Olhando a lista dos livros mais vendidos a cada ano, nota-se o interesse do respeitável público leitor pelo tema da espiritualidade, seja em forma de ficção ou não, seja com conteúdos de magia ou de religião institucional.
O interesse mundial está registrado nessa lista dos livros mais vendidos nos últimos 60 anos (em milhões de cópias):
1 - A Bíblia - 5.000 a 6.000
2 – Citações do presidente Mao Tsé-Tung (ou O pequeno livro vermelho) - 900
3 – O Corão (ou Alcorão) - 800
4 – Xinhua Zidian (“novo dicionário de caracteres da China”) - 400
5 – O Livro dos Mórmons, de Joseph Smith - 120
6 – Harry Potter e a Pedra Filosofal, de J. K. Rowling - 107
7 – E Não Sobrou Nenhum, de Agatha Christie - 100
8 – O Senhor dos Anéis, de J. R. R. Tolkien - 100
9 – Harry Potter e o Enigma do Príncipe - 65
10 – O Código Da Vinci, de Dan Brown - 65
11 – Harry Potter e a Câmara Secreta - 60
12 – O Apanhador no Campo de Centeio, de J. D. Salinger - 60
13 – Harry Potter e o Cálice de Fogo - 55
14 – Harry Potter e a Ordem do Fênix - 55
15 – Harry Potter e o Prisioneiro de Askaban - 55
16 – Ben-Hur, de Lew Wallace - 50
17 – Heidi – Johanna Spyri - 50
18 – O Alquimista, de Paulo Coelho - 50
19 – Meu Filho, Meu Tesouro, de Benjamin Spock - 50
20 – O Pequeno Príncipe, de Antoine Saint-Exupéry - 50
Essa lista apresenta três livros fundamentais de denominações religiosas (a Bíblia, o Corão e o Livro dos Mórmons), uma história com personagens cristãos (Ben-Hur), dois com subtexto e referências religiosas (O Código Da Vinci e O Senhor dos Anéis), sete têm tramas que misturam magia e espiritualismo (O Alquimista e mais seis livros da série Harry Potter). Alguns livros não são religiosos, embora seus leitores os tenham tratados como bíblias: O Apanhador no Campo de Centeio foi o guia espiritual da geração beatnik dos anos 50/60, e O Pequeno Livro Vermelho foi o livro reverenciado por comunistas do mundo inteiro.
Embora muitas vezes mal-interpretada e desobedecida exatamente pelos seus leitores, a Bíblia segue no topo da lista. Talvez seja o livro mais comprado e o menos lido regularmente. O mais divulgado e o menos explicado corretamente. O mais anunciado nas prédicas e o menos seguido nas práticas.
Mas por que o livro mais vendido dos últimos 60 anos não está nas colunas da crítica dos jornais e revistas? É a pergunta pertinente de Stephen Kanitz (leia aqui). Talvez porque a Bíblia venha sendo silenciada pela grande imprensa, como diz Kanitz. Eu acrescentaria que nossos contemporâneos humanistas fingem que ela não tenha mais nada a dizer de relevante.
Escritores e editores cristãos devem seguir atentos ao interesse das pessoas, que estão sedentas de orientações, guias, soluções e respostas aos seus dilemas espirituais, às suas necessidades mais profundas da alma. E que busquem sempre explicar corretamente e publicar diligentemente a sã doutrina do livro mais vendido de todos os tempos.
A-BD