LIÇÃO 6 - A FIDELIDADE DOS OBREIROS DO SENHOR


 

TEXTO ÁUREO"Espero, porém, no Senhor JESUS, mandar- vos Timóteo, o mais breve possível, a fim de que eu me sinta animado também, tendo conhecimento da vossa situação" (Fp 2.19 - ARA).
 

VERDADE PRÁTICAOs obreiros do Senhor devem estar conscientes quanto à sua responsabilidade no santo ministério.
 

LEITURA DIÁRIASegunda - Jo 10.11 - JESUS, o verdadeiro pastor
Terça - Jo 10.12,13 - O mercenário é o falso pastor
Quarta - Jo 10.14,15 - O verdadeiro pastor conhece as suas ovelhas
Quinta - Mt 20.28 - O verdadeiro pastor serve à igreja
Sexta - 1 Tm 3.3 - O pastor não deve ser materialista
Sábado - 2 Pe 2.3 - Não se deve fazer comércio com o rebanho

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Filipenses 2.19-29
19 E espero, no Senhor JESUS, que em breve vos mandarei Timóteo, para que também eu esteja de bom ânimo, sabendo dos vossos negócios. 20 Porque a ninguém tenho de igual sentimento, que sinceramente cuide do vosso estado; 21 porque todos buscam o que é seu e não o que é de CRISTO JESUS. 22 Mas bem sabeis qual a sua experiência, e que serviu comigo no evangelho, como filho ao pai. 23 De sorte que espero enviá-lo a vós logo que tenha provido a meus negócios. 24 Mas confio no Senhor que também eu mesmo, em breve, irei ter convosco. 25 Julguei, contudo, necessário mandar-vos Epafrodito, meu irmão, e cooperador, e companheiro nos combates, e vosso enviado para prover às minhas necessidades; 26 porquanto tinha muitas saudades de vós todos e estava muito angustiado de que tivésseis ouvido que ele estivera doente. 27 E, de fato, esteve doente e quase à morte, mas DEUS se apiedou dele e não somente dele, mas também de mim, para que eu não tivesse tristeza sobre tristeza. 28 Por isso, vo-lo enviei mais depressa, para que, vendo-o outra vez, vos regozijeis, e eu tenha menos tristeza. 29 Recebei-o, pois, no Senhor, com todo o gozo, e tende-o em honra.
 
2.19 TIMÓTEO. Timóteo era um bom exemplo do que um ministro e missionário de DEUS deve ser. Era um estudante zeloso e obediente à Palavra de DEUS (2 Tm 3.15); um servo perseverante e digno de CRISTO (1 Ts 3.2); um homem de boa reputação (At 16.2), amado e fiel (1 Co 4.17), com solicitude genuína pelo próximo (v. 20), fidedigno (2 Tm 4.9,21) e dedicado a Paulo e ao evangelho (v. 22; Rm 16.21).
2.21 PORQUE TODOS BUSCAM O QUE É SEU. Há pastores que pregam, ensinam, pastoreiam ou escrevem, não com solicitude genuína pela propagação do evangelho, mas visando aos seus próprios interesses, honra, glória e prestígio. Ao invés de procurarem agradar ao Senhor JESUS, procuram agradar aos homens e conquistar o favor deles (1.15; 2.20,21; 2 Tm 4.10,16). Tais pastores não são verdadeiros servos do Senhor.
 
