JUVENIS - Lição 6: Os pre reformadores

1º Trim. 2014 - JUVENIS - Lição 6: Os pre reformadores
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
JUVENIS- CPAD
1º Trimestre de 2014
TEMA: A História da Igreja
COMENTARISTA: Silas Daniel


LIÇÃO 6 - OS PRÉ-REFORMADORES

TEXTO BÍBLICO Ap 3.1-6


ENFOQUE BÍBLICO

“Mas também tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram suas vestes, e comigo andarão de branco, porquanto são dignas disso.” (Ap 3.4)
OBJETIVOS

Fixar a importância de ser uma reserva moral e espiritual em meio a corrupção deste mundo, que tenta minar as igrejas.
Destacar  o exemplo de servos de Deus do passado que cumpriram fielmente suas vocações apesar de todas as pressões em contrario.
Estimular seus alunos a lerem sobre a vida de grandes servos de Deus desse período difícil da historia da igreja.

INTRODUÇÃO
Devido aos caminhos tortuosos tomados pelas lideranças da igreja, que mais parecia um rebanho sem pastor. Deram-se origem as revoltas, encabeçadas por homens compromissados com a verdade bíblica e cheios do amor divino. As lideranças por mais que tentassem não conseguiram pará-los, condenavam e matava aquele, quais, julgavam ser impostor ou herege outro levantava com mais autoridade e poder. Até que surgiu Lutero o qual não o puderam matar.


A PRÉ REFORMA
 “Mas também tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram suas vestes e comigo andarão de branco, porquanto são dignas disso” (AP 3.4). Como se reservar moralmente e espiritualmente em meio a tanta corrupção? A igreja estava vivendo um período pior que o das perseguições, o problema estava nos púlpitos e no seio da igreja de modo geral, era de fato a “Era das Trevas.”
A igreja passou a ser dominada pelo Romanismo, com o título de “Igreja Católica Romana”, havia corrupção de todas as formas. Nesse meio de corrupção destacava as reservas morais e muitos deles lutaram pela reforma. Portanto são chamados de pré-reformadores que se dispuseram a enfrentar as irregularidades e monstruosidades provindas do trono papal.
No inicio eles surgiram como pequenos raios, Pedro Bruys, natural do sul da França, era considerado um homem de espírito indomável. Suas pregações eram provocantes e revoltava o clero, por essa razão viveu fugindo para escapar das perseguições. Bruys pregava contra as construções de igrejas ricas, contra as inovações de Roma, contra a adoração de crucifixos, contra a doutrina da transubstanciação, contra a celebração da missa, contra o culto aos mortos e outras doutrinas heréticas adotadas pelo romanismo.
Muita gente se aderiu ao movimento que se chamou de “Petrobrussiano”, na verdade os historiadores os têm mais como um movimento de destruição e abandono da igreja. Eles profanavam as igrejas, queimavam as cruzes e ainda derrubavam os altares. Tudo como o objetivo de escarnecer do clero, em meio a perseguições, fez isto por mais de vinte anos, vindo a ser queimado em vida em S. Gilles, no ano 1130.
Os ensinos de Bruys de certa forma influenciaram um italiano por nome de Henrique, que levou o plano adiante. Era eloqüente, zeloso, andava descalço com pouca roupa, não tinha morada certa, procurava as cabanas dos camponeses para repousar. Era um homem destemido, nem as intempéries, nem os inimigos nada lhes cominavam medo. Sua convicção de Deus não consistia em um amontoado de pedras, e que a posição definida por Pedro Bruys, deveriam ser cada vez mais ser reforçada, isto fez dele um homem ousado, até ser agarrado e preso e por fim morto em Tolosa, por ordem do papa em 1147.

Muitos outros morreram como mártires seguidores dos ensinamentos de Bruys e Henrique. Eram interrogados e por permanecerem fieis ao verdadeiro cristianismo eram considerados “hereges” e mortos pelos lideres da igreja Católica Romana. Pedro Valdo surge como uma luz mais forte nesse período. Era um negociante de Lyon, leitor assíduo da Bíblia, resolveu num dado momento distribuir seus bens com os pobres e dedicou sua vida a pratica da piedade. Por ser assíduo leitor da Bíblia gravou-a em sua memória.

