A Solidariedade Cristã Mundial (CSW) visitou sobreviventes dos conflitos que mataram várias pessoas e falou com representantes de igrejas nas cidades de Bekasi e Bandung, que foram “forçadas a fechar”. O Pastor Palti Panjetan da igreja Filadélfia disse que, apesar de ter conseguido licença na justiça para construir um prédio, o prefeito proibiu a congregação de usá-lo. “Continuamos a fazer cultos do lado de fora, na estrada”, disse Palti. “Alguns pais até batizam seus filhos na estrada”. E disse também que a igreja realiza a “ceia na estrada”, acrescentando, porém, que isto “não é adequado nem seguro”. Muçulmanos moderados também têm sido alvejados. Em 6 de fevereiro, três deles foram mortos e muitos outros feridos na província de Banten. Outras pessoas entrevistadas disseram que chegou o tempo de uma intervenção internacional, devido à preocupação com o crescente extremismo islâmico na Indonésia. Buscando formar um Estado islâmico, militantes têm concentrado a atenção sobre os líderes cristãos e muçulmanos moderados, assim como membros do que eles entendem como seitas “depravadas”. Entre outros incidentes em abril, militantes islâmicos tentaram, sem sucesso, explodir bombas em uma igreja antes das celebrações da Páscoa, o que teria acontecido enquanto milhares de pessoas chegavam para os cultos, disse a polícia. Eles também queriam filmar e transmitir o inferno esperado, mas a trama foi descoberta pelas forças de segurança. Os 19 suspeitos detidos teriam levado as autoridades a bombas depositadas por baixo de uma canalização de gás, próxima à Igreja Catedral de Cristo, perto de Jakarta. Outras bombas foram deixadas em bolsas, não muito longe da entrada, disseram os investigadores. Contudo, o governo da Indonésia não tem feito muito para proteger as minorias na nação de maior população muçulmana do mundo, com mais de 245 milhões de pessoas. A CSW tem insistido com a Indonésia, para que convide o Relator Especial da ONU para liberdade religiosa a visitar o país este ano e “conduzir uma investigação independente” sobre violações de liberdade religiosa. Segundo a CSW, a Indonésia, como membro do Conselho de Direitos Humanos da ONU e do G-20 e como presidente da Associação das Nações do Sudeste Asiático, tem responsabilidade de agir. “É seu próprio interesse fazê-lo, pois sua reputação está em jogo”. Tradução: Getúlio Cidade
|