Lição 3 - Dons de Revelação

 

LIÇÕES BÍBLICAS - 2º Trimestre de 2014 - CPAD - Para jovens e adultos
Tema: Dons Espirituais e Ministeriais - Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário
Comentário: Pr. Elinaldo Renovato de Lima
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva
Questionário
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
Veja - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/donsdoespiritosanto.htm
 
 
TEXTO ÁUREO
"Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação (I Co 14,26).
 
 
VERDADE PRATICA
Os dons de revelação divina são indispensáveis à igreja da atualidade, pois vivemos em um tempo marcado pelo engano.
 
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda - 1 Rs 4-29-31 Sabedoria concedida por DEUS
Terça  - 2 Rs 6.8-12 DEUS revela o oculto
Quarta - 1 Co 12-8 Sabedoria e ciência
Quinta - Mt 2.12 Proteção por divina revelação
Sexta - Ef 1.17 ESPÍRITO de sabedoria e revelação
Sábado/ - Ap 1.1 A revelação de JESUS CRISTO
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 1 Coríntios 12.8,10; Atos 6.8-10; Daniel 2.19-22
1 Coríntios 12
8 - Porque a um, pelo ESPÍRITO, é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo ESPÍRITO, a palavra da ciência; 10 - e a outro, a operação de maravilhas; e a outro, a profecia; e a outro, o dom de discernir os espíritos; e a outro, a variedade de línguas; e a outro, a interpretação das línguas.
Atos 6
8 - E Estêvão, cheio de fé e de poder; fazia prodígios e grandes sinais entre o povo.
9 - E levantaram-se alguns que eram da sinagoga chamada dos Libertos, e dos cireneus, e dos alexandrinos, e dos que eram da Cilicia e da Ásia, e disputavam com Estêvão. 10 - E não podiam resistir à sabedoria e ao ESPÍRITO com que falava.
Daniel 2
19 - Então foi revelado o segredo a Daniel numa visão de noite; e Daniel louvou o DEUS do céu. 20 - Falou Daniel e disse: Seja bendito o nome de DEUS para todo o sempre, porque dele é a sabedoria e a força; 21 - ele muda os tempos e as horas; ele remove os reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e ciência aos inteligentes. 22 - Ele revela o profundo e o escondido e conhece o que está em trevas; e com ele mora a luz.
 
INTERAÇÃO
Prezado professor; nesta lição estudaremos a respeito dos dons de revelação. Estes dons são concedidos à Igreja a fim de que ela seja edificada. Estamos vivendo “tempos trabalhosos", necessitamos da sabedoria que vem do alto, do poder de DEUS. Durante o preparo da lição, ore, peça que o Senhor conceda aos seus alunos os dons de revelação. Siga o exemplo de Paulo, pois sua oração em favor dos crentes de Éfeso era: “Para que o DEUS de nosso Senhor JESUS CRISTO, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação" (Ef 1.17). DEUS deseja nos outorgar os dons de revelação, a fim de que sejamos edificados e jamais venhamos a cair nas astutas ciladas do Maligno.
 
OBJETIVOS - Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Analisar o dom da palavra da sabedoria.
Compreender o dom da palavra da ciência.
Saber a respeito do dom de discernimento dos espíritos.
 
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, reproduza no quadro o esquema da página ao lado. Utilize-o para introduzir a lição, pois a partir desta lição estudaremos, detalhadamente os dons, então é importante que os alunos conheçam a classificação geral dos nove dons descritos no capitulo 1 2 de 1 Coríntios. Ao explicar o quadro, ressalte a semelhança que existe entre os respectivos dons. Conclua explicando que todos os dons, independentemente da sua classificação, são importantes e necessários para a edificação do Corpo de CRISTO.
 
PALAVRA-CHAVE
Revelação: Ato pelo qual DEUS revela aos homens os seus mistérios, sua vontade.
 
Resumo da Lição 3 - Dons de Revelação
I - PALAVRA DA SABEDORIA
1. Conceito.
2. A Bíblia e a palavra de sabedoria.
3. Uma liderança sábia.
II - PALAVRA DA CIÊNCIA
1- O que é?
2. Sua função.
3. Exemplos bíblicos da palavra da ciência.
III - DISCERNIMENTO DOS ESPÍRITOS
1. O dom de discernir os espíritos.
2. As fontes das manifestações espirituais.
3. Discernindo as manifestações espirituais.
 
CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS DONS - 1 Co 12
DONS DE REVELAÇÃO 
DONS DE PODER  
DONS DE ELOCUÇÃO
Palavra da sabedoria
Fé 
Profecia
Palavra do conhecimento 
Curar 
Variedade de línguas
Discernimento de espíritos
Operação de milagres  
Interpretação de línguas
Extraído de Nos Domínios do ESPÍRITO, CPAD p. 131.
 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
SOUZA, Estevam Ângelo de. Nos Domínios do ESPÍRITO. 2. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1987.
HORTON, Stanley M. A Doutrina do ESPÍRITO SANTO no Antigo e Novo Testamento. 12. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.
SAIBA MAIS pela Revista Ensinador Cristão CPAD, n° 58, p.37.
 
Meus comentários - Ev. Henrique
Atos 16.16-24
16 - E aconteceu que, indo nós à oração, nos saiu ao encontro uma jovem que tinha espírito de adivinhação, a qual, adivinhando, dava grande lucro aos seus senhores. 17 - Esta, seguindo a Paulo a nós, c/amava, dizendo: Estes homens, que nos anunciam caminho da salvação, são servos do DEUS Altíssimo. 18 - E isto fez ela por muitos dias. Mas Paulo, perturbado, voltou-se disse ao espírito: Em nome de JESUS CRISTO, te mando que saias dela. E, na mesma hora, saiu.
 
Fruto do ESPÍRITO X Batismo No ESPÍRITO X Línguas faladas no batismo X Dons do ESPÍRITO
Fruto do ESPÍRITO - O fruto é implantado no crente no momento de sua conversão e o recebemos pela graça de DEUS e sem merecimento - Pegue uma laranja com nove gomos como exemplo - No momento da conversão se recebe a laranja para que bebamos dos nove gomos em nossa caminhada cristão. Podemos beber muito de um gomo e de outro não, mas seguramente beberemos de todos, pelo menos um pouco de cada. Se bebermos muito do primeiro que é o amor, seguramente beberemos muito de todos os outros.

Batismo No ESPÍRITO - Quanto ao batismo recebemos pela graça de DEUS e sem merecimento. JESUS quer batizar-nos desde o momento de nossa conversão, assim como o fruto nos foi implantado desde esse momento. O ESPÍRITO SANTO já estará habitando em nós a partir daí - O problema é deixarmos que o ESPÍRITO SANTO fale através de nossa língua (membro difícil de ser domado) - Devemos permitir que o ESPÍRITO SANTO controle nosso ser, nosso eu, que ELE nos use para ganharmos almas; só assim poderemos ser revestidos de poder para sermos testemunhas de CRISTO. Só podemos confirmar se alguém recebe o Batismo o ESPÍRITO SANTO quando este fala em línguas espirituais (At 2.4-8; 10.45; At 19.6; 1 Co 14.18, etc...)
 
Línguas faladas no batismo - Quanto às línguas faladas no batismo são para o crente orar em línguas durante toda sua vida. Essa linguagem é para se falar diretamente com DEUS (1 Co 14.2), é para edificação do crente (1 Co 14.4; Jd 1.20), é para orar com perfeição (Rm 8.26).
Atenção - Não é dom do ESPÍRITO SANTO arrolado em 1 Coríntios 12.8-10 o falar em línguas diariamente na língua em que se foi batizado.
No dom do ESPÍRITO SANTO chamado "Dom de Línguas" ou Variedade de Línguas, o crente fala diversas línguas e não somente a linguagem do batismo (4 tipos de línguas).
 
Dons do ESPÍRITO - Quanto aos dons, recebemos pela graça de DEUS e sem merecimento, à medida que acreditamos na ação sobrenatural do ESPÍRITO SANTO e nos dispomos a ser Seu canal de poder para operação de seus dons. Temos que desejar os dons, ter fé que são para nós e abundar neles (1 Co 14.12). Temos que dar a vida pelos outros. Ser usado em dons significa ser criticado, odiado, perseguido e tudo isso por causa dos outros. Para que possamos ser usados nos dons temos que amar aos outros como a nós mesmos e sacrificarmos nossa vida por eles. Jejuar, orar e estudar muito.
 
INTRODUÇÃO
"Porque os dons e a vocação de DEUS são sem arrependimento" (Rm 11.29).
Estamos em plena crise de dons na igreja - enquanto uns pouquíssimos são usados em vários dons, a grande maioria da igreja nem mesmo sabe diferenciar entre um dom e outro. A bíblia afirma: "Todos podeis profetizar...", mas a realidade é que quase nenhum profetiza.
"Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros; para que todos aprendam, e todos sejam consolados." - Paulo, (I Coríntios, 14:31)
 
Os dons são concedidos pelo nosso desejo em dar espaço ao ESPÍRITO SANTO de agir em nossa vida e trabalho na obra de DEUS.
A vontade de DEUS não exclui de modo algum o desejar por parte do crente estes dons, de fato Paulo diz várias vezes para ambicionar os dons espirituais: "Desejai ardentemente os maiores dons" (1 Cor. 12:31), "procurai abundar neles, para edificação da igreja" (1 Cor. 14:12), diz Paulo. Estes dons devem ser objeto de busca por parte de todos nós, ninguém está excluído. Não há uma categoria de crentes que está excluída desta busca. Todos devem estar envolvidos nela. Quem não os deseja na realidade não quer que a Igreja seja edificada pela manifestação do ESPÍRITO. Ele não quer que a Igreja de hoje seja edificada por meio dos dons, como o era a igreja antiga.
 
Para estudarmos os dons os dividimos em 3 grupos:
DONS DE REVELAÇÃO
DONS DE PODER
DONS DE INSPIRAÇÃO OU DA FALA
 
Hoje vamos estudar sobre dons de revelação:
 
DONS DE REVELAÇÃO (REVELAM ALGO OCULTO OU DESCONHECIDO SOBRENATURALMENTE).
São três - Palavra de sabedoria, Palavra de conhecimento ou da ciência e Discernimento de espíritos.
Essas manifestações do ESPÍRITO SANTO são sobrenaturais, não devemos confundir os dons com sabedoria adquirida com estudo de livros, revistas, pesquisas na internet ou cursos de homilética, hermenêutica, lingüística ou qualquer outra disciplina.
 
1- Palavra de sabedoria:
Palavra= pequena parte da sabedoria de DEUS; acontecimento futuro, só DEUS sabe; tem a ver com a onisciência de DEUS. JESUS sabia todas as cosias que estavam por vir. O profeta Ágabo (novo testamento tem profeta) revelava uma seca na Judéia que aconteceu realmente pouco tempo depois e a prisão de Paulo, tudo no futuro.
Aqui, estamos estudando sobre revelações futurísticas que são dadas pelo ESPÍRITO SANTO, de repente, sem um prévio aviso ou estudo.
Esta revelação pode ser dada por meio de uma visão, de um sonho, ou por meio de uma voz escutada também.
 