Isto facilitou em suas andanças pelos sítios e nas praças publicas para pregar, pois sabia de cor os textos. As pessoas começaram a ouvi-lo e suas pregações chegaram aos países vizinhos, não  demorou muito Valdo traduziu os Evangelhos para a língua do povo. Colocar uma Bíblia nas mãos dos leigos foi o mesmo que afrontar o papismo, logo teve que enfrentar a ira do vaticano.
A Bíblia era o maior inimigo do Papa, pois pregavam que a autoridade do Papa, estava acima da Bíblia.  Valdo e seus seguidores são excomungados da igreja e passou a ser contado como hereges. Valdo ficou mais três anos em Lyon na França, mas devido à perseguição, deixou a cidade e passou a peregrinar sobre a terra, morreu de morte natural no ano 1179. Seus seguidores fizeram com que o evangelho se espalhasse no final da idade média eles ainda estavam atuantes.

Podemos ainda falar dos “irmãos” um grupo, alheio a Igreja Romana muito semelhante aos Valdenses, que levavam uma vida de santidade. Realizavam reuniões na língua do povo, praticavam a leitura da Bíblia e que veio a crescer, por ter um serviço missionário ativo. Estes e outros pequenos movimentos contra o romanismo, não intimidava e em nada mudava aos erros cometidos pela liderança da igreja. Pelo contrario, promoveram como respostas aos que chamava de hereges a “Santa Inquisição.”

O estabelecimento da inquisição teve como objetivo calar os protestos que se faziam contra o clero romano. A “Santa Inquisição” teve inicio no ano de 1184, em Verona, com o Papa Lucio III. Em 1198, o Papa Inocêncio III, já havia liderado uma cruzada contra os albigenses (hereges do sul da França), promovendo execuções em massa. Em 1229, sob a liderança do Papa Gregório IX, no Concilio de Tolosa, foi oficialmente criada a Inquisição ou Tribunal do Santo Oficio. Em 1252, o Papa Inocêncio IV, publicou o documento intitulado Ad Extirpanda, que foi fundamental na execução do plano de exterminar os hereges (aqueles que contrariavam as ordens do Papa). (WWW.wikipédia)        

Mesmo com as lideranças da Igreja Católica Romana, tentando sufocar todos quantos se opusessem aos seus ensinos heréticos, muitos foram impulsionados pelo Espírito a desafiá-los. A reforma começa a ganhar forma na Inglaterra com João Wycliff, era professor na Universidade de Oxford, mas aos domingos se despia da toga de professor para pregar o Evangelho. Sua tese era fundamental, “a Bíblia e não o Papa” traduziu o Novo Testamento para a Língua Inglesa. Sua intenção era reformar a igreja: opunha-se à venda das indulgencias e queria abolir as ordens religiosas; negava a transubstanciação. Era também nacionalista, pois cria que o estado tinha o direito de tomar os bens de uma igreja corrupta.
Wycliff, também era padre em uma pequena cidade na Inglaterra quando adquiriu a simpatia do povo pobre. Foi condenado como herege e perseguido, mas sempre escapando de seus perseguidores, vindo a morrer de morte natural aos sessenta anos de idade em 1384. Quanto a Bíblia traduzida para o inglês, coube aos amigos Lollardos a divulgação. Percorreram toda a Inglaterra, pregando o evangelho e divulgando a tradução feita por Wycliff.
 Wycliff morreu, mas seus ensinamentos ultrapassaram as fronteiras, movimentos iguais ou ainda maiores se levantaram contra o Papa, como aconteceu na Boemia. Deus despertou João Huss, um homem de elevada cultura, querido e respeitado pelo povo. Um líder capaz e corajoso que as ameaças serviam de incentivo à conquista da Liberdade. Admirador dos ensinos de Wycliff, João Huss era pregador na Capela de Belém, na Boemia. É claro que em suas pregações tenha sido censurado muitas vezes, mas o que irritou mesmo o Papa João XXIII, foi sua pregação contra as cruzadas, principalmente destacando a cruz que estava cravejada nos escudos dos soldados.

Com a pregação de Huss, o povo deixou de atender os missionários do Papa, convocado para se apresentar perante o Tribunal do Vaticano, Huss, nem deu ouvidos, o que o levou a excomunhão da igreja. Mesmo assim continuou pregando e cada vez mais conquistando adeptos. Citado para comparecer em Constancia, não hesitou em comparecer porem não era o que ele havia pensado.  As autoridades da igreja em Roma sabendo que ele tinha salvo-conduto da do imperador alemão, tratou de resolver o assunto com decreto, onde se devia guardar a palavra dos hereges.

