento da Palavra”, que, então, leva ao batismo nas águas, um sinal público que se dá da transformação interior já ocorrida.
OBS: É por isso que não podemos concordar com aqueles que insistem em pregar que o início da vida espiritual se dá com o batismo e dizem que isto se deu no dia de Pentecostes. O texto sagrado diz que foram batizados aqueles que, de bom grado, receberam a Palavra, ou seja, o recebimento da Palavra é o primeiro ponto, a primeira mostra de um avivamento, não o batismo, que é consequência, e somente para os que eram incrédulos. Os crentes que haviam sido revestidos de poder também receberam a Palavra e a pregaram com unção e discernimento espiritual do que estava a ocorrer, sem que precisassem ter sido batizados nas águas.
- Todo avivamento é um mover do Espírito Santo e a função primordial do Espírito Santo é glorificar a Cristo, anunciando a Sua verdade (Jo.16:13-15). Ora, a Verdade de Cristo é a Palavra de Deus (Jo.17:17), Palavra esta que testifica de Jesus (Jo.5:39). Portanto, todo e qualquer avivamento resulta em um retorno às Escrituras, à Palavra do Senhor.
- Desde o Antigo Testamento, sempre vemos que os momentos de avivamento do povo de Deus são caracterizados por uma busca da lei do Senhor, por uma renovação no interesse e na observância das Escrituras. Todo e qualquer movimento que menosprezar a Palavra de Deus, que não der espaço ao estudo e ao ensino da Palavra, não é um verdadeiro avivamento espiritual, mas um movimento místico, que se misturará facilmente com manifestações sobrenaturais de procedência maligna.
OBS: Não é, por outro motivo, pois, que o autodenominado “grande e último avivamento do tempo do fim” que teve seu início na Igreja do Avivamento Mundial, em Boston, nos Estados Unidos, por parte do sr. Ouriel de Jesus, deve ser repelido, pois seu início está vinculado a “novas escrituras”, “novas revelações” supostamente dadas àquele senhor. Não há como concordar-se com um “avivamento” que deixa de lado as Escrituras e se apegam a invencionices humanas.
- Não só o avivamento traz o recebimento da Palavra, mas, também, a perseverança na doutrina dos apóstolos. Uma igreja avivada, ao contrário do que muita gente pensa e faz na atualidade, não é uma igreja que não estude a Palavra de Deus, nem uma igreja que, por achar que “a letra mata”, não frequenta ou nem tem cultos de ensino e de doutrina, procurando apenas “reuniões de poder”. O verdadeiro avivamento faz com que o crente seja guiado pelo Espírito Santo e esta direção exige, em primeiro lugar, a perseverança na doutrina dos apóstolos. Crente avivado é crente que conhece a doutrina dos apóstolos e que, por isso, não se deixa levar por qualquer “vento de doutrina”.
- A segunda característica de um avivamento autêntico e que vem da parte de Deus é a perseverança na comunhão (At.2:42). O avivamento espiritual é um movimento que dá aos crentes a consciência de que são um único corpo cuja cabeça é Cristo e que devem viver em união, sem qualquer distinção ou discriminação de espécie alguma. O avivamento da rua Azusa causou espanto e críticas por parte da sociedade norte-americana porque pôde reunir, em uma só comunidade, brancos e negros, numa sociedade fortemente racista e segregacionista como eram os Estados Unidos do início do século XX. Um verdadeiro e genuíno avivamento não faz distinção de espécie alguma, reconhecendo que, para Deus, não há acepção de pessoas (Dt.10:17; At.10:34). Por isso, na igreja primitiva, “todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum” (At.2:44).
OBS: Por isso, não podemos aceitar como avivamento genuíno e autêntico aquele que é gerado em “encontros secretos”, aonde somente algumas poucas pessoas têm acesso, para receber uma “unção” sobre a qual estão proibidos de revelar, como ocorre no gedozismo. Isto não é o avivamento verdadeiro.
- A perseverança na comunhão, também, tem uma dimensão vertical, ou seja, o avivamento leva os crentes a terem uma consciência da necessidade de se santificar para permanecerem em comunhão com o Senhor. Todo avivamento genuíno leva o povo a melhorar os seus caminhos diante de Deus, aumentando a qualidade de seu comportamento, a fim de diminuir as brechas pelas quais pode advir a prática do pecado. Um verdadeiro e genuíno avivamento não abre mão de uma postura ética diferente, não admite a convivência com o pecado.
OBS: Por isso não podemos admitir como provenientes de um verdadeiro e genuíno avivamento manifestações que, apesar de sobrenaturais e espantosas, não tragam qualquer mudança de comportamento na vida das pessoas. Um verdadeiro avivamento faz as pessoas deixarem os embaraços e as práticas pecaminosas que antes toleravam e, vez por outra, consentiam ou faziam.
- A terceira característica de um genuíno avivamento é a perseverança no partir do pão (At.2:42). Esta expressão tem sido entendida como sendo uma indicação de que, desde os tempos primitivos, a celebração da ceia do Senhor era uma constante entre os crentes, e, neste sentido, é conjugada à expressão “comunhão”, mas, entendemos que, além deste significado, que não desprezamos, haja outro, como já dissemos ao analisarmos a primeira parte da expressão (comunhão). O partir do pão abrange mais do que a participação na ceia do Senhor, envolve a consciência da necessidade do próximo, do amor ao próximo. Se é certo que o avivamento espiritual nos revela que os crentes estão em paz com Deus, alimentando-se da Sua Palavra, não é menos certo que nem só da Palavra viverá o homem, mas também do pão material, tanto que vemos, sempre, nas igrejas avivadas, um trabalho de assistência social e de benemerência bem avançados (At.2:44,45; 4:35; II Co.11:9; Ef.4:28) e não somente por intermédio da igreja local, com os diáconos, mas num relacionamento fraternal, doméstico, independente da própria intermediação da igreja (At.2:46).
- A quarta característica de um genuíno avivamento é a perseverança nas orações. Um avivamento faz com que os crentes orem e a oração do justo pode muito em seus efeitos. Uma igreja avivada não para de orar, faz contínua oração. Não podemos concordar com “avivamentos” que têm barulho, emoção, mas que não levam os crentes a orar ou a buscar a face do Senhor fora do “transe”. A história dos avivamentos mostra que sempre o povo foi levado a buscar ao Senhor, a orar, a jejuar e a adorá-l’O na beleza da Sua santidade.
OBS: “…Se nós gastássemos mais tempo em oração, haveria maior plenitude do poder do Espírito em nosso trabalho. Cada vez mais homens que anteriormente trabalharam inequivocamente no poder do Espírito Santo agora estão se enchendo de ar com gritos vazios e dando pancadas nele com gestos sem sentido, porque deixaram de orar. Nós devemos passar muito tempo de joelhos diante de Deus para continuarmos a ter o poder do Espírito Santo.…(TORREY, R.A. How to pray. Disponível em < http://www.gotothebible.com/HTML/howtopray.html > Acesso em 29 maio 2006) (tradução nossa)
- A quinta característica de um genuíno avivamento é o temor a Deus (At.2:43). Um avivamento traz ao povo uma devida reverência às coisas de Deus, um respeito a tudo o que se relaciona com o culto. Não se está a falar de um formalismo vazio, sem sentido, mas de um respeito decorrente do reconhecimento da santidade e da majestade de Deus. Um verdadeiro avivamento não produz bagunça ou anarquia. É um ambiente de ordem e de decência, onde o nome do Senhor é glorificado e onde os incrédulos, ao invés de se escandalizarem, sentem a presença do Senhor.
OBS: As manifestações relacionadas à “nova unção” demonstram claramente sua antibiblicidade porque geram anarquia nas reuniões, mostrando que não se trata de uma manifestação oriunda do Deus que não é Deus de confusão (I Co.14:33).
