Lição 4 - Jesus, o modelo ideal de humildade V

3º Trim. 2013 - Lição 4 - Jesus, o modelo ideal de humildade V
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
TERCEIRO TRIMESTRE DE 2013
FILIPENSES: a humildade de Cristo como exemplo para a Igreja
COMENTARISTA: ELIENAI CABRAL
COMENTÁRIOS - SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DA ASSEMBLEIA DE DEUS EM RECIFE/PE

LIÇÃO 04 – JESUS, O MODELO IDEAL DE HUMILDADE - 3º TRIMESTRE 2013
(Fp 2.5-11)
INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos que Jesus é o nosso maior exemplo de humildade, pois, mesmo sendo Deus, suportou a humilhação de se tornar homem; e, como homem, tornar-se servo; e, como servo, ser obediente até à morte, e morte de cruz, a mais terrível, dolorosa e vergonhosa maneira de morrer na antiguidade. Mas a Bíblia diz que diante da honra vai a humildade (Pv 15.33). O Jesus que chegou ao grau mais profundo de humilhação, foi também elevado às maiores de todas as alturas (Fp 2.9-11).
I – DEFINIÇÃO DE HUMILDADE
Segundo o dicionário Aurélio, humildade significa “ausência completa de orgulho, rebaixamento voluntário por um sentimento de fraqueza ou respeito; praticar a humildade, modéstia, pobreza”. Percebamos que a humildade diz respeito a ausência de orgulho ou soberba. Apesar de ser o próprio Deus, Rei dos reis e Senhor dos senhores, Jesus abriu mão de suas prerrogativas divinas para tornar-se um homem simples e humilde, limitado pelo tempo e espaço. Segundo esta definição, a humildade ainda está relacionada a um rebaixamento voluntário. Quando se fez homem e morreu numa cruz, Jesus o fez porque o quis, e tal voluntariedade nasceu do seu grande amor com que nos amou (Mt 26.53; II Co 5.14,15; Ef 2.4). Tal amor o levou às mais extremas e humilhantes consequências, mesmo sendo ele Senhor e Deus.
II – O FILHO DIVINO PRÉ-ENCARNADO
Sabemos, sem sombra de dúvida, que Jesus é Deus. Sendo Ele Deus, é, por conseguinte, eterno. Sendo ele eterno, existia antes mesmo do seu nascimento humano (Jo 1.1; 8.58; Cl 1.17).
2.1 A divindade de Cristo. Em Fp 2.6 está escrito: “...que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus”. O texto está claro, afirmando que Jesus é igual Deus. Vários textos na Bíblia Sagrada atestam inequivocamente a divindade de Jesus. O próprio Pai celestial testemunhou da sua divindade (Hb 1.8). Além disso, vemos os anjos declarando o mesmo (Mt 1.23; Lc 2.11); o próprio Jesus sabia que era Deus (Mc 14.61,62). Quando chamava Deus de “meu Pai”, o que no pensamento judaico representava uma blasfêmia, Jesus estava se colocando como Deus. Prova disso é que os judeus tentavam apedrejá-lo quando fazia uso desta expressão (Jo 5.18,19). Vários outros textos afirmam a divindade de Jesus (Mt 28.9-17; Lc 4.35,36; 22.10-12; Jo 4.29; 8.24, 28, 58; Hb 13.8; Ap 22.13).
2.2 Um sentimento sublime. Em Fp 2.5 está escrito: “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus”. Como já vimos, Jesus é Deus. Um dos atributos exclusivos da divindade é a onipresença. Na realidade, a onipresença de Deus é consequência da sua imensidão. Ele é tão grande que a sua glória permeia a terra e todos os céus (I Rs 8.27; Jr 23.24). O que, então, seria capaz de levar o grandiosíssimo Deus a se autolimitar e se tornar tão pequeno, ao ponto de caber no ventre de uma mulher? Certamente o seu imensurável amor o levou a se submeter à tamanha humilhação. Portanto, a expressão de (Fp 2.5) é muito forte, pois o mesmo sentimento que levou o Cristo a se humilhar, tornando-se um simples homem, deve também estar em nossos corações, e devemos manifestá-lo ao próximo (Mt 11.29; Jo 13.16,17).