Exemplos:
JESUS:
"Daquele dia e hora, porém, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, senão só o Pai. Pois como foi dito nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem. Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos; assim será também a vinda do Filho do homem. Então, estando dois homens no campo, será levado um e deixado outro; estando duas mulheres a trabalhar no moinho, será levada uma e deixada a outra. Vigiai, pois, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor; sabei, porém, isto: se o dono da casa soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa. Por isso ficai também vós apercebidos; porque numa hora em que não penseis, virá o Filho do homem." (Mt 24: 36-44)
 
Exemplo em Atos dos apóstolos:
Profeta Ágabo a respeito de uma grande fome
Atos 11:28 e levantando-se um deles, de nome Ágabo, dava a entender pelo ESPÍRITO, que haveria uma grande fome por todo o mundo, a qual ocorreu no tempo de Cláudio.
Profeta Ágabo a respeito de Paulo
Atos 21:11 e, vindo ter conosco, tomando o cinto de Paulo, ligando com ele os próprios pés e mãos, declarou: Isto diz o ESPÍRITO SANTO: Assim os judeus, em Jerusalém, farão ao dono deste cinto e o entregarão nas mãos dos gentios.
Paulo em viagem para Roma
"Atos 27.34 Rogo-vos, portanto, que comais alguma coisa, porque disso depende a vossa segurança; porque nem um cabelo cairá da cabeça de qualquer de vós.".
Paulo sobre arrebatamento:
I Co 15:51 "Eis aqui vos digo um mistério: Nem todos dormiremos mas todos seremos transformados".
 
1 Rs 3.16-28
Não foi revelado por uma manifestação sobrenatural quem era a mãe da criança, mas com a sabedoria concedida por DEUS a Salomão ele pode armar uma estratégia para descobrir quem era a mãe verdadeira, portanto não é uma manifestação de um dom do ESPÍRITO SANTO, mas uma sabedoria humana aumentada por DEUS.
Um exemplo aqui de Palavra de Sabedoria no AT poderia ser II Reis 3.16, 20:
Eliseu, solicitou a presença de um músico. Queria enlevar o espírito. Sentir-se inspirado: "E sucedeu que, tocando o músico, veio sobre ele a mão do Senhor. E disse: "Assim diz O Senhor, fazei neste vale, muitas covas".
"E sucedeu que, pela manhã, oferecendo-se a oferta de alimentos, eis que vinham as águas pelo caminho de Edom; e a terra se encheu de água".
Quando a revelação vem em sonhos futurísticos é palavra de Sabedoria, mas quando o sonho vem com revelação atual é palavra de Conhecimento.
 
 
2- Palavra de conhecimento ou da ciência:
Palavra = pequena parte do conhecimento de DEUS, revelação de coisa conhecida; tem a ver com onipresença de DEUS. (pode ser coisa conhecida por pessoas em outra parte ou localidade, que é revelada aqui onde estamos). JESUS via Natanael debaixo de uma figueira sem nem mesmo estar na mesma cidade.
Eliseu sabia todas as estratégias de guerra do inimigo sem nem mesmo estar perto de seu acampamento. Quando a revelação vem em sonhos futurísticos é palavra de Sabedoria, mas quando o sonho vem com revelação atual é palavra de Conhecimento.
 
Exemplos:
JESUS:
Jo 1.48 Perguntou-lhe Natanael: Donde me conheces? Respondeu-lhe JESUS: Antes que Felipe te chamasse, eu te vi, quando estavas debaixo da figueira.
João 4:16-19 JESUS disse à mulher samaritana: "Vai, chama o teu marido e vem cá. A mulher respondeu, e disse: Não tenho marido. Disse-lhe JESUS: Disseste bem: Não tenho marido; porque tiveste cinco maridos, e o que agora tens não é teu marido; isso disseste com verdade. Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que és profeta"
 
Eliseu sobre conversas escondidas:
2 Rs 6.12 E disse um dos servos: Não, ó rei meu senhor; mas o profeta Eliseu, que está em Israel, faz saber ao rei de Israel as palavras que tu falas no teu quarto de dormir.
Exemplo em Atos dos apóstolos:
Pedro, Ananias e Safira
Atos 5.4 “Enquanto o possuías, não era teu? E vendido, não estava o preço em teu poder? Como, pois, formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a DEUS”.
 
 
3- Discernimento de espíritos:
Saber de onde vem e o que está operando numa pessoa. JESUS enxergava a fé dentro das pessoas. Tem a ver com a onipotência de DEUS (Aqui se expulsa demônios e se vence forças e idéias malignas). Paulo enxergou um demônio falando a verdade a seu respeito, mas com o intuito de ganhar crédito para suas adivinhações.
 
Exemplo:
JESUS:
"E JESUS, vendo-lhes a fé, disse ao paralítico: Filho, perdoados são os teus pecados."(Mc 2:5).
 
Exemplo em Atos dos apóstolos:
Paulo e a pitonisa:
" E fazia isto por muitos dias. Mas Paulo, perturbado, voltou-se e disse ao espírito: Eu te ordeno em nome de JESUS CRISTO que saias dela. E na mesma hora saiu."(At 16:18).
 
Para julgar profecias esse dom é imprescindível.
1Co 14.26 - "E falem dois ou três profetas, e os outros julguem".
O julgamento de manifestações espirituais é uma ordenança bíblica. O apóstolo João escreveu: "Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de DEUS, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo"(1Jo 4.1). O discernimento é uma necessidade para a igreja dos dias atuais, pois há um verdadeiro bombardeio de modismos doutrinários, heresias e misticismos antibíblicos. Em meio a essa confusão da espiritualidade pós-moderna, a "profecia", ou melhor, a profetada é um dos meios em que muitas heresias têm sido geradas.
Como saber se determinada manifestação espiritual vem do ESPÍRITO de DEUS, do espírito humano ou de Satanás? Somente com o discernimento dado pelo ESPÍRITO SANTO.
 
Esse dom também tem a ver com o discernimento para se distinguir a fonte do falar em línguas espirituais (ou estranhas).
- se aquele que fala em línguas está falando na carne (fingindo ser batizado, ou aquele que aprendeu a repetir palavras como se fossem em línguas espirituais),
- se aquele que fala em línguas está falando de DEUS (foi realmente batizado)
- ou se fala imitações de Satanás, através de demônios que imitam o falar em línguas verdadeiro.
 
A própria pregação e/ou ensino deve ser ouvida e julgada para se discernir entre a pregação/ensino que vem de DEUS ou a que vem do homem ou a que vem do Diabo.
 
Mediante este dom o ESPÍRITO SANTO capacita o crente de discernir a presença de espíritos malignos em pessoas ou próximo de pessoas ou ver os espíritos enquanto operam malvadamente. Existem espíritos de vários generos, isto é, ocupados a fazer várias formas de mal. Existem espíritos que provocam mudez e surdez como aquele expulso por JESUS, daquele menino epiléptico. De fato JESUS lhe disse: "ESPÍRITO mudo e surdo, eu te ordeno: Sai dele, e não entres mais nele" (Mar. 9:25). De modo que nestes casos para que a cura se faça é necessário discernir o espírito ou os espíritos que provocam as doenças para depois expulsá-lo(s) em nome de JESUS CRISTO. Existem espíritos enganadores que estão ocupados a enganar; Paulo diz de fato que em dias vindouros "alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores…." (1 Tim. 4:1). Destes espíritos existem já muitos no seio do povo de DEUS; mediante eles toda a sorte de falsa doutrina é ensinada a certos crentes. Existem espíritos que fazem sinais e prodígios; João viu alguns deles em visão: "E da boca do dragão, e da boca da besta, e da boca do falso profeta, vi sair três espíritos imundos, semelhantes a rãs. Porque são espíritos de demônios, que operam sinais; os quais vão ao encontro dos reis de todo o mundo, para os congregar para a batalha do grande dia do DEUS Todo-Poderoso" (Ap. 16:13-14).   
 
COMENTÁRIO/INTRODUÇÃO
Os dons de revelação constituem parte da revelação de DEUS, concedida ao homem salvo, para que, por eles, a “multiforme sabedoria” divina seja manifestada no meio da Igreja, e os crentes em JESUS sejam protegidos das sutilezas do Adversário e das maquinações humanas contra a fé cristã.
Sem a presença física de CRISTO, após sua Ascensão aos céus, os salvos, reunidos em igrejas locais, precisam, de maneira indispensável, dos dons espirituais, tanto para cumprirem a Missão confiada por CRISTO, quanto para lutar e vencer “as hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais” (Ef 6.12). Sem eles, a igreja local não passa de uma comunidade humana, uma associação religiosa, como um “vale de ossos”, transformados em corpos com tecidos humanos, mas sem vida. Tem estruturas humanas, ministeriais, denominacionais, intelectuais, políticas e administrativas, mas não tem o poder de DEUS em sua vida institucional. Os dons espirituais propiciam a provisão divina para a igreja cumprir a sua missão, concedida por CRISTO, de proclamar o evangelho por todo o mundo e a toda a criatura.
Dentre esses, os chamados “dons de revelação” aparecem como categoria de grande valor e necessidade, no meio das igrejas locais. No tempo de Paulo, havia confusões, mistificações doutrinárias, ensinos heréticos e tantos outros tipos de informações, que chegavam aos ouvidos dos crentes, que muitos se desviaram, iludidos pelos “ventos de doutrina” (Ef 4.14). O gnosticismo ameaçava a integridade da fé cristã. Os judaizantes queriam impor seus ensinos legalistas e ultrapassados. A igreja precisava de recursos espirituais sobrenaturais para não ser esmagada pelas heresias, muitas delas travestidas de verdades absolutas. Só a revelação de DEUS, manifestada de forma incisiva, poderia evitar a derrocada do cristianismo.
E, nos dias presentes, será que não há necessidade da revelação especial de DEUS, através de sua palavra e de dons ou carismas que façam a diferença, para que os cristãos saibam discernir o “joio do trigo”? Certamente hoje, mais do que nunca, a igreja de JESUS, em toda a parte, necessita desses recursos. Os dons de revelação podem identificar a origem, os meios e os propósitos de muitas falsas doutrinas que surgem a cada dia, no meio evangélico. Pela revelação sobrenatural, pode-se desmascarar os falsos pastores, os “obreiros fraudulentos”, “de torpe ganância”.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 31-32.
 