Huss é preso, julgado e condenado a morte, o bispo Lodi que realizou o sermão leu Rm 6.6, e fez furiosas observações sobre as heresias de Huss. Enquanto liam os artigos da sentença, mesmo fazendo diversos sinais não os deixaram falar. Mas diz a historia que ele foi condenado a fogueira, enquanto seu corpo ardia em chamas gritou: “Podem matar o ganso (Huss), mas daqui a cem anos surgirá um cisne (Martinho Lutero), que não poderão queimar”. E assim seu corpo ardeu nas chamas, mas sua alma descansou em paz, junto a Wiclyff, com varias vezes o ouviram orar isto se deu no dia 31 de julho de 1415. 

Qual um pequeno raio surgiu e a luz vai aumentando qual um farol surge na Florença, Itália, o precursor da Reforma. Jerônimo Savonarola é o nome deste homem. Era um monge dominicano, dizia ele, ter tido visões dos céus o que o levou a entrar no convento de Bolônia. Era um moço que praticava diversos jejuns o que atraiu a atenção de seus superiores. O pastor Orlando Boyer em seu livro “Heróis da fé” diz: “este pregador foi abrasado pelo Espírito Santo e sentindo a iminência do julgamento de Deus trovejava contra o vicio, o crime e a corrupção desenfreada na própria igreja.”
“A pregação dele fez com que o povo abandonasse a leitura das publicações torpes e mundanas para ler o sermão de Savonarola. Os cânticos de rua desapareceram dando lugar aos hinos de Deus, as crianças de Florença, fizeram procissões, coletando as mascaras carnavalescas, livros obscenos, objetos supérfluos, tudo o que era produto de vaidade. Formaram uma pirâmide de vinte metros de altura e atearam fogo, enquanto a população cantava hinos de louvor a Deus e toda a cidade se alegrava pela vitoria.”

A mensagem de Jerônimo fazia arrepiar a carne trazendo despertamento à alma pecadora. Por fim Savonarola foi preso e torturado, por ordem da Inquisição, tendo sua sentença assinada foi morto enforcado e depois queimado no ano de 1499. Outros homens  fizeram parte da pré-reforma, dentre eles estavam João Wessália, Doutor em Teologia de Erfurt, ensinou que a salvação só se poderia obter pela graça. Ainda surgiu antes da Grande Reforma João Wesselus, amigo de Wessália, celebre na Europa, incontestável Teólogo, sua defesa era sobre: “O Cristo Crucificado”, quando ele morreu Martinho Lutero estava com seis anos de idade.

É importante frisar mais uma vez que a palavra de Jesus é fiel “Edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerá contra ela.” Por mais que o diabo tentasse, por  mais que ele procurasse ofuscar a luz da igreja, não conseguiu. O fim das trevas estava chegando àquilo que iniciou contra o papado, parecendo um pequeno raio de luz, aos poucos se tornou um farol. A igreja estava prestes a se soltar de vez das heresias proclamada pelas autoridades eclesiástica de Roma. Faltava poucos anos para que Lutero se destacasse, era ele o “cisne”  que João Huss, havia falado: “Vocês não poderão matá-lo” Aleluia!


CONCLUSÃO
Não há historiador que consiga explicar em detalhes a escuridão vivida pela igreja no período da Idade Média. O misticismo a idolatria, cultos cada vez mais distantes daquilo que é bíblico havia tomado conta da igreja. As pequenas fagulhas que surgiam na escuridão parecia não conseguir com que a igreja voltasse aos moldes bíblicos. Ser a favor da Bíblia constituía-se inimigo do Papa era o mesmo que marcar o dia da morte. Mas é notável que homens de coragem e tomados pelo poder do Espírito Santo, enfrentaram a fúria da igreja de Roma e reformaram a igreja como veremos ainda a seguir. 

OBRAS CONSULTADAS

·         OLIVEIRA, Raimundo Ferreira de – Historia da Igreja – 2ª Ed. EETAD, Campinas SP
·         HURLBUT, Jesse Lyman – Historia da Igreja Cristã – 5ª Ed. Editora Vida – SP
·         BOYER, Orlando – Os Heróis da fé, CPAD, RJ
·         ANGLIN, W e KNIGHT, A – Historia do Cristianismo – CPAD, RJ

Colaboração para Portal Escola Dominical – Pr. Jair Rodrigues
FONTE PORTAL EBD