- A sexta característica de um genuíno e verdadeiro avivamento é a ocorrência de sinais e maravilhas (At.2:43). Os sinais são confirmações da Palavra do Senhor (Mc.16:20), demonstrações de que a pregação da Palavra não é um mero exercício de retórica, eloquência ou oratória, mas uma amostra do poder de Deus através do Espírito Santo (I Ts.1:5). Uma igreja avivada é uma igreja onde há milagres e sinais, mas, percebam os irmãos, este é um dos últimos pontos mencionados por Lucas na descrição da igreja primitiva. Estes sinais e maravilhas eram resultado de todas as outras características, um elemento confirmador de tudo o mais. Não podemos, pois, julgar pela aparência, apenas procurando os sinais, mas devemos julgar os movimentos segundo a reta justiça, ou seja, conferindo tudo com a Palavra de Deus, para só, então, nos atermos aos sinais. Somente assim não seremos iludidos pelo adversário de nossas almas (Jo.7:24; II Co.10:7).
- Nos dias em que vivemos, muitos se dizem pentecostais, mas há anos não veem em suas reuniões a ocorrência de sinais e de maravilhas. Ocorre aqui o que dissemos no início desta lição: como podemos dizer que somos crentes pentecostais se a atualidade da operação do Espírito Santo não é uma realidade entre nós? Não podemos viver da memória, nem tampouco da história dos nossos pais na fé. É preciso que a atualidade do poder de Deus seja evidenciada no nosso meio, em nossas reuniões. Se não há mais sinais e maravilhas, algo está errado. Precisamos pedir a Deus um avivamento, avivamento que não é apenas a busca de “milagreiros” ou a promoção de “campanhas” para que haja “revelações”, “profecias”, “curas”, mas, muito mais do que isto, é necessário que a própria igreja local verifique onde caiu, para se arrepender e, assim, praticar as primeiras obras, tornando a ter o “primeiro amor”, assim como Jesus mandou que a igreja de Éfeso fizesse, ela própria uma igreja avivada que perdera o fervor (Ap.2:5).
- A sétima característica de um genuíno e verdadeiro avivamento é perseverança na frequência aos cultos e às demais reuniões da igreja. Os crentes da igreja primitiva “perseveravam unânimes todos os dias no templo”. Observemos que os crentes nem se incomodavam em se reunir no templo de Jerusalém, onde ficavam os seus maiores adversários, visto que tinham sido os integrantes do Sinédrio, que ficava junto ao Templo, os responsáveis pela prisão, condenação e morte de Jesus e pela perseguição. Os crentes sentiam prazer em cultuar a Deus e, por isso, iam ao Templo, onde haviam sido ensinados, por sua cultura, a adorar ao Senhor. Os avivamentos sempre mostram, nos seus registros, multidões reunidas para adorar a Deus e ouvir a Sua Palavra, nas mais adversas circunstâncias de tempo ou de lugar. Nada supera o desejo que tem o crente avivado em se reunir e adorar ao Senhor e ouvi-l’O falar., pois ele está “…certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.” (Rm.8:38,39).
- A oitava característica de um genuíno e autêntico avivamento é a alegria e singeleza de coração. Uma igreja avivada é uma igreja que não se prende a formalismos, a cerimônias, rituais e solenidades excessivas, mas uma igreja onde não se desvia da simplicidade que há em Cristo Jesus (II Co.11:3). O avivamento faz-nos ser simples e sinceros diante de Deus e dos homens (II Co.1:12; Cl.3:22). Podemos notar que toda e qualquer frieza espiritual é sempre acompanhada de uma maior pompa e circunstância nos rituais, pompa e circunstância que acaba sendo abominável aos olhos do Senhor, visto que não é acompanhada da necessária santificação (Is.1:10-14).
- A alegria que caracteriza o avivamento espiritual não é algo que seja fabricado por uma técnica neuropsiquiátrica, nem por um artificial estado de emoção. Bem ao contrário, a alegria nasce espontaneamente no coração do crente avivado, porque é fruto do Espírito Santo, é o gozo pela sua salvação (Sl.51:12).
OBS: Como é diferente a alegria de uma igreja avivada das aberrações como a “risada santa” que tem sido difundida pelos falsos pregadores na atualidade!
- A nona característica de um genuíno e autêntico avivamento é o louvor a Deus(At.2:47). Um avivamento exalta o nome de Deus, coloca-O acima de tudo o mais. Quando falamos em louvor, falamos em exaltação de Deus, em cânticos, hinos e salmos que enalteçam o Senhor e não o homem, que trazem enlevo à alma e ao espírito, e, por conseguinte, não agridem o corpo, nem promovam qualquer sentimento carnal. “Avivamentos” feitos com base em “louvorzões”, que suprimem a Palavra do Senhor, que promovam a sensualidade e a emoção, que agitem as pessoas e que se utilizem de ritmos criados para adoração ao diabo ou a seus agentes, que privilegiem o “eu” do crente em detrimento do Senhor nunca podem ser verdadeiros e autênticos avivamentos. Não passam de versões modernas do velho “alarido dos que cantam” do bezerro de ouro, que continua sendo abominável aos ouvidos do Senhor (Ex.32:7,8,18).
- A décima e última característica de um avivamento genuíno é o crescimento da igreja, ou seja, a salvação de almas, levando os incrédulos a receber a Palavra de Deus, fechando-se, então, o círculo virtuoso estabelecido pelo avivamento. O avivamento do povo de Deus faz com que os homens glorifiquem ao Pai que está nos céus (Mt.5:16) e, por causa disto, muito são constrangidos pelo Espírito Santo e convencidos do pecado, da justiça e do juízo(Jo.16:8), convertendo-se a Jesus Cristo. Por isso, os avivamentos sempre fizeram as igrejas locais crescer numericamente, mas o crescimento quantitativo é decorrência do crescimento qualitativo. Crescimento numérico sem que, antes, tenha havido avivamento, não é crescimento, é “inchaço”, cujos efeitos são altamente prejudiciais à obra de Deus, como é exemplo que jamais deve ser esquecido a “conversão” de milhares e milhares de pessoas após o Edito de Milão, em 315, que abriu as portas da igreja para o paganismo e para o desvio espiritual.
- Cremos, realmente, num avivamento contínuo? Somos pentecostais? Só podemos dizer que sim se formos crentes avivados. Temos as características bíblicas para sermos considerados crentes avivados? “Aviva, Senhor, a Tua obra, no meio dos anos”!
III – O AVIVAMENTO EXIGE UMA POSTURA CONSERVADORA
- O avivamento nada mais é que a conservação daquilo que foi dado pelo Espírito Santo à Igreja a partir do dia de Pentecostes. Avivar é “manter vivo”, como vimos, e “manter “ implica em “conservar”.
- Não é à toa que o Senhor exigia do povo de Israel que se mantivesse o fogo do altar ardendo (Lv.6:13), fogo este que tinha origem diretamente do céu ( Lv.10:2; II Cr.7:1). Precisamos manter ardendo em nossos corações, o “fogo do Espírito Santo”, não permitindo que ele se apague, mas que se mantenha sempre vivo, daí porque o salmista ter falado em “óleo fresco” como o responsável pela nossa unção (Sl.92:10), que é sempre a mesma. Por isso, o avivamento somente será alcançado se “conservarmos o verdadeiro Pentecostes”.
- - A palavra “conservar” tem origem no latino “conservare” cujo significado é, segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, é “conservar, respeitar”. “Conservare”, por sua vez, tem origem na palavra latina “servare”, cujo significado é “preservar, salvar, assegurar a saúde ou a conservação de; não perder de vista, observar”. Vemos, de pronto, pois, que o significado de “conservar” está relacionado com uma preservação, com uma salvação, com uma segurança de saúde, com a prevenção da perda de um alvo que foi, uma vez, estabelecido por alguém.