OS DONS ATUAM ATRAVÉS DOS MEMBROS DA IGREJA DE CRISTO
Quanto à natureza dos dons espirituais, há três posicionamentos teológicos:
1. Os dons espirituais são capacidades meramente naturais.
Ou seja: são inerentes ao ser humano como a poesia, a música ou a eloquência. Ora, se não passam de dotes naturais, como podem eles ser tidos na conta de espirituais? Não há aí uma contradição? Não está uma possibilidade a anular a outra?
2. Os dons espirituais são básica e essencialmente sobrenaturais.
Neste caso, atuam independentemente da anuência e da vontade humana, não passando nosso corpo de um mero recipiente para a atuação dos dons. A Bíblia, porém, afirma estar o espírito do profeta submisso ao profeta (1 Co 14.32).
3. Os dons atuam através dos membros da Igreja de CRISTO, quando estes colocam suas mentes, corações e vontade, amorosa e voluntariamente, a serviço de DEUS. Esta é a forma como a Bíblia revela a natureza dos dons espirituais.
A atuação destes, embora sobrenaturais, não anula de forma alguma a personalidade humana. Pelo contrário: usa-a de tal forma, a fim de que a sublimidade divina tenha em tudo a preeminência.
Observemos, outrossim, que, de acordo com o padrão de Atos dos Apóstolos e das experiências pentecostais subsequentes, os dons espirituais ou nos são entregues quando recebemos o batismo no ESPÍRITO SANTO ou posteriormente a este; não antecedem nem são conferidos independentemente do batismo no ESPÍRITO SANTO.
Claudionor Corrêa de Andrade. Fundamentos Bíblicos De Um Autêntico Avivamento. Editora CPAD. pag. 109-110.
 
I - PALAVRA DA SABEDORIA
1. Conceito.
É parte da sabedoria de DEUS. E de fundamental importância no exercício da liderança, da administração eclesiástica, na separação de obreiros, ultrapassando os limites do saber intelectual ou humano.
Quando surgem problemas, no meio da congregação, as soluções são encontradas com a ajuda do ESPÍRITO SANTO (At 6.1-7; 15.11-21).
Essa sabedoria é de altíssimo nível, e transcende os limites da sabedoria natural ou humana. Não se adquire nas escolas seculares, nem também nas escolas teológicas ou filosóficas. Ela é concedida por DEUS, a quem Ele quer, visando atender à necessidade da igreja, ou individual, de algum servo ou serva sua.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 33-34.
DOM DA PALAVRA DA SABEDORIA.
    Este dom é uma palavra (uma proclamação, uma declaração) de sabedoria, dada por DEUS através da revelação do ESPÍRITO SANTO, para satisfazer a necessidade de solução urgente dum problema particular. Não se deve confundi-lo, portanto, com a sabedoria num sentido amplo e geral. Não depende da habilidade cultural humana de solucionar problemas, pois é uma revelação do conselho divino.
HORTON. Staleym. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Editora CPAD.
 
Observação Ev. Henrique - Ainda que haja certa vinculação entre dom palavra de Sabedoria e a palavra do Conhecimento, há uma diferença básica entre ambos. Sabedoria é falar sobre o futuro e Conhecimento ou ciência é sobre presente.
Lembrando que o dom é uma manifestação sobrenatural sem aviso para acontecer, sem premeditação, sem haver ai alguma coisa da sabedoria do homem, pois é futuro - coisa que ainda não aconteceu.
A palavra da sabedoria. O ensino, a busca da orientação divina, o conselho e a luta com as necessidades práticas do governo e administração da igreja devem ser buscados, mas isso não é dom de Palavra de Sabedoria. Todos podemos e devemos pedir sabedoria a DEUS (Tg 1.5)  e ELE conceder, mas isso não é dom de Palavra de Sabedoria.
Salomão não foi usado em Dom Palavra de Sabedoria, embora tenha recebido sabedoria de DEUS para governar. Se Salomão fosse usado pelo dom Palavra de Sabedoria não teria feito nenhum teste com as mulheres, mas dito imediatamente quem era a mãe verdadeira assim que colocou os olhos nelas.
 
A revelação dada a Daniel acerca dos impérios mundiais demonstra quão grande é a sabedoria de DEUS, como recurso divino para ocasiões especiais, em que de nada adianta a sabedoria humana, ou os conhecimentos adquiridos pela experiência de quem quer que seja. Quis DEUS utilizar-se de um rei estrangeiro ao seu povo para revelar segredos sobre acontecimentos que teriam lugar na História, na ocasião, e para o futuro. A visão de Nabucodonosor é uma referência para a Escatologia, com base nas interpretações dadas pelo Altíssimo a Daniel, seu servo, que estava vivendo naquele País, com uma missão do mais alto significado.
Mas Daniel, que estava no reino, em posição de destaque, pediu ao mensageiro do rei que desse um tempo para que buscassem a interpretação. Seu pedido foi atendido, e, contando o grave problema a seus três companheiros, foram orar ao DEUS dos céus. Diz a Bíblia: “Então, Daniel foi para a sua casa e fez saber o caso a Hananias, Misael e Azarias, seus companheiros, e pediu que orassem a DEUS, “para que pedissem misericórdia ao DEUS dos céus sobre este segredo, a fim de que Daniel e seus companheiros não perecessem com o resto dos sábios da Babilônia. Então, foi revelado o segredo a Daniel numa visão de noite; e Daniel louvou o DEUS do céu” (Dn 2.17-19). De maneira didática, com precisão histórica, Daniel interpretou o sonho, mostrando ao rei o desenrolar dos acontecimentos de sua época e de eventos futuros. Foi o conhecimento de DEUS e não humano, lógico ou natural.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 37-38.
 
 2. A Bíblia e a palavra de sabedoria.
No Antigo Testamento, temos alguns exemplos marcantes dessa revelação da sabedoria de DEUS.
José, na prisão, interpretou sonhos de servos de Faraó, os quais se cumpriram plenamente. Chamado ao palácio real, diante de todos os sábios, adivinhos e conselheiros do rei, interpretou os sonhos proféticos que DEUS concedera ao monarca egípcio. Se não fosse a sabedoria do ESPÍRITO de DEUS, jamais o jovem hebreu teria tamanha capacidade para interpretar os misteriosos sonhos das vacas gordas e das vacas magras, e foi elevado à posição de Governador do Egito (cf. Gn 41.14-41).
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 34-35.
 
Observação minha - Um exemplo clássico desse dom é quando um pregador, por exemplo, chama alguém à frente da igreja e lhe diz que ela está para viajar, mas que não deve ir, pois o ônibus ou carro em que viajaria no dia seguinte irá sofrer um acidente e ela morrerá se estiver neste veículo.
A pessoa então desiste da viagem e fica sabendo no outro dia que realmente o veículo em que iria viajar sofreu um acidente.
Eis ai um exemplo bem atual do Dom da Palavra de Sabedoria, bem atual.
 
II - PALAVRA DA CIÊNCIA
1- O que é?
É manifestação da ciência ou do conhecimento de DEUS, concedido ao homem salvo. Pode ser dado por sonho, por visão, por revelação especial, por voz de DEUS na mente, operando na esfera humana, no seio da igreja; sendo um conhecimento sobrenatural propiciado por DEUS.  Paulo fala de “todos os mistérios e toda a ciência” (1 Co 13.2), que só têm valor se for sob a graça do amor de DEUS. Através desse dom, o crente penetra nas profundezas do conhecimento de DEUS (cf. Ef 1.17-19).
“Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem são as que DEUS preparou para os que o amam. Mas DEUS no-las revelou pelo seu ESPÍRITO; porque o ESPÍRITO penetra todas as coisas, ainda as profundezas de DEUS” (1 Co 2.9).
A Palavra de DEUS mostra exemplos desse dom. Quando JESUS pregava para a mulher samaritana, soube detalhes da vida dela, que o conhecimento humano não teria condições de alcançar naquela circunstância de um encontro inesperado. Ele disse à mulher que chamasse seu marido. A mulher respondeu que não tinha marido e JESUS lhe disse que ela tivera “cinco maridos” e aquele com quem vivia não era seu marido. A mulher ficou admirada, e disse: “Senhor, vejo que és profeta” (Jo 4.16-19). A palavra da ciência não é adivinhação nem expressão de tentativa de erro e acerto. E dada pelo ESPÍRITO SANTO.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 36-37.
 
Observação minha - Um exemplo clássico desse dom é quando um pregador, por exemplo, chama alguém à frente da igreja e lhe diz que ela está, por exemplo, com câncer e que lhe foi dada uma comunicação de morte muito em breve.
O pregador não é da cidade, não conhece a pessoa com câncer. Não sabia de nada disso, mas DEUS lhe revelou isso na hora da pregação.
Esse é um exemplo bem simples e muito ocorre. DEUS não apenas revela, mas resolve o problema curando essa pessoa.
Eis ai um exemplo bem atual do Dom da Palavra de Conhecimento ou da ciência, bem atual.
 
Este dom tem sido definido como sendo a revelação sobrenatural dalgum fato que existe na mente de DEUS, mas que o homem, devido às suas naturais limitações, não pode conhecer, a não ser que o ESPÍRITO SANTO lhe revele. Exemplos da manifestação deste dom são encontrados no ministério de Samuel: 1 Sm 9.15,20; 10.22; Eliseu: 2 Rs 5.20,26; 6.8; Aias: 1 Rs 14.6; JESUS: Jo 1.48; 4.18; Lc 19.5; Mt 16.23; Pedro: At 5.3,4, e Paulo: At 27.23-25.
Raimundo F. de Oliveira. A Doutrina Pentecostal Hoje. Editora CPAD.
 
2. Sua função.
Esse dom revela coisas que não são percebidas pela visão natural (ver 1 Sm 16.7; Jo 2.24,25). Na vida prática da igreja, algumas experiências demonstram que o dom da palavra da ciência pode ser dado nos tempos presentes. Num Círculo de Oração, em Natal-RN, as irmãs estavam tranquilas, orando e louvando a DEUS, numa congregação, anos atrás. Apresentou-se um homem, muito bem vestido, de paletó de tecido fino, sapato lustroso, gravata e Bíblia debaixo do braço. Ao ser interpelado, para ser apresentado, disse que era um servo de DEUS, que estava de passagem por ali, e que viera visitar o trabalho. Acrescentou que era “filho do Ministro da Educação, Sr. Jarbas Passarinho”. A apresentação do “ilustre” visitante foi feita, e as irmãs de imediato quiseram ouvir uma palavra por ele.
Uma humilde serva de DEUS, num lampejo divino, disse à dirigente: “Não dê oportunidade a ele. E um mentiroso, falso e procurado pela polícia...!”. Foi um mal-estar, pois a dirigente já ia anunciar a oportunidade ao visitante. Mas, diante da advertência, não o fez. Foi criticada por um santo irmão, que achou uma falta de respeito a um “servo de DEUS”, “filho de uma autoridade pública”. Esse também convidou o visitante para ir à sua casa, num gesto de desagravo e de hospitalidade. No caminho, dizia ao visitante: “Essas irmãs não têm sabedoria”. E pediu desculpas pelo constrangimento. Recebeu-o em casa, apresentou à família, e ofereceu dormida ao desconhecido.
Pela madrugada, alguém bateu à porta. O anfitrião foi abrir, e deparou-se com policiais federais, apontando metralhadoras para sua casa, e dizendo que ele estava preso, pois dera acolhida a um criminoso, estelionatário, que vinha sendo rastreado em sua viagem. Quem revelaria tal coisa a uma simples serva de DEUS? Sem dúvida, foi a operação do dom da ciência, num momento crucial. Este exemplo é prova de que DEUS não muda. Agiu nos tempos antigos. E age em todos os tempos.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 38-39.
 
