PORTAL ESCOLA DOMINICAL
TERCEIRO TRIMESTRE DE 2013
FILIPENSES: a humildade de Cristo como exemplo para a Igreja
COMENTARISTA: ELIENAI CABRAL
COMENTÁRIOS - SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DA ASSEMBLEIA DE DEUS EM RECIFE/PE
LIÇÃO 05 – AS VIRTUDES DOS SALVOS EM CRISTO - 3º TRIMESTRE 2013
(Fp 2.12-18)
INTRODUÇÃO
Em Fp 2.12-18 encontramos preciosas exortações do apóstolo Paulo quanto ao correto procedimento, daqueles que foram salvos por Cristo Jesus. Nesta lição destacaremos algumas dessas admoestações, bem como também as virtudes que pelo Espírito Santo são implantadas naquele que nasce de novo.
I – EXORTAÇÕES PAULINAS AOS FILIPENSES
Diferente das muitas cartas de Paulo, Filipenses não foi escrita primeiramente devido a problemas específicos ou conflitos na igreja, embora ele venha tratar também de assuntos dessa natureza. No entanto, após falar sobre a humilhação e a exaltação de Cristo em (Fp 2.6-11), o apóstolo Paulo trás algumas importantes exortações aos cristãos filipenses a fim de que permanecessem em Cristo (Fp 2.12). A palavra “exortar” no grego parakaleõ quer dizer“admoestar, exortar, instigar”. Vejamos quais foram estas exortações:
1.1 “De sorte que, meus amados, assim como sempre obedecestes” (Fp 2.12-a). A expressão “meus amados” usada pelo apóstolo deixa claro seu afeto pelos crentes de Filipos e em seguida os admoesta a obediência. Como podemos ver, essa reprimenda é suavizada por expressões de amor, pois a repreensão sem o tempero do amor, é destrutiva e não auxiliadora. O termo “obedecestes” vem do termo grego “upakouein”, que subentende a obediência em resultado do ouvir alguma ordem, no caso, dos mandamentos de Cristo, repassados por Paulo a todas as igrejas (I Co 14.37; I Ts 4.2).
1.2 “não só na minha presença, mas muito mais agora na minha ausência” (Fp 2.12-b). Esse texto deixa claro que Paulo estava exortando os cristãos filipenses a agirem com transparência, pois a verdadeira obediência se manifesta de forma incondicional e não apenas a vista (Ef 6.6). Enquanto aqueles irmãos obedeceram quando estavam na presença do apóstolo que era o seu pai espiritual, deveriam permanecer sujeitos aos mandamentos do Senhor muito mais agora que Paulo estava distante deles, pois a obediência é a demonstração do amor que temos para com Deus (Jo 14.23; I Jo 5.2,3).
1.3 “assim também operai a vossa salvação com temor e tremor” (Fp 2.12-c). A expressão “operai a vossa salvação” usada pelo apóstolo para com os crentes de Filipos, não indica que seja necessário algum tipo de trabalho complementar por parte do crente para que esta salvação seja efetiva, pois o homem é salvo pela graça de Deus independente das obras (Rm 11.6; Gl 2.16; Ef 2.8,9; Tt 3.5), embora seja salvo para as obras (Ef 2.10; Tg 2.24). Além disso deve ser destacado que para Paulo a salvação tem três sentidos distintos:
1.3.1 Salvação no tempo passado. Existe uma dimensão passada para a salvação: a JUSTIFICAÇÃO – quando um indivíduo é declarado justo devido à sua fé em Cristo e é movido do domínio do pecado a uma posição de reconciliação com Deus (Rm 5.1; I Co 6.11).
1.3.2 Salvação no tempo presente. Há também uma dimensão presente para a salvação: a SANTIFICAÇÃO – o processo pelo qual o indivíduo cresce e cada vez mais se assemelha à imagem de Cristo. É nesse aspecto que o apóstolo se refere quando diz a expressão “operai”, pois no grego ékatergadzomai, que significa: “produzir, conseguir, atingir”. Esta era a sua meta bem como ele exorta que seja a de todo salvo (Fp 3.13-16).
1.3.3 Salvação no tempo futuro. Existe também uma dimensão futura para a salvação: a GLORIFICAÇÃO – quando todos os propósitos de Deus na reconciliação serão cumpridos na Segunda Vinda de Cristo. Sem dúvida esse era o maior anseio do apóstolo (Fp 3.20,21).
II – A POSTURA DO SALVO NA IGREJA E NO MUNDO
2.1 Na Igreja. Como um pai espiritual dos crentes filipenses, o apóstolo Paulo continua exortando-os, desta vez especificamente reprovando as disputas e murmurações que estavam acontecendo entre eles “Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas” (Fl 2.14). A expressão“murmurações” no grego é “goggusmos” que quer dizer “queixume, desprazer, sussurros de descontentamento”. Está claro aqui que Paulo denuncia essa prática que sempre envenena as relações entre as pessoas. A murmuração no seio da igreja, causa descontentamento e desajustes, e geralmente se manifesta mediante ataques contra os líderes espirituais, provocando rebeliões. A nossa postura como salvos deve ser de viver em união e amor entre os irmãos (Sl 133; II Co 13.11), respeitando os nossos líderes (Hb 13.17).
