Hoje, a TV Globo divulgou os nomes do mais irritante programa de TV do País, o Big Brother Brasil 12. É claro que isso não interessa pra ninguém que tenha um mínimo de gosto cultural e um senso crítico útil, seja crente ou não crente.
Só que a Globo está resolvendo mudar a estratégia. Como já foi falado neste blog, a intenção da emissora é quebrar o estereótipo demonizado que a TV ganhou por parte dos cristãos nos últimos anos, criando opções de programação para os evangélicos e, ao mesmo tempo, flexibilizando qualquer tipo de aversão à emissora.
A mais recente proposta global foi no Festival Promessas, um assunto exaustivamente debatido nos últimos dias. Mas o evento dos astros gospel durou apenas um dia, e a sua (má) repercussão tomou pouco espaço de tempo, apesar de ter sido bem feroz.
Dessa vez, a Globo foi além. A emissora não se conteve com algumas horas nas graças dos evangélicos. Ela quer que os cristãos a aceitem definitivamente, durante um bom tempo. E a nova armadilha está justamente no centro das críticas de muitos crentes espalhados pelo nosso Brasil: a participação de chamada baiana Jakeline, de 22 anos, estudante de zootecnia e evangélica. Isso mesmo, o BBB, pela primeira vez, terá uma evangélica entre os participantes.
Ela é justamente o típico exemplo de menina certinha: estuda fora da cidade onde mora durante a semana, já tentou ganhar a vida em São Paulo, tem uma família estruturada e é bastante divertida. Ela vai cair nas graças de qualquer crente que esteja sem tempo pra Jesus e venha a assistir ao BBB.
O pai dela já disse que suas convicções religiosas não vão atrapalhar o relacionamento com nenhum dos participantes. “Cada um vive do jeito que quer, e ela com certeza vai respeitar isso”, afirma. Já uma amiga contou ainda que “ela é bem ligada a Deus. É evangélica e frequenta os cultos na Igreja”.
Vejam como a Globo é esperta. Ela sabe que os crentes sempre foram instruídos a rejeitá-la. O intuito agora é conquistar o maior número de fiéis não à sua programação total (que óbvio, tem seu lado bom, principalmente o jornalístico), mas sim às coisas profanas que ela divulga. Sabendo disso, ela quer transformar qualquer um que vá de encontro às suas novas estratégias em “conspiradores”, “conservadores” e “fundamentalistas”. E esses defensores do chamado ‘Filipenses 1.15-18 a qualquer custo’ pensam que Jesus dá aval a esse tipo de armadilha.
Tempos atrás, quando o Big Brother ainda estava engatinhando, eu pensava que seria uma boa ideia se um evangélico participasse do reality show para divulgar o Evangelho, já que todo tipo de gente das mais diversas extirpes estavam ali. Mas o que se tem visto no programa é algo que vai ao encontro de tudo que o Evangelho prega. E mais: jamais a Globo colocaria um crente para pregar (não só gritar “aceitem a Jesus”, mas dar bom testemunho de crente) dentro de um Big Brother. Até porque, assim como foi no Festival Promessas, a emissora não aceitaria alguém condenando dentro, do seu próprio terreiro, justamente aquilo que ela mais divulga na sua programação: o pecado.
É uma pena que veremos milhares de evangélicos outrora avessos ao BBB grudados em frente às suas TVs, “torcendo pela irmã”, como se Deus fosse aplaudir a vitória da participante evangélica. Já dá pra imaginar os irmãos fazendo campanha de oração, pedindo a Deus para abençoar Sua serva e dar vitória. Não duvido que haja alguém pra fazer isso.
Que ninguém caia nessa estratégia da Globo. Ela está, paulatinamente, minando todas as resistências dos crentes contra o que há de pior na sua programação. Não importa se há homossexualismo, devassidão, iniquidade, prostituição, impureza e toda mistura de pecado. Mesmo sendo um programa sem nenhum valor e sem a menor referência para a família, o BBB terá uma evangélica, e muitos crentes frios, crus e desligados de Deus festejarão por isso.
Não estou aqui dizendo que crente não deve ver TV, assistir aos bons jornais e suas matérias de alta qualidade que a Globo produz. Afinal, ela é a quarta maior emissora do mundo. Só que a crítica aqui está no apego que muitas pessoas estão tendo com aquilo que a emissora divulga e que a Palavra de Deus condena.
A “boa” notícia disso tudo no Big Brother é que se a Jakeline atender às expectativas e tiver um comportamento razoável, sua trajetória no programa não durará muito tempo. Afinal, quem é bonzinho não dura muito na casa. Mas quem garante que ela não vai se moldar (Rm 12.2) ao estilo do BBB e terá o novo de “crente moderna”? Aí vai ser o fim: muitos crentes comemorando a vitória da evangélica e dizendo “o nome do Senhor foi glorificado”.
Não entrem debaixo do mesmo jugo daqueles que não amam ao Senhor, pois que tem o povo de Deus em comum com o povo do pecado? Como pode a luz conviver com as trevas? E que harmonia pode haver entre Cristo e o diabo? Como pode um cristão ser companheiro de alguém que não crê? (2 Co 6.14,15).
A-BD