- Assim, quando se fala em “conservar o verdadeiro Pentecostes”, está-se a falar, pela origem da palavra, em um respeito ao verdadeiro Pentecostes, em uma preservação do verdadeiro Pentecostes, em uma salvação do verdadeiro Pentecostes, em uma segurança da saúde do verdadeiro Pentecostes, em não se perder de vista o verdadeiro Pentecostes que um dia foi estabelecido como alvo pelos crentes.
- Respeito ao verdadeiro Pentecostes é, como todo respeito, uma consideração, um levar em conta. Apalavra “respeito” tem como origem a raiz indo-européia “spek”, que significa “olhar com atenção”, “contemplar”. Quando falamos em respeito, falamos em levar em conta, levar em consideração, olhar com atenção alguma coisa. Foi isto que se passou a fazer na virada do século XIX para o século XX. Os pregadores do Evangelho, os estudiosos das Escrituras e os crentes, em geral, começaram a olhar com mais atenção a igreja primitiva e os episódios ocorridos nos chamados “tempos apostólicos”, como narrados na Bíblia Sagrada, especialmente no livro de Atos dos Apóstolos. Perceberam, então, diante desta consideração, desta atenção ao texto sagrado, que a atuação do Espírito Santo era muito mais intensa do que nos dias em que estavam a viver e que tal atuação estava relacionada com o derramamento do Espírito Santo que, iniciado no dia de Pentecostes, era uma constante na vida da igreja primitiva.
- Diante desta consideração, desta atenção no texto escriturístico, a exemplo dos discípulos após a ascensão do Senhor, as pessoas começaram a buscar o que se denominou de “segunda bênção”, o batismo com o Espírito Santo e, nesta busca incessante, tivemos o início do derramamento do Espírito Santo, primeiramente no seminário de Charles Parham, em Topeka, no estado norte-americano do Kansas e, depois, em 1906, em Los Angeles, quando se inicia o avivamento da rua Azusa, avivamento que levaria à vinda de Daniel Berg e Gunnar Vingren para o Brasil em 1910.
- A história do movimento pentecostal mundial é, até os dias de hoje, a história da busca do revestimento de poder e dos dons espirituais por parte daqueles que, crendo na Palavra de Deus, dão atenção aos ensinos e relatos bíblicos relativos à igreja primitiva. O Espírito Santo tem sido derramado sobre aqueles que, em vez de se iniciarem em controvérsias teológico-filosóficas a respeito da operação do Espírito de Deus, têm prestado atenção ao texto bíblico e têm seguido os mesmos passos dos discípulos da igreja primitiva, orando e buscando o dom do Espírito Santo. Onde tem havido busca do revestimento do poder e dos dons espirituais, o Senhor tem cumprido a Sua Palavra e batizado crentes com o Espírito Santo e concedido dons espirituais. Este é o caminho para que se tenha o “respeito ao verdadeiro Pentecostes”, pois, quem presta atenção e leva em conta o que dizem as Escrituras, sabe que o Senhor disse que “…se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que Lho pedirem?” (Lc.11:13).
- Preservar o verdadeiro Pentecostes é manter o verdadeiro Pentecostes. Não basta apenas buscarmos o dom do Espírito Santo, mas devemos, também, manter este dom, uma vez recebido. É importante verificar que os discípulos, mesmo tendo recebido o batismo com o Espírito Santo, não descuidaram da sua vida espiritual. Muito pelo contrário, depois de batizados com o Espírito Santo, é que vemos o surgimento, nas suas vidas, de uma disposição para se dedicar à obra de Deus e para manter acesa a chama que haviam recebido no dia de Pentecostes.
- Os discípulos, após terem recebido o batismo com o Espírito Santo, passaram a ser homens dedicados à oração e ao estudo da Palavra de Deus. É sintomático que, logo depois que Lucas relata o batismo das quase três mil almas que haviam aceitado a Cristo no dia de Pentecostes, dá como característica daquele grupo, a primeira igreja local, a perseverança: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações” (Lc.2:42). Isto nos mostra que a vida espiritual não é feita apenas do episódio do revestimento de poder e do ganhar almas para o Senhor, mas, fundamentalmente, a vida espiritual de cada crente e da igreja, como um todo, está baseada na perseverança, que é, aliás, a característica garantidora da salvação, pois o Senhor não nos deixou de ensinar que “aquele que perseverar até o fim será salvo” (Mt.24:13). Perseverar (em grego, “proskarteréo” – προσκαρτερέω) significa “persistir”, “aderir”, “ser fiel a”, “ligar-se a”, “unir-se a”, “estar engajado ativamente”, “ficar sempre ao dispor de”, “estar no serviço de”.
OBS: Esta mesma ideia, ainda que com outra palavra (“katecho”), que será estudada infra, também traduzida por “conservar”, encontramos em Hb.3:6, onde se diz que somente permaneceremos como habitação de Deus, como casa de Cristo, se “conservarmos firme a confiança e a glória da esperança até ao fim”.
- Quando vemos os discípulos, depois do dia de Pentecostes, notamos, mesmo, que eles perseveravam, visto que, por primeiro, tinham uma doutrina a dar para o povo, que se unia a esta doutrina. Preservar o verdadeiro Pentecostes era, em primeiro lugar, aderir à doutrina dos apóstolos, ou seja, acolhê-la, passar a segui-la, crer nela, doutrina esta que outra não é senão a mesma doutrina dada por Jesus em Seu ministério terreno (I Co.11:23; I Pe.1:12; I Jo.1:5;2:7).
- A preservação, portanto, está intimamente relacionada com a observância da Palavra de Deus, com a adesão, isto é, a aceitação sem qualquer reserva ou modificação, do que está na Bíblia Sagrada. Adesão é o ato pelo qual alguém, antes alheio a um processo ou a um negócio, a ele se une por consentimento próprio, sem fazer qualquer ressalva ou reserva. Daí a figura do “contrato de adesão”, aquele contrato que, já previamente feito, é aceito por alguém, que não pode alterar nenhuma de suas condições (como acontece, normalmente, nas instituições bancárias). Preservar o verdadeiro Pentecostes é, portanto, submeter-se às condições estabelecidas na Palavra de Deus para o homem, sem qualquer modificação do que ali consta.
- O verdadeiro crente pentecostal é aquele que aceita, sem reservas, o que está contido na Palavra de Deus. Aliás, o pentecostalismo, embora apresentado pelos evangélicos tradicionais como uma “inovação”, foi, na verdade, a retomada da verdade bíblica da atualidade do batismo com o Espírito Santo e dos dons espirituais, não representou qualquer novidade, mas, pelo contrário, o retorno ao que está na Bíblia, à volta ao texto sagrado, esquecido e desprezado pelos tradicionais quanto a este aspecto. Que bom seria, aliás, que todos nós fôssemos conservadores neste prisma, ou seja, que sempre nos mantivéssemos fiéis e agarrados ao texto bíblico, assim como os fariseus eram agarrados à tradição dos anciãos, como nos mostra o texto de Mc.7:3, que nos diz que os fariseus “conservavam” a tradição dos anciãos, palavra que, no grego, é “kratéo” (κρατέω), cujo significado é “agarrar-se”, “segurar”, “não largar”. Infelizmente, muitos que se dizem “conservadores”, na atualidade, estão se agarrando não nas Escrituras, como era de mister, mas, sim, a exemplo dos fariseus, nas tradições dos anciãos, nas doutrinas dos homens, que a nada levam, que proveito algum trazem (Jr.2:11; Mt.15:9; Mc.7:7; Cl.2:22; II Tm.2:14; Hb.13:9).
