TEXTO BÍBLICO Mt 5.1-12
ENFOQUE BIBLICO
“Mas buscai primeiro o Reino de Deus; e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas.” (Mt 6.33)
OBJETIVOS
Conceituar indústria cultural e mídia.
Demonstrar como o homem pode se tornar um escravo do consumo.
Enfatizar que o importante para Deus é o que somos e não o que temos.
INTRODUÇÃO
A Mídia procura fazer do adolescente pequena maquina de comprar, por isso os incentiva a ter, adquirir, mesmo que não tenha condições financeiras para tal. Para a mídia você vale o que tem, avaliam as pessoas pelos valores dos objetos por ele adquiridos.
No Reino de Deus, o adolescente é convidado para serem grandes adoradores, pois o valor esta naquilo que ele é, mesmo que não tenha os produtos oferecidos pela mídia moderna. Não deixe passar esta grande chance de ser adorador, a não ser que você queira ser considerado (a), uma maquininha de consumo, das mais variadas marcas existente. A escolha é sua (Ec 11.8,9).
INDÚSTRIA CULTURAL E MÍDIA
As escolas do pensamento critico, durante o século XX, iniciaram um processo de interrogação a respeito das conseqüências que os novos meios de comunicação poderia provocar na sociedade. Os estudiosos do assunto desconfiavam que com o surgimento do cinema, radio e televisão a democracia seria enfraquecida e até mesmo o pensar humano. Os filósofos alemães exilados nos EUA, durante a segunda guerra mundial, acreditavam que a transformação cultural norte americana trouxessem malefícios para a sociedade.
Na década de 60, em Birmigham funda o “Cultural Studies”, um instituto de pesquisa social, afiliado à Universidade de Frank Furt, com inspirações marxistas e com objetivos de criticar a política dos dois partidos alemães. Os investimentos dos empresários judeus ajudaram a manter o Instituto que sobreviveu em todo o tempo de Hitler. Theodor Adorno, musiólogo e filosofo, elabora uma pesquisa sobre os efeitos culturais dos programas de radio, sua critica objetivava o estatuto da musica, que integrou a arte musical ao sistema industrial.
Juntamente com Max Horkheimer (1895 -1973 – Filosofo e sociólogo alemão, filho de um industrial judeu), fundaram nos anos 40, o conceito de Indústria Cultural contemporânea. Eles cunharam o termo ao analisar a produção e a função da cultura no capitalismo o termo foi usado para definir a conversão da cultura em mercadoria. O conceito criado por eles não incluía naquele momento carros, TVs, rádios, etc.., para eles esses eram os objetos tecnológicos, por parte da classe dominante. Sendo assim a produção cultural e intelectual passaria a ser guiada pela possibilidade de consumo mercadológico.
Concluíram que a produção cultural, em seus estudos que a indústria cultural é vista como formadoras de mercadorias. Produtos culturais como filmes, programa de rádio e revistas seriam compradas em seus processos de produção ao ritmo de produção no planejamento e concepção de um automóvel em serie. Sintetizando a indústria cultural forneceria bens padronizados simplesmente para satisfazer diversos níveis de demanda por cultura e entretenimento.
Hoje é muito comum a expressão “fulano está na mídia”, mas o que é mídia? O que significa este dizer? Quando vão conceituar o termo ele é visto por dois ângulos: primeiro, mídia, significa veiculação de informações e por segundo mídia é visto como ideologia, ou seja, a que está a serviço do poder.
A mídia de informações procura por instrumentos intelectuais despertar a capacidade de questionar e refletir sobre a veracidade do que se ouve, do que fala e do que se vê. Neste caso acreditam que todas as informações podem ser contestadas, formam opiniões. Já as mídias ideológicas procuram mostrar a causa e trazem juntos os efeitos por meios de sofismas, fazem comparações inadequadas, procuram distanciar o olho critico de si, passando as idéias já prontas. Mostrando estar acima de qualquer suspeitas, impressionando seus expectadores, como se a solução fosse exatamente aquela.
Os estudos não conseguem ainda conceituar mídia, ela ainda não alcançou status de categoria (Luziane Guazina – Dissertação de Mestrado Sobre Mídia na UFRGS). A palavra mídia tem sua origem no latim e significa “meio”, hoje utilizada para a impressa de modo geral.
