Privilégios e responsabilidades de uma geração de filhos de Deus na Sua obra


Privilégios e responsabilidades de uma geração de filhos de Deus na Sua obra
Então, chamou a Salomão, seu filho, e lhe ordenou que edificasse casa ao SENHOR, Deus de Israel. Disse Davi a Salomão: Filho meu, tive intenção de edificar uma casa ao nome do SENHOR, meu Deus. Porém a mim me veio a palavra do SENHOR, dizendo: Tu derramaste sangue em abundância e fizeste grandes guerras; não edificarás casa ao meu nome, porquanto muito sangue tens derramado na terra, na minha presença. Eis que te nascerá um filho, que será homem sereno, porque lhe darei descanso de todos os seus inimigos em redor; portanto, Salomão será o seu nome; paz e tranqüilidade darei a Israel nos seus dias. Este edificará casa ao meu nome; ele me será por filho, e eu lhe serei por pai; estabelecerei para sempre o trono do seu reino sobre Israel. Agora, pois, meu filho, o SENHOR seja contigo, a fim de que prosperes e edifiques a Casa do SENHOR, teu Deus, como ele disse a teu respeito. Que o SENHOR te conceda prudência e entendimento, para que, quando regeres sobre Israel, guardes a lei do SENHOR, teu Deus. Então, prosperarás, se cuidares em cumprir os estatutos e os juízos que o SENHOR ordenou a Moisés acerca de Israel; sê forte e corajoso, não temas, não te desalentes.” (1 Cr 22.6-13, ARA)

A obra do Senhor é realizada através das gerações. Nenhuma geração de filhos de Deus deteve a exclusividade de realizar tal obra.
O rei Davi é um claro exemplo de alguém que realizou em seu tempo um trabalho extraordinário para o Senhor. Aquele era o seu momento. No poder do Espírito e com a graça de Deus fez proezas, realizou grandes conquistas. Davi, em seu espírito voluntário e zeloso intentou edificar uma casa ao nome do Senhor seu Deus, mas a execução de tal projeto ficaria para a geração mais nova. Seria Salomão, seu filho, que desfrutaria de tão grande privilégio.
Ao revelar tal propósito divino a Salomão, Davi nos oferece alguns princípios imutáveis para aqueles que desejam alcançar o sucesso para a glória de Deus na realização de grandes empreendimentos.
Agora, pois, meu filho, o SENHOR seja contigo...”
Em primeiro lugar, é necessário que a presença do Senhor seja com todo aquele que para ele faz, realiza, trabalhar, serve. A presença do Senhor nos garante provisão, proteção e direção. A presença do Senhor é garantia de sua cooperação, pois sem ele nada podemos fazer. Deus deseja coopera conosco, e nesta cooperação é interessante entender qual é parte que cabe a Deus, e o que nos cabe realizar. Se quisermos fazer o que compete a Deus enfrentaremos dificuldades. Se não fizermos a nossa parte, provocaremos a precariedade.
“... a fim de que prosperes e edifiques a Casa do Senhor, te Deus...
Em segundo lugar, é preciso saber que a prosperidade na edificação da obra de Deus não é uma questão de mera barganha com ele. Um planta, outro rega, mas o crescimento é Deus quem dá. A presença do Senhor nos outorga a sua maravilhosa graça, e a graça nos basta em meio às adversidades e obstáculos comuns na realização da obra de Deus. A presença do Senhor é garantia de poder, de intervenção sobrenatural, da manifestação da sua glória. A presença do Senhor é indispensável, é vital, é inegociável.
“... como ele disse a teu respeito.”
Em terceiro lugar, é fundamental que aquele que realiza algo para o Senhor tenha convicção de sua vocação e comissão para a tarefa. Nosso ministério não pode se fundamentar apenas em percepções e observações humanas. Não basta que as pessoas observem em nós algumas qualidades e competências para o serviço. É a convicção de que foi o Senhor quem nos chamou que nos fortalecerá, nos motivará, nos susterá em toda a nossa jornada e trabalho. O Senhor tem interesse e sempre comunicará, sem deixar dúvida alguma, que foi ele quem nos chamou. Ele possui inúmeras maneiras de fazer isto.
Que o SENHOR te conceda prudência e entendimento...”
Em quarto lugar, algumas concessões divinas de ordem prática são essenciais. O texto bíblico destaca aqui a prudência, do hebraico sekhel, que significa inteligência, bom senso, discernimento, sabedoria. Não se trata apenas de dotes naturais, mas de presentes, dádiva do Senhor. Entendimento, do hebraico binah, é a segunda qualidade aqui citada, que praticamente é sinônimo de prudência. Em tudo que fazemos, e em todo o tempo que fazemos a prudência o entendimento deverá nos nortear. Não basta iniciar a edificação da obra da Deus com tais qualidades, é preciso que elas estejam presentes em nossa até o final de nossa missão. Não são poucos os que no meio ou ao final de seus ministérios negligenciaram a prudência e o entendimento, e por isso caíram. Alguns, infelizmente, nunca mais se levantaram.
“... para que, quando regeres sobre Israel...”
Em quinto lugar, é preciso que o propósito específico de Deus seja discernido. Salomão fora vocacionado e designado para reger sobre Israel. O termo em hebraico para reger é tsawah, que significa ordenar, governar, comandar. No Reino de Deus são muitas as tarefas e ocupações. Uns são chamados para presidir e governar, outros para pregar, outros para ensinar, etc. Há uma diversidade muito grande de dons e talentos concedidos pelo Espírito. Precisamos descobrir qual a obra que o Senhor deseja que realizemos, e onde a realizaremos. Fazer a obra certa, no lugar certo é necessário para prosperarmos em nossas realizações.
“... guardes a lei do SENHOR, teu Deus”.
Em sexto lugar, para sermos bem sucedidos na realização da obra de Deus, precisamos guardar os seus mandamentos. Guardar, do hebraico shamar, envolve proteger, cuidar, considerar, observar, praticar. Nenhum outro fato ou realidade expressa o verdadeiro sucesso, aponta para a legítima prosperidade. Grandeza, volume, tamanho, quantidade, resultado positivo, nenhum destes fatores, por si só, é sinal da bênção de Deus. Somente os que guardam os mandamentos, os que observam a Palavra, os que não relativizam os princípios eternos, apenas estes são de fato prósperos.
“... sê forte e corajoso, não temas, não te desalentes.”
Em sétimo lugar, é preciso força, coragem e ânimo para sermos bem sucedidos na realização da obra de Deus. Ao iniciarmos algo para Deus, logo aparecerão os adversários da obra, os invejosos, os caluniadores, os opositores, sempre desejosos de nos entristecer, de nos fazer parar, de nos ver fracassar. É preciso força e coragem não apenas para fazer a obra, mas para fazê-la sem abrir mão da santidade. Nada de jeitinhos, nada de atalhos, nada de desonestidades, apenas a fidelidade à Palavra. Acontece que isso implica em sofrimento. Guardar a palavra suscita em muitos o desagrado. Guardar a Palavra nos leva a remar contra a maré. Guardar a Palavra confronta o sistema falido. Guardar a Palavra contraria interesses pessoais. Guardar a Palavra quebra esquemas. Guardar a Palavra produz rupturas.
Que a presente geração de filhos de Deus possa entender a grandeza do privilégio, e o peso da responsabilidade de poder cooperar na realização da sua obra.
Que a presente geração de filhos de Deus possa servi-lo de uma maneira que em tudo o agrade e o glorifique.