2.2 No mundo. Após admoestar os irmãos de Filipos quanto ao comportamento do salvo na igreja, o apóstolo lhes fala sobre a sua conduta, postura ou testemunho no mundo (Fp 2.15). Testemunho cristão é a postura ética, que a Bíblia reivindica de cada um que professa o Nome de Cristo, numa demonstração clara e inequívoca de que, realmente somos seus discípulos (Mt 5.20). A palavra testemunho é oriunda do vocábulo latino “testimoniu” e significa, entre outras coisas: “prova”, “vestígio”, “indício”. No entanto, testemunhar, no aspecto cristão, não é apenas contar o que Deus fez, mas também, pregar através do exemplo pessoal, que realmente somos imitadores de Cristo (I Jo 2.6).
2.2.1 “Para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis” (Fp 2.15-a). Essas duas expressões “irrepreensíveis e sinceros”dizem respeito a natureza “interna - sincero” e “externa - irrepreensível”, ou seja, internamente eles deveriam ser “puros”, “singelos”, “sem mistura”; e externamente deveriam ser “inculpáveis”, não tendo nenhum censura da parte de Deus e dos homens (II Co 8.21). Como filhos de Deus, devemos ser inculpáveis. No grego está o termo “amomos”, “sem culpa”, esta expressão é usada para indicar a ausência de qualquer defeito nos animais que deveriam ser sacrificados em holocausto, bem como para descrever o caráter puro de Cristo o Cordeiro de Deus (I Pe 1.19). Portanto, o mais elevado grau de pureza é requerido do salvo (II Co 6.6; I Tm 4.12).
2.2.2 “no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo”
(Fp 2.15-b). O evangelho não nos convida a sairmos do mundo, mas a estarmos distante do mal que há nele e não nos conformarmos com esse sistema dominado por Satanás (Jo 17.15; Rm 12.2; I Jo 5.19). A diferença que exerce o comportamento santo no meio de um mundo corrupto é comparado a influência que exerce a luz no meio das trevas. A Bíblia diz que “nós somos do dia e não das trevas” (I Ts 5.8) e que “devemos andar como filhos da luz” (Ef 5.8).
III - AS VIRTUDES DOS SALVOS EM CRISTO
A expressão “virtude” é definida pelo Aurélio como: “disposição firme e constante para a prática do bem; boa qualidade moral; força moral; valor”. No grego o termo “arete” denota tudo que obtém estimação preeminente por uma pessoa ou coisa; por conseguinte, “eminência intrínseca, bondade moral, virtude” (VINE, 2002, p. 1066). No contexto da nossa lição diz respeito ao conjunto de virtudes morais e espirituais amadurecidas pelo Espírito Santo na vida do crente como resultado de uma permanente comunhão com Cristo. Vejamos no quadro abaixo, aspectos do Fruto do Espírito:
ASPECTOS DO FRUTO DEFINIÇÃO E REFERÊNCIAS
Caridade (gr. agape) O interesse e a busca do bem maior de outra pessoa sem nada querer em troca (Rm 5.5; 1 Co 13; Ef 5.2; Cl 3.14).
Gozo (gr. chara)
A sensação de alegria baseada no amor, na graça, nas bênçãos, nas promessas e na presença de Deus, bênçãos estas que pertencem àqueles que creem em Cristo (Sl 119.16; 2 Co 6.10; 12.9; 1Pe 1.8; Fp 1.14).
Paz (gr. eirene) A quietude de coração e mente, baseada na convicção de que tudo vai bem entre o crente e seu Pai celestial (Rm 15.33; Fp 4.7; 1Ts 5.23; Hb 13.20).
Longanimidade
(gr. makrothumia)
Perseverança, paciência, ser tardio para irar-se ou para o desespero (Ef 4.2; 2Tm 3.10; Hb 12.1).
Benignidade (gr. chrestotes) Não querer magoar ninguém, nem lhe provocar dor (Ef 4.32; Cl 3.12; 1Pe 2.3).
Bondade (gr. agathosune) Zelo pela verdade e pela retidão, e repulsa ao mal; pode ser expressa em atos de bondade (Lc 7.37-50) ou na repreensão e na correção do mal (Mt 21.12,13).
Fé (gr. pistis) Lealdade constante e inabalável a alguém com quem estamos unidos por promessa, compromisso, fidedignidade e honestidade (Mt 23.23; Rm 3.3; 1Tm 6.12; 2Tm 2.2; 4.7; Tt 2.10).
Mansidão (gr. prautes)
Moderação, associada à força e à coragem; descreve alguém que pode irar-se com equidade quando for necessário, e também humildemente submeter-se quando for preciso (2 Tm 2.25; 1Pe 3.15; para a mansidão de Jesus, cf. Mt 11.29 com 23; Mc 3.5; a de Paulo, cf. 2Co 10.1 com 10.4-6; Gl 1.9; a de Moisés, cf. Nm 12.3 com Êx 32.19,20).
Temperança (gr. enkrateia) O controle ou domínio sobre nossos próprios desejos e paixões, inclusive a fidelidade aos votos conjugais; também a pureza (1Co 7.9; Tt 1.8; 2.5).
CONCLUSÃO
Aqueles que foram alcançados pela graça de Deus devem mostrar através da sua vida e procedimento os resultados desse milagre operado por Deus através do Espírito Santo, vivendo em paz com os irmãos e andando em santidade diante de Deus e dos homens.
REFERÊNCIAS
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia.
HAGNOS.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
MACARTHUR. Bíblia de Estudo. SBB.
ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger. Comentário
Bíblico Pentecostal. CPAD
Fonte: http://www.rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/cod/276 Acesso em 29 jul. 2013.
fonte portal ebd