Palavra do conhecimento
    De acordo com o registro bíblico, quando este dom era exercido, o extraordinário acontecia, como mostram os exemplos que se seguem:
    - O rei de Israel foi avisado do perigo de destruição por parte do rei da Síria: 2 Rs 6.9-12.
    - Elias recebeu novo alento em meio à perseguição: 1 Rs 19.14-18.
    - A hipocrisia de Geazi foi manifesta: 2 Rs 5.20-
    - A samaritana foi convencida da necessidade dum Salvador: Jo 4.18,19,29.
    - Saul foi achado no meio da bagagem: 1 Sm 10.22.
    - A necessidade de Saulo foi revelada a Ananias: At 9.11.
    - Foi desmascarada a hipocrisia de Ananias e Safira: At 5.3.
    Este dom pode manifestar-se por diferentes meios, seja através da pregação no púlpito, da profecia, do aconselhamento aos necessitados e aos que buscam orientação divina, ou mesmo através de sonhos.
 Raimundo F. de Oliveira. A Doutrina Pentecostal Hoje. Editora CPAD.
 
3. Exemplos bíblicos da palavra da ciência.
O profeta Eliseu sabia os planos de guerra do rei da Síria, mesmo à distância. Quando o rei pensava em atacar o exército de Israel de surpresa, em determinado lugar o profeta de DEUS alertava ao rei de Israel dos planos do inimigo, por diversas vezes. O rei sírio ficou intrigado e desconfiou de que haveria um traidor no meio de suas tropas. Mas um dos servos do rei o fez saber o mistério: “E disse um dos seus servos: Não, ó rei, meu senhor; mas o profeta Eliseu, que está em Israel, faz saber ao rei de Israel as palavras que tu falas na tua câmara de dormir” (2 Rs 6.8-12).
Era um conhecimento muito mais aperfeiçoado do que todos os atuais sistemas de informação, com uso de tecnologia de ponta, usados no mundo atual. Eliseu não tinha informantes, nem sonhava com equipamentos de comunicação ou de satélites. Era a mensagem divina, diretamente do ESPÍRITO SANTO ao seu coração. Quando o profeta Samuel disse a Saul que as jumentas do pai já haviam sido encontradas, foi pela ciência ou conhecimento de DEUS (1 Sm 9.15-20).
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 37-38.
 
1. Antecedentes (5.1-16)
Existem pessoas orgulhosas, de posses, que gostam de impressionar a igreja com métodos falsos. Ananias e Safira pertenciam a esta categoria. Eles tinham bons nomes. Ananias, o equivalente do Novo Testamento ao Hananias do Antigo Testamento, significa “aquele a quem Jeová foi gracioso”. Mas Ananias não era muito gracioso para DEUS. Ele guardou para si parte do que fingiu estar dando à igreja. Safira significa “bonita”. Mas ao invés de ser uma pedra de “safira” brilhante, como sugere o seu nome, ela representa a falta de sinceridade, que é muito feia. Barnabé tinha recebido um elogio especial pela sua generosidade para com a igreja. Ele vendera um terreno na ilha de Chipre e colocara todo o dinheiro aos pés dos apóstolos (4.36-37). Evidentemente, Ananias e Safira estavam ansiosos por receber um reconhecimento similar. Assim, venderam uma propriedade (1) — uma herdade (3) que possuíam.
Mas, diferentemente de Barnabé, eles retiveram parte do preço (2). O verbo pode ser traduzido como “defraudar, desviar”. Lake e Cadbury escrevem: “A expressão ocorre com certa frequências na prosa helenística... e sempre implica: (a) que o roubo é secreto; (b) que parte de uma quantia maior é usurpada... Deve-se observar, adicionalmente, que o verbo é mais comumente usado referindo-se à usurpação daquilo que é entregue em confiança... do que ao roubo de um indivíduo, por outrem”. Aqui é usado adequadamente neste contexto da mordomia cristã. A palavra é usada em Josué 7.1 (Septuaginta), sobre Acã, que “tomou do anátema”. E encontrada novamente no versículo 3, e no Novo Testamento somente em Tito 2.10, onde é traduzida como “defraudar”.
Guardar para si mesmos o que eles estavam ostensivamente entregando à igreja foi um ato premeditado de Ananias e Safira. O relato diz sabendo-o também sua mulher — literalmente, “a sua mulher também sabia, com” o seu marido. Por ser deliberado, o pecado era ainda mais grave.
Pedro provavelmente recebeu uma revelação especial dada pelo ESPÍRITO — Pedro desafiou Ananias. Por que este membro da igreja tinha permitido que Satanás entrasse no seu coração e fizesse com que ele mentisse ao ESPÍRITO SANTO (3)? No versículo 4, Pedro diz: Não mentiste aos homens [ou seja, não somente aos homens] mas a DEUS. Estas duas frases juntas indicam tanto a personalidade quanto a divindade do ESPÍRITO SANTO.
Enquanto a terra fosse guardada, sem ser vendida, não ficava para ti? (4) E, vendida, não estava em teu poder [exousia, “autoridade”]? Estas duas perguntas confirmam o que já observamos em conexão com 2.44-45 e 4.32-35: uma comunidade universal de bens nunca foi praticada nem exigida pela Igreja Primitiva.
Quando Ananias ouviu esta revelação da sua tentativa de ludibriar, ele caiu e expirou (5). Uma única palavra em grego descreve este fato, exepsyxen — literalmente, “expirou”. A melhor tradução é “expirou”. No Novo Testamento, o verbo aparece somente aqui, no versículo 10 (sobre Safira) e em 12.23 (sobre a morte de Herodes Agripa I). Hobart diz: “A palavra ekpsychein é muito rara e parece estar quase sempre confinada aos autores médicos, e mesmo assim é raramente usada por eles”.
Os jovens (6) — lit., “os homens mais jovens” (NEB), os que estavam capacitados para aquele trabalho, em contraste com os homens mais velhos — cobriram o morto ou “envolveram-no com panos, cobrindo o seu corpo” (cf. NEB). Este é o costume no Oriente Próximo hoje — e, transportando-o para fora, o sepultaram. Era necessário que o morto fosse enterrado no mesmo dia, e também fora dos muros da cidade (exceto no caso de reis).
b. A Morte de Safira (5.7-11). Passadas três horas da morte tão repentina de Ananias, entrou... sua mulher (7) no principal local de reuniões da igreja — talvez o cenáculo (1.13). Ela não tinha sido informada do que acontecera com o seu marido. Pedro dirigiu-se a ela — e disse (8) — na Septuaginta e no Novo Testamento este termo frequentemente significa algo como “perguntou-lhe” (RSV). Talvez a melhor tradução seja a de Phillips: “Diga-me, você vendeu a sua terra por tanto?” A resposta dela foi: Sim, por tanto. Obviamente, a quantia mencionada nos dois casos foi a que Ananias tinha apresentado aos apóstolos. Então Pedro expôs a conspiração da fraude (9) e anunciou que aqueles que estavam acabando de retornar, tendo enterrado o seu marido, também iriam levá-la. Ela imediatamente “expirou” e os jovens (10) — uma expressão (um substantivo) diferente daquela do versículo 6, mas referindo-se ao mesmo grupo de pessoas — levaram-na para o seu sepultamento. O versículo 11 é uma ampliação da última frase do versículo
5. “E houve um grande temor em toda a igreja e em todos os que ouviram estas coisas”. As duas mortes foram julgamentos divinos diretos, atos imediatos de DEUS. Pedro amaldiçoou este casal de hipócritas. Ele predisse a morte de Safira no que poderia ser descrito como um anúncio do julgamento divino. Mas isto é tudo.
“Eles pensaram mais na exibição que estavam fazendo aos pés dos apóstolos do que no pecado perante os olhos de DEUS”.
Ralph Earle. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 7. pag. 238-240.
 
Desmascarado o pecado. O ESPÍRITO SANTO, habitando no meio da Igreja, detecta todo o pecado. Ananias escolheu um lugar muito perigoso e uma época desfavorável à pratica da hipocrisia. O divino ESPÍRITO de pureza, sinceridade e verdade tinha sido derramado em abundância. Portanto, era imediatamente reconhecido o espírito da falsidade e hipocrisia que, em tais circunstâncias, era ainda mais imperdoável. Num ambiente de tanta espiritualidade, havia pessoas dispostas à hipocrisia. O que aconteceria, então, em tempos mais difíceis se não condenassem este pecado? Pedro, mediante o dom do discernimento de espíritos, viu o que havia em Ananias. Ele não pertencia àquele ambiente espiritual. Pela inspiração divina, Pedro disse: “Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao ESPÍRITO SANTO, e retivesses parte do preço da herdade? Guardando-a não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a DEUS”.
Pearlman. Myer. Atos: e a Igreja se Fez Missões. Editora CPAD. pag. 61.
 