- Os crentes da igreja primitiva não só preservavam a doutrina dos apóstolos, como também a comunhão, ou seja, havia uma união entre eles e o Senhor e entre os próprios crentes. Comunhão com Deus significa a separação do pecado e a separação para Deus, a santificação progressiva, enquanto que a comunhão com os irmãos representa a união fraternal, o exercício do verdadeiro amor, o amor divino entre os irmãos, sem o qual não se pode dizer que há amor a Deus (I Jo.2:9-11; 4:7,8). Preservar o verdadeiro Pentecostes é demonstrar o amor a Deus, evitando o pecado, como também amando o próximo. Pedro e João demonstraram bem este amor, ao sentirem compaixão do coxo que estava na porta Formosa do templo e lhes propiciar a cura (At.3:1-4). Este amor era demonstrado pelos crentes da igreja primitiva que não permitiram que qualquer um dos crentes tivesse necessidade (At.4:34 “in initio”).
- Os crentes da igreja primitiva também perseveraram no partir do pão, expressão esta que, para alguns, indica a Ceia do Senhor, ou seja, a observância das ordenanças do Senhor para a igreja, com todo o significado que isto tem, qual seja, o de uma vida centrada na morte e ressurreição de Jesus, na mensagem do Evangelho e, para outros, na assistência social, na ajuda aos necessitados, aspecto, aliás, que entendemos já tenha sido demonstrada no aspecto da comunhão.
- Preservar o verdadeiro Pentecostes é não se esquecer, jamais, do amor de Deus ao homem na pessoa de Cristo Jesus, é dizer que “Jesus salva, cura, batiza com o Espírito Santo e leva para o céu”, a mensagem simples apregoada pelos pioneiros do movimento pentecostal (inclusive os pioneiros das Assembleias de Deus no Brasil) e que tem sido, por muitos, abandonada e deixada em segundo plano nos dias difíceis em que vivemos. Preservar o verdadeiro Pentecostes é não se esquecer que o revestimento de poder e a concessão dos dons espirituais têm um objetivo missionário, ou seja, são instrumentos para ganhar almas para o Senhor e para aprimorar estes santos até o dia do arrebatamento da Igreja. O revestimento de poder e a concessão dos dons espirituais tinham como objetivo a evangelização do mundo de então e é isto, também, que o Espírito Santo tenciona desde o início deste centenário avivamento, desta “chuva serôdia” que estamos a presenciar há um século.
- Preservar o verdadeiro Pentecostes é ter uma vida de oração. Não se deve orar apenas para ser batizado com o Espírito Santo ou para se receber um dom espiritual (oração que já está raríssima na atualidade), mas se deve viver orando, como orando viveu Jesus. Os discípulos, após terem sido revestidos de poder, continuaram a ter uma vida de oração, tanto que Pedro e João subiam ao templo para orar (At.3:1) e os discípulos disseram à igreja que sua prioridade era orar e ensinar a Palavra de Deus (At.6:4). Os crentes, em geral, também, oravam continuamente (At.4:24,31;12:5).
OBS: “…Vinte anos passaram-se desde que o trabalho teve início em toda a sua simplicidade no Norte do Brasil. O glorioso fogo pentecostal que começou a arder naquele tempo ainda hoje está ardendo com chama poderosa. Mas a explicação de o fogo não ter se apagado é esta atmosfera quente de oração nas igrejas. Através dela, as igrejas têm sido fortalecidas e preparadas para lutar pela salvação das almas. Assim tem sido e assim sempre será! (VINGREN, Ivar. Diário do pioneiro Gunnar Vingren. 5.ed., pp.194-5).
- Salvar ou assegurar a saúde do verdadeiro Pentecostes é conservá-lo intacto, mantê-lo genuíno, ou seja, fazer permanecer as suas características, as suas finalidades. O derramamento do Espírito Santo tinha como objetivo transmitir o poder de Deus ao Seu povo até o fim da dispensação da graça, a fim de criar condições para que houvesse a evangelização do mundo bem como o aperfeiçoamento dos santos até a volta de Cristo. É esta a finalidade do Pentecostes. Devemos manter estes propósitos constantes das Escrituras: o poder de Deus é transmitido para a glória do Senhor, para a salvação das almas e para o aperfeiçoamento dos santos. Qualquer outro intento que se apresente deve ser repudiado, visto que não se terá a salvação do verdadeiro Pentecostes. Por isso, não se pode adotar o misticismo estéril (porque não gera frutos para o reino de Deus) que tanto tem invadido as igrejas locais, nem tampouco dispensar-se o verdadeiro Pentecostes por conta de uma “ortodoxia” que, em verdade, representa um formalismo vazio, oco e que, não raro, revela um descrédito no Evangelho completo e poderoso, tal qual constante nas páginas sagradas.
OBS: Com este sentido, traduziu-se por “conservar” a palavra hebraica “ yasha’ ” (ישע), no Sl.36:6, onde o salmista diz que o Senhor “conserva” os homens e os animais, ou seja, assegura a sua existência sobre a face da Terra.
- Salvar ou assegurar a saúde do verdadeiro Pentecostes é protegê-lo, defendê-lo, impedir a sua contaminação. É este, aliás, o sentido da palavra grega “synteréo” (συντηρέω), que tem a mesma raiz de “proskarteréo”, de que falamos supra, que tem o significado de “proteger”, “defender”, “salvaguardar”, que encontramos em Mt.9:17 e em Lc.5:38, quando Jesus nos ensina a respeito da impossibilidade de querermos pôr vinho novo em odres velhos. “Conservar”, como nos mostra Jesus, neste ensino, não é “voltar atrás”, não é retornar às dispensações anteriores à dispensação da graça, mas considerar que a “nova aliança” (Hb .12:24), o “novo testamento” (II Co.3:6; Hb.9:15) foi instituído através do sacrifício de Cristo na cruz do Calvário (Mt.26:28; Mc.14:24; Lc.22:20), de forma que nada além daquilo que já foi providenciado por Jesus nos é mais necessário. Por isso, quem é “conservador”, não é nem “retrógrado”, ou seja, não quer voltar para os tempos anteriores (como os “judaizantes” dos nossos dias), nem tampouco pode ir atrás de “novidades”, de “novas unções”, “novos dons”, “novas fórmulas”, porquanto se atingiu a plenitude divina na pessoa de Cristo, nada podendo ser acrescentado a partir de então (Cl.2:9; Hb.1:1).
- Não perder de vista o verdadeiro Pentecostes é jamais se deixar distrair pelas coisas desta vida e manter na mente os propósitos e as características bíblicas do derramamento do Espírito Santo. É ter a consciência que o derramamento do Espírito Santo é um passo necessário na nossa caminhada para o céu. É entender que a ação do Espírito Santo exige uma separação do pecado, uma separação para Deus e um atendimento ao chamado do Senhor para realizarmos a Sua obra (Fp.3:14).
OBS: “…Se as bênçãos foram muitas no ano anterior [1928, observação nossa], não foram menos no ano seguinte. A fidelidade, a obediência à Palavra de Deus e a intensa vida de oração em que a igreja vivia produziu frutos maravilhosos. As janelas do Céu se abriam cada vez mais sobre a igreja.…” (VINGREN, Ivar.op.cit., p.153).
IV – COMO CONSERVAR O AVIVAMENTO PENTECOSTAL
- Como conservar o verdadeiro Pentecostes? Como manter a obra de Deus viva em nossos corações, agora que chegamos ao centenário das Assembleias de Deus no Brasil?
- Por primeiro, vemos que, contra a conservação, levantam-se duas posturas que a ela se opõem e que jamais devem ser adotadas pelos genuínos e verdadeiros servos do Senhor. De um lado, temos o “tradicionalismo”; de outro, o “modernismo” ou “inovacionismo”.