(As idéias dos Assuntos acima estão disponíveis: WWW.infoescola.com/sociedade/poder-da-industriacultural. eWWW.reporterbrasil.com.br )
COMPRANDO EM DEMASIA
As mídias têm fortes influencias e de certa forma ela é dominada pelo mundo capitalista, que sempre sonhou com uma população consumista. Seu alcance tem certa facilidade, pois seu papel fundamental é a propaganda e o marketing. O objetivo é impor contravalores e fazer disso uma falsa oportunidade para a busca da felicidade. Para que o jovem seja valorizado ele precisa estar na moda, mas isto não basta, precisa ser a ultima moda, aquilo que esta sendo badalado no momento. É a propaganda da academia para deixar o corpo sarado, o silicone para que a jovem fique mais pujante. O corpo deformado com tatuagens. E o tênis novo?
O consumismo é a senha do reconhecimento para se manter no meio é celular mais recente, com dois chips, TV, filmadora, câmara potente etc.. A influência da mídia não os deixa raciocinar e terem uma vida digna, pois se os deixassem de manipulá-los o mercado não teria onde vender seus produtos. O objetivo da mídia consumista é exatamente explorar as aberturas do imediatismo jovem que na sua porosidade, no seu hedonismo torna-se um alvo perfeito para o consumismo. Com isso é impregnado nele uma falsa identidade, que atinge seu desejo e inconscientemente se torna um escravo do consumo.
De certa forma a mídia manipula a liberdade de escolha uma vez que não se tem tempo para pensar. Pois consumismo significa; consumir sem ter consciência, as propagandas e publicidades exercem sobre as pessoas certa influencia que os induzem ao consumo desnecessário. Um consumista em demasia pode chegar a uma patologia comportamental, comprar compulsivamente coisas que não tem utilidades alguma, apenas para satisfazer à vontade humana.
As causas do consumismo:
a) Deslumbramento - o ato da compra trás um sentimento de satisfação pessoal. Principalmente quando o objeto adquirido é supérfluo. O futuro será de arrependimento, pois a compra era desnecessária e às vezes não tem com que pagar.
b) Vaidade extrema – acredita ser o melhor representante do momento, comprou à melhor marca, tenta convencer os amigos para que adquira a mesma marca.
c) Promessa de felicidade – age sob os apelos capitalistas que representam seus produtos como passaporte para a felicidade. A comunicação transcende a utilidade do objeto. Não se compra o produto e sim a “felicidade”, o “prazer”, o consumidor não tem senso critico, não há filtro.
e) Necessidade de aprovação – alguns psicólogos afirmam que o consumo de forma compulsiva é um estado de sofrimento psicológico que precisa de atenção profissional. “A pessoa vive como se estivesse num abismo de carências, que, no seu dia a dia procura preencher com bolsas, carros, jóias, relógios, celulares etc., e nunca se satisfazem porque na verdade não é isto que está faltando” (Psicólogo Artur Scarpo).
Scarpo prossegue dizendo que: “No mundo capitalista a pessoa é valorizada por aquilo que tem. Quando se adquire um objeto de ultima geração, por exemplo, pode-se mostrar aos amigos e, através do olhar deles, ser visto com os mesmos atributos do objeto: legal, moderno, de ultima geração. Explica o psicólogo que isto é a busca por reconhecimento, a busca por ser amado, ser o mais desejado, ser admirado, importante, valorizado. Com este objeto adquirido tenta preencher um lugar vazio”. Tal procedimento tem tornado muitas pessoas escrava do consumismo.
Os adolescentes são conhecidos pela mídia como: “maquininhas de consumo”. Um estudo realizado em nove países mostra que no Brasil sete em cada dez jovens gostam de fazer compras. Desse grupo de sete quatro são dado ao consumismo, a ONU, desenvolveu a pesquisa realizando um trabalho denominado “ O Futuro é Seu”. Os brasileiros ganharam em primeiro lugar, deixando para trás a França, a Itália, o Japão, os EUA, a Austrália, a Argentina, etc.,. Em outra pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos Marplan (esse instituto tem a especialidade de procurar entender o consumidor) – detectaram que 37% dos consumidores nos shoppings são adolescelentes e adultos 33% .