III - DISCERNIMENTO DOS ESPÍRITOS
1. O dom de discernir os espíritos.
Mais adiante, na epístola em apreço, encontramos o “dom de discernir os espíritos” (1 Co 12.10b). Refere-se à capacidade sobrenatural, concedida por DEUS, com a finalidade de identificarem-se as origens e natureza das manifestações espirituais. Tais manifestações podem ter basicamente, três origens: De DEUS, do homem (da carne) ou do maligno. Em determinadas ocasiões, uma manifestação espiritual pode apresentar-se, no meio da congregação, ou diante de um servo de DEUS, com aparência de genuína, e ser uma mistificação diabólica, ou artimanha de origem humana. Pelo entendimento e pela lógica humana, nem sempre é possível avaliar a origem das manifestações espirituais. Mas, com o dom de discernir os espíritos o servo de DEUS ou a igreja não será enganada.
Segundo Boyd, “a palavra ‘discernir’ (grego “diakrisis”) julgado através de, distinguir, e tem o sentido de penetrar por baixo da superfície, desmascarando e descobrindo a verdadeira fonte dos motivos e da animação”. Através desse dom, em suas diversas manifestações, a igreja pode detectar a presença de demônios, no meio da comunidade ou congregação, a fim de expulsá-los, no nome de JESUS. Na ilha de Pafos, Paulo defrontou-se com uma ação diabólica declarada com o objetivo de impedir a pregação do evangelho ali, e a conversão de uma autoridade pública. Mas o apóstolo, cheio do ESPÍRITO SANTO, percebeu as artimanhas do Adversário, e, na autoridade de DEUS, declarou que o opositor do evangelho ficaria cego por algum tempo, o que de pronto aconteceu. Diante de tamanho sinal, “Então, o procônsul, vendo o que havia acontecido, creu, maravilhado da doutrina do Senhor” (At 13.12).
Myer Pearlman diz que se pode saber a diferença entre uma manifestação espiritual legítima e uma falsa manifestação, através desse dom. “Pelo dom de discernimento que dá capacidade ao possuidor para determinar se um profeta está falando, ou não, pelo ESPÍRITO de DEUS. Esse dom capacita o possuidor para ‘enxergar’ todas as aparências exteriores e conhecer a verdadeira natureza duma inspiração.” A manifestação espiritual precisa passar por duas provas de sua legitimidade: A prova doutrinária e a prova prática.
A prova doutrinária pode basear-se no ensino do apóstolo João, que diz:
“Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de DEUS, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo. Nisto conhecereis o ESPÍRITO de DEUS: todo espírito que confessa que JESUS CRISTO veio em carne é de DEUS; e todo espírito que não confessa que JESUS CRISTO veio em carne não é de DEUS; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que está já no mundo. Filhinhos sois de DEUS e já os tendes vencido, porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo. Do mundo são; por isso, falam do mundo, e o mundo os ouve. Nós somos de DEUS; aquele que conhece a DEUS ouve-nos; aquele que não é de DEUS não nos ouve. Nisto conhecemos nós o espírito da verdade e o espírito do erro.” (1 Jo 4.1-6)
A prova prática tem base no ensino de JESUS, quando advertiu acerca dos falsos profetas, que podem ser conhecidos pelos “seus frutos”, ou seja, pelo seu caráter, demonstrado em seu testemunho, na vida prática: “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. Por seus frutos os conhecereis. Porventura, colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos, nem a árvore má dar frutos bons. Toda árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7.15-20).
JESUS tinha esse dom. Quando seus adversários queriam apanhá-lo em alguma palavra ou alguma falta, Ele já sabia o que se passava no interior das pessoas. “Mas o mesmo JESUS não confiava neles, porque a todos conhecia e não necessitava de que alguém testificasse do homem, porque ele bem sabia o que havia no homem” (Jo 2.24, 25). O apóstolo Pedro teve a percepção de que Ananias estava mentindo, quando sonegou parte da oferta que prometera a DEUS, por esse dom especial de discernir os espíritos (At 5.3).
No ministério de Paulo, temos o exemplo notável do uso desse dom (At 16.12-18). Ao lado de seu companheiro, Silas, chegou à cidade de Filipos, na Macedônia, para onde se dirigiram por orientação do ESPÍRITO SANTO. Após um período de oração e evangelização pessoal, foi acolhido por Lídia, a vendedora de púrpura, que aceitou a CRISTO e foi batizada com toda a sua família. Era patente o sucesso da missão dos apóstolos naquele lugar. O Adversário não ficaria satisfeito de forma alguma e resolveu atacar de uma forma muito sutil, usando uma jovem para tecer um dos mais elevados elogios que um pregador poderia receber publicamente.
Ela era bem conhecida na cidade, pois era usada por comerciantes inescrupulosos que obtinham grande lucro, usando-a em seu proveito, pois possuía “espírito de adivinhação”. Quando os dois apóstolos saíram para a oração, a jovem os seguiu, dizendo em alta voz: “Estes homens, que nos anunciam o caminho da salvação, são servos do DEUS Altíssimo” (At 16.17). E fez essa declaração elogiosa, durante vários dias. Pregadores são seres humanos, sujeitos às falhas próprias de sua natureza. Elogios em geral sempre fazem bem ao ego, à parte emocional, ainda mais, quando o elogio é verdadeiro, como era o que a moça propagava acerca dos dois servos de DEUS.
Jamais alguém poderia imaginar que aquele elogio não seria de origem legítima. Podemos entender até, que, a princípio, os apóstolos devem ter ficado pensativos com aquela declaração. De fato, eles eram servos do DEUS Altíssimo! O que haveria de errado ou repreensível ouvir tal elogio? Não teria a jovem percebido que eles eram cristãos autênticos? Acontece que Paulo e Silas eram homens de oração, tinham comunhão com o ESPÍRITO SANTO. Depois de alguns dias, ouvindo aquela declaração, Paulo discerniu a sua origem.
Não era nada da parte de DEUS. A afirmação era verdadeira, mas a origem e a intenção eram malignas. O Diabo queria iludir os apóstolos, com bajulação e lisonja, para que o demônio continuasse livre para agir, após a saída dos servos do Senhor. Assim, “Paulo, perturbado, voltou-se e disse ao espírito: Em nome de JESUS CRISTO, te mando que saias dela. E, na mesma hora, saiu” (At 16.18).
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 39-42.
 
Como podemos conhecer um verdadeiro cristão (I Jo 4.1-21)
A PRINCIPAL TESE DO APÓSTOLO JOÃO nessa epístola é provar que temos a vida eterna (5.13). Ao longo da carta, João trabalha com três provas insofismáveis que identificam um verdadeiro cristão: a prova doutrinária, a social e a moral. No texto em apreço, o apóstolo retorna à prova doutrinária e social, ou seja, à fé e ao amor.
Um verdadeiro cristão é conhecido por aquilo que ele crê (4.1-6)
A igreja na Ásia Menor, no final do primeiro século, estava sendo atacada pelas heresias dos falsos mestres. O gnosticismo incipiente estava sendo proposto como alternativa à fé cristã. As verdades do cristianismo estavam sendo atacadas desde os seus alicerces. Os mestres gnósticos negavam tanto a divindade quanto a humanidade de CRISTO. Eles pregavam um falso cristo, um falso evangelho, uma falsa fé e um falso amor.
E neste contexto que João exorta a igreja para não dar crédito a qualquer espírito. Em vez de ter uma fé ingênua, os crentes deveriam provar os espíritos se de fato procediam de DEUS. A negação da encarnação de CRISTO era uma evidência insofismável de que o espírito que estava por trás destes pregadores era o espírito do anticristo e não o ESPÍRITO de DEUS. Algumas verdades devem ser aqui observadas:
Em primeiro lugar, um alerta solene (4.1). “Amados, não deis crédito a qualquer espírito...”. A palavra “espírito” neste versículo equivale a ensinamento. Os falsos mestres estavam tentando fazer uma combinação da filosofia grega com o cristianismo. A proposta deles era um concubinato espúrio entre o conhecimento esotérico e a fé cristã. A heresia nem sempre vem com uma negação ostensiva e integral da verdade. Ela propõe uma parceria. Ela vem com uma linguagem ecumênica. Ela está disposta a sentar-se à mesa para dialogar. A igreja de CRISTO, porém, não pode ser crédula. Ela não pode ser acrítica. Ela não pode dar crédito àqueles que falam em nome de DEUS sem trazer integralmente a doutrina de DEUS.
John Stott diz que o tempo presente de “não deis crédito a qualquer espírito” indica que os leitores de João eram propensos a aceitar sem crítica todo ensino que parecesse dado por inspiração. Era preciso mostrar-lhes que identificar o sobrenatural com o divino é um erro perigoso.
Em segundo lugar, uma ordem expressa (4.1b). “[...] antes, provai os espíritos se procedem de DEUS, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo afora”. João dá uma ordem e em seguida oferece a justificativa. Sua ordem tem uma razão de ser. Ela não vem num vácuo. Porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo afora, os crentes precisam provar os espíritos, para saber se de fato eles procedem de DEUS.
Werner de Boor está correto quando diz que a expressão “têm saído” remete ao fato de que os falsos mestres destacavam enfaticamente seu “envio”, que os impelia atuar mundo afora. O aspecto sedutor desses homens era o fato de se apresentarem com essa consciência de envio, demandando fé e obediência.
“Provar” significa, à semelhança do metalúrgico que testa a integridade do metal por meio do fogo, testar a mensagem com a verdade apostólica, para saber qual o espírito que está por trás dela.
Os falsos mestres fizeram do mundo suas salas de aula. Desejavam conquistar a audiência de muitos cristãos. Simon Kistemaker fala de duas esferas espirituais neste mundo: uma é do domínio do ESPÍRITO SANTO; a outra é do domínio do diabo.
O ESPÍRITO SANTO habita nos filhos de DEUS (3.24), mas o espírito do diabo vive nos falsos profetas, que falam em seu nome. Satanás imita o fenômeno da iluminação divina inspirando falsos profetas e mestres, com o objetivo de espalhar o erro religioso e afastar as pessoas da verdade (lTm 4.1,2; 2Pe 2.1).
Acolher todo pregador que fala em nome de DEUS e ouvir de boa mente toda pregação como se fosse verdadeira são uma atitude insensata. Precisamos ser crentes bereanos. Precisamos julgar os profetas. Precisamos passar tudo o que ouvimos pelo crivo da Palavra de DEUS. Concordo com John Stott quando diz que não se deve confundir a fé cristã com credulidade. A fé verdadeira examina o seu objeto antes de depositar confiança nele.
JESUS preveniu os seus discípulos acerca dos falsos profetas (Mt 7.15: Mc 13.22,23). De igual forma o fizeram Paulo (At 20.28-30) e Pedro (2 Pe 2.1). Ainda hoje há muitas vozes clamando por nossa atenção. Somos um canteiro fértil onde têm florescido e prosperado muitas seitas, ganhando amplo apoio popular.
Há uma urgente necessidade de discernimento entre os cristãos. Nossa geração perdeu o entusiasmo pela defesa da verdade. Mais assustador do que a pregação herética dos falsos profetas é o silêncio dos profetas de DEUS. Assistimos, estarrecidos, a uma perigosa tolerância para com as falsas doutrinas.
LOPES. Hernandes Dias. 1, 2, 3 JOÃO Como ter garantia da salvação. Editora Hagnos. pag. 185-188.
 