Paulo e a mentoria - fev 6, 2008 - David Kornfield
Barnabé como mentor de Paulo
Para entender claramente como Paulo mentoreava, precisamos saber como ele próprio foi mentoreado.
Em Atos 22.3, Paulo afirma: “Sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia, mas criado nesta cidade [Jerusalém]. Fui instruído rigorosamente por Gamaliel na lei de nossos antepassados, sendo tão zeloso por DEUS quanto qualquer de vocês hoje” (grifo do autor).
Essa afirmação sugere que Paulo foi para Jerusalém tão-logo atingiu idade suficiente para ser instruído pelo rabi mais honrado e famoso do primeiro século, o qual possivelmente foi neto de Hillel.
Como o próprio Hillel, tradicionalmente alistado entre os “cabeças das escolas”, Gamaliel possuía uma visão equilibrada. Sua sabedoria singular e seu discernimento se destacaram ao proteger os apóstolos do Sinédrio, que desejava matá-los (At 5.33-40).
Nesse momento, DEUS separou outro mentor para Paulo. Seu nome era José, mais conhecido no entanto pelo apelido de Barnabé. Para compreender a formação que Paulo obteve com Barnabé, precisamos conhecê-lo melhor.
No século II, Clemente de Alexandria escreveu sobre Barnabé mencionando que ele integrara o grupo dos 72. Vejamos a descrição do ministério desse grupo para chegar a um entendimento melhor sobre esse mentor:
Depois disso o Senhor designou outros setenta e dois e os enviou dois a dois, adiante dele, a todas as cidades e lugares para onde ele estava prestes a ir. E lhes disse: “A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Portanto, peçam ao Senhor da colheita que mande trabalhadores para a sua colheita. Vão! Eu os estou enviando como cordeiros entre lobos. Não levem bolsa, nem saco de viagem, nem sandálias; e não saúdem ninguém pelo caminho. Quando entrarem numa casa, digam primeiro: Paz a esta casa. Se houver ali um homem de paz, a paz de vocês repousará sobre ele; se não, ela voltará para vocês. Fiquem naquela casa, e comam e bebam o que lhes derem, pois o trabalhador merece o seu salário. Não fiquem mudando de casa em casa. Quando entrarem numa cidade e forem bem recebidos, comam o que for posto diante de vocês. Curem os doentes que ali houver e digam-lhes: O Reino de DEUS está próximo de vocês. Mas quando entrarem numa cidade e não forem bem recebidos, saiam por suas ruas e digam: Até o pó da sua cidade, que se apegou aos nossos pés, sacudimos contra vocês. Fiquem certos disto: o Reino de DEUS está próximo. Eu lhes digo: Naquele dia haverá mais tolerância para Sodoma do que para aquela cidade”. [...]
“Aquele que lhes dá ouvidos, está me dando ouvidos; aquele que os rejeita, está me rejeitando; mas aquele que me rejeita, está rejeitando aquele que me enviou” (Lc 10.1-12, 16).
Muitas são as características que poderíamos destacar do mentor idôneo:
* Trabalho em equipe: mandados dois a dois (v. 1).
* Visão: enxerga a colheita e a necessidade de levantar obreiros (v. 2).
* Oração: coloca-se diante de DEUS antes de iniciar o ministério (v. 2).
* Coragem: vai em frente, sem receio, mesmo ciente de que será como ovelha entre lobos e que haverá batalha (v. 3).
* Fé e estilo de vida simples: não se preocupa com dinheiro, bagagem e outros recursos, mas permanece na dependência de DEUS (v. 4).
* Pessoa de paz: estende e reconhece a paz (shalom), a harmonia (v. 5).
* Pessoa que se relaciona: estabelece-se numa casa, numa família, finca raízes. Não apenas parece boa, mas é de fato boa e íntegra (v. 5-7).
* Pessoa do Reino de DEUS: é submissa ao Rei e por isso tem autoridade (v. 9, 11).
* Discernimento: percebe quem compartilha o mesmo espírito (v. 6).
* Humildade suficiente para receber: consegue depender de outros com graça (v. 7, 8).
* Capaz de lidar com conflitos: fala a verdade quando necessário e enfrenta a rejeição sem levar para o lado pessoal (v. 10-12, 16).
Essas se constituem em algumas das qualidades que de fato caracterizaram Barnabé, como mentor idôneo que foi. O livro de Atos corrobora essa idéia, como podemos perceber claramente :
José, um levita de Chipre a quem os apóstolos deram o nome de Barnabé, que significa “encorajador”, vendeu um campo que possuía, trouxe o dinheiro e o colocou aos pés dos apóstolos (4.36, 37).
Barnabé é caracterizado não apenas como um estudioso da Bíblia, mas com experiência transcultural e muito amado entre os apóstolos. Um homem de coragem contagiante (encorajador), comprometido com o Reino, desprendido das coisas materiais, generoso, confiante nos apóstolos e, com maior simplicidade, a eles submisso. A fé, o compromisso e a integridade de Barnabé contrastaram frontalmente com Ananias e Safira, cujas ações também são narradas no livro de Atos.
As ações de Barnabé voltam a destacar-se logo após a conversão de Paulo :
Quando [Paulo] chegou a Jerusalém, tentou reunir-se aos discípulos, mas todos estavam com medo dele, não acreditando que fosse realmente um discípulo. Então Barnabé o levou aos apóstolos e lhes contou como, no caminho, Saulo vira o Senhor, que lhe falara, e como em Damasco ele havia pregado corajosamente em nome de JESUS. Assim, Saulo ficou com eles, e andava com liberdade em Jerusalém, pregando corajosamente em nome do Senhor (At 9.26-28).
Como se pode ver do texto, Barnabé demonstra possuir discernimento espiritual. Vê o que ninguém mais foi capaz, nem mesmo os apóstolos. Tinha coragem. Superou o medo e constatou que Paulo realmente nascera de novo.
A coragem de Barnabé é mais uma vez evidenciada ao se tornar patrocinador ou advogado de Paulo, arriscando a vida em tornar-se conhecido de Paulo e arriscando sua amizade com os apóstolos ao levar Paulo até eles. Seu testemunho e a confiança que os apóstolos depositavam em Barnabé permitiram que Paulo fosse aceito pela igreja e andasse com liberdade em Jerusalém, ministrando dentro e fora da igreja.
Cerca de treze anos mais tarde, a igreja em Antioquia se expande grandemente. Os apóstolos, preocupados com as notícias de que gentios se convertiam, mandaram alguém de absoluta confiança e com experiência transcultural para cuidar da igreja. E esse era Barnabé.
Notícias deste fato (de gentios se converterem) chegaram aos ouvidos da igreja em Jerusalém, e eles enviaram Barnabé a Antioquia. Este, ali chegando e vendo a graça de DEUS, ficou alegre e os animou a permanecerem fiéis ao Senhor, de todo o coração. Ele era um homem bom, cheio do ESPÍRITO SANTO e de fé; e muitas pessoas foram acrescentadas ao Senhor. Então Barnabé foi a Tarso procurar Saulo e, quando o encontrou, levou-o para Antioquia. Assim, durante um ano inteiro Barnabé e Saulo se reuniram com a igreja e ensinaram a muitos. Em Antioquia, os discípulos foram pela primeira vez chamados cristãos (At 11.22-26).
Esse texto de Atos nos fornece uma descrição objetiva e clara de Barnabé. Entre suas muitas qualidades, mais uma vez destaca-se o discernimento espiritual. Primeiro na habilidade de “ver” a graça de DEUS (v. 23) e, mais tarde, em perceber que a igreja de Antioquia precisava de um líder como aquele que ainda permanecia esquecido e quase desconhecido na igreja primitiva: Saulo.
Nos treze anos que se passaram desde os fatos descritos em Atos 9 até os mencionados em Atos 11, não há nenhum relato de que Paulo tenha estabelecido um ministério significativo. Os historiadores da igreja não se referem a nenhuma igreja, em Tarso, fundada por Paulo.
Aparentemente o apóstolo permanecia inativo quando Barnabé o chamou para se juntar a ele na igreja de Antioquia. O teor dos versículos mencionados indica que não foi fácil encontrá-lo. Mais uma vez, alguém acreditou em Paulo, quando ninguém mais acreditava.
Depois de um ano, durante o qual Barnabé agiu como mentor de Paulo em Antioquia, uma reunião da liderança daquela igreja mudaria a história da Igreja de JESUS CRISTO:
Na igreja de Antioquia havia profetas e mestres: Barnabé, Simeão, chamado Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo. Enquanto adoravam o Senhor e jejuavam, disse o ESPÍRITO SANTO: “Separem-me Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado”. Assim, depois de jejuar e orar, impuseram-lhes as mãos e os enviaram (At 13.1-3).
Nestes versículos, como nas passagens anteriores (11.26, 30; 12.25), Barnabé é alistado antes de Saulo, indicando a liderança e importância dele. Seria natural que ele fosse o primeiro entre os iguais na equipe de liderança da igreja de Antioquia. Se a ordem de menção nesse primeiro versículo indica deferência, talvez Saulo não passasse do calouro da equipe.
Essa ordem se mantém até o início da viagem (At 13.7), quando ocorre uma surpreendente mudança. Ao saírem de Pafos, Lucas relata que “Paulo e seus companheiros navegaram para Perge, na Panfília. João os deixou ali e voltou para Jerusalém” (13.13), o que demonstra claramente que Barnabé deixara de o líder da equipe.
Tudo indica que Barnabé, tendo percebido que Paulo estava pronto para assumir a liderança, passou-a para ele. Talvez João Marcos tenha abandonado a equipe por não se sentir pronto para apoiar Paulo, querendo permanecer numa equipe liderada por Barnabé, seu parente.
Daí em diante, o nome de Paulo passa a figurar sozinho ou antes de Barnabé (13.42, 43, 46, 50; 14.1, 3), com uma exceção. Em Listra, Paulo curou um homem aleijado desde o nascimento. Diante disso a multidão clamava que os deuses haviam descido até eles em forma humana. Então, chamaram Barnabé de Zeus e Paulo, de Hermes, “porque era ele quem trazia a palavra” (14.12). Paulo e Barnabé, ao ouvirem a multidão, “rasgaram as roupas e correram para o meio da multidão, gritando e protestando que não eram deuses” (14.14).
Pela designação feita de Paulo e Barnabé, parece que a multidão via Barnabé como a autoridade maior, a cobertura espiritual de Paulo, por isso Barnabé foi chamado de Zeus, que era considerado o rei dos deuses, e Paulo, Hermes, porque este era o mensageiro, o porta-voz de Zeus.
Nesse momento crítico, se a ordem de menção dos nomes de fato é significativa, como muitos crêem, Barnabé teria assumido a liderança temporariamente. No entanto, assim que a questão foi resolvida, o nome de Paulo volta a figurar antes do nome de Barnabé (14.20, 23).
Paulo e Barnabé voltam para Antioquia, onde Barnabé naturalmente seria recebido como o primeiro, o “pastor titular”, como saíra. No entanto, mais uma vez Atos 15.2 deixa claro que Paulo vem primeiro no contexto dessa igreja. Aparentemente, Barnabé conseguira transmitir aos crentes de Antioquia, e eles aceitaram, seu apoio à liderança de Paulo.
A igreja de Antioquia, então, os envia como representantes no concílio de Jerusalém. No início do concílio, Barnabé é mencionado antes de Paulo (15.12). Para a igreja de Jerusalém, e especialmente para os apóstolos, Barnabé naturalmente seria o primeiro, o amado, o homem de sua confiança.
Entretanto, no final do concílio, mais uma vez o nome de Paulo precede o de Barnabé (15.22, 25) e assim permanece na volta a Antioquia (15.35). A exemplo do ocorrera com a igreja de Antioquia, provavelmente Barnabé transmitira à igreja de Jerusalém o mesmo conceito, e fora aceito.