- O “tradicionalismo” é uma postura que se considera “conservadora” e que usa o “conservadorismo” das Escrituras para se impor sobre os incautos, sobre aqueles que não conhecem a Bíblia Sagrada e, por não conhecerem o texto sagrado, correm o sério risco de serem destruídos (Os.4:6) e de errarem (Mt.22:29). O “tradicionalismo” é aquela posição em que as pessoas pretendem conservar não a Palavra de Deus, não o que Deus revelou ao homem, não o que Jesus ensinou, mas, sim, as doutrinas dos homens, os preceitos humanos, os ensinamentos de A ou de B, os costumes que se construíram ao longo da história de uma determinada sociedade, grupo ou localidade.
- Estes ditos “conservadores” nada têm de conservadores, pois não conservam a sã doutrina, não mantêm os preceitos bíblicos, mas, a exemplo dos fariseus, nos dias do ministério terreno de Cristo, invalidam a Palavra de Deus por causa de suas tradições, de seus costumes e de seus preceitos (Mt.15:6). Os “tradicionalistas” nada mais são que pessoas que se agarram a preceitos humanos, verdadeiras invenções indevidamente criadas no passado, que se equiparam à própria Palavra de Deus, quando não a superam em obediência e observância.
- Não é este “conservadorismo” que estamos aqui a apregoar, pois “conservadorismo” este comportamento não é, porque, em relação às Escrituras, tais condutas são verdadeiras “inovações”, porque não passam de “fardos pesados e difíceis de suportar” (Mt.23:4).
- O “modernismo” ou “inovacionismo”, por sua vez, procura confundir o “tradicionalismo” com o “conservadorismo” e, em nome de uma “liberdade”, busca trazer “novidades” que não têm qualquer base na sã doutrina, não passando de distorções e pensamentos humanos que não têm qualquer fundamento na Bíblia Sagrada, fonte das heresias e dos modismos de que já estudamos em lição anterior.
- O “modernismo”, usando, muitas vezes, de erros grosseiros na interpretação do texto bíblico (quando se dá ao luxo de se apoiar em algum texto isolado da Bíblia, pois, às vezes, nem isso fazem, procurando se basear em “experiências místicas”, “visões”, “revelações” e outras manifestações sobrenaturais para angariar seguidores e adeptos), distorcem por completo as verdades bíblicas, alterando as características, os objetivos e o modo pelo qual o poder de Deus deve atuar no meio do Seu povo para obter a salvação das almas e o aperfeiçoamento dos santos.
- Assim, passam a criar “novas figuras” de demonstração do poder de Deus e novos objetivos para os crentes, distanciando-os dos propósitos e do modelo bíblicos. O resultado é que, em meio a tanta “demonstração de poder”, o que encontramos é um imenso vazio espiritual, a ausência completa do Espírito Santo, que é, então, trocado seja pelo louvor ao homem, seja até por manifestações demoníacas, pois vivemos o tempo em que os espíritos enganadores estão, a começar do meio das igrejas locais, a se manifestar e a trazer doutrinas de demônios aos ouvidos dos homens (I Tm.4:1; Hb.13:9). Substituem a graça de Deus pelo emocionalismo, pela histeria e, muitas vezes, pela própria ação satânica nas reuniões e ajuntamentos, trazendo grande prejuízo espiritual.
- Em oposição a estes dois movimentos, encontramos o “conservadorismo”, ou seja, a atitude de conservar a Palavra de Deus, de se manter na sã doutrina, de não se desviar da vontade de Deus, de vigiar para não se deixar enganar pelo adversário, de manter em uso o poder de Deus recebido para os fins, propósitos e modelo bíblicos.
- Mas como conservar o verdadeiro Pentecostes?
- A primeira forma de conservarmos o verdadeiro Pentecostes é dando prioridade à meditação na Palavra de Deus. Como diz o salmista, se alguém quer ser bem-aventurado e, como Jesus nos ensina no sermão do monte, bem-aventurados são os Seus discípulos, é preciso que, antes, tenha prazer na lei do Senhor e nela medite de dia e de noite (Sl.1:1,2).
- Para conhecermos o poder de Deus é necessário que, antes, conheçamos as Escrituras (Mt.22:29; Mc.12:24). Sutilmente, ao longo dos anos desde o início do avivamento da rua Azusa, o inimigo conseguiu inserir no meio do movimento pentecostal a crença de que o conhecimento da Bíblia Sagrada é um obstáculo à manifestação do poder de Deus, à atuação do Espírito Santo. Como os evangélicos tradicionais haviam angariado muito conhecimento das Escrituras, a partir da Reforma Protestante, logo procuraram desacreditar o movimento pentecostal pelo fato de que, em sua grande maioria, os crentes pentecostais eram provenientes das camadas mais simples da população e, portanto, no mais das vezes, de pouca ou nenhuma cultura secular, que dirá conhecimento das Escrituras e da teologia. No entanto, se o conhecimento secular, quando muito, é apenas esterco, adubo para o desenvolvimento espiritual do cristão (Fp.3:8), jamais se pode conceber que o conhecimento das Escrituras, a meditação na Palavra de Deus, o estudo da Bíblia Sagrada seja um obstáculo à plenitude do poder do Espírito Santo. Este “anti-intelectualismo”, que acabou nascendo no seio do movimento pentecostal, tem sido um grande problema para que conservemos o verdadeiro Pentecostes.
- No dia de Pentecostes, Pedro demonstrou ter conhecimento das Escrituras e, com base nelas, fez o seu primeiro sermão, De igual maneira, para conservarmos o verdadeiro Pentecostes, é absolutamente necessário que todos os crentes pentecostais sejam assíduos leitores da Bíblia Sagrada, que jamais deixem de dar prioridade ao estudo das Escrituras, fazendo a leitura devocional diária, participando da Escola Bíblica Dominical, do culto de doutrina e de demais reuniões de ensino. Um dos principais problemas que temos enfrentado no movimento pentecostal, na atualidade, é o “analfabetismo espiritual”, a completa ignorância do que contêm as Escrituras Sagradas e, por falta de conhecimento, o inimigo tem conseguido destruir milhões de pessoas nas várias igrejas pentecostais. Enquanto os crentes pentecostais, do início do avivamento pentecostal, eram analfabetos, mas tinham conhecimento bíblico, hoje, a grande maioria dos crentes pentecostais sabe ler e escrever, têm até alguma escolaridade secular, mas são completamente ignorantes a respeito da Palavra de Deus: “À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva” (Is.8:20).
- A segunda forma de conservarmos o verdadeiro Pentecostes é buscarmos o batismo com o Espírito Santo e os dons espirituais incessantemente. No início do avivamento pentecostal, os registros históricos mostram como havia um objetivo de todos os crentes de serem batizados com o Espírito Santo e, para tanto, não faltavam reuniões de oração e de busca, seja do batismo com o Espírito Santo, seja dos dons espirituais. Em todo e qualquer culto, havia este desejo nos corações dos crentes e, em respeito a esta busca, conforme a Sua Palavra, Jesus batizava com o Espírito Santo e concedia dons espirituais ao Seu povo. Esta busca, se ainda é encontrada em algumas igrejas locais, é restrita aos novos convertidos que, ainda em alguns lugares mais avivados, são incentivados e estimulados para a busca do dom do Espírito Santo. O resultado disto é que, normalmente, a esmagadora maioria dos crentes que são batizados com o Espírito Santo o são nos primeiros anos de fé, sendo hoje considerável o número de crentes pentecostais que não são batizados com o Espírito Santo e, pior ainda, numeroso o grupo daqueles que precisam hoje de uma renovação espiritual, porque, embora tenham sido batizados com o Espírito Santo, há muito tempo não demonstram qualquer fervor espiritual.