DEUS nos concedeu o ESPÍRITO. Nessa posse do ESPÍRITO reconhecemos que DEUS permanece em vós.
1 É comovente o fato de que o novo cristianismo precisou experimentar que não havia nesse caso qualquer “segurança” absoluta. “Amados, não deis crédito a qualquer espírito, mas examinai os espíritos, se são de DEUS, porque muitos pseudoprofetas partiram para o mundo.” Existem “espíritos” de uma categoria muito diferente, que nos evangelhos são classificados como espíritos “imundos” ou “maus” (Mt 8.16; 12.43; Lc 6.18; 7.21; 8.2).
Contudo existem “pseudoprofetas”, i. é, pessoas que parecem ser profetas, falam “profeticamente” e apesar disso na verdade não são “profetas”, ou seja, não são pessoas incumbidas por DEUS e plenas do ESPÍRITO de DEUS. Isso é um fato que realmente podia abalar e confundir uma igreja! Se não era mais possível “acreditar” simplesmente em “qualquer espírito”, nem aceitar como verdade norteadora qualquer palavra dita em nome de DEUS, como então obter certeza?
Na mais antiga carta de Paulo que nos foi preservada há a solicitação de não “desprezar” as “profecias”, os “vaticínios”, e sim “examiná-los” (1Ts 5.19-21; de forma análoga também em 1Co 14.29). A igreja precisa e pode fazê-lo porque, como igreja crente em JESUS, possui pessoalmente o ESPÍRITO e por isso não está indefesa diante daqueles que alegam falar no ESPÍRITO. No caso de Paulo, porém, a situação ainda se limita à análise da palavra dos profetas, e não sua pessoa nem seu caráter profético em si. Paulo considera a possibilidade de que o profeta se equivoque, que ele pense falar uma palavra de DEUS enquanto na realidade enuncia apenas pensamentos próprios. A princípio o apóstolo Paulo ainda não cogita do surgimento de “pseudoprofetas” propriamente ditos. Na verdade ele conhece o dom especial do discernimento dos espíritos (1Co 12.10). Aparentemente trata-se da mesma questão abordada por João: trata-se da pessoa e não apenas da palavra dos que falam “no ESPÍRITO”. Nesse caso surge a possibilidade – já caracterizada no AT – de que um profeta não apenas misture ou confunda coisas próprias e divinas, mas que nem mesmo seja convocado, incumbido e plenificado por DEUS, tendo recebido sua palavra, seu ardor, seu poder de eficácia de uma fonte completamente diferente, do “mundo” (v. 5!) e, em decorrência, também do príncipe do mundo, do diabo. É um “pseudoprofeta” na raiz de seu ser e de seu envio.
João tem a experiência de que existem “muitos” desses pseudoprofetas que “têm saído para o mundo”. A expressão “têm saído” remete ao fato de que os falsos mestres destacavam enfaticamente seu “envio” que os impelia para atuar mundo afora. O aspecto sedutor desses homens era o fato de se apresentarem com essa consciência de envio, demandando “fé” e obediência. Talvez utilizassem a fórmula introdutória dos profetas do AT “Assim diz o Senhor”, ou rotulassem seus discursos e ditos como inspirados pelo ESPÍRITO, e talvez até mesmo se credenciassem “por meio de sinais e prodígios”. Como se torna difícil, então, “examinar”! Será que nesse caso de fato podemos questionar e examinar? Não cumpre simplesmente curvar-se e crer? Da maneira mais clara possível o apóstolo João afirma que não, expressamente desafiando as igrejas a não crer em qualquer espírito, mas “examinar os espíritos se são vindos de DEUS”.
Werner de Boor. Comentário Esperança I João. Editora Evangélica Esperança.
 
2. As fontes das manifestações espirituais.
AS OBRAS DE DEUS
Outro aspecto da doutrina de DEUS que requer a nossa atenção é o das suas obras.Têm a ver com as ações de DEUS, e não com a sua natureza (Rm 3.26). Dentro desses decretos, há as ações praticadas por DEUS, pelas quais tem Ele responsabilidade soberana; e também as ações das quais Ele, embora permita que aconteçam, não é responsável.
Baseado nessa distinção, torna-se possível concluir que DEUS nem é o autor do mal (embora seja o criador de todas criaturas subalternas), nem é a causa derradeira do pecado.
Além disso, DEUS está sustentando ativamente o mundo que criou. Na conservação, Ele sustenta a criação através de leis estabelecidas (At 17.25). Na providência, Ele controla todas as coisas existentes no Universo, com o propósito de levar a efeito seu plano sábio e amoroso, de forma que não venha a interferir na liberdades das suas criaturas (Gn 20.6; 50.20; Jó 1.12; Rm 1.24).
Servir a DEUS começa com o orar em seu nome. Isto implica em reconhecer como é distinta a sua natureza conforme revelada nos seus diversos nomes. Ele se revela a nós a fim de que o glorifiquemos e cumpramos a sua vontade.
HORTON. Staleym. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Editora CPAD.
 
