Membros do governo também visitaram as delegacias de polícia onde os cristãos estavam presos, para “educá-los e admoestá-los”. Após uma série de despejos de instalações alugadas, a igreja de Shouwang decidiu se reunir em lugares públicos para protestar contra as restrições do governo ao impedir sua liberdade de culto. A primeira tentativa de culto foi impedida por policiais à paisana. Confrontos semelhantes ocorreram em todos os domingos, até que os principais líderes, incluindo quatro pastores e três presbíteros, foram colocados sob prisão domiciliar. O número de membros da igreja de Shouwang que participavam dos cultos ao ar livre começou a diminuir, à medida que perdiam suas casas e empregos. Algumas igrejas discordavam dos protestos feitos pela igreja de Shouwang, alegando que confrontar o governo só trará prejuízos para as igrejas domésticas do país. Outros optaram por solidarizar com a causa dessa igreja. Em maio, 17 pastores e 20 igrejas em várias cidades entregaram uma petição ao Congresso Nacional de Povos, principal órgão legislativo da China, pedindo as chaves do imóvel que a igreja de Shouwang havia alugado e também que os Regulamentos Nacionais de Assuntos Religiosos sejam substituídos por leis mais favoráveis à liberdade religiosa. “Espero que o governo possa ver que o incidente com a igreja de Shouwang não é um caso isolado, mas algo que ocorre em muitas igrejas”, disse Wang Wenfeng, do Fórum Teológico Wenzhou, na China. “O pedido básico é: queremos nos reunir em público e queremos ser registrados, pois não temos nada a esconder. Ao mesmo tempo, a nossa fé nos obriga a ser abertos com os não-cristãos”, completou Wang. Tradução: Lucas Gregório
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