ENFOQUE BÍBLICO
“Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam.” (Mt 6.20).
OBJETIVOS
Reconhecer que os bens eternos devem ser mais valorizados do que os materiais.
Manter a esperança de que no céu receberemos a recompensa por acumular bens espirituais aqui na terra.
Administrar corretamente os recursos que Deus colocou à nossa disposição a fim de nos tornarmos prósperos sem nenhum problema para a vida espiritual.
COMO LIDAR COM AS RIQUEZAS
Sempre surgi uma pergunta: O que eu ganho é o suficiente? Sempre há reclamações. Parece que as pessoas nunca estão contentes com seus movimentos financeiros. Alguns se revelam nesta corrida, enquanto outros agem secretamente no intuito de enriquecer cada vez mais. Como conter tamanha euforia? O ter é mais que o ser, com se não bastasse às revistas de grandes circulações no mundo, trazem em suas principais matérias o sucesso financeiro de alguns homens, donos de grandes fortunas.
É pecado obter riquezas? Não! Ser rico, não é pecado. Jesus ao falar com o mancebo de qualidade disse lhe: “Falta-te um coisa: vai, vende tudo quanto tens, e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem e segue-me” (Mc 10.17-22). O evangelista Mateus registrou que o jovem estava ansioso para entrar no céu (Mt 19.16). Formalmente ele era um bom rapaz, cumpridor de seus deveres, e da religião (Mt 19. 18-20). Faltava a renuncia dos bens terrenos, ele possuía diversas propriedades e estava preso nelas.
As coisas principais na vida do discípulo de Cristo é a abdicação, que significa amar menos, aos pais, irmãos e até a própria vida, o levar a cruz, significando a morte do eu, o planejamento e a renuncia de tudo. Quem não passar por este caminho, não pode ser discípulo de Cristo (Lc 14.25-33). O jovem ficou muito triste, queria entrar no céu, mas não quis abrir mão de sua grande riqueza. As riquezas daqui nem se compara as do céu (Lc 28-30).
Na corrida por dinheiro a pessoa pode ganhar tudo, mas perder o essencial que é a salvação. O ser humano é movido à ambição, o que por si só não é danosa, mas no reino de Deus deveríamos fazer como Jesus (Jo 5.30). O apostolo Paulo também nos deixa exemplos (At 20.24). Quando os limites da ambição são ultrapassados a pessoa é tomada de uma ganancia antropocêntrica, como o cidadão da parábola (Jo 12.15-21).
A Bíblia ensina que os crentes fiéis sempre terão o suficiente (Fp 4.19). O escritor Ron Blue, escreveu sobre quatro princípios para a administração do dinheiro. Ele baseou seus estudos em (Mt 25.14-30)
a) Deus é o dono de tudo (Mt 25.14) – não há como discordar desta verdade. Quando possuímos algo, não somos apenas dono, também cuidamos, provemos meios para manter seja propriedade moveis ou semoventes.
b) Estamos num processo de crescimento (Mt 25.21) – nossa existência aqui é um constante treinamento (Fp 4.11,12). O dinheiro de certo modo serve não apenas como ferramenta, mas também como um teste (Lc 16.11,12).
c) A quantidade não é importante (Mt 25.23) – tanto quem recebeu cinco talentos, quanto ao que recebeu dois, são chamados de servos fieis. Não importa a quantidade, mas a forma com que a pessoa lida com o que lhe é confiado.
d) Fé exige ação (Mt 25.24-30) – o servo infiel tinha conhecimento, mas não agiu. Às vezes a fé em nós é emocional e esta funciona outra vez a fé é intelectual. Mas falta-nos a fé volitiva, nós sabemos, mas... Nós sabemos exatamente o que Deus quer de nós, mas somos tão influenciados com as coisas mundanas que aceitamos a ficar paralisados. Não tomamos atitudes devido ao medo de cometer erros. (Vitória Sobre a Tentação, 1998 – pp 155-163).
O CONSELHO DE JESUS. (Mt 6.25-34; Lc 12.22-34)
Na antiguidade a maioria das pessoas, possuía apenas o essencial e quase tudo era dependente da zona rural. Portanto precisavam da chuva ou então das enchentes do Nilo, rio que ficava no Egito, então era natural essa preocupação, principalmente pelo alimento e o vestuário. Jesus os leva a pensar na insignificância da posse, entre os judeus as riquezas e gloria de Salomão eram sempre lembradas para ilustrar uma vida bem sucedida, como eles também gostavam de lançar mão de alguns elementos da natureza, Jesus então toma uma plantinha comum e uma ave imunda. Vejamos os conselhos:
1- “Não se preocupe com a vida” (Sl 127.2; Lc 10.41; Fp 4.6; 1Pe 5.7)
Existe diferença entre o cuidar e o “preocupar-se”, no entanto Jesus não está censurando e sim ensinando que a preocupação trás ansiedade e a ansiedade torna se uma preocupação angustiosa, a pergunta natural é: o que será o amanhã? Tal preocupação trás efeitos maléficos tais como:
a) Prejudica a saúde
b) Reduz a produtividade
c) Afeta de modo negativo o tratamento que damos aos outros
d) Diminui a nossa confiança em Deus.