III – O ESTADO TEMPORAL DE CRISTO
Quando falamos em estado temporal de Cristo, estamos nos referindo à sua condição como homem; estamos falando do Cristo (título divino) que se tornou Jesus (nome humano); do Deus eterno e onipresente que se limitou ao tempo e ao espaço.
3.1 “Aniquilou-se a si mesmo” (Fp 2.7-a). Entendemos que Jesus, ainda no seu estado pré-encarnado, decidiu “aniquilar-se a si mesmo” (Ap 13.8). O termo grego utilizado pelo apóstolo Paulo, traduzido por “aniquilar-se” é kenoo, que significa “esvaziar, humilhar, neutralizar, anular, despir-se de uma dignidade justa, descendo a uma condição inferior”. Foi exatamente isso que Cristo fez por nós: despiu-se temporariamente de suas prerrogativas divinas para se tornar um verdadeiro homem. Convém ressaltar que não estamos afirmando, com isso, que Jesus é metade Deus e metade homem. Ele é o perfeito homem Jesus Cristo (1 Tm 2.5), e o perfeito Deus em toda a plenitude “...porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl 2.9). Afirmamos isso por causa dos equivocados teólogos quenóticos, adeptos do Kenoticismo. A doutrina kenótica diz que Jesus não era Deus quando esteve aqui na Terra. Afirmam isso, por interpretarem erroneamente, em (Fp 2.7), o termo “aniquilou-se”, ou “esvaziou-se”, concernente a Cristo. Esse “esvaziamento”, porém, NÃO É DE SUA DIVINDADE, MAS DE SUA GLÓRIA. Sem tal esvaziamento, Cristo não se humanizaria, e sem a humanização de Cristo não haveria a redenção humana (I Tm 2.5).
3.2 “Humilhou-se a si mesmo” (Fp 2.8-a). O termo grego para “humilhar-se” é tapeinoo, que significa “humilhar, abater, tornar-se de condição inferior, tornar-se pobre e necessitado, ser exposto à vergonha”. A humildade de Cristo é demonstrada pelo fato dele ter se colocado numa posição infinitamente inferior à Sua, ao ponto de ser envergonhado e maltratado pelos homens, sem, no entanto, desistir de sua missão (Is 53.7; Mt 26.62-64; Gl 3.13). Se o crente tomar esta mesma postura, muitos problemas de ordem interpessoal serão evitados. Cristo é o nosso maior exemplo de humildade.
3.3 “Obediente até a morte e morte de cruz” (Fp 2.8-b). A humildade de Cristo chega ao seu ponto mais alto, quando, além de ter se humanizado, ele subiu à cruz do Calvário. A sua obediência irrestrita ao Pai celestial o fez caminhar para o matadouro como uma ovelha muda (Is 53.7). Foge à compreensão humana a não reação de Cristo diante de seus algozes, afinal de contas, era o próprio Deus que estava ali. A humildade de Cristo o levou a sofrer as mais terríveis afrontas sem, entretanto, reagir (Mt 26.66-68; 27.28-35). Tal amor e humildade devem pairar em nossos corações (Mt 5.43-45; Rm 12.20; I Co 6.7). É verdade que na condição humana ele sentiu certa repulsa e temor da cruz, mas ele abriu mão de sua vontade para que a vontade do Pai se cumprisse nele (Mt 26.36-46). Isso nos deixa uma lição preciosa, pois a vontade de Deus deverá sempre prevalecer sobre a nossa (Mt 6.10; Gl 2.19,20).