HOMEM CARNAL
Paulo divide em três claras distinções os tipos de homens:
1. O homem carnal (I Cor. 3:1); 2. O homem espiritual (I Cor. 3:1); e 3. O homem natural (I Cor. 2:14).
O homem natural é o homem que ainda não foi regenerado. Esse é o homem que pertence à antiga natureza terrena. Ele é natural, e não espiritual. É o que permanece em seu estado natural, antes das operações do Espirito. O homem espiritual é aquele que já foi regenerado e que está vivendo de acordo com os principias ditados pelo ESPÍRITO, ou seja, vitorioso sobre os antigos impulsos carnais. Ele obedece à mente do Espirito e anda em novidade de vida. O homem carnal é uma espécie de meio-termo entre os dois primeiros. Realmente, converteu-se, pelo que entrou nos primeiros estágios da regeneração; mas continua sendo derrotado por seus próprios antigos impulsos. Esse é o homem que se encontra em estado de tensão e conflito espirituais, conforme se vê no sétimo capitulo de Romanos. Faz coisas que, realmente, não aprova; mas não possui a energia espiritual necessária para obter a vitória sobre suas debilidades e vicios. Portanto, tal crente mostra ser uma contradição, pois aprova e é afetado pelas realidades espirituais, mas é incapaz de subir acima do nível da carnalidade.
Em I Cor. 3:1, Paulo chamou os crentes de Corinto de carnais, ou seja, homens da carne, crentes controlados pela carne. É possível interpretar que esse adjetivo significa que as pessoas assim qualificadas são inteiramente destituídas do Espirito de DEUS (se considerarmos tão-somente o sentido verbal), mas o contexto geral não nos permite tirar essa conclusão. Mui facilmente, entretanto, Paulo poderia estar querendo dar a entender que toda a sua suposta e apregoada espiritualidade, no exercício dos dons espirituais (que os crentes coríntios exibiam), era algo falso, fraudulento; porquanto, não dispor das qualidades morais de CRISTO.. e ao mesmo tempo, ser supostamente residência do Espirito de DEUS, ao ponto de realizar feitos miraculosos, é uma aberrante contradição, é uma impossibilidade moral.
ELEMENTO. DA CARNALIDADE:
1. Embora certas pessoas se apresentem como espirituais, na verdade andam vendidas ao pecado, sendo escravas do principio do pecado (Rom. 7:14).
2. Tal pessoa é dotada de uma mente carnal, que está em conflito com DEUS (Rom. 8:7).
3. O homem carnal vive como se não fosse regenerado (I Cor. 3:3).
4. O homem carnal é faccioso (I Cor. 3:4).
5. O homem carnal tem vicias na sua vida, e ignora o cultivo das virtudes espirituais (Gâl. 5:19 ss).
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 3. Editora Hagnos. pag. 150-151.
DEMÔNIO, DEMONOLOGIA (Diabo, Satanás)
Duas coisas são indiscutíveis sobre esse assunto: primeira, nem os hebreus e nem os cristãos criaram as elaboradas demonologias e angelologias que, finalmente, vieram a ser aceitas. Segunda, apesar das elaborações, exageros e elementos místicos que entraram no pensamento hebreu e cristão, no tocante aos demônios, essas noções são corretas quanto à temível realidade dos demônios e sua capacidade de influenciar e de apossar-se das pessoas. Que os espíritos malignos existem e exercem poder sobre os homens tem sido uma ideia universalmente aceita. Essa ideia permeia todos os níveis da sociedade, podendo ser encontrada entre as tribos mais primitivas e as civilizações mais avançadas. Essa universalidade fala em favor da veracidade dessas noções, sem importar os exageros e os elementos mitológicos criados em torno do assunto. Os demônios são vistos como seres poderosos, sobre-humanos, pertencentes a vários níveis de seres. Alguns são tidos como espíritos humanos desencarnados, negativos, que ainda não chegaram ao seu destino, e que continuam tentando viver suas vidas nas vidas de outras pessoas, através de influência ou de possessão. Outras classes incluem os elementares, que são menos poderosos do que os espíritos humanos, como se fossem uma espécie de símios do mundo espiritual. Porém, até mesmo esses podem ser um incômodo. Então, se subirmos um pouco mais na escala, encontraremos os anjos caldos, os quais também pertencem a diversas categorias. Após o século V D.C., essa tornou-se a identificação mais comum dos demônios na teologia cristã, embora outras identificações não tenham sido abandonadas. Os demônios mais perigosos são aqueles que pertencem a elevadas ordens de seres espirituais; e a conexão com os anjos caldos sem dúvida está correta, pelo menos em parte.
No pensamento hebreu e cristão, tomou-se usual considerar maus todos os demônios. Esses são OS espíritos que mais chamam a atenção, porquanto são perturbadores. Os cristãos primitivos levavam muito a sério a existência e o poder dos demônios, conforme é demonstrado pela frequente menção a eles, no Novo Testamento. Males mentais e corporais eram atribuídos às atividades de espíritos invisíveis, o que ocorre na história da maioria das culturas. JESUS dava ordens aos maus espíritos, e eles lhe eram obedientes (Mar. 1:27). Eles reconheciam a autoridade espiritual dele, e não ousavam fazer-lhe oposição. Os discípulos de JESUS deram continuação ao seu ministério de curas, no tocante ao corpo e à mente, e se utilizavam da autoridade do nome de JESUS quando tratavam com os espíritos malignos (Atos 16:18; Mar. 9:38; Luc. 10:17). As culturas com as quais o cristianismo foi entrando em contato, à medida que se propagava, já tinham suas respectivas demonologias, havendo muitas interferências demoníacas, pelo que nada de novo foi introduzido nessa área, excetuando o fato de que há aquele Nome que é capaz de libertar, com o qual as pessoas das culturas pagãs não estavam acostumadas.
Entre os judeus era corrente a noção que a idolatria pagã era influenciada pelos demônios, e que, algumas vezes, os demônios são o próprio alvo da adoração idólatra. Paulo compartilhava dessa crença, pois, apesar de chamar um ídolo de coisa vil, em certas ocasiões (ver 1 Cor. 8:4), em outras oportunidades ele afirmava que os demônios eram objetos da adoração idólatra do paganismo (I Cor. 10:20). Por volta do século IH D.C. já havia surgido uma espécie de classe de exorcistas oficiais no cristianismo, usualmente constituída por ministros, e as pessoas apelavam para eles, a fim de serem ajudadas contra os demônios.
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 2. Editora Hagnos. pag. 48.
Satanás é o principal poder maligno, e a Bíblia apresenta-o como uma espécie de comandante das forças da malignidade. O poder de Satanás é limitado por DEUS (Jô 1:12.; 2:6), apesar do que ele é muito poderoso, encabeçando um vasto exército do mal (ver Efé, 2:2; 6:12). Porém, sua queda final é certa (Luc. 10:18). Ver os artigos chamados Satanás e Diabo.
Anjos caldos, poderes e demônios fazem parte do reino das trevas, reino esse que tem o poder de influenciar os homens e de votá-los à perdição. O trecho de 11Ped. 2:11 refere-se ao poder desses seres malignos. O mundo inteiro está debaixo do poder deles, excetuando-se somente os lavados no sangue de CRISTO (ver I João 5:19). Esses seres são numerosíssimos (Efé. 6: 12). Não obstante, esses poderes não têm forças para separar-nos do amor de CRISTO (ver Rom. 8:38). A existência desses seres provoca um conflito de dimensões cósmicas (ver Efé. 6: 12). O reino das trevas é contrastado com o reino da luz (Col. 1:13). O dualismo (vide) ensina que o reino da luz e o reino das trevas estão em luta um contra o outro, e que há esperança que esses dois reinos, finalmente, separar-se-ão inteiramente. Porém. dentro desse sistema, não há qualquer expectação de que o reino das trevas possa vir a ser derrotado. A Bíblia Sagrada, por outro lado, é dualista somente em parte. Ela projeta a vitória do mundo da luz sobre o mundo das trevas, e não apenas uma separação final entre esses dois reinos. Os últimos capitulas do livro de Apocalipse refletem essa certeza. O trecho de Cal. 2: 15 refere-se ao triunfo garantido por CRISTO sobre as forças do mal. segundo também se aprende em Rom. 8:38 ss.
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 5. Editora Hagnos. pag. 311.
3. Discernindo as manifestações espirituais.
Temos aqui uma advertência contra os falsos profetas.
Devemos prestar atenção para não sermos enganados ou nos deixar impressionar por eles. Profetas são aqueles que preveem as coisas que vão acontecer. Existem alguns, mencionados no Antigo Testamento, que tinham a pretensão de fazer previsões, sem dar nenhuma garantia, e os acontecimentos desmentiram as suas pretensões; dentre eles, estão Zedequias (1 Rs 22.11) e um outro Zedequias (Jr 29.21). Os profetas também ensinavam ao povo o seu dever, de modo que os falsos profetas mencionados aqui também eram falsos mestres. CRISTO, que além de Messias era um Profeta e um Mestre enviado por DEUS com a missão de enviar outros mestres que com Ele aprendessem, está nos advertindo a prestar atenção nos impostores. Ao invés de terem a pretensão de curar as almas com tuna doutrina saudável, eles não fazem mais do que envenená-las.
Os falsos mestres e os falsos profetas:
1. São todos aqueles que afirmam ter certas incumbências, não as tendo. Aqueles que fingem que possuem garantia e orientação imediatas, supostamente enviadas por DEUS e divinamente inspiradas; eles estão mentindo. Embora sua doutrina possa ser verdadeira, devemos ter cuidado, pois são falsos profetas. Falsos apóstolos são aqueles que dizem ser apóstolos, mas estão mentindo (Ap 2,2); eles são falsos profetas. “Tome cuidado com aqueles que fingem ter revelações; não os aceite sem provas suficientes, para que um absurdo não seja aceito, seguido de outra centena deles”.
2. São todos aqueles que pregam uma falsa doutrina sobre tudo aquilo que é essencial à religião. Que ensinam aquilo que é contrário à verdade que está em JESUS, a verdade que está de acordo com a santidade. A primeira dissertação parece ser a verdadeira noção do que é um pseudo-profeta, ou de alguém que finge ser um profeta, enquanto geralmente a última também está de acordo com ela. Pois aquele que exibe cores falsas, a pretexto delas, e com maior sucesso, ataca a verdade. “Tenha cuidado com eles, suspeite deles e, quando tiver descoberto sua falsidade, afaste-se e nada tenha a ver com eles. Fique em guarda contra essa tentação, que nos é geralmente dirigida nos dias da reforma, e do alvorecer de uma luz divina que possui imensa força e esplendor”. Quando a obra de DEUS é reavivada, Satanás e seus agentes ficam mais ocupados.
Aqui temos:
I Uma boa razão para ter esse cuidado. Tenha cuidado com eles, pois são lobos vestidos como ovelhas (v. 15).
1. Precisamos ter muito cuidado porque suas pretensões são muito justas e plausíveis e, assim sendo, irão nos enganar se não estivermos em guarda. Eles aparecem vestidos como ovelhas, usando a mesma vestimenta dos profetas, que era simples, grosseira e tosca. Usarão trajes rudes para enganai' (Ze 13.4). A Septuaginta chama o manto de Elias de manto de pele de ovelha. Devemos prestar atenção para não sermos iludidos com as vestes e a aparência dos homens, como as dos escribas, que preferiam andar usando vestes longas (Lc 20.46).
Ou, falando figurativamente, eles pretendem ser cordeiros, e externamente parecem ser totalmente inocentes, inofensivos, humildes, úteis e tudo mais que é bom, e se colocam acima de todos os homens. Eles fingem ser homens justos e, por causa da sua aparência, são aceitos entre as ovelhas e isso lhes dá a oportunidade de fazer-lhes o mal sem que ninguém perceba. Eles e suas mentiras estão cercados de ilusórias pretensões de santidade e devoção. Satanás se transforma num anjo de luz (2 Co 11.13,14). 0 inimigo tem chifres como um cordeiro (Ap 13.11), e as feições de um homem (Ap 9.7,8). Sua linguagem é sedutora e suas maneiras são suaves como a lã (Em 16.18; Is 30.10).
2, Também precisamos ter muito cuidado porque sob essas pretensões seus desígnios são mal-intencionados e enganadores e, no seu interior, eles não passam de lobos devoradores. Todo hipócrita é um lobo com peie de ovelha. Ele não é uma ovelha, mas o seu pior inimigo, que aparece apenas para destruir, devorar e espantar as ovelhas (Jo 10.12), para levá-las para longe das suas companheiras e de DEUS, conduzidas por atalhos tortuosos.
Aqueles que pretendem nos enganar com qualquer verdade, e nos dominam com terror, sob qualquer que seja seu propósito, têm a intenção de faze)- mal à nossa alma. Paulo dá a eles o nome de lobos cruéis (At 20.29).
Eles são glutões e servem ao próprio ventre (Rm 16.18), eles lucram conosco e fazem de nós a sua presa. Como isso é muito fácil, e também muito perigoso, tenha cuidado com os falsos profetas.
II Eis aqui uma boa regra para ser obedecida em nossos cuidados; devemos examinar todas as coisas (1 Ts 5.21), e provar todos os espíritos (1 Jo 4.1). Aqui temos uma prova fundamental, iremos conhecê-los pelos seus frutos (vv. 16-20). Observe:
1. O exemplo dessa comparação - o fruto serve para revelar a árvore. N em sempre podemos distinguir a árvore pelo tronco ou pelas folhas, nem pela distribuição dos seus ramos. Somente através dos frutos ficaremos conhecendo a sua natureza, pois o fruto está de acordo com a árvore. Os homens podem, através da sua religião, influir na sua natureza e contradizer princípios interiores, porém a corrente e a inclinação das suas práticas estarão de acordo com ela. CRISTO insistiu nesse ponto, sobre a concordância entre arvore e o seu fruto. (1) Se você conhece a árvore, sabe também qual fruto deve esperar. Nunca procure colher uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos. Não faz parte da sua natureza produzir esses frutos. Podemos confundir uma maçã, e um cacho de uvas pode estar pendurado num espinheiro, da mesma maneira que uma boa verdade, ou uma boa palavra ou ação, podem sei- encontradas num homem mau, mas esteja certo de que elas nunca nasceram lá.
