A CAPELANIA CARCERÁRIA E A IGREJA BRASILEIRA NA ATUALIDADE*
Caramuru Afonso Francisco**
“Lembrai-vos dos presos, como se estivésseis presos com eles, e dos maltratados, como sendo-o vós mesmos também no corpo.” (Hb.13:3).
Falar em capelania carcerária nos dias em que vivemos não é um assunto fácil que se possa enfrentar, pois o aumento da criminalidade e da violência, fatos já previamente preditos pela Palavra de Deus para estes últimos dias da Igreja na face da terra, faz com que se veja, mesmo entre os que cristãos se dizem ser, como um contrassenso procurar o que se entende serem “benefícios” àqueles que se encontram encarcerados, máxime num país onde a impunidade atinge níveis alarmantes como é o caso do Brasil.
No entanto, o escritor aos hebreus, quando já terminava o seu tratado, partindo para as recomendações finais aos seus leitores, que eram cristãos hebreus que se encontravam abalados na fé, diz a eles que deveriam “permanecer na caridade fraternal” (Hb.13:1), caridade fraternal, que é, a um só tempo, resultado do cumprimento do mandamento de Cristo (Rm.12:10; I Ts.4:9; I Pe.1:22) e o penúltimo estágio do desenvolvimento espiritual do cristão (II Pe.1:4-7).
Pois bem, um dos pontos em que esta “caridade fraternal” se deveria manifestar era na “lembrança dos presos”.
A expressão do autor da epístola já mostra, de início, que a evangelização dos presos é algo que precisa ser lembrado. E por quê? Porque desde os tempos em que esta epístola foi redigida, por volta dos anos 60 da nossa era, o sistema prisional já era moldado na sociedade como um “lugar de esquecimento”.
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