- Se quisermos conservar o verdadeiro Pentecostes, precisamos, portanto, dar o devido valor às manifestações sobrenaturais do poder de Deus, termos consciência, principalmente no tempo em que estamos vivendo, de que dependemos continuadamente do poder do Espírito Santo em nosso meio e, por isso, é fundamental que os crentes que ainda não são batizados com o Espírito Santo, busquem o batismo, que os crentes batizados e que não mais sentem o fervor do Espírito busquem a renovação, como também que haja busca de dons espirituais, algo extremamente raro em nossos dias.
- Precisamos, a exemplo do que aconteceu no dia de Pentecostes, reunir o povo para orar e buscar o dom do Espírito Santo, bem como os dons espirituais, busca esta que deve ser incessante, ou seja, sem pausa. As reuniões devem ter como objetivo o revestimento do poder do alto para que se fazer a obra de Deus. Todo crente deve estar consciente de que é membro do corpo de Cristo e que a função da igreja é pregar o evangelho e aperfeiçoar os santos. Por isso, devemos ter, como prioridade, a busca das coisas de cima (Cl.3:1,2). Em vez de reuniões e “campanhas” para prosperidade material, para vitória sobre os inimigos terrenos, para “restituições”, para “exigências dos direitos”, para “ver anjos”, para “ver folhas brilhantes nos montes”, que tanto tempo têm roubado dos crentes, que tanto têm distraído os servos do Senhor, torna-se necessário voltarmos aos cultos de vigília de antigamente, onde se orava e se buscava a presença do Senhor (hoje em dia, os “cultos de vigília” têm “reteté”, “cantorias”, “passos de dança”, “blá-blá-blá” e, quando “sobra tempo”, um pouco de oração…), onde o Senhor edificava o Seu povo e levantava homens e mulheres valentes para fazer a Sua obra.
- Para conservarmos o verdadeiro Pentecostes, o povo de Deus, a exemplo dos dias iniciais do avivamento pentecostal, devem chegar ao templo ou à casa onde hão de se reunir, dobrar seus joelhos e começar a orar e não ficar conversando e fofocando, como hoje acontece. Se as pessoas substituem a oração pela confraternização, pelo “colocar a conversa em dia”, evidentemente que não teremos o mesmo ambiente espiritual do passado. Os discípulos oraram incessantemente até serem revestido do poder do alto e sempre encontramos a igreja primitiva orando. Aliás, a oração não se deve fazer apenas nas reuniões da igreja, mas deve começar em casa. Pedro e João estavam indo para a reunião de oração quando obtiveram a cura daquele coxo na porta Formosa do templo. Que diferença para os dias atuais…
- Para conservarmos o verdadeiro Pentecostes, é preciso que vivamos uma vida de obediência à Palavra de Deus. Não basta orarmos, nem tampouco meditarmos na Palavra de Deus, mas precisamos pôr em prática aquilo que aprendemos ao estudarmos a Bíblia Sagrada, como também aquilo que recebermos da orientação direta do Espírito Santo. O conhecimento teórico das Escrituras de nada serve. Jesus mostrou que os fariseus tinham amplo e correto conhecimento da Palavra, mas não viviam coisa alguma daquilo que ensinavam (Mt.23:1-3). Torna-se necessário retomarmos as ações determinadas pelas Escrituras, santificarmo-nos cada dia mais, a fim de não nos transformarmos em hipócritas.
- Os dias em que vivemos são dias de falsos mestres e de falsos profetas, pessoas que não vivem o que ensinam, são dias de hipocrisia, de apostasia e de escândalos, mas, se cada um de nós, diante dos escândalos, das decepções, das revelações das hipocrisias (pois nada que está encoberto deixará de ser revelado – Mt.10:26; Mc.4:22; Lc.12:2), nos voltarmos para Jesus, o autor e consumador da nossa fé e procurarmos cumprir aquilo que o Senhor nos manda, certamente que seremos parte da Igreja de Cristo, que, apesar de toda a podridão do mundo, é gloriosa, sem mácula, nem ruga, sem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível. Aleluia! (Ef.5:27).
- A santificação não vem através de ameaças nem de uma rigorosa fiscalização da aparência exterior. A santificação é algo que vem de dentro para fora e que se faz mediante a Palavra de Deus (Jo.17:17), mediante a oração (I Tm.4:5), o jejum (Jl.1:14) e o serviço (Rm.6:19). Portanto, os verdadeiros conservadores do verdadeiro Pentecostes se esforçarão sempre para que haja ministração da Palavra de Deus, oração, jejuns e abundante serviço na obra de Deus para todos os crentes, a fim de que eles alcancem a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor (Hb.12:14). Enquanto os conservadores assim procedem, os “modernistas” confundem “liberdade” com “libertinagem”, instituindo uma permissividade moral e social que não permite qualquer distinção entre o “crente” e o pecador, enquanto os “tradicionalistas” confundem “santidade” com “santarronice”, preocupando-se apenas com a aparência exterior e se tornando os “modernos fariseus”.
- Para conservarmos o verdadeiro Pentecostes, torna-se necessário sermos vigilantes, extremamente cuidadosos e atentos para impedir que o inimigo invada as fileiras de nossas igrejas locais com falsas doutrinas e embaraços que produzam a perdição. Foi, aliás, esta a primeira recomendação que o Senhor Jesus deu ao remanescente fiel da igreja de Sardo. “Sê vigilante” começa a bradar o Senhor Jesus para o anjo daquela igreja (Ap.3:2).
- Muitos ministros, na atualidade, têm negligenciado neste ponto. Têm deixado pessoas inescrupulosas ocuparem os púlpitos da igreja, bem como não têm mantido contacto com os membros a fim de saber o que estão a fazer em suas residências, o que têm lido, em que têm ocupado o seu tempo no dia-a-dia. Ao mesmo tempo, os encarregados do ministério de ensino, notadamente entre os jovens, adolescentes e crianças, não têm procurado saber o que seus alunos têm aprendido e vivido no dia-a-dia da semana, nas escolas e locais de trabalho, que tipo de informação têm recebido da mídia e, diante disto, muitas doutrinas errôneas e falsas têm invadido as mentes e os corações dos pequenos, dos adolescentes e dos jovens, gerando um campo propício para o afastamento destas pessoas, ainda em tenra idade, da presença do Senhor. Em vez de evangelizarmos as crianças, adolescentes e jovens, temos visto número cada vez maior deles deixarem a igreja para cerrar fileiras em outras “tribos”.
- Temos deixado o foco da igreja de lado e nos envolvido com as coisas desta vida. As atividades na igreja passaram a ser quase que um “hobby”, quase que um “passatempo” na vida de muitos crentes, algo bem diverso daquilo que existia nos dias iniciais do avivamento pentecostal, em que havia prazer em servir a Deus, em que a prioridade das agendas e cronogramas dos crentes era a sua participação na obra do Senhor. Hoje, quando há esta intenção, em parte considerável dos interessados há um mal disfarçado objetivo econômico-financeiro. Isto, definitivamente, não é conservar o verdadeiro Pentecostes!
- Como poderemos confirmar os restantes que estão para morrer (Ap.3:2), se nós mesmos nos dirigimos para a perdição, não conservando a nossa saúde espiritual? Como podemos ajudar os fracos, se nós, mesmos, ao invés de nos fortalecermos na graça que há em Cristo Jesus, também estamos a definhar dia após dia? Como podem os ministros e oficiais da igreja desempenhar os dons ministeriais de pastor, evangelista e mestre, se o pouco tempo que têm na obra de Deus é absorvido por problemas administrativos e pela famigerada “política eclesiástica”? Decididamente, precisamos mudar nossa postura diante da obra de Deus, para conservarmos o verdadeiro Pentecostes.