Veja bem: (1) Corações corruptos, malvados e pecadores são como o espinheiro e o abrolho, que vieram com o pecado, esses corações são inúteis, inquietos e destinados ao fogo. [2J As boas obras São como os bons frutos, como as uvas e os figos, elas são agradáveis a DEUS e proveitosas ao homem. (3) Nunca podemos esperar um bom fruto de um homem mau, e coisas limpas de coisas impuras, pois a eles falta a influência de um princípio reconhecido.
Um mau tesouro irá produzir coisas más. (2) Por outro lado, se você conhecer como o fruto é, poderá conhecer como é a árvore que o produziu. Uma boa árvore não poderá produzir maus frutos, assim como uma árvore corrompida não poderá produzir bons frutos, mas apenas frutos maus. Devemos considerar o fruto que é produzido natural e genuinamente por uma árvore, e de forma constante e abundante. Os homens não são conhecidos através de atos particulares, mas pelo curso e teor da sua conduta e pelos atos praticados com mais frequência, especialmente aqueles que parecem ser livres, próprios e isentos da influência de qualquer persuasão ou motivos externos. 2. A aplicação dessas verdades aos falsos profetas.
(1) Através do terror e da ameaça (v. 10). Toda árvore que não produz bons frutos deve ser cortada. O próprio João Batista usou essa citação (cap. 3.10). CRISTO poderia ter falado a mesma coisa com outras palavras, poderia ter feito alguma alteração ou Lhe dado uma nova forma. Mas acreditou que não havia nenhum descrédito para Ele se repetisse o que João Batista havia afirmado antes. Os ministros não devem ser ambiciosos a ponto de produzir novas expressões, nem o ouvido das pessoas ansiar por novidades. Falar e escrever as mesmas coisas não deve ser penoso, pois é mais seguro.
Eis aqui: (1) A descrição de árvores estéreis, árvores que não produzem bons, frutos. Embora os frutos possam existir, se não forem bons a árvore será considerada estéril. Mesmo que as ações representadas por estes frutos sejam provenientes de boas intenções, elas não serão aceitáveis se não forem realizadas da maneira correta, e com os propósitos corretos. [2] O destino das árvores estéreis. Elas certamente serão cortadas e lançadas ao fogo. DEUS irá fazer com eles o mesmo que o homem faz com as árvores secas que ocupam inutilmente terreno. Ele irá marcá-los com algum sinal da sua insatisfação, despindo-os da suas partes e dos seus dons, irá abatê-los até a morte e lançá-los ao fogo do inferno, um fogo atiçado com a ira de DEUS e alimentado com a madeira das árvores estéreis, Compare isso com Ezequiel 31.12,13; Daniel 4.14; João 15.6. (2) Através do julgamento. Pelos seus frutos iremos conhecê-los.
[1] Pelos seus frutos como pessoas, isto é, suas palavras e atos, e pelo curso da sua conduta. Se você não sabe se estão certos ou errados, observe como vivem.
Suas obras irão testificar a favor ou contra eles. Os escribas e fariseus sentavam-se na cadeira de Moisés e ensinavam a lei, mas eram orgulhosos, falsos, opressores e cobiçosos, portanto CRISTO preveniu os apóstolos para tomar cuidado com eles e com sua influência (Mc 12.38). Se os homens fingem sei' profetas, mas são imorais, isso irá contradizer as suas pretensões. Qualquer que seja a religião que professam, se 0 deus a que servem estiver no seu ventre, se só pensarem nas coisas terrenas, não serão verdadeiros amigos da cruz de CRISTO (Fp 3.18,19). Não foram ensinados, nem enviados pelo DEUS SANTO, e suas vidas provam que são guiados por um espírito imundo. DEUS coloca tesouros era vasos de barro, mas não em vasos corrompidos como estes. Eles podem declarar os estatutos de DEUS, mas de que maneira devem fazê-lo? [2] Através dos frutos da sua doutrina, dos seus frutos como profetas. Porém, essa não é a única maneira de provar sua doutrina, sejam eles enviados por DEUS ou não. O que eles tendem a fazer? A quais sentimentos ou práticas guiarão aqueles que os aceitam? Se a doutrina for de DEUS, ela promoverá uma sincera piedade, humildade, caridade, santidade e amor, além de outras virtudes cristãs. Mas, se ao contrário, as doutrinas pregadas por esses profetas revelarem uma manifesta tendência para tomar as pessoas orgulhosas, mundanas e provocadoras, negligentes e descuidadas em suas condutas, injustas, exigentes, revoltadas ou perturbadoras da ordem pública, se elas toleram a liberdade sexual, e afastam as pessoas do autocontrole e das suas famílias, de acordo com as rigorosas leis do caminho estreito, podemos concluir que essa persuasão não vem daquele que nos chamou (G15.8). Essa sabedoria não vem do alto (Tg 3.15). A fé e uma boa consciência sempre caminham juntas (1 Tm 1.19; 3.9), Veja que as doutrinas de duvidosa controvérsia devem ser comprovadas através de graças e deveres devidamente confessados. Essas opiniões não vêm de DEUS e levam ao pecado. Se não pudermos conhecê-los pelos seus frutos, devemos recorrer à grande pedra fundamental, à lei e ao testemunho. Será que eles falam de acordo com essa regra?
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. pag. 85-87.
Mt 7:15-20 Durante alguns séculos, antes da vinda de CRISTO, acreditava-se de modo geral que a profecia havia cessado. O período entre os dois testamentos às vezes é chamado de período de silêncip. Vindo João Batista, retornou a voz profética, e no início do cristianismo a profecia floresceu. A multidão reunida no dia de pentecoste, Pedro explicou que o fenômeno das línguas era o cumprimento da promessa feita por Joel segundo a qual nos últimos dias DEUS derramaria seu ESPÍRITO em todos, de tal modo que os moços teriam visões, os velhos teriam sonhos, e homens e mulheres proclamariam a mensagem (Atos 2:17-18; cp. 1 Coríntios 14:29-31).
A medida que a igreja crescia, o problema dos falsos profetas ia-se tomando agudo. JESUS havia-nos advertido contra o surgimento de falsos profetas que enganariam o povo (Mateus 24:11, 24). João também advertiu os crentes (1 João 4:1-3; Apocalipse 2:20). De que maneira os cristãos poderiam reconhecer um falso profeta? Nos tempos antigos o profeta ficava desacreditado se aquilo que ele houvesse proclamado em nome de DEUS não se cumprisse (Deuteronômio 18:20-22). O didache apresenta alguns testes simples para identificar o falso profeta (se ele permanecer mais de dois dias ou se pedir dinheiro, 11:5-6). É “pelo comportamento dele, portanto, [que] o falso profeta é distinguido do verdadeiro” (didache 11:8).
JESUS nos adverte contra os falsos profetas. Eles chegam disfarçados em ovelhas (isto é, parecem pertencer ao rebanho de crentes; cp. Números 27:17 e Salmo 100:3, quanto afigura de linguagem; além disso, os profetas usavam roupas feitas de peles de animais, Zacarias 13:4; Mateus 3:4), mas interiormente são lobos devoradores (todas as atividades deles são motivadas pela ambição pessoal; matarão e destruirão os outros se isso for para seu lucro egoísta). Apresentar-se com vestes de profeta era o mesmo que vindicar essa posição. De início parecia que o ensino deles era verdadeiro, mas, quando se examinou o modo como viviam, descobriu-se que eram lobos (falsos profetas; cp. Ezequiel 22:27; Zacarias 3:3).
Os falsos profetas são conhecidos pelos seus frutos. Numa época em que DEUS ainda estava revelando sua vontade mediante o ofício profético, era mais difícil dar validade a uma mensagem com base em seu conteúdo teológico, que deveria ser aceitável. Os falsos profetas podiam ser identificados de modo mais simples mediante o modo de vida deles. Colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Se não houver uvas é que não há videira. Se os frutos são maus, é que você não tem uma árvore boa. De modo semelhante, se a vida do profeta não se nivela à sua pregação, você estará diante de um falso profeta. “Tal pai, tal filho; o fruto se parece com a árvore” eram os ditados dos antigos. A boa teologia deve produzir retidão ética. A conduta revela o caráter.
ROBERT H. MOUNCE. Novo Comentário Bíblico Contemporâneo. Baseado na Edição Contemporânea de Almeida. Editora Vida Nova. pag. 76-77.
Mencionam-se profetas! São pessoas que falam em nome de DEUS. Assim também esses profetas se apresentam no meio da comunidade de CRISTO como quem usa palavras santas e fala em nome de DEUS. Não obstante, o que dizem e o que fazem não é de DEUS, porque sua motivação íntima é sombria e sacrílega. Por isso se comparam a lobos vorazes que andam sob a veste de ovelhas e, como piores inimigos do rebanho, dividem a comunidade do Senhor.
Como seria bem mais fácil viver seguindo a JESUS, andar no caminho estreito, se não irrompessem sempre de novo na própria comunidade de JESUS a ânsia de poder e de vantagem pessoal, a necessidade de prestígio e as discórdias. Desse modo, cada um precisa acautelar-se diante do outro e cuidar de si próprio e do “rebanho”.
O sinal de reconhecimento para discernir quem é lobo e quem é ovelha é definido por JESUS nos termos: Pelos seus frutos os conhecereis! Quando a comunidade do Senhor for fiel na oração e na vigilância, em breve se revelará quais foram os poderes ocultos e sombrios e as motivações dos “lobos em peles de ovelha”. Promoveram a sua própria obra e não a obra de DEUS. Será descoberto se tinham o ESPÍRITO de DEUS ou o espírito de baixo, se produziram fé ou descrença, se levaram à paz ou à discórdia, se buscaram a santificação ou não, se aproximaram de DEUS ou fixaram as pessoas a si próprios, se defenderam com toda a clareza a vontade de DEUS ou perseguiram alvos egoístas.
Efeitos e frutos do ESPÍRITO SANTO somente podem crescer sobre o chão do ESPÍRITO SANTO, não sobre a areia desértica do espírito anticristão. Para tornar isso mais uma vez palpável o Senhor lança mão de outra dupla de parábolas, das sebes de espinhos e das árvores imprestáveis em combinação com os seus frutos.
Do mesmo modo como é impossível que a fruta de uma árvore seja outra que a da própria árvore, também é impossível que o diabo busque a santificação, que a injustiça dê à luz a justiça, que a mentira produza a verdade, que a motivação falsa efetue um crescimento na fé, que a briga leve à paz, e o egoísmo gere o amor ágape.
Porque, apesar de não podermos olhar para dentro do coração da pessoa, podemos, com o tempo, deduzir a partir do que “sai dela” o que a moveu internamente. Assim como o fruto produzido pela árvore corresponde exatamente ao que a árvore é em si, tudo o que o ser humano faz também está profundamente ligado ao que ele é em sua essência. Se não recebeu o ESPÍRITO de DEUS, tampouco pode gerar frutos do ESPÍRITO, nem mesmo quando “emoldura” seu falar e agir com o nome de DEUS.
O juízo de DEUS queimará esses frutos aparentes e frutos falsos juntamente com a árvore. Porém a comunidade de JESUS tem o dever de separar-se o quanto antes de tais “falsos profetas” e “lobos em pele de ovelha”. Isso é o que a disciplina exige, pois o ESPÍRITO SANTO é um ESPÍRITO de disciplina.
Fritz Rienecker. Comentário Esperança Evangelho de Mateus. Editora Evangélica Esperança.
Advertência contra os falsos profetas, V.15: Acautelai-vos dos falsos profetas que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores. Esta é uma das maneiras pelas quais os discípulos de CRISTO poderão ser desviados do caminho ao céu, o que torna o fato uma advertência necessária. Tomai cuidado, conservai-vos longe, não tende nada a ver com pseudo-profetas, com profetas falsos. Até mesmo é loucura parar e discutir com eles. Pois, eles são profetas falsos. Falsificam, deliberadamente, a Palavra de DEUS. Eles colocam suas próprias mentiras e a sabedoria de pessoas falíveis no lugar da verdade eterna. Chegam, sem serem convidados, sem chamado. Têm, como prática, ir àquelas pessoas que são membros duma igreja, com a intenção deliberada de induzi-las a abandonarem a verdade. São sábios em sua própria presunção e nas formas do engano. Chegam numa forma muito humilde, na vestimenta da inocência e inofensividade. Confessam ter autorização do próprio DEUS, e são adeptos de fingida amabilidade. Mas seu verdadeiro caráter se mostrará depois, visto que, por inclinação e treinamento, são lobos vorazes. Sua natureza é devorar. São gananciosos por dinheiro, ambiciosos por poder, mas, acima de tudo, são ansiosos para destruir almas. São assassinos de almas humanas.
O princípio de testar mestres falsos e todos os fraudes, V.16: Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? 17) Assim toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus. 18) Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons. Um ponto importante: Não só os discípulos de CRISTO, por si mesmos, podem identificar estes falsos mestres, mas o Senhor espera que os reconheçam porque estudaram seus métodos e maneira de viver.Os cristãos são capazes de provar os espíritos - até têm o sagrado dever de faze-lo - e de examinar e testar a doutrina que lhes é oferecida. Eles têm uma regra infalível, que é o ensino de CRISTO, a Palavra da Verdade. Conforme este critério e padrão, devem julgar, não só a doutrina, mas também as obras dos mestres falsos, as quais, aqui, são chamadas de seus frutos. As pessoas nunca imaginam colher uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos. Eles não são enganados por falsas aparências, tal com o botânico que, com uma olhadela, apontará a variedade venenosa de fruta ou dum cogumelo duma boa. Mas, mesmo lá onde não acontece tanto o conhecimento botânico, se distingue imediatamente a árvore boa, a que está em boas condições e sadia, da árvore doente, degenerada por causa do mau solo, ou que, por causa da idade, já não produz mais fruto. Todas estas árvores carregam fruto de acordo com sua natureza própria. Este teste nunca falha. “Como, perfeitamente, sabemos que uma árvore boa não produzirá fruto mau, e que uma árvore má não produzirá bom fruto - e nem o poderá -, assim, também sabemos que, enquanto o viver é impiedoso, a confissão de piedade é impossível, mas é hipocrisia e engano”.
O fim dos impostores, V.19: Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo. 20) Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis. Quanto ao que diz respeito ao teste de árvores, o julgamento das pessoas é tão claro e absoluto, que elas não hesitam em cortar e queimar uma árvore ruim. Elas sabem muito bem, que