Agora como líder, Paulo naturalmente toma a iniciativa de promover uma segunda viagem missionária. Barnabé propõe levar João Marcos, mas Paulo discorda de forma inegociável. Esse desentendimento entre Paulo e Barnabé resulta na separação destes (15.36-41). A partir daí, o livro de Atos deixa de mencionar o nome de Barnabé.
Talvez Barnabé tenha visto algo em João Marcos que os demais não viram, nem mesmo o apóstolo Paulo. É como se assistíssemos ao mesmo filme de anos atrás, quando ninguém acreditava em Paulo, nem os apóstolos de Jerusalém. Barnabé arriscara tudo para elevar a pessoa de Paulo, desacreditada, mas em quem ele discernia um potencial que outros não podiam ver. E, aparentemente, fez o mesmo com João Marcos.
No entanto, com o passo do tempo, descobrimos nas epístolas de Paulo que Marcos se tornou companheiro dele: “Aristarco, meu companheiro de prisão, envia-lhes saudações, bem como Marcos, primo de Barnabé. Vocês receberam instruções a respeito de Marcos, e se ele for visitá-los, recebam-no” (Cl 4.10, grifo do autor).
Paulo não só recebera Marcos como envia cartas de recomendação de seu, agora, companheiro. Mais adiante, Paulo se refere a Marcos como um de seus “cooperadores” (Fm 1.24). Mas o toque de ouro está nas últimas palavras de Paulo, já ciente de que sua vida findara (observe os verbos no passado): “Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé” (2Tm 4.7, grifo do autor). Sabendo que está com os dias contados e seu ministério acabado, ele escreve para Timóteo:
Procure vir logo ao meu encontro, pois Demas, amando este mundo, abandonou-me e foi para Tessalônica. Crescente foi para a Galácia, e Tito, para a Dalmácia. Só Lucas está comigo. Traga Marcos com você, porque ele me é útil para o ministério (2Tm 4.9-11).
Quando seu tempo se esgotava, quando se sentiu abandonado e quando possivelmente se deixava abater pelo desânimo, Paulo queria ter duas pessoas a seu lado: Timóteo, seu amado filho, e Marcos, “porque ele me é útil para o ministério”. Quando Paulo já não divisava nenhum ministério para si, viu em Marcos alguém em quem depositar o que ainda tinha a dar, para que o ministério não morresse quando sua vida findasse.
O mais interessante nessa história não está em Paulo ter aceitado Marcos de volta, como companheiro de sua equipe, mas o fato de este ter aceitado Paulo como líder. A Bíblia não relata, mas imagino que a fonte disso tenha sido Barnabé. Paulo rejeitara Marcos no passado porque este o abandonara em plena viagem (At 15.38).
Depois desse conflito sem precedentes na igreja primitiva, Marcos deve ter ficado duplamente magoado com Paulo: por ter sido rejeitado tão veementemente e por saber que, por sua causa, a rejeição também acabara estendendo-se a Barnabé. Curar ou restaurar um coração ferido não é nada fácil (v. Pv 18.19). Aparentemente Barnabé trabalhou a alma de Marcos de tal forma que lhe devolveu o respeito e a apreciação por Paulo.
Barnabé depositou o espírito de reconciliação dentro do Marcos. Isso se manifesta mais uma vez em ele ser não apenas muito querido de Paulo, mas também de Pedro. Às vezes Pedro e Paulo tinham dificuldades de relacionamento ou entendimento (veja Ga 2.11-14; 2 Pe 3.16), mas Marcos chegou a ser não apenas uma das poucas pessoas que Paulo queria a seu lado no final de sua vida, mas também o filho espiritual de Pedro (1 Pe 5.13). E como resultado disso, Marcos escreveu o primeiro evangelho, expressando em grande parte a perspectiva de Pedro que nunca escreveu um evangelho, mas em certo sentido, através de Marcos, escreveu sim.
Barnabé teve a graça de não apenas elevar Paulo à categoria de líder, mas de apoiá-lo e mantê-lo como tal, enfrentando a oposição, possivelmente até de João Marcos, da multidão em Listra, da igreja de Antioquia após a primeira viagem missionária, a dos apóstolos e da igreja de Jerusalém. Foi um mentor incomum, alguém que abriu caminho para que o próprio Paulo entendesse como mentorear outros.
Sem Barnabé, talvez não tivesse existido o ministério de Paulo, suas cartas, o ministério de Marcos e seu evangelho e os evangelhos sinópticos de Mateus e Lucas como os conhecemos hoje, já que se basearam no evangelho de Marcos, escrito antes. Barnabé fica, para mim, como o melhor modelo de mentor na Bíblia, depois de JESUS. Uma das provas disso é na forma que seu mentoreado, o Paulo, se multiplica em relacionamentos de mentoria.
Que muitos de nós possamos também ser filhos de Barnabé!
Paulo como Mentor de Timóteo
Paulo mentoreou muitas pessoas, no entanto foi com Timóteo que esse trabalho sem dúvida destacou-se mais claramente. A imagem de mentor transparece em 1 e 2 Timóteo, em especial no início de 2Timóteo. Experimente numerar, nos versículos citados a seguir, cada palavra, frase ou conceito que você considere expressão típica de um mentor:
Paulo, apóstolo de CRISTO JESUS pela vontade de DEUS, segundo a promessa da vida que está em CRISTO JESUS, a Timóteo, meu amado filho: Graça, misericórdia e paz da parte de DEUS Pai e de CRISTO JESUS, nosso Senhor.
Dou graças a DEUS, a quem sirvo com a consciência limpa, como o serviram os meus antepassados, ao lembrar-me constantemente de você, noite e dia, em minhas orações. Lembro-me das suas lágrimas e desejo muito vê-lo, para que a minha alegria seja completa. Recordo-me da sua fé não fingida, que primeiro habitou em sua avó Lóide e em sua mãe, Eunice, e estou convencido de que também habita em você. Por essa razão, torno a lembrar-lhe que mantenha viva a chama do dom de DEUS que está em você mediante a imposição das minhas mãos. Pois DEUS não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio.
Portanto, não se envergonhe de testemunhar do Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro dele, mas suporte comigo os meus sofrimentos pelo evangelho, segundo o poder de DEUS [...].
Retenha, com fé e amor em CRISTO JESUS, o modelo da sã doutrina que você ouviu de mim. Quanto ao que lhe foi confiado, guarde-o por meio do ESPÍRITO SANTO que habita em nós. Você sabe que todos os da província da Ásia me abandonaram, inclusive Fígelo e Hermógenes[...].
Portanto, você, meu filho, fortifique-se na graça que há em CRISTO JESUS. E as palavras que me ouviu dizer na presença de muitas testemunhas, confie-as a homens fiéis que sejam também capazes de ensinar outros (2Tm 1.1-8, 13-15; 2.1-2).
Vejo que o mentor, como também o pai espiritual, o líder pastoral ou o discipulador será bem-aventurado se reunir as qualidades de Paulo descritas nessas passagens. Vejamos brevemente algumas delas:
* Relacionamento paternal e familiar: Paulo trata Timóteo, repetidas vezes, como filho (1Tm 1.2, 18 e 2Tm 1.2; 2.1). Hoje, parece que carecemos tanto de pais espirituais como de filhos. A desestruturação e o desajuste familiar na atual geração é terrível. Precisamos muito de pessoas que saibam gerar filhos espirituais.
* Amor: Vale a pena destacar como Paulo se referia a Timóteo: “meu amado filho” (v. 2). Palavras semelhantes foram ditas pelo Pai após o batismo de JESUS: “Este é o meu Filho amado, em quem me agrado” (Mt 3.17). As Escrituras trazem mais oito frases similares com referência a JESUS, o que mostra quão fundamental isso foi para a vida e a identidade de CRISTO (v. Is 42.1; Mt 12.18, 17.5; Mc 1.11, 9.7; Lc 3.22, 9.35 e 2Pe 1.17). Quantos líderes e pastores não estão convictos de que são realmente amados, aceitos pelo Pai celeste ou por um mentor ou pai espiritual aqui na terra.
* Intercessão: a ligação profunda entre Paulo e Timóteo transparecia no relacionamento de Paulo com DEUS. O apóstolo lembrava-se de Timóteo constantemente, dia e noite (v. 3). Que privilégio contar com um mentor intercessor!
* Intimidade: Timóteo tinha liberdade de chorar com Paulo, e este não se envergonhava disso (v. 4). Na verdade o próprio Paulo também sabia ser transparente e compartilhar emoções profundas que também o levavam às lágrimas. Dirigindo-se aos anciãos de Éfeso, a igreja que mais tarde Timóteo supervisionaria, Paulo afirmou que serviu “ao Senhor com toda a humildade e com lágrimas” (At 20.19); instou-os a cuidarem de si mesmos e a vigiarem, lembrando-lhes “que durante três anos jamais [cessara] de advertir cada um [deles] disso, noite e dia, com lágrimas” (At 20.31). Não devemos nos surpreender de que nessa despedida “todos choraram muito, e, abraçando-o, o beijavam” (At 20.37). O verdadeiro mentor não só deixa seu coração transparecer, a ponto das lágrimas fazerem parte de sua vida e de seu ministério comum, como encoraja seus seguidores a fazerem o mesmo.
* Saudade e alegria (v. 4): Paulo, afinal, possuía um lado afetivo e sabia expressá-lo. Desenvolveu uma ligação afetiva com seu mentoreado. Alegrava-se com seu mentoreado e realmente buscava oportunidades de compartilhamento (veja 2Tm 4.9). Mais uma vez a alegria de Paulo reflete a alegria do Pai no Filho quando diz: “Este é o meu Filho amado, em quem me agrado” (grifo do autor).
* Reafirmação do que é bom (v. 5): Paulo citava qualidades de Timóteo e das boas experiências que compartilharam. Não insistia sempre em que seu mentoreado precisava melhorar, mas comunicava um profundo sentimento de aceitação.
* Exortação (v. 6): Paulo não só reafirmava claramente seu amor, sua aceitação e alegria, mas também sabia como desafiar seu mentoreado para o crescimento.
* Ministração: mais que uma vez Paulo impõe as mãos sobre Timóteo (v. 6) e, em oração, vê o ESPÍRITO SANTO agir de forma sobrenatural na vida deste (v. 1Tm 4.14). O poder e a graça de DEUS fluíam de Paulo para Timóteo.
* Discernimento das necessidades do mentoreado: Paulo sabia que Timóteo sofria dificuldades por causa da timidez ou do medo, por isso ministrava-lhe diretamente a respeito (v. 7) com palavras que encorajaram milhares de outros Timóteos através dos anos.
* Desejo de manter o mentoreado junto a si: Timóteo foi chamado a participar da vida de Paulo e a segui-lo de perto (2Tm 3.10,11, 4.9), até em seus sofrimentos (2Tm 1.8). Paulo não escondia de Timóteo a realidade nem o fato de que a vida cristã apresentava desafios e dificuldades. Também não o deixou enfrentá-los sozinho. O mentor se parece ao Paracletos, que se aproxima de nós e nos chama para junto de si.
* Exemplo (v. 13): Paulo mostrou a Timóteo como ensinar e viver (2Tm 3.10,11), não como um ser perfeito, mas como alguém que permanecia em constante crescimento rumo à perfeição (Fp 3.11-14).
* Reafirmação do chamado do mentoreado: Paulo lembrou Timóteo de manter viva a chama do dom de DEUS que estava nele (v. 6) e ainda estimulou-o a guardar o que lhe foi confiado ou depositado (v. 14).
* Compartilhamento de dificuldades: o mentor não se vale de máscaras para levar o mentoreado a crer que tudo está sempre bem (v. 15). Em vez disso, compartilha suas dores, suas decepções e sua solidão (2Tm 4.9-16).
* Discipulado: o estilo de ensino de Paulo, ao contrário do professor, não se baseia em conteúdo e em programas, mas no que flui do coração de um pai para um filho espiritual (2 Tm 1,2; 2.1,2). Paulo repassa vida, a sua e a de CRISTO, demonstrando as verdades que queria que Timóteo aprendesse através de como vivia e como se relacionava com ele (2 Tm 2.3-17).
