Bangladesh - A Igreja e a Perseguição

 

Bangladesh

Os cristãos enfrentam oposição de seus familiares e comunidade. A polícia discrimina os cristãos e os pastores são vítimas de ameaças e violência

A Igreja e a Perseguição Religiosa
A Igreja
Entre os primeiros cristãos que chegaram a Bangladesh, no século XVI, já figuravam missionários católicos. Entretanto, foi o ministério do missionário protestante William Carey, iniciado em 1795, que impactou profundamente o país. Hoje em dia, no entanto, o número de cristãos bengaleses é muito pequeno, apesar do extenso trabalho de vários missionários cristãos ao longo de décadas.
O governo bengalês prudentemente decidiu não colocar em risco a ajuda ocidental que recebe, não adotando um processo aberto de islamização do país. Mas países islâmicos participam do programa nacional de ajuda humanitária, afetando políticas em detrimento dos convertidos e de outras organizações cristãs. Apesar de os muçulmanos fundamentalistas constituírem uma minoria, eles se esforçam para pressionar o governo atual a adotar o rigoroso cumprimento da sharia (lei islâmica). Eles são a maior fonte de opressão à Igreja. Isso poderia afetar drasticamente os direitos civis dos cidadãos não muçulmanos. A maior parte da perseguição se dá na zona rural.
A influência dos clérigos muçulmanos é forte em muitas dessas comunidades. Novos convertidos tornam-se, então, vítimas da perseguição e são socialmente marginalizados. Em muitos casos são agredidos, proibidos de ter acesso aos poços artesianos das vilas e coagidos a renunciar à sua fé. Nessas comunidades, eles ainda podem ser pressionados pela família.
A perseguição
A Constituição estabelece o Islã como religião oficial do Estado. Prevê-se o direito de professar, praticar ou propagar todas as religiões, sujeito à lei, à ordem pública e à moralidade. A constituição também afirma que cada comunidade religiosa ou denominação tem o direito de estabelecer, manter e gerir as suas instituições religiosas.
Embora o governo tenha apoiado publicamente a liberdade de religião, os ataques a minorias religiosas e étnicas continuam a ser um problema.
História e Política
O território de Bangladesh localiza-se a leste da Índia e ocupa as planícies cortadas pelos rios Ganges e Brahmaputra. Em consequência de sua localização, o país recebe grande quantidade de chuvas e está sujeito a inundações constantes. O nome do país significa “país dos bengalis”.
A primeira referência histórica que se tem da região onde hoje é Bangladesh é um império que existiu cerca de 1000 anos a.C., conhecido como Vanga ou Banga. O budismo foi a religião dominante até o século X d.C., quando o hinduísmo passou a ser majoritário, mas no século XVI, ao tornar-se parte do Império Mongol, o islamismo passou a ser a religião predominante. No final do século XVIII, a região foi dominada pela Companhia Britânica das Índias Orientais, sob a administração britânica. Bangladesh pertencia ao território da Índia e era conhecido como Bengala Oriental.
Tanto o Paquistão quanto Bengala Oriental eram territórios muçulmanos e, durante o período em que fizeram parte da Índia, muitos conflitos étnico-religiosos eclodiram, tendo sido de fundamental importância para a independência desses países. Em 1947, o Paquistão tornou-se uma nação independente e incorporou o território bengalês. A partir de então, Bengala Oriental passou a ser conhecido como Paquistão Oriental. Em 1971, o país se tornou independente do Paquistão, passando a se chamar Bangladesh. Atualmente a política de estado de Bangladesh constitui-se em uma Democracia Parlamentar.
População
Cerca de 160 milhões de pessoas vivem no país, tornando-o a sétima nação mais populosa do planeta. A maior parte do povo bengalês vive nas regiões rurais: menos de 30% dos habitantes reside nas cidades. Um terço da população tem idade inferior a 15 anos. Apenas 2% da população é constituída de grupos minoritários, sejam tribais ou estrangeiros. Os outros 98% são de pessoas da etnia bengali. No que se refere à religião, os bengaleses dividem-se em muçulmanos e hindus. Cerca de 85% da população professa o islamismo e a maioria dos muçulmanos é sunita.
Os hindus correspondem à quase totalidade dos 15% restantes. Porém ainda existem pequenos grupos de budistas, animistas e cristãos. Os hindus sofreram severas baixas, devido a mortes e fugas de refugiados durante a guerra civil de 1971, mas, apesar de sua desvantagem numérica, eles continuam sendo uma minoria influente e de voz ativa.
Economia
Com uma má administração política, Bangladesh ainda é um dos países mais pobres e mais povoados do mundo. Cerca de 45% da população bengalesa vive da agricultura, especialmente das plantações de arroz. 
   fonte Porta Abertas