2- “Não se preocupe com o que vai comer ou beber” (Pv 23.1,2,20; 1Co 9.27)
Um pouco mais acima Jesus contou a parábola do homem rico, ele na sua preocupação conseguiu celeiros cheios para muito tempo, porem morreu antes de comer ou beber, logo entendeu do que vale tanta correria? Como podemos evitar? Temos família, não podemos ficar em casa dormindo esperando cair do céu. Os judeus ficavam sempre preocupados se a chuva faltasse era sinônimo de fome, eles dependiam da chuva na estação certa do contrario dependeriam da exportação do Egito. Essa era a razão do desejo de estocar até mesmo sem planejamento e nessa correria eles faltavam com as ofertas, os dízimos e até a pratica de ir ao templo ou nas festas judaicas ficavam para segundo plano.
3- “Não se preocupe com o corpo”(Sl 139.14; 1Co15.49; 2Co 5.2; Fp 3.21)
A preocupação sempre é para o bem estar do corpo, tanto a comida quanto as vestes são para o corpo. Os judeus estavam dando tanto valor à comida do que a vida e as vestes que estavam valorizando mais que o corpo. A preocupação em manter o físico no futuro pode apagar o desejo de servir a Deus, a vida espiritual fica para planos posteriores e talvez nunca mais tenha tempo de consertar tal erro, o rico da parábola é um exemplo contado por Jesus.
4- “Não se preocupe com a roupa em que vai vestir” (Dt 22.5,11; Ec 9.8; 1Tm 2.9; 1Pe 3.3)
Não há na Bíblia um modelo, há conselhos para que a usasse e com modéstia, ou seja, o ser humano necessita andar bem vestido. O guarda roupa do judeu não era uma coisa sem graça, cheio de vestes feias e descoradas antes pelo contrario, muitos deles usavam cores variadas, bordadas e mesmos as simples eram muito bem feitas.
a) A túnica exterior – conhecida também como capa, como se fosse o paletó de hoje, embora fosse um pedaço de pano quadrado. Um judeu que se prezasse jamais entraria no templo sem ele. Geralmente confeccionado em linho finíssimo ou um tecido mais rústico dependendo da posse.
b) A veste interior – era a peça básica do vestuário conhecido como túnica, uma espécie de camisa longa, feita de lã ou linho, poderia ser de uma única cor ou diversas, geralmente os homens usavam túnicas tingidas de amarelo importada do Egito. Era símbolo de status de tão luxuosa que era.
c) O cinto – a função sempre foi à mesma até ao dia de hoje, embora tenha mudado o tamanho e o modelo seja diferente. Os da antiguidade eram também feitos para o uso de facas, facões e chifres eram colocados para carregar óleo perfumes etc.
d) Chapéus – o adorno da cabeça também fazia parte do vestuário, geralmente um pano branco ou de outras cores era colocado na cabeça.
e) Calçados – sandálias simples ou sapatos geralmente botas de cano médio, semelhantes aos de hoje.
5- “Considerai os corvos” (Gn 8.7; Jó 38.41; Sl147. 9)
Jesus sabia do alto valor que os judeus gastavam com comida e vestuário, mas não tinham razão para tanta ansiedade, uma vez que os corvos não tinham celeiros, no entanto não morriam de fome. Há ainda algo interessante; Deus não usa um método milagroso para tratar dos corvos eles também dependem da chuva e dos elementos da natureza assim como o homem.
6- “Considerai os lírios” (Cl 2.1,2; Os 14.5)
Certamente esta era a época em que os lírios estavam bonitos, Jesus conhecia assim como os judeus, aquelas plantinhas, tão insignificantes e que em determinada estação do ano ficavam feio descorado. Provavelmente era uma estação em que estavam verdes e floridos, quem os vestiam assim? Salomão é citado aqui como alguém que mesmo com toda aquela gloria, nada que comparasse aos lírios.
7- “Busque primeiro o Reino de Deus”
A frase usada com um verbo no imperativo “buscai”, fazer um esforço acima do normal, um esforço feito com diligencia, pois inclui justiça de Deus. O verdadeiro valor mostrado por Jesus segue a seguinte ordem – O corpo vale mais que o vestuário – A vida vale mais que a comida e acima de tudo isso esta as coisas espirituais, as coisas terrenas nem se compara a comunhão espiritual com Deus. Quem dá a Deus a direção central de sua vida, gozará do Seu cuidado (Rm 8.32)
8- “Vendei o que tendes”
Os ensinos do Mestre incluem a venda de tudo o que supérfluo, disse ele ao mancebo de qualidade, vende tudo o que possuis e reparta com os pobres. O moço saiu sem gostar porque estava agarrado numa fortuna que se por herança ou trabalho desesperado ele havia juntado esperando que no futuro ele pudesse ter uma vida saudável e respeitada devido aos bens que ele juntou. Tal atitude é reprovável, caso o dono, queira entrar no reino do céu. Não há lugar.
9- “Não vos inquieteis pelo dia de amanhã”
A maior preocupação do ser humano é os amanhã, esses videntes mesmo mentindo consegue um lugar no pódio da mídia. Há muitos crentes procurando textos na Bíblia que dão a eles sustentação para garantir o futuro com bens, sempre o ter e quase sempre se esquece do ser.
CONCLUSÃO:
“Onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração”
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
WILKINSON, Bruce H. – Vitória Sobre a Tentação – Editora Mundo Cristão, 1998 – SP
Colaboração para O Portal Escola Dominical – Pr Jair Rodrigues