* Orientação do mentoreado no pensamento estratégico: Paulo desafia Timóteo a reproduzir o que recebeu dele. Mais que isso. Desafia-o a multiplicar-se através de escolher as pessoas certas para que estas, por sua vez, ensinem a outros o que receberam (2Tm 2.2).
Qualidades do mentoreado
É muito comum as pessoas procurarem um mentor como Barnabé e Paulo e se decepcionarem quando ele não corresponde a tudo o que elas buscavam. Não raro, tais pessoas não compreendem que, assim como o mentor, o mentoreado também deve apresentar algumas qualificações para a função.
Vejamos uma passagem que nos ajude a ver essa relação mais uma vez, mas agora focando algumas qualidades do mentoreado, do seguidor:
Não estou tentando envergonhá-los ao escrever estas coisas, mas procuro adverti-los, como a meus filhos amados. Embora possam ter dez mil tutores em CRISTO, vocês não têm muitos pais, pois em CRISTO JESUS eu mesmo os gerei por meio do evangelho. Portanto, suplico-lhes que sejam meus imitadores. Por esta razão estou lhes enviando Timóteo, meu filho amado e fiel no Senhor, o qual lhes trará à lembrança a minha maneira de viver em CRISTO JESUS, de acordo com o que eu ensino por toda parte, em todas as igrejas. Alguns de vocês se tornaram arrogantes, como se eu não fosse mais visitá-los (1Co 4.14-18).
Embora esta passagem revele características de um pai espiritual ou mentor, podemos ressaltar oito características de um filho espiritual ou mentoreado:
* Trata seu líder como pai espiritual (v. 15): demonstra carinho, amor, respeito e agradecimento pela confiança que o mentor ou líder depositou nele e pelo tempo investido. Reconhece-o como mentor, e não apenas como um professor ou mestre. O mentor ocupa um lugar especial na vida do mentoreado, inclusive na área de autoridade espiritual. O mentoreado procura entender o coração do mentor e alinhar-se com ele, de modo a abençoá-lo em vez de constituir-se em peso para o mentor (Hb 13.17).
* Imita o líder (v. 16): julga-o um modelo a seguir, um exemplo. O mentoreado, contudo, deve ter em mente que, por sua humanidade, o mentor também pode apresentar falhas ou certas características que contrariam o caráter de CRISTO propriamente dito. Seu discernimento o capacitará a imitar o que é saudável, bom, procurando reproduzir isso em sua vida.
* Tem uma identidade espiritual firme e saudável: entende que é um filho amado (v. 17) e que sua identidade de filho é a base para tudo. Serve, mas não como servo obrigado ou compulsivo e sim pelo transbordar de um coração de filho agradecido. Não procura no pai espiritual sua base de sentir-se bem.
* É fiel (v. 17): ao Senhor e no Senhor para com o mentor. O mentoreado não murmura com terceiros a respeito das falhas do mentor ou dos problemas que possa ter de enfrentar. A relação entre ambos tem de ser de mútua transparência. O mentoreado é um escudeiro para seu mentor, protegendo-o e até carregando, quando puder, algo penoso para o líder.
* Vive o que o mentor ensina sobre JESUS (v. 17): em certo sentido, ao ser observado, o mentoreado deve corresponder ao ditado: “Tal Pai, tal filho.” As pessoas devem ser capazes de conhecer o coração e a visão do mentor pelo simples fato de conviver com o mentoreado.
* Compreende os ensinos sob as atitudes do mentor (v. 17): não se limita a imitar sem compreender. Segue o modelo do mentor exatamente porque percebe o que motiva o comportamento dele. Como os discípulos de JESUS, deve expressar suas dúvidas ou o que lhe é incompreensível.
* Não se envergonha de seu mentor (v. 14): talvez seu mentor seja mais velho e não tenha concluído tantos cursos como o mentoreado; é possível que seja do sexo oposto, estrangeiro ou, como a maioria dos líderes, alvo de muitas críticas. Independentemente das razões, o mentoreado não deve se envergonhar do mentor, mas agradecer-lhe e até orgulhar-se (no sentido positivo da palavra) pelo fato dessa pessoa ser seu líder ou mentor.
* Não é arrogante (v. 18): em outras palavras, o mentoreado é humilde e ensinável e não rejeita a correção. Deseja ouvir a avaliação de sua vida e de seu ministério, de modo a poder crescer. Creio que ser ensinável é a característica mais importante de um discípulo ou mentoreado, pois se precisar de aprimoramento ou correção em quaisquer outras áreas, será possível trabalhá-las, sem traumas.
À procura de mentores e mentoreados
A relação mentoreado/mentor é muito preciosa e não pode ser tratada de modo superficial. Na verdade, esse relacionamento é um dom divino, algo parecido ao que JESUS diz a seus discípulos, seus mentoreados:
Já não os chamo servos [hoje, possivelmente uma palavra semelhante poderia ser “obreiros” ou “estudantes”], porque o servo não sabe o que o seu senhor faz. Em vez disso, eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu lhes tornei conhecido. Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto, fruto que permaneça (Jo 15.15, 16).
Ao referir-se a esta passagem, C. S. Lewis afirma que não escolhemos nossos amigos; DEUS os escolhe para nós. Se, de um lado, essa afirmação nos leva a descansar no Senhor quanto a ele inserir e retirar pessoas de nossa vida, de outro haverá situações em que teremos que tomar a iniciativa e nos esforçar a favor de nosso mentor ou mentoreado. É o caso da busca pela pessoa que será nosso cônjuge, por exemplo. Embora essa relação seja uma dádiva do céu, para que dê certo, é preciso entregar nossa vida a ela!
Uma relação de mentor e mentoreado é algo muito semelhante e precioso. O aprofundamento é um processo longo, como ocorreu entre JESUS e os Doze. Foi necessário um ano e meio desde o primeiro chamado em João 1 até que JESUS os separasse como os Doze (Mc 3.13-19; Lc 6.12-16).
Em certo sentido o crescimento gradativo dessa relação pode ser comparado ao processo natural de amizade, namoro, noivado e casamento. O ideal é que seja lento e flua sem artificialismos e sem pressões.
Para muitos, encontrar a pessoa certa para atuar como mentor (ou até para mentorear) é quase tão difícil como encontrar alguém para se casar, especialmente quando aquele que busca o mentor é também pastor. Mas vejamos o que dizem as Escrituras: “… busquem, e encontrarão; batam, e a porta lhes será aberta” (Mt 7.7).
O significado desses verbos, em grego, demonstra uma ação continuada. Se não desistirmos, se realmente formos sérios em nossa procura, DEUS nos revelará o líder pastoral, o discipulador ou o mentor que precisamos.
Ao buscar essa pessoa, recomendo os seguintes passos:
1. Liste três pessoas que poderiam ajudá-lo de alguma forma nesse papel. Ainda que não se revelem as ideais, escolha as três melhores opções, pensando em pessoas cujas vidas já estão ligadas de algum modo à sua ou é possível ligá-las.
2. Priorize as pessoas por meio da oração. Dirija-se à primeira e peça-lhe que ore quanto a um encontro inicial para conversarem sobre a possibilidade de ela vir a ser seu mentor (discipulador ou líder pastoral).
3. Se a pessoa aceitar, e o encontro inicial for boa, faça uma experiência de três a seis meses. Se o resultado for positivo, glória a DEUS! Se não, passe para a segunda pessoa de sua lista e repita o processo.
A meu ver, a maior responsabilidade para o bom relacionamento entre mentor e mentoreado cabe a este último. Normalmente, o mentor possui muitas ocupações, cabendo, assim, ao mentoreado fazer os ajustes necessários para se adaptar à rotina do mentor. Ele deve ter a iniciativa de buscar o mentor e assegurar que o relacionamento se desenvolva adequadamente. Se você já tem um mentor ou líder pastoral, eu o encorajo a meditar em Hebreus 13.17. Expresse-lhe o que DEUS lhe mostra nesse versículo.
Será mais produtivo se a relação entre mentor e mentoreado não for apenas individual, de um para um, mas dentro de um grupo ou equipe. Esse era o procedimento de JESUS CRISTO. Não há relatos de encontros individuais com os discípulos, mas de encontros em grupo.
Paulo reafirma a Timóteo que o que este recebia “na presença de muitas testemunhas” (2Tm 2.2), pela imposição de mãos, não provinha apenas de Paulo, mas também dos presbíteros (1Tm 4.14). No livro de Atos, Paulo aparece quase sempre em grupo ou em equipe. Algumas cartas de Paulo, como 1 e 2 Tessalonicenses, por exemplo, trazem como remetentes “Paulo, Silvano e Timóteo”.
Mentorear pessoas no contexto de uma equipe ou grupo, entre outras vantagens, permite reunir a riqueza das múltiplas perspectivas à interdependência (que é uma proteção contra a dependência). Isso também confere ao mentoreado mais oportunidade para dar, em vez de apenas receber. Ademais, haverá outras pessoas envolvidas que poderão ajudar a solucionar possíveis conflitos, o que torna o mentor menos vulnerável à perda de amizades, como facilmente ocorre quando o conflito é gerado numa relação individual.
Encerrando, quero dizer que tenho sido muito abençoado por meio do pr. Irland. Em sua paixão pelo mentoreamento, ele demonstra um espírito ensinável que me surpreende. Com a maior alegria entrega-se, como mentoreado, à orientação de pastores de diferentes denominações ou até mesmo de pastores bem mais jovens, ganhando e crescendo por meio desses relacionamentos. Sem dúvida a habilidade do pr. Irland de aprender de quase qualquer pessoa fornece-lhe subsídios para que ele mesmo atue como mentor de quase qualquer pessoa!
Obrigado, Irland, por mostrar o caminho para tantos de nós que queremos ser como nosso Senhor JESUS CRISTO mas sabemos que sozinhos não lograremos êxito. Precisamos de companheiros de jugo, do pastoreio de pastores, de aprendizagem contínua, de mentoreamento. Enfim, de qualidades tão evidentes em sua atuação que nos encorajam a absorvê-las e praticá-las. Podemos colocar em prática o que você nos ensina “na presença de muitas testemunhas” e confiar isso “a homens fiéis que sejam também capazes de ensinar outros”!
Bibliografia
AZEVEDO, Irland. De pastor para pastores: um testemunho pessoal. Rio de Janeiro: JUERP, 2001.
HENDRICKS, Howard. Aprenda a mentorear. Belo Horizonte: Betânia, 1999, principalmente parte 2.
HOUSTON, James. E. Mentoria espiritual: o desafio de transformar indivíduos em pessoas. São Paulo: Sepal, 2003.
KORNFIELD, David. As bases na formação de discipuladores. São Paulo: Sepal, 1996. Na verdade, toda a literatura na área de discipulado está muito relacionada ao mentoreamento.
_____. Equipes de ministério que mudam o mundo: oito características de equipes de alto rendimento. São Paulo: Sepal, 2002. Trata-se de uma ferramenta que ajuda o líder e sua equipe a diagnosticar a saúde e o rendimento da equipe visando a planejar estratégias de aperfeiçoamento. Embora não esteja propriamente relacionado ao tema mentoreamento, pode ajudar no desenvolvimento desse conceito em grupos pequenos ou equipes.
Sites de consulta na Internet
MAPI (Ministério de Apoio a Pastores e Igrejas): 
www.mapi-sepal.org.br.
Mentorlink International: 
www.mentorlink.org.
TOPIC Brasil (Trainers of Pastors International Coalition ou Aliança Internacional de Capacitadores de Pastores – AICP): 
www.topicbrasil.org
.
Fonte: http://www.mapi-sepal.org.br/
Visite www.sermao.com.br
 
