Meta da Assembleia de Deus é eleger mais de 5.500 vereadores



A AD planeja eleger pelo menos
um vereador em cada cidade
No embalo do crescimento do número de evangélicos do país, a Assembleia de Deus cada vez mais se mete em política, inclusive com metas eleitorais. Nas eleições de outubro deste ano pretende eleger 5.565 candidatos (de diferentes partidos) a vereador ou um candidato para cada cidade. Dos 42 milhões evangélicos brasileiros, 12 milhões são da Assembleia de Deus.

A AD está para religião evangélica assim como o PMDB está para a política. Ambos congregam várias “tendências”, por assim dizer, sob um comando nacional. No caso da denominação religiosa são dois comandos: CGIADB (Convenção Geral das Igrejas Assembleia de Deus no Brasil) e Ministério de Madureira. Juntos possuem mais de 100 mil pastores no país. Ou cabos eleitorais.

“Temos igrejas em 95% das cidades”, disse Lélis Marinhos, presidente do conselho político nacional da CGIADB. “Isso favorece a divulgação dos candidatos."

Pesquisa feita pelo Datafolha com integrantes da Marcha para Jesus deste ano de São Paulo revelou que para 65% deles a pregação dos pastores terá influência em seu voto. Do total, 31% já tinham decidido que vão votar em quem a igreja mandar, independentemente de quem sejam os candidatos.

O pastor Abner Ferreira, da CGIADB, reconheceu que a denominação mudou. "Antes, ouvir rádio ou ver TV era pecado, mas hoje entendemos que são veículos extraordinários para pregar o evangelho", afirmou à Folha de S. Paulo.

Também antes a presença da AD e de outras denominações evangélicas na política não era tão visível como é hoje. A Frente Parlamentar Evangélica tem 76 deputados e, destes, 24 são da AD.

Para Frente, conforme tem ficado demonstrado em questões envolvendo os direitos dos homossexuais, por exemplo, a lei mais importante é a divina, a da Bíblia, não a da Constituição.

Talvez a AD não consiga cumprir a sua meta nas eleições deste ano. Mas não resta dúvida de que ela tem um projeto político para médio e longo prazo, assim como outras "legendas" evangélicas, como a Igreja Universal. O que é motivo mais do que suficiente para que a sociedade leve a sério a discussão sobre a importância da laicidade do Estado.


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