- Para conservarmos o verdadeiro Pentecostes, precisamos pôr em prática o poder que recebemos. Como afirma um querido irmão que conosco compartilha os estudos da Palavra de Deus, muitos dos pontos da Bíblia Sagrada, na atualidade, “estão em desuso”. Assim, embora a Bíblia diga que Jesus cura, muitos preferem recorrer aos médicos e só vão buscar o Senhor Jesus depois que seus recursos se esgotaram, a exemplo do que ocorreu com a mulher do fluxo de sangue, mas em situação até pior, pois a mulher do fluxo de sangue foi até Jesus e estes salvos, que estavam aos pés de Jesus, saem desta posição para, ao final, a ela retornar. À evidência que não somos contrários à ida aos médicos, pois é legítimo que nos utilizemos do desenvolvimento científico que o Senhor tem proporcionado à humanidade, em cumprimento até da Sua Palavra (Dn.12:4), mas por que deixarmos de exercitar o poder de Deus que foi derramado sobre nós?
- Nos dias iniciais do avivamento pentecostal, os milagres eram frequentes e abundantes. Deus, por acaso, mudou? E olha que, se estivéssemos num país de Primeiro Mundo, em que os sistemas de saúde pública são exemplares, haveria uma justificativa, mas, no Brasil, onde a saúde vai de mal a pior, onde se procura usar os recursos, já tão escassos, para propagar a morte, ou, então, para desvios de verbas para enriquecimento de corruptos, como explicar que as pessoas prefiram recorrer primeiramente ao sistema de saúde falido para só depois crer que Jesus possa curar?
- Precisamos voltar a crer na operação atual do Espírito Santo, sem deixar de ir ao médico. Jesus cura. Então, que tal orarmos ao Senhor e buscarmos a Sua face quando soubermos que estamos doentes ou que alguém de nosso relacionamento está doente? Será que não podemos crer e buscar a oração dos justos e dos santos antes de marcar uma consulta? Por que só pedimos oração depois que há o desengano do doente? Mudemos este comportamento, creiamos mais em Deus e, ao pormos a nossa fé em ação, Deus certamente agirá conosco!
- Para conservarmos o verdadeiro Pentecostes, devemos, em nossas reuniões, deixar de ter medo e sermos ousados na presença de Deus. Por que não mais convidar as pessoas para orar? Por que não mais impormos as mãos sobre os enfermos? Por que não fazermos orações dirigidas, específicas, em atendimento particularizado com os nossos irmãos em Cristo e, mesmo, com os amigos que nos procurarem?
- Para conservarmos o verdadeiro Pentecostes, por fim, é preciso que não mudemos a nossa posição, que não deixemos os nossos valores, as nossas crenças, a nossa fé.A mensagem pentecostal foi cristalizada na frase “Jesus salva, cura, batiza com o Espírito Santo e leva para o céu”, frase que, mais do que um “slogan”, sintetizou a pregação dos pioneiros do movimento pentecostal, independentemente da denominação a que pertenciam (o que mostra como é relativa a questão denominacional, tão valorizada nos dias de hoje…).
- Vemos, portanto, que a mensagem central do pentecostalismo é a salvação em Cristo Jesus, a transmissão de poder ao salvo e a esperança da vinda do Senhor, uma mensagem que não saiu da mente de nenhum pioneiro do movimento, mas, sim, que é a pura expressão da mensagem constante das Escrituras. Era esta a mensagem pregada por Pedro no dia de Pentecostes, por Felipe em Samaria, por Pedro na casa de Cornélio, por Paulo entre os gentios.
- Não se pode, portanto, mudar esta mensagem e se o avivamento pentecostal chega a cem anos no Brasil sob as bênçãos de Deus é porque milhões e milhões de pessoas têm ouvido esta mesma mensagem durante um século. Entretanto, para conservarmos o verdadeiro Pentecostes, tem-se de manter esta mensagem, que, infelizmente, já está sendo alterada por alguns. Em 2006, a revista Veja trouxe reportagem de capa onde mostrou que a maioria dos pastores evangélicos tem introduzido uma outra mensagem , um outro evangelho: “…Com menos ênfase no sobrenatural e mais investimento em técnicas de autoajuda, a nova geração de pregadores evangélicos multiplica o rebanho protestante e aumenta a sua penetração na classe média…” (PEREIRA, Camila e LINHARES, Juliana. Os novos pastores. Veja, ano 39, n. 27, edição 1964, 12 jul. 2006, p.77).
- Lamentavelmente, como se pode observar, portanto, esta “nova geração” está a mudar a mensagem do Evangelho, trocando o “poder do alto”, o Espírito Santo pela psicologia, pelas técnicas de autoajuda (muitas delas, aliás, surgidas e desenvolvidas pela Nova Era). Desta maneira, certamente, não haverá a conservação do verdadeiro Pentecostes, mas tão somente o início de um falso evangelho, de um evangelho enganador, que habilmente prepara e dissemina o espírito do anticristo no meio dos incautos e dos que se deixarem influenciar por esta verdadeira operação maligna.
- Mas, além do conteúdo da mensagem, também não podemos mudar os propósitos da mensagem. Pedro, no dia de Pentecostes, visava levar a multidão ao arrependimento de seus pecados, à obediência da Palavra de Deus e ao revestimento de poder (At.2:38,40,41). Na atualidade, precisamos manter estes mesmos objetivos, se quisermos conservar o verdadeiro Pentecostes.
- Entretanto, não são poucos os que têm desvirtuado as finalidades da pregação do Evangelho e da manifestação sobrenatural do poder do Espírito Santo. Muitos têm feito do evangelho completo um meio de enriquecimento, transformado a obra do Senhor em negócio (II Pe.2:3), desviando-se da fé por causa do amor do dinheiro (I Tm.6:10).
- Outros têm feito do evangelho um meio de atingirem posição social e política, aproveitando-se da pregação do Evangelho para se projetar no mundo, seja como celebridades, seja como políticos, fazendo uso do nome de Deus para se locupletarem com a corrupção, quando não com a imoralidade e prostituição (I Tm.4:1; II Tm.3:5-8; 4:3,4;II Pe.2:18-22), dando origem a escândalos que envergonham o povo de Deus e mostram como se faz necessário não abandonar aquilo que o Senhor estabeleceu na Sua Palavra.
- Outros, ainda, têm feito do evangelho tão somente uma obra social, uma obra benemérita, reduzindo a pregação do poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Rm.1:16) em obras de assistência social e de ajuda material aos necessitados. É óbvio que a mensagem do Evangelho envolve a ação social, como já dito supra, mas não se pode reduzir a isto o trabalho evangelístico. Alguns segmentos pentecostais caíram neste embaraço e hoje só são conhecidos pelo seu trabalho assistencial, apresentando-se como tal, num verdadeiro desvirtuamento dos objetivos do verdadeiro Pentecostes. É preciso priorizarmos a salvação das almas, o aperfeiçoamento dos santos, sem esquecer a necessária ajuda aos necessitados que, aliás, são proporcionalmente mais abundantes do que nos dias da igreja primitiva, ante o aumento da injustiça que prenuncia a chegada do Anticristo.
- Outros, ainda, têm transformado as igrejas locais em clubes sociais, em locais de confraternização. Os calendários das igrejas, na atualidade, quase não conseguem dar conta das 52 semanas do ano, pois cada segmento, departamento ou seção da igreja local tem a sua confraternização, para a qual convida as igrejas vizinhas, sem se falar, nos grandes ministérios e denominações, nas reuniões regionais, nacionais e até internacionais. Tais ajuntamentos ocasionam grandes gastos, sem quaisquer resultados práticos palpáveis, pois, quase sempre, não passam de reuniões estéreis, onde praticamente não há salvação de almas, e, muito menos, revestimento de poder ou concessão de dons espirituais. Os recursos materiais se exaurem e, com isto, é prejudicada a obra missionária e a própria evangelização cotidiana. Tais eventos apenas atiçam os mercenários da fé, os políticos e os sequiosos de fama, servindo, portanto, a que haja ainda maior desvirtuamento dos objetivos bíblicos.