Modelos de um Servo espiritual - (Filipenses 2:17-18) -
MacArthur, J. (2001). Philippians (309). Chicago: Moody Press.

(2:17–30) Qualquer um que tenha passado muito tempo estudando os escritos dos nobres servos de DEUS desenvolvem uma certa compreensão de seus corações e mentes. Normalmente, a sua qualidade mais intrigante e admirável é a vontade de fazer grandes sacrifícios. Talvez o aspecto mais importante de liderança espiritual é ter uma vida piedosa como testemunho. O exemplo pessoal ilustra os princípios bíblicos em ação, mostrando como a vida cristã deve ser vivida. Quando os crentes consideraram cuidadosamente os padrões de DEUS colocando luz sobre seus pecados, defeitos, fraquezas e fracassos, essas normas muitas vezes parecem impossíveis de alcançar. JESUS é o exemplo supremo do crente (1 João 2:6). Mas Ele era o Filho, sem pecado e perfeito de DEUS, e o que era possível para Ele pode parecer impossível para os seus seguidores. No entanto, quando os crentes têm uma vida cristã triunfante nos padrões de DEUS, eles são incentivados a combater o pecado e vencê-lo. Filipenses 2:17-30 apresenta três homens cujas vidas são padrões excepcionais para uma vida piedosa.
Estes três são: Paulo, Timóteo e Epafrodito que estavam juntos em Roma neste momento.
Paulo era um prisioneiro em sua própria residência alugada. Embora acorrentado a um soldado, ele estava livre para continuar seu trabalho sem impedimentos (Atos 28:16, 30-31).
Timóteo, filho na fé do apóstolo da fé (1 Tm 1:2), tinha andado e aprendido com ele por algum tempo.
Epafrodito havia sido enviado da igreja de Filipos para dar um apoio financeiro para Paulo e para ministrar às suas necessidades.
Estes homens estavam unidos geograficamente, espiritualmente e ministerialmente em uma causa comum. Cada um foi apaixonadamente devotado ao Senhor JESUS CRISTO, não se preocupando com seus próprios interesses. Por causa do Senhor, cada um tinha arriscado sua saúde, sua liberdade, e até mesmo a sua vida. Embora todos eles demonstrem as qualidades de Paulo, cada um reflete também as distintas características pessoais e espirituais de CRISTO.
Paulo poderia, portanto, ser descrito como o alegre sacerdote de DEUS, Timóteo como o simpatizante solteiro e dedicado, e Epafrodito como o obreiro de amor.