IV – A EXALTAÇÃO DE CRISTO
Há um princípio espiritual interessante exposto pelo sábio Salomão em (Pv 15.33), que diz: “O temor do Senhor é a instrução da sabedoria, e precedendo a honra vai a humildade”. Enquanto a soberba precede a queda, aquele que se humilhar diante de Deus será por ele exaltado (Pv 16.18; Mt 23.12). Jesus desceu ao ponto mais baixo da humilhação ao sofrer o mais doloroso e vergonhoso tipo de morte da sua época, a morte na cruz (Gl 3.13), porém foi elevado às maiores alturas por causa do êxito de sua missão aqui na terra.
4.1 “Pelo que Deus o exaltou soberanamente” (Fp 2.9-a). A exaltação ocorre como consequência da humilhação (Tg 4.6). Após humilhar-se a si mesmo, Jesus foi grandemente exaltado pelo Pai celestial. O termo utilizado por Paulo é uperupsoo, que significa “elevar às mais elevadas alturas, exaltar excelsamente, exaltar supremamente”. Outro texto que demonstra não haver um nome e nem alguém tão elevado quanto Cristo é (Ef 1.19-23). Todos deverão reconhecer o seu senhorio e sua posição como “cabeça” (Ef 1.22,23). Jesus subiu ao céu, assumindo novamente sua posição de glória e assentando-se à destra de Deus (Rm 8.34; Cl 3.1). Ele é o Senhor dos vivos e dos mortos, tanto na terra quanto no céu e no Hades (Rm 14.9; I Co 15.25; Fp 2.9,10). Se o crente for humilde, também haverá de ser exaltado pelo Senhor (Mt 23.12; Lc 14.11; 18.14; Rm 8.30; I Pe 5.6).
4.2 “Nome sobre todo nome” (Fp 2.9-b). O nome geralmente simboliza a pessoa, o indivíduo, seu ser, sua natureza e atributos. O nome de Jesus se tornou a principal autoridade, superior a todo e qualquer nome que possa ser mencionado agora e na eternidade (Ef 1.19-21). Havia uma prática antiga de conferir novos nomes às pessoas que obtinham vitórias importantes ou que passavam por grandes crises. Vemos alguns exemplos bíblicos como Abraão (Gn 17.5) e Jacó (Gn 32.28). Jesus, o Cristo, recebeu por nome eterno o título de “Senhor” (Rm 1.4; Ap 19.16). O crente que se mantiver fiel
até o fim haverá de entrar num estado eterno de glória e receberá um novo nome (Ap 2.17; 3.12).
4.3 “Todo joelho se dobrará e toda língua confessará” (Fp 2.10,11) . Quando a Bíblia diz que todo joelho se dobrará, está fazendo menção de um ato de adoração e reconhecimento do senhorio de Cristo. (1) Isso ocorrerá nos céus (Ef 1.20; Hb 2.8; Ap 5.13); (2) Na terra (Dn 2.34,35; 4.34-37; 6.26; I Co 15.24); (3) Debaixo da terra, isto é, será reconhecido por aqueles que já morreram (Rm 14.8,9).
CONCLUSÃO
De fato, Jesus é o nosso maior exemplo de humildade. Deixar o trono pela cruz foi a maior e mais sublime expressão de amor e humildade de todos os tempos. Como pôde o próprio Deus vestir-se deste tabernáculo humano e submeter-se aos mais terríveis insultos e constrangimentos, e isso sem fazer uso de sua autoridade e prerrogativas? Jesus expirou na cruz, mas ao terceiro dia ressuscitou, subiu ao céu, cercou-se novamente de sua gloria, assentou-se à destra de Deus e reina sobre tudo e todos, pois é o Rei dos reis e Senhor dos senhores, e todos se dobrarão ante a sua majestade.
REFERÊNCIAS
· STAMPS, Donaldo C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
· Bíblia de Estudo Palavras-Chave. CPAD.
· CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento Interpretado Vers. por Vers; HAGNOS.
· BERGSTÉN, Eurico. Introdução à Teologia Sistemática; CPAD
Fonte: http://www.rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/  Acesso em 22 jul. 2013. via  porta  ebd