Segundo, pesquisas os jovens brasileiros tem renda própria de 30 bilhões de reais por ano e o poder de influenciar os pais a gastar em torno de 94 bilhões ao ano. A mídia investe em publicidade em torno de 13 bilhões de reais, só com a parcela de 28 milhões de brasileiros na faixa etária entre 15 a 22 anos. A pesquisa indica ainda a influencia dos jovens nas compras da família, é fundamental, pois de cada dez objetos adquiridos, oito tem a influencia deles. Na verdade este fenômeno é devido a ausência da mãe por motivo de trabalho, são eles quem usa os espremedores de laranja, o liquidificador, a sanduicheira e etc., então porque não o mais moderno? Na verdade a influencia das compras iniciam aos 6 anos, quando a criança aprendem com a mãe a tirar os produtos da prateleira. Aos treze anos ele já está consumista, a ponto das pesquisas revelarem que ¼, dos produtos registrados nos caixas de super-mercados foi pedido da garotada. È o que a mídia pretende fazer através de seus controladores, formarem um grupo de consumidores compulsivos. Deus nos guarde!
(A idéia deste texto está em www.consumismo.kit.net )
O QUE IMPORTA PARA DEUS É O QUE SOMOS NÃO O QUE TEMOS
Pela mídia o não ter significa exclusão, não ter aquele tênis, aquela roupa de grife, aquele celular moderno, aquela câmara digital, significa estar desatualizado e sem amigos. A sociedade de modo geral entende que quem não possui bens materiais nada é. Será isto verdade? Até igrejas entraram nessa coisa da mídia contemporânea, se você não tem, nem mesmo Deus gosta de você, procuram com suas mensagens triunfalistas incutir na mente das pessoas que o não possuir não vem de Deus.
A doutrina da prosperidade colocada de forma errada, como está sendo hoje em dia é um perigo, pois ensinam que a pessoa só será importante para Deus, obtendo grandes fortunas. Acreditamos no Deus que tudo pode e como afirmou o Mestre Amado: “Considerai como crescem os lírios. Não trabalham nem fiam. Contudo, digo-vos que nem ainda Salomão, em toda a sua gloria, se vestiu com um deles. Se Deus assim veste a erva que hoje está no campo e amanhã é lançada no forno, quanto mais vós...” (Lc 12. 27,28 – Ed Contemporânea)
Devido a estes ensinamentos tem se formado um batalhão de crentes egocêntrico, como o rico avarento que possuía grandes celeiros, o campo amadurecendo para uma farta colheita. E sua predica era: “descansa, come, bebe e folga”, a vontade de ter é um vazio, impreenchível, fazendo da pessoa um louco, um desesperado por mais e mais e ai não tem fim, embora os celeiros estivessem cheios (Lc 12.13-21).
Quanto você tem, e o que você possui? Você acha que seus valores são os atributos daquilo que você tem ou possui? Isso o coloca ao pináculo da modernidade, o faz o mais querido, mas o torna vazio diante de Deus (Mc 8.34-38). Porque isto? É simples para Deus você precisa ser e não simplesmente ter. A referência do jovem rico na lição ao encontrar com Jesus estava ali à razão de tudo, o bem mais precioso que se pode achar, mas ele estava preso nos bens que possuía, deixou de ser para ter (Lc 18. 22). Jesus afirmou que é impossível um rico, uma pessoa que tenha muitos bens se salvar.
Jesus não está com isto dizendo que os que possuem riquezas se perderão, pelo contrario, têm muitos pobres ricos e muitos ricos pobres. Como assim? Há pessoas que possuem grandes fortunas e são verdadeiros servos de Deus, vivem bem, moram muito bem, mas as riquezas não os prendem, são dizimistas fiéis de tudo e bons ofertantes na obra de Deus. Por outro lado há os pobres ricos e avarentos, é apegado no carro que possuem, no celular, um pequeno objeto o impedem de estar nos cultos, não dizimam, não ofertam, por algumas opiniões avarentas. São os ricos deste mundo, dão maior importância ao ter, assim como há ricos afortunados, que agem de forma avarenta também.
CONCLUSÃO
Cuidado com os apelos da Mídia, muitos tem sido tragados por ela, mantenhamos em nossos corações as palavras ditas pelo Apostolo Paulo: “Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína” (1Tm 6.9). Salomão em seus Provérbios afirmou: “Duas coisas te pedi; não me negues, antes que morra: afasta de mim a vaidade e apalavra mentirosa; não me dês nem pobreza nem a riqueza; mantém me o pão da minha porção acostumada; para que, porventura, de farto te não negue e diga: Quem é o Senhor? Ou que empobrecendo, venha furtar e lance Mao do nome de Deus” (Pv 30.7-9)
OBRAS CONSULTADAS
fonte portal ebd
Colaboração para Portal Escola Dominical – Pr. Jair Rodrigues