PAULO: UM SACRIFÍCIO EM NOME DA ALEGRIA
E, ainda que seja oferecido por libação sobre o sacrifício e serviço da vossa fé, folgo e me regozijo com todos vós. E vós também regozijai-vos e alegrai-vos comigo por isto mesmo. (2:17–18). Nada caracteriza mais a vida de Paulo e seu ministério do que o amor para com o Senhor, Sua obra e Seu povo. Ele também amava os não crentes, especialmente seus colegas judeus, sobre quem testemunhou: "Porque eu mesmo poderia desejar ser anátema de CRISTO, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne;" (Romanos 9:3). Mas ele tinha um amor especial para com os crentes cristãos, como exemplificado pelo seu testemunho aos de Corinto: "Porque em muita tribulação e angústia do coração vos escrevi, com muitas lágrimas, não para que vos entristecêsseis, mas para que conhecêsseis o amor que abundantemente vos tenho."(2 Coríntios 2:4). O tipo de amor de Paulo era para servir incondicionalmente e sacrificialmente. Ele temia que, se não desse o seu máximo esforço, ele seria desclassificado e sua recompensa diminuída (1 Cor 9:24-27). Ele estava consciente de que ele tinha uma vocação especial, superdotação, e capacitação e que o Senhor iria responsabilizá-lo. Ele escreveu sobre sua responsabilidade aos Coríntios: "Que os homens nos considerem como ministros de CRISTO, e despenseiros dos mistérios de DEUS. Além disso requer-se dos despenseiros que cada um se ache fiel."(1 Cor 4:1-2). Devido a essa responsabilidade, Paulo se auto-disciplinava: "Eu disciplino meu corpo e faço dele meu escravo, para que, depois de eu ter pregado aos outros, eu mesmo não venha a ser desqualificado" (1 Coríntios 9:27). Ele estava confiante "que no dia de CRISTO [ele teria] motivo para a glória, porque [ele] não correra em vão, nem trabalhou em vão" (Fp 2:16). Não se pode deixar de se perguntar por que Paulo tinha tão grande confiança no seu próprio exemplo. A maioria dos crentes não estariam dispostos a oferecer-se como um exemplo, acreditando que seria presunçoso e arrogante. Mas o ESPÍRITO SANTO concedeu poderes a Paulo para ter essa confiança. Porque Paulo foi obediente à liderança do ESPÍRITO e ele não tinha a inadequação que a maioria dos crentes possuem. Embora ele fosse humilde e tivesse um profundo conhecimento de sua fraqueza (1 Tm 1:15), ele ainda pode usar-se como um exemplo porque seus motivos eram puros e sua vida santa. Com tanto sinceridade e genuína humildade, portanto, ele poderia admoestar aos coríntios: "Sede meus imitadores, como também eu sou de CRISTO" (1 Coríntios 11:1; Cf 4:16). Paulo foi um exemplo humano porque ele seguiu o exemplo divino, o Senhor JESUS CRISTO. Como o escritor aos Hebreus admoesta, Paulo fixou seus "olhos em JESUS, autor e consumador da nossa fé" (Hb 12:2). A tradução mais apropriada, portanto, é "porque eu estou sendo derramado como uma oferta de bebida." Essa frase traduz todo o spendō única palavra grega que significa "para ser derramado em libação" (cf. 2 Tm. 4:6) . O exemplo de Paulo era evidente no preço que estava pagando em derramar sua vida a DEUS como uma oferta de bebida do Antigo Testamento. Ao contrário do que alguns intérpretes sugerem, Paulo não estava aqui falando de seu martírio final. O tempo presente indica claramente que ele estava falando de sua experiência atual como um prisioneiro em Roma. Ele viu a sua vida, não a sua morte, como seu supremo ato de sacrifício ao Senhor. Ele era um sacrifício vivo, não um sacrifício morto (Rm 12:1). Seus comentários, na presente carta, indica que ele não previu a execução iminente, embora houvesse entendido claramente que essa era uma possibilidade. Ele já havia dito: "Permanecer na carne é mais necessário, por amor. Convencido disso, sei que ficarei e permanecerei com todos vós para vosso progresso e alegria na fé "(1:24-25). Mais tarde, no presente capítulo ele escreveu: "Eu confio no Senhor que também eu mesmo os verei em breve" (2:24). Ambos, judeus e gentios teriam entendido o sacrifício aqui implícito no imaginário de uma oferta de bebida, ou libação, um ritual que era familiar a muitos povos antigos (cf. Lv 23:18, 37; 2 Reis 16:10-16, Jer 7:18). Depois de colocar o animal sacrificado no altar, os sacerdotes tomariam vinho (ou às vezes água ou mel) e derramariam no sacrifício que seria queimado ou derramariam no chão em frente ao altar. Esse ato simbolizava o cheiro suave do sacrifício nas narinas da divindade a quem estava sendo oferecido. A oferta de Paulo como bebida também foi feita em nome de seus amados irmãos em Filipos, uma oferta feita sobre o sacrifício e serviço da sua fé. Aqui o apóstolo reflete a humildade sincera que marca o crente espiritualmente nobre e que foi supremamente exemplificado pelo próprio Senhor, em Sua encarnação (2:1- 8).
Thusia (sacrifício) era usado para designar sacrifícios reais (Mateus 9:13, Atos 7:41, 1 Coríntios 10:18, Hebreus 5:1). Foi usado também em sentido figurado, como é aqui (cf. 4:18;. Rm 12:1; Hb 13:15;. 1 Pedro 2:5).
Serviço traduz leitourgia, que foi mais comumente usado como serviço religioso e é o termo a partir do qual a palavra liturgia deriva no Inglês . Em 2 Coríntios, Paulo usou as ofertas financeiras dadas para "suprir as necessidades dos santos" (2 Coríntios. 9:12). Como Pedro, Paulo viu todos os crentes como sendo sacerdotes de JESUS CRISTO, "Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a DEUS por JESUS CRISTO." (1 Pedro 2:5).
Os filipenses eram companheiros de Paulo no serviço sacrificial a DEUS (1:25-30; 4:10-19), principalmente através do ministério de Epafrodito (2:25-30). Eles estavam sofrendo severamente por sua fé em um ambiente extremamente pagão hostil. Quanto mais a igreja crescia, mais se havia ressentimento e perseguição aos cristãos filipenses. Portanto, o apóstolo admoestou-os, "
E em nada vos espanteis dos que resistem, o que para eles, na verdade, é indício de perdição, mas para vós de salvação, e isto de DEUS." (Fp 1:28). Ele passou a explicar: "Para vocês foi concedido, por causa de CRISTO, não somente crer nEle, mas também sofrer por causa dele" (v. 29). Sua perseguição também refletia sua própria, pois eles estavam "Tendo o mesmo combate que já em mim tendes visto e agora ouvis estar em mim." (v. 30). Tinham uma oferta comum; Paulo derramou a sua libação sobre o sacrifício queimado pela igreja de Filipos. Portanto, ele escreve, eu me alegro em compartilhar minha alegria com todos vocês. O apóstolo já mencionou várias razões para sua alegria. Ele regozijou-se por causa de seu amor por eles e seu amor por ele (4:1,10). Até mesmo suas circunstâncias aparentemente infelizes em Roma demonstravam sua alegria e força "Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade. Posso todas as coisas em CRISTO que me fortalece" (4.12,13). A maneira pela qual ele gentilmente aceitou sua prisão encorajou os crentes em Roma, Filipos, e em outros lugares "têm muito mais coragem para falar a palavra de DEUS sem medo" (v. 14). Mesmo quando o evangelho foi pregado com pretensão e por ambição egoísta e inveja, Paulo se alegrou (vv. 17-18). Os crentes devem regozijar-se não apenas por seu sofrimento por CRISTO, mas por causa Dele (cf. At 5:41), sabendo que "todos os que querem viver piedosamente em CRISTO JESUS serão perseguidos" (2 Tm. 3:12). A maior alegria dos crentes vem do princípio de que o sacrifício de servir a DEUS é o propósito supremo de sua existência. O apóstolo escreveu anteriormente em Filipenses: "Segundo a minha intensa expectação e esperança, de que em nada serei confundido; antes, com toda a confiança, CRISTO será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte. Porque para mim o viver é CRISTO, e o morrer é ganho "(1:20-21). Alguns anos antes, ele escreveu: "Nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si mesmo, pois se vivemos, vivemos para o Senhor, ou se morremos, morremos para o Senhor, portanto, se vivemos ou morremos, somos do Senhor "(Romanos 14:7-8). Infelizmente, muitos crentes experimentam a alegria da mesma forma que o mundo faz. Quando as circunstâncias são favoráveis, eles estão felizes, mas quando as circunstâncias são desfavoráveis, estão tristes e às vezes ressentidos. As únicas coisas que lhes trazem alegria são aqueles que promovem seus próprios interesses e bem-estar. Mas quando os crentes procuram fazer a vontade do Pai e agradá-Lo, eles vêem o sacrifício por Ele com alegria. A razão pela qual muitos crentes sabem pouco sobre natureza da alegria de Paulo é que eles sabem pouco sobre o seu tipo de sacrifício. É difícil para aqueles que vivem em seu egoísmo, crentes mundanos, entenderem como os missionários podem viver por anos em uma vida primitiva, em condições perigosas e ainda assim manter a sua alegria. Através de tudo isso eles se regozijam, porque, como Paulo e os filipenses, que oferecem suas vidas como um contínuo sacrifício a DEUS, eles aprenderam que quanto maior o sacrifício, maior a alegria. Eles têm a mesma atitude de Pedro e os outros apóstolos que, depois de serem flagelados "para não falar em nome de JESUS, ... seguiram o seu caminho a partir da presença do Conselho, regozijando-se de terem sido considerados dignos de sofrer vergonha pelo Seu nome "(Atos 5:40-41). O serviço abnegado de CRISTO é um sacrifício só no sentido de ser uma oferta a DEUS. Nunca é um sacrifício no sentido de ser uma perda. É sempre uma troca do menor para o maior, levando Paulo a escrever: "E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de CRISTO JESUS, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a CRISTO,"(Fp 3:8). O que ele deixou foi "lixo" simples, o que ele ganhou de CRISTO foi as bênçãos imensuráveis da salvação e vida eterna (vv. 9-11). Esta realidade da justificação estende-se até a santificação. Paulo não só é um modelo para o serviço abnegado e sacrifício, mas também pela alegria de produzir serviço. Como ele escreveu aos Coríntios: "Estou cheio de consolação, eu estou transbordando de alegria em todas as nossas tribulações" (... 2 Coríntios 7:4; cf Ef 3:13) e aos Colossenses: "Regozijo-me agora no que padeço por vós, e na minha carne cumpro o resto das aflições de CRISTO, pelo seu corpo, que é a igreja;"(Colossenses 1:24). Ele assegurou aos tessalonicenses que "Porque não nos chamou DEUS para a imundícia, mas para a santificação. Portanto, quem despreza isto não despreza ao homem, mas sim a DEUS, que nos deu também o seu ESPÍRITO SANTO. Quanto, porém, ao amor fraternal, não necessitais de que vos escreva, visto que vós mesmos estais instruídos por DEUS que vos ameis uns aos outros"(1 Ts. 3:7-9). Da mesma forma, Tiago advertiu: "Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações; Sabendo que a prova da vossa fé opera a paciência. Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma."(Tiago 1:2-4). Da mesma forma, Pedro aconselhou os seus leitores, "Na medida em que você compartilhar dos sofrimentos de CRISTO, mantenha a alegria, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis com alegria" (1 Pedro 4:13).
Assim foi com integridade e sinceridade que Paulo podia dizer, eu me alegro em compartilhar minha alegria com todos vocês. Sunchairō (partes alegria ...) é um composto (e, portanto, intensificada) forma do verbo anterior (chairo, alegrai-vos) e descreve uma reciprocidade profunda de propósito e de sentimento. Foi usado por Lucas para descrever os vizinhos e parentes de Isabel, que "estavam se alegrando com a sua maternidade" sobre o nascimento de João Batista (Lucas 1:58). Foi usado por JESUS sobre o homem que se alegrou em encontrar sua ovelha perdida (Lc 15:6) e da mulher que, da mesma forma, alegrou-se em encontrar sua moeda perdida (15:9, cf 1 Cor 12:26; 13:6). Como Paulo e os filipenses haviam sacrificado e servido juntos, eles foram capazes de se alegrar juntos. Usando a mesma palavra (sunchairō) que ele havia usado apenas de si mesmo, agora ele diz: exorto-vos a se alegrarem da mesma maneira e compartilhem de sua alegria comigo. 