- Por isso, muito oportunas as campanhas para mudança deste estado de coisas levantadas em 2010 pelo pastor Geremias do Couto e pelo irmão Judson Canto, que são das melhores sugestões para promovermos, em nossos dias, em nossas igrejas locais, a retomada do foco da Igreja e o seu consequente avivamento. As propostas estão disponíveis nestes endereços -http://geremiasdocouto.blogspot.com/2010/06/uma-campanha-para-mudar-igreja.htmle http://judsoncanto.wordpress.com/2010/06/25/um-choque-de-humildade-quem-se-habilita/.
- Nos dias em que vivemos, em vez de os crentes, por causa do poder sobrenatural do Espírito Santo, ajuntarem uma multidão, como ocorreu no dia de Pentecostes, eles próprios tomam a iniciativa de criar uma multidão, mediante convites (no mais das vezes, causando superlotação em locais inadequados para receber tanto povo, o que cria um ambiente insalubre e que já causa mal-estar físico e social), deixando do lado de fora da programação a presença do Espírito Santo. Em vez de buscar o poder do alto para causar ajuntamento, buscam o ajuntamento, num vácuo espiritual. Não é assim que conservaremos o verdadeiro Pentecostes!
- Não somos radicalmente contrários às confraternizações, os congressos, os encontros, mas devem eles voltar a ser as antigas cruzadas evangelísticas de outrora, onde havia o esforço de toda a igreja (e não somente de um departamento…) para um período de pregação da Palavra e demonstração do poder de Deus. Naqueles eventos, mais do que se preocupar com “lembrancinhas”, com “convites”, com “preletores”, com “cantores”, com “becas”, com “uniformes”, havia uma preocupação de se convidar e levar pecadores ao evento, havia oração, jejum e busca do poder de Deus, incentivo e estímulo para que o evento fosse uma oportunidade para que os crentes fossem batizados com o Espírito Santo, recebessem dons espirituais ou fossem renovados. Havia, mesmo, a busca da direção do Espírito Santo para que se escolhesse o correto tema, que se indicasse, dentre os membros da igreja local, quem faria o uso da Palavra. Com tais cruzadas, com tais eventos, sem marketing, sem gasto desmesurado de recursos, muitas almas eram salvas, sinais e maravilhas aconteciam em abundância, crentes eram aquinhoados com dons espirituais e muitos eram batizados com o Espírito Santo. Para conservarmos o verdadeiro Pentecostes, precisamos deixar de ser Marta e voltar a ser Maria, ficando aos pés de Jesus e escolhendo a melhor parte!
OBS: Somos, porém, plenamente concordes com as propostas de Geremias do Couto e de Judson Canto para o fim de todo e qualquer congresso, encontro ou confraternização de departamentos como hoje se tem. O evangelismo pessoal sempre deve ser o carro-chefe da evangelização. Quem o diz é o pastor Lewi Pethrus, pastor da Igreja Filadélfia de Estocolmo, a principal mantenedora dos missionários suecos no Brasil e que participou como representante da Missão da primeira Conferência Pentecostal de Pastores e Missionários, em 1930: “…Do ponto de vista de estudo, é de muita importância, pois aqui certamente um dos segredos sobre o rápido progresso da obra no Brasil — a realização desse trabalho de evangelismo pessoal, que é característico do movimento pentecostal no Brasil…” (VINGREN, Ivar. op.cit., p.182).
- Para conservarmos o verdadeiro Pentecostes, precisamos ter pregadores do Evangelho como os do dia de Pentecostes. Se Pedro tomou a palavra e proferiu o sermão, o fato é que se manteve acompanhado dos demais discípulos, igualmente revestidos de poder, que haviam orado com ele durante sete dias no cenáculo. Esta reunião não cessou naquele dia, mas permaneceu, como nos diz a parte final do capítulo 2 do livro de Atos. Para que se mantenha o verdadeiro Pentecostes, portanto, não pode haver uma separação entre ministros, oficiais e os demais crentes. Deve haver comunhão entre eles, oração conjunta e contínua, uma vida de oração e de ensino da Palavra na comunidade. Embora cada um tivesse a sua função, embora a igreja tivesse um governo, todos deviam orar e buscar a presença de Deus.
- Hoje em dia, para conservarmos o verdadeiro Pentecostes, precisamos ter ministros que orem e busquem a Deus para saber o que falar ao povo; ministros que doutrinem o povo; ministros que não se deixem envolver pelos problemas administrativos, que consomem seu tempo e os impedem de cumprir a função para a qual foram chamados. Os ministros não têm tido tempo para buscar a Deus, têm se envolvido com as coisas desta vida e acabam entregando o púlpito aos “pregadores profissionais”, aos famigerados “itinerantes”, quase sempre mercenários da fé, especialistas em técnicas de autoajuda e de emoção, que há muito já substituíram a unção do Santo pela neurolinguística, retórica e técnicas de dramatização.
- Para conservarmos o verdadeiro Pentecostes, precisamos ir ao encontro das almas perdidas, ir ao encontro dos pecadores, não ficar presos nas quatro paredes dos templos. Em uma época em que cada grupo quer ter seu megatemplo, em que os evangélicos já ultrapassaram a megalomania das catedrais e das basílicas da Igreja Romana (que, por causa desta prática, era chamada, pelos crentes de outrora, de “Babilônia”…), é preciso observarmos que, no dia de Pentecostes, os discípulos, revestidos de poder, foram ao encontro da multidão que cercou o cenáculo, não ficaram nas quatro paredes daquele local.
- Para conservarmos o verdadeiro Pentecostes, temos de ir ao encontro dos pecadores e é neste ponto que se verifica que o conservadorismo bíblico nada tem de retrógrado. Nos dias dos apóstolos, ir ao encontro dos pecadores era ir ao templo, à sinagoga (como fazia Paulo), às praças, às feiras. Nos dias de John Wesley, numa Inglaterra que se industrializava e onde as pessoas ficavam nas ruas nos dias de folga, ir ao encontro dos pecadores era pregar ao ar-livre, nos jardins, nas praças, nos locais de aglomeração das pessoas. Nos nossos dias, de grande criminalidade e violência, onde as pessoas têm medo de ficar nas ruas, aglomerando-se em suas casas, ir ao encontro dos pecadores é, prioritariamente, atingi-los em suas residências, seja através de visitações ou de aproximação para visitação. Os métodos variam, conforme os anos e os costumes do povo, mas o verdadeiro Pentecostes continua sendo a ida ao encontro dos pecadores. Mas, o que se vê é que a imensa maioria das igrejas locais fica à espera da boa vontade do pecador, o que explica o declínio no número de conversões.
- Que o Senhor possa nos despertar para que conservemos o verdadeiro Pentecostes em nós mesmos e na nossa igreja local. Senhor, " como operaste nos antigos tempos, com Teu poder nos guia até o fim. Como operaste nos antigos tempos, com Teu poder nos guia até o fim." (parte final da 5ª estrofe do hino 387 da Harpa Cristã, de autoria de Erik Janson e F. da Silva).
Caramuru Afonso Francisco
BIBLIOGRAFIA DO TRIMESTRE
A bibliografia diz respeito aos estudos de todo o segundo trimestre de 2011, não contendo bíblias e bíblias de estudo consultadas, bem assim textos esporádicos, notadamente fontes eletrônicas, cujas referências foram dadas no instante mesmo de suas utilizações.
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fonte PORTAL EBD.GOV.BR