Expuseram as suas preocupações em uma carta conjunta emitida antes do 1º aniversário do Sul do Sudão independente, em 9 de julho do ano passado
Dirigentes da Igreja sudanesa têm lamentado a ruptura nas relações entre o Sudão e o Sul do Sudão.
Eles expuseram as suas preocupações em uma carta conjunta emitida antes do primeiro aniversário do Sul do Sudão desde a sua independência em 9 de julho do ano passado.
A relação é complicada entre Norte e Sul, apesar do que eles chamam de um cessar-fogo e retirada das forças da região de fronteira. "As relações entre os governos do Sudão e do sul do Sudão se deterioraram a níveis inaceitáveis", disseram eles.
"Rejeitamos a guerra como uma opção para resolver disputas e convocamos todos os partidos para implementar um significativo cessar-fogo e retirada das forças da região de fronteira."
Os dirigentes cristãos exortam os governos do Sudão e do sul do Sudão para resolver a disputa sobre a região rica em petróleo de Abyei pela realização de um referendo, tal como estipulado no Acordo de Paz Abrangente de 2005.
"O petróleo é um recurso dado por Deus que deve beneficiar ambos os lados", dizem eles.
"Fazemos um apelo para um acordo baseado em normas internacionais para transbordo de petróleo, e para o reconhecimento do dano causado ao povo de ambas as nações com o impasse atual. Os preços estão subindo e há escassez de produtos essenciais, incluindo combustível, tornando a vida mais difícil para os cidadãos comuns. Isso deve ser tratada como uma questão de urgência."
Os líderes da Igreja chamam a atenção para as guerras civis em Darfur, região dos Montes Nuba, e as regiões Blue Nile, e alertam que não há "nenhuma solução militar", e convidam as facções para "entrar em negociações significativas".
Segundo a ONU, cerca de 1.000 pessoas foram assassinadas em brutais confrontos inter-étnicos no estado de Jonglei.
Os líderes afirmam que as igrejas têm um papel central na construção da paz entre as comunidades afetadas, mas exigem acesso da ajuda humanitária imediata para o conflito nas áreas devastadas.
Eles concluem com um apelo para o Sudão e para o Sul do Sudão para trabalharem por um futuro pacífico para ambos os países.
"Nós sonhamos com duas nações em paz uns com os outros, cooperando para fazer o melhor uso de seus recursos dados por Deus, promovendo a interação livre entre os seus cidadãos, vivendo lado a lado em solidariedade e respeito mútuo, celebrando sua história compartilhada e perdoando quaisquer erros que possam ter feito um para o outro", dizem eles.
"Sonhamos com as pessoas já não traumatizadas, das crianças que podem ir à escola, de mães que podem frequentar clínicas, de um fim à pobreza e à desnutrição, e de cristãos e muçulmanos que podem ir à igreja ou à mesquita livremente, sem medo. Apelamos aos governos dos dois países para trabalharem no sentido de tornar esse sonho uma realidade".
Fonte: Christian Today/Redação CPADNews