INTERAÇÃO
"Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas". É assim que JESUS é apresentado aos seus discípulos pela narrativa do Evangelho de João. O bom Pastor doa a sua vida às ovelhas. Ele não espera receber nada em troca do seu exercício ministerial, a não ser a alegria e a grata satisfação em ver uma vida, outrora em frangalhos, mas agora em perfeito juízo com a mente e o coração imersos no Evangelho. O verdadeiro pastor sabe bem a dimensão profunda daquilo que significa "apascentai o rebanho de DEUS que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de DEUS, mas servindo de exemplo ao rebanho" (1 Pe 5.2,3).

OBJETIVOS - Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Reconhecer a preocupação de Paulo com a Igreja.
Pontuar o modelo paulino de liderança.
Inspirar-se à prática cristã com o exemplo de Epafrodito.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Para introduzir o primeiro tópico da lição sugerimos a seguinte atividade: (1) Pergunte aos alunos o que é o ministério pastoral para eles. (2) Ouça as diversas respostas com atenção. (3) Em seguida, discorra acerca das principais características que a lição apresenta sobre a liderança de Paulo: (a) O compromisso com o pastorado; (b) mentoria de novos obreiros; (c) um líder que amava a igreja. Ao concluir o tópico I, o prezado professor deverá deixar bem claro que o modelo de liderança do apóstolo Paulo estava pautado no de JESUS, isto é, um ministério de serviço, jamais de domínio.
A palavra mentor, da forma popular que é usado em inglês, não é bem conhecido no Brasil.  O conceito popular da palavra mentor no português é a inteligência atrás de um plano, o pensador que desenvolve a estratégia para o sucesso num empreendimento.  O dicionário Melhoramentos, chega mais próximo à definição usado em inglês quando diz que é uma "pessoa que orienta, aconselha, ensina ou guia". 

RESUMO DA 
LIÇÃO 6 - A FIDELIDADE DOS OBREIROS DO SENHOR
I. - A PREOCUPAÇÃO DE PAULO COM A IGREJA
1. Paulo, um líder comprometido com o pastorado.
2. Paulo, o mentor de novos obreiros.
3. Paulo, um líder que amava a igreja.
II. O ENVIO DE TIMÓTEO À FILIPOS (2.19-24)
1. Paulo dá testemunho por Timóteo.
2. O modelo paulino de liderança.
3. As qualidades de Timóteo (2.20-22).
III. - EPAFRODITO, UM OBREIRO DEDICADO (2.25-30)
1. Epafrodito, um mensageiro de confiança.
2. Epafrodito, um verdadeiro missionário.
3. Paulo envia Epafrodito.

SINOPSE DO TÓPICO (1) O compromisso pastoral do apóstolo Paulo passava pela mentoria que ele exercia sobre os novos obreiros e por seu amor pela igreja. Ele não era gerente de uma instituição, mas pastor de uma igreja.
SINOPSE DO TÓPICO (2) O apóstolo desejou enviar Timóteo a igreja de Filipos visando o fortalecimento da liderança local e, conseqüentemente, de todo o Corpo de CRISTO
SINOPSE DO TÓPICO (3) Epafrodito era um mensageiro de confiança do apóstolo Paulo, um verdadeiro missionário. Foi enviado a Filipos para cuidar de assuntos locais.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I - Subsídio Vida Cristã "Quando a Igreja nasceu, no Dia de Pentecoste, DEUS começou a chamar 'pastores' para apascentar os rebanhos de fiéis que se levantariam ao redor do mundo. Os pastores devem ser responsáveis pelo cuidado, direção e ensinamentos que uma congregação recebe. Eles são dons para a igreja (Ef 4.11), líderes necessários que devem ter vidas exemplares. Seu chamado ao ministério é de procedência divina (At 20.28); seu exemplo é JESUS CRISTO, e o poder para fazerem esta incrível obra vem do ESPÍRITO SANTO.
Julgo que os pastores têm de ser pentecostais para que apascentem igrejas também pentecostais. Essa é ordem de DEUS. Visto que vivemos num dos tempos mais complicados e plenos de avanços tecnológicos que este mundo jamais viu, é crucial que os líderes da Igreja do Senhor sejam não só cheios mas também guiados pelo ESPÍRITO SANTO. As pessoas são complexas; suas dificuldades e problemas, também. Somente DEUS pode capacitar-nos a entendê-las e ajudá-las. À medida que os pastores empenham-se em auxiliar os que se acham nas garras do alcoolismo, das drogas, do divórcio e de outras incontáveis tragédias, precisam urgentemente de poder e discernimento do ESPÍRITO para ministrar. Os métodos para se alcançar as pessoas mudam; entretanto, nossa mensagem não pode mudar" (CARLSON, Raymond; TRASK, Thomas (et all.). Manual Pastor Pentecostal: Teologia e Práticas Pastorais. 3.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.7).

