JUVENIS – CPAD
2º Trimestre de 2012
Tema: O sentido da vocação cristã
Comentaristas: Esdras Bento, Miriam Reiche, Telma Bueno e Vera Garcez.
LIÇÃO 10 - CHAMADO PARA TESTEMUNHAR DE CRISTO
ENFOQUE BIBLICO
“Bem aventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos! Pois comerás do trabalho de tuas mãos, feliz serás, e te irá bem.” (Sl 128.1,2)
OBJETIVOS:
Explicar o significado do vocábulo testemunha.
Apresentar o significado das expressões “sal da terra” e “luz do mundo”.
Discutir com os alunos a importância de ser uma testemunha fiel a Cristo.
INTRODUÇÃO
Ser testemunha de Cristo é ser sal da terra, um verdadeiro representante de Cristo neste globo terrestre. A ordem é que testemunhamos até os confins da terra, viver em meio a uma sociedade corrompida como preservador da moral e da ética é ser luz numa sociedade corrompida sem participar da mesma.
EXPLICANDO O VOCABULO “TESTEMUNHA”
“Testemunha é alguém que tem conhecimento de algo e demonstra-o; alguém que testifica em uma causa.” (Luiza J. Walker). Deus disse a uma nação toda no AT, “Vós sois as minhas testemunhas”. Enquanto que no NT, a ordem é para o individuo (At 1.8). Mas afinal o que é ser testemunha de Cristo? Em primeiro lugar, é preciso conhecê-lo pessoalmente, em segundo lugar temos que com a nossa vida demonstrar que o que falamos dele é real e em terceiro lugar devemos dizer tudo o que sabemos a respeito de Jesus. Bem para falar de Jesus é necessário que o conheçamos e saibamos que ele é real e o tenhamos como Senhor de nossas vidas.
Quando Jesus deu a ordem aos discípulos para que fossem testemunhas eles estavam preocupados em querer saber sobre os tempos e a restauração de Israel. No entanto foram designados a testemunharem, serem “marturos”, discípulos esses que não foram capazes de comparecerem no tribunal aonde Cristo fora condenado, nenhum teve a ousadia de defender o Mestre tão querido por eles. Agora em momentos diferente eles estão recebendo poder para defender a causa de Cristo, que fora crucificado e que ao terceiro dia ressuscitou. Eles viram Jesus com seus próprios olhos, presenciaram os milagres por ele realizados, caso fossem chamados para testemunharem sabiam do que estavam falando.
No grego a palavra testemunhar tem varias explicação como mostra dicionário VINE:
Autoptes – ver com os próprios olhos (Lc 1.2)
Epoptes – no sentido de supervisor – supervisionar (2Pe 1.16)
Marturion – testemunho, testemunha (At 4.33; 7.44)
Marturia – testemunha, evidência, testemunho, depoimento (Jo 3.32,33)
Martureõ – vb, testificar (Jo 2.25)
Epimartureõ – prestar testemunho de (1Pe 5.12)
Há ainda outras explicações no mesmo dicionário, nas paginas 1020 e 1021.
O SIGNIFICADO DA EXPRESSÃO “SAL DA TERRA”
Jesus disse: “vós sois o sal da terra” (Mt 5.13), uma linguagem figurada, que mostra a responsabilidade que o cristão tem diante deste mundo tão degenerado. A expressão é usada para que entendêssemos a nossa missão que em primeiro lugar é de preservar ou conservar, pois essa era a utilidade do sal nos dias de Jesus e durante muitos anos não existia os meios de conservação como os refrigeradores por exemplo. Ainda hoje a função do sal é não permitir que haja deterioração do produto. A igreja como sal é preservadora da moral da ética e enquanto ela aqui estiver o mundo ainda se manterá, mas logo a após a saída da igreja com certeza a podridão tomara conta de modo geral.
Em segundo lugar o sal produz sede, na verdade uma de nossa missão como sal da terra é produzir sede na multidão. O povo precisa da Palavra de Deus, mas um de seus símbolos é a água, quem não tem sal também não tem sede. O sal não aparece, age de modo invisível, não pode ser alem do necessário ele é visto antes do agir, mas quando esta em ação ele não é visto, quando na medida certa passa por despercebido apenas dando o sabor ao alimento, quando acima ou abaixo da medida todos reclamam.
O sal tem poder de fazer flutuar, experimente pegar um copo com água, coloque nele um ovo e põe sal, na medida em que o sal vai tomando proporção ele faz com que o ovo transborde. A ação do crente como sal da terra, faz com que o pecador saia do mundo de pecado e alcance a misericórdia de Deus. O sal como matéria viva, serve para preservar o que está morto, a carne com vida não precisa de sal. No antigo testamento todas as ofertas do sacrifício necessitavam de sal (Lv 2.13). No NT, o crente é considerado “sacrifício vivo”, logo precisa ser o sal (Rm 12.1; Cl 4.6). Jesus disse que o sal pode se tornar “insípido”, nesse caso perde a ação, uma das razões da falta do sabor ideal era a falta de ventania na época da formação. Bem um crente sem o vento do Espírito é uma vida sem poder (At 2.2; Ct 4.16), a falta de luz era outro problema para a formação de um bom sal. A água quando em tratamento o efeito químico da luz a fará transformar em um bom sal, isto prova que um crente sem a luz celestial jamais será bom sal.
O lugar da formação do sal é necessário calor adequado, para que não arruíne a formação do sal, uma igreja fria jamais terá bom sal. Quando o sal não tem valor adequado ele perde o seu sabor, em segundo lugar perde o seu valor e em terceiro lugar perde seu espaço (Mt 5.13). O crente como já vimos é o sal da terra, ou seja, é o preservador do globo terráqueo, é o instrumento de Deus na terra com objetivo de alcançar os homens com o Evangelho da Redenção. Portanto o sal precisa de uma formação adequada, não pode ser insípido.
O SIGNIFICADO DA EXPRESSÃO “LUZ DO MUNDO”
Certa vez solicitaram a Albert Einstein que dissesse qual a definição de “luz”. Ele então respondeu: “luz é à sombra de Deus...”. Em sentido figurado podemos dizer que “luz” significa esclarecer ou fazer algo compreensível. Luz é definida como uma gama de comprimentos de onda a que o olho humano é sensível. Composta de três elementos um visível e dois invisíveis e com uma velocidade de 299.792.458 m/s.
“Vós sois a luz do mundo” (Mt 5.14), a expressão terra está ligado literalmente ao globo terráqueo, o mundo físico, nesse caso ser o sal. Agora Jesus usa o vocábulo “luz” para brilhar no “mundo” referindo-se ao mundo social; à raça humana em geral. É grande a responsabilidade do crente, vivendo ele nos moldes deste mundo jamais será luz. A luz não é preconceituosa ela brilha sobre todos, sobre o criminoso assim como sobre o inocente. A missão do crente em ser luz para o mundo é proclamar o Evangelho a todos sem acepção de pessoas, sem preconceitos, independentemente de cultura, tribos, idade, sexo, cor, religião, profissão ou posição.
A luz não pode ser apenas um pavio seco que queima com rapidez, não faz muitos anos que a luz elétrica tem beneficiado a maioria das famílias brasileiras, muitos nem tem conhecimentos das famosas lamparinas que tinha que ser constantemente abastecida com azeite ou o querosene. Nos dias de Jesus não havia luz elétrica eram as lâmpadas abastecidas com azeite que traziam luz durante a noite. É interessante que as lamparinas ou lâmpadas variavam em seus modelos, mas o azeite era o mesmo. O cristão é comparado à luz do mundo, logo, Jesus está falando da responsabilidade que temos em brilhar, clarear o caminho dessa sociedade que vive em densas trevas. Não temos luz própria, mas o crente cheio do Espírito Santo é apenas um pavio encharcado com o óleo do Espírito que é aceso para transmitir o brilho de Cristo.
O dever de arder, brilhar, ter poder, luz da parte de Deus (Jo 5.35), não se pode imaginar um crente apagado, sem força para testemunhar de Cristo. Uma das características da luz é não se misturar, ela pode estar iluminando uma poça de lama ou um monte de lixo, mas a luz é incontaminavel, que responsabilidade tem o crente ser a luz do mundo sem se contaminar com suas obras infrutuosas (Lc 11.33-36). A luz é progressiva, primeiro veio à luz da lenha, depois foi desenvolvida a luz do óleo, mais tarde a luz de gás e com o avanço da ciência veio à luz incandescente, a elétrica a seguir a fluorescente que superou a todas. E à medida que a ciência se multiplica a luz continua a progredir, assim deve o crente também progredir diante de Deus, ter mais comunhão com o Criador e ser mais eficiente no papel de iluminar o caminho para a sociedade (Pv 4.18).
A intensidade da luz evita que as pestes que andam na escuridão atinjam o mundo (Sl 91.6), as doenças provenientes de umidades também desaparece, uma vez que a luz drena a umidade e enxuga os lugares alagados. O crente é benção de Deus para o mundo, embora alguns contribuam piorar as coisas aqui, falhando no papel de luz. Ninguém conseguira jamais pegar a luz, o sal ele pode pegar, mas a luz é misteriosa apenas é vista. Composta de três raios o visível chamado lumífero, os outros dois são invisíveis. A luz é mansa e é delicada, não danifica ao mesmo tempo em que brilha sobre algo solido e forte, brilha também sobre o delicado sem que haja prejuízo. Mostrando assim a sabedoria que o crente deve ter como pregador do Evangelho de Cristo. A luz ainda tem o papel de alertar ela esta nas bóias, nos faróis, nos sinais de trânsitos, qualquer negligencia aos seus apelos pode haver graves acidentes.
A IMPORTANCIA DE SER UMA TESTEMUNHA FIEL DE CRISTO
Todo crente está incluído nesse plano, ser testemunha de Cristo trata-se do elemento fundamental na evangelização. O poder não é dado a uma pessoa especifica na igreja é distribuído a todos, nem mesmo a fúria dos imperadores romanos foi capaz de calar aqueles discípulos que antes medrosos e cheio de falhas, mas que depois do enchimento de poder se tornaram imponentes e destemidos a ponto de desafiarem até a morte. As prisões, os açoites e os escárnios os levavam a oração para que fossem mais ousados (At 5.18-20). Eles eram testemunhas oculares do que Jesus havia feito no meio deles.
É importante notar que baseado nesse plano de Deus, no máximo uns setenta anos depois da fundação da igreja quase todos haviam morrido, no entanto a igreja agora tem como testemunha os que não andaram com Jesus e não podiam dizer as mesmas coisas com relação a isso. Bem eles não eram testemunhas oculares da vida, morte, ressurreição e ascensão de Jesus como os demais. Mas todo o verdadeiro cristão possui conhecimento pessoal de Cristo e pela fé em sua Palavra crê que ele nasceu de uma virgem se tornando homem, morreu na cruz do calvário, ao terceiro dia ressuscitou e subiu para estar com o Pai depois de tudo consumado.
Somos convidados a sermos testemunhas, “sereis minhas testemunhas”, a pessoa é arrolada no processo com testemunha por uma razão; conhecimento dos fatos, ter visto ou conhecer a pessoa em julgamento. Todos fugiram no julgamento de Jesus diante dos tribunais, agora ele encheu-nos de poder e nos arrolou no processo com testemunhas, não podemos falhar. A história conta de alguns mártires (testemunhas), tal qual Perpetua, que é levada ao interrogatório e seu pai se faz presente desgostoso e com maior desejo de salvar a filha pediu que tivesse dó de seus cabelos brancos, e pensasse na honra de seu nome; que se lembrasse que ele havia sido um bom pai e que a amava acima dos demais filhos e que não podia viver sem ela. Em seguida beijou os seus pés as mãos, e chorou amargamente, propôs até lhe chamar de senhora ao invés de filha. A coragem de Perpetua era inabalável e disse: “fique sabendo meu pai, que nós não podemos dispor de nós mesmos, mas que esse poder pertence a Deus”. Seu velho pai a visitou outras vezes, mas em vão, Perpetua foi enrolada em redes e lançada a uma vaca brava, os ferimentos não a mataram, teve o coração traspassado pela lança do algoz (Historia do Cristianismo. Pg 32,33)
Outro mártir ao ser interrogado instaram para que abandonassem a Cristo, ele então disse durante anos Cristo tem sido fiel a mim, porque o abandonaria agora? Resumindo não há como ficar quieto diante de tantos benefícios que Cristo nos tem feito. Há um galardão especial para aquele que for testemunha fiel (Lc 9.26).
CONCLUSÃO
Testemunhar de Cristo não é apenas falar dele ou sobre ele é viver o que ele nos ensinou. Os discípulos não eram os melhores, mas assim que receberam o poder, sentiram a necessidade de representar a Cristo em todos os momentos, não fugiam diante dos embates, lição importante para todos nós. Não há como ser testemunha sem que haja em nós o poder transformador de Cristo, portanto a mesma recomendação é valida (At 1.8).
BIBLIOGRAFIA
WALKER . Luisa J. – Evangelização Dinamica – Ed. Vida – agosto 1991
ANGLIN. W E Knight A. – Historia do Cristianismo – CPAD – 1986 - 3ª Edição
SILVA. Antonio Gilberto – Lições Biblicas - 1996 – CPAD – 4ª trimestre
Colaboração para Portal Escola Dominical - Pr Jair Rodrigues