Liberdade religiosa se torna preocupante na Indonésia



Multidões de extremistas islâmicos se reuniram para intimidar e ameaçar os cristãos

Liberdade religiosa se torna preocupante na Indonésia
As tensões contra as comunidades religiosas minoritárias têm aumentado, depois da sentença dada a três homens, na quinta-feira, por tomarem parte em um ataque brutal na comunidade muçulmana Ahmadi em Cikeusik, Java Ocidental, em fevereiro.

Os homens receberam do tribunal a sentença de três a seis meses de prisão pelo ataque, que resultou na morte de três pessoas.

A Christian Solidarity Worldwide (CSW) manifestou preocupação com as contínuas violações da liberdade religiosa na Indonésia, a maior nação muçulmana do mundo. Disse que as sentenças foram "surpreendentemente brandas".

As sentenças foram dadas no mesmo dia em que a Comissão da Aliança Evangélica Mundial pela Liberdade Religiosa alertou que a Igreja GKI Yasmin, em Bogor, Java Ocidental, poderia enfrentar uma violência em massa, se as tensões contínuas não forem tratadas.

A igreja tem sido forçada a manter os cultos de domingo ao ar livre, depois de ser fechada pelas autoridades, em desobediência à decisão do Supremo Tribunal, que deu permissão de funcionamento à igreja. 

Multidões de extremistas islâmicos se reuniram para intimidar e ameaçar os cristãos, enquanto os cultos de domingo estão sendo realizados.

No início desta semana, o presidente da Associação das Igrejas Batistas de Papua, Reverendo Socratez Sofyan Yoman, disse que as Igrejas da Papua Ocidental estavam sendo ameaçadas pelos militares indonésios.

Em abril, o Chefe do Exército Regional, Major-General Erfi Triassunu, acusou a igreja Evangélica da Papua de apoiar o movimento Papua Livre.

As igrejas da região também dizem que seus prédios e casas foram destruídos em operações militares realizadas em Puncak Jaya, desde 2004.

Pelo menos um pastor é relatado entre os civis mortos.

O reverendo Sócrates disse que tais “crimes humanitários ” têm tornado Puncak Jaya o “mais cruel e desumano dos lugares”. Em um “relatório de urgência” emitido esta semana, ele pediu o apoio das igrejas de todo mundo, insistindo que a comunidade internacional pressione as autoridades indonésias a pôr fim à violência.

Andrew Johnston, representante jurídico da CSW, receia que a forte tradição de pluralismo, tolerância e liberdade religiosa na Indonésia tenha se desgastado. Ele disse que as autoridades indonésias devem levar as ameaças aos cristãos a sério e tomar “medidas significativas” para preservar os preceitos da lei, protegendo as minorias religiosas e resguardando os direitos humanos.

Ele também exigiu um judiciário mais independente. “As sentenças surpreendentemente brandas impostas aos perpetradores de uma das piores violências anti minoritárias dos últimos anos levantam questões sobre a integridade do sistema judiciário da Indonésia, dando aos extremistas um sinal verde para continuarem suas campanhas de ódio”, disse.

 “Essas sentenças deixam as minorias religiosas por toda Indonésia – não somente em Java Ocidental e não apenas a comunidade Ahmadiyya – vulneráveis e indefesas”. 


Fonte: Portas Abertas   via cpad news