VOCABULÁRIO
Empatia: Capacidade de sentir os sentimentos de outra pessoa.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
CARLSON, Raymond; TRASK, Thomas (et all.). Manual Pastor Pentecostal: Teologia e Práticas Pastorais. 3.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
MACARTHUR JR, John. Ministério Pastoral: Alcançando a excelência no ministério cristão. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.
RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007. SAIBA MAIS

SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 55, p.39.
 
QUESTIONÁRIO DA LIÇÃO 6 - A FIDELIDADE DOS OBREIROS DO SENHOR
Responda conforme a revista da CPAD do 3º Trimestre de 2013 - FILIPENSES
Complete os espaços vazios e marque com "V" as respostas verdadeiras e com "F" as falsas
 
TEXTO ÁUREO
1- Complete:
"Espero, porém, no Senhor JESUS, mandar- vos __Timóteo__, o mais breve possível, a fim de que eu me sinta __animado__ também, tendo conhecimento da vossa __situação__" (Fp 2.19 - ARA).

VERDADE PRÁTICA
2- Complete:
Os __obreiros__ do Senhor devem estar __conscientes__ quanto à sua responsabilidade no santo __ministério__.
 
I. - A PREOCUPAÇÃO DE PAULO COM A IGREJA
3- Paulo era um líder comprometido com o pastorado?
(    ) Paulo tinha um coração amoroso, apesar de encarcerado, ansiava por notícias dos irmãos na fé.
(    ) O apóstolo temia que a igreja filipense ficasse exposta aos "lobos devoradores" que se aproveitam da vulnerabilidade e da fragilidade das "ovelhas" a fim de "devorá-las" (Mt 10.16; At 20.29).
(    ) Paulo se preocupava com a segurança espiritual do rebanho de Filipos e esforçava-se ao máximo para atendê-lo.

4- Como era Paulo, como mentor de novos obreiros
?
(    ) O apóstolo apresenta dois obreiros especiais para auxiliar a igreja de Filipos.
(    ) Primeiramente, Paulo envia Timóteo, dando testemunho de que ele era um obreiro qualificado para ouvir e atender às necessidades espirituais da igreja.
(    ) Em seguida, o apóstolo valoriza um obreiro da própria igreja filipense, Epafrodito. Este gozava de total confiança de Paulo, pois preservava a pureza do Evangelho recebido.
(    ) O apóstolo Paulo ainda destaca a integridade desses dois servos de DEUS contra a avareza dos falsos obreiros (v.21) que não zelavam pela causa de CRISTO, mas se dedicavam apenas aos seus próprios interesses.

5- Paulo era um líder que amava a igreja
?
(    ) Ao longo de toda a Carta aos Filipenses, percebemos que a relação do apóstolo Paulo para com esta igreja era estabelecida em amor.
(    ) Não era uma relação comercial, pois o apóstolo não tratava a igreja como um negócio.
(    ) Ele não era um gerente e muito menos um patrão.
(    ) A melhor figura a que Paulo pode ser comparado em seu comportamento em relação à igreja é a de um pai que ama os seus filhos gerados na fé de CRISTO.
(    ) Todas as palavras do apóstolo - admoestações, exortações e deprecações - demonstram um profundo amor para com a igreja de Filipos.
(    ) Precisamos de obreiros que amem a Igreja do Senhor.
(    ) Esta é constituída por pessoas necessitadas, carentes, mas, sobretudo, desejosas de serem amadas pelos representantes da igreja (2 Tm 2.1-26).

II. O ENVIO DE TIMÓTEO À FILIPOS (2.19-24) 
6- Qual o testemunho que Paulo dá de Timóteo?
(    ) O envio de Timóteo à Filipos tinha a finalidade de fortalecer a liderança local e, conseqüentemente, todo o Corpo de CRISTO.
(    ) Além de enviar notícias suas à igreja, Paulo também esperava consolar o seu coração com boas informações acerca daquela comunidade de fé.
(    ) Assim, como Timóteo era uma pessoa de sua inteira confiança, considerado pelo apóstolo como um filho (1 Tm 1.2), tratava-se da pessoa indicada para ir a Filipos, pois sua palavra à igreja seria íntegra, leal e no temor de DEUS).
(    ) Paulo estava seguro de que o jovem Timóteo teria a mesma atitude que ele, ou seja, além de ensinar amorosa e abnegadamente, pregaria o evangelho com total comprometimento a CRISTO (v.20).

7- Qual o modelo paulino de liderança
?
(    ) Timóteo, Epafrodito e Tito foram obreiros sob a liderança de Paulo.
(    ) Eles aprenderam que o exercício do santo ministério é delineado pela dedicação, humildade, disposição e amor pela obra de DEUS.
(    ) Qualquer obreiro que queira honrar ao Senhor e sua Igreja precisa levar em conta os sofrimentos enfrentados pelo Corpo de CRISTO na esperança de ser galardoado por DEUS.
(    ) Nessa perspectiva, o principal ensino de Paulo aos seus liderados era que o líder é o servidor da Igreja.
(    ) O apóstolo aprendera com JESUS que o líder cristão deve servir à Igreja e jamais servir-se dela (Mt 20.28).

8- Quais as qualidades de Timóteo (2.20-22)?
(    ) Timóteo aprendeu muito com Paulo em relação à finalidade da liderança.
(    ) Ele se solidarizou com o apóstolo e dispôs-se a cuidar dos interesses dos filipenses como um autêntico líder.
(    ) Paulo declarou aos filipenses que Timóteo, além de "um caráter aprovado", estava devidamente preparado para exercer a liderança, pois tinha uma disposição de "servir" ao Senhor e à igreja.
(    ) Todo líder cristão precisa desenvolver uma empatia com a igreja, tornando-se um marco referencial para toda a comunidade de fé (1 Tm 4.6-16).

III. - EPAFRODITO, UM OBREIRO DEDICADO (2.25-30)
9- Epafrodito, era um mensageiro de confiança, qual sua função atual junto a Paulo
?
(    ) Epafrodito era grego, um obreiro local exemplar e de caráter ilibado.
(    ) O apóstolo Paulo o elogia como um grande "cooperador e companheiro nos combates".
(    ) Sua tarefa inicial era a de ajudar o apóstolo enquanto ele estivesse preso, animando-o e fortalecendo-o com boas notícias dos crentes filipenses.
(    ) Epafrodito também fora encarregado de levar a Paulo uma ajuda financeira da parte da igreja de Filipos, objetivando custear as despesas da prisão domiciliar do apóstolo.

10- Epafrodito, era um verdadeiro missionário
?
(    ) Epafrodito não levou apenas boas notícias para o apóstolo, mas também propagou o Evangelho nas adjacências da cidade de Filipos.
(    ) Em outras palavras, Epafrodito era um autêntico missionário.
(    ) À semelhança de Silvano e Timóteo (1 Ts 1.1-7), bem como Barnabé, Tito, Áquila e Priscila, ele entendia que, se o alvo era pregar o Evangelho, até mesmo os sofrimentos por causa do nome de JESUS faziam parte de seu galardão.

11- Para onde Paulo envia Epafrodito
 e por que?
(    ) Filipenses 2.20 relata o desejo de Paulo em mandar alguém para cuidar dos assuntos da igreja em Filipos.
(    ) O pensamento inicial era enviar Timóteo, pois Epafrodito adoecera vindo quase a falecer.
(    ) DEUS, porém, teve misericórdia desse obreiro e o curou (v.27), dando ao apóstolo a oportunidade de enviá-lo à igreja em Filipos (v.28).
(    ) Epafrodito possuía condições morais e emocionais para tratar dos problemas daquela igreja.
(    ) Por isso, o apóstolo pede aos filipenses que o recebam em CRISTO, honrando-o como obreiro fiel (vv.29,30).
 
12- De que maneira os obreiros devem cuidar da Igreja de CRISTO e como devem ser correspondidos?
(    ) Com amor e zelo.
(    ) Que os membros do Corpo do Senhor reconheçam a maturidade, a fidelidade e a responsabilidade dos obreiros que DEUS dá à Igreja (Hb 13.17).

CONCLUSÃO

13- Complete?
A Igreja pertence a __CRISTO__, e os obreiros, somos os __servidores__ desta grande comunidade espalhada por DEUS pela face da terra. Que ouçamos o conselho do apóstolo __Pedro__, e venhamos apascentar "o rebanho de DEUS [...], tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe __ganância__, mas de ânimo pronto; nem como tendo __domínio__ sobre a herança de DEUS, mas servindo de __exemplo__ ao rebanho" (1 Pe 5.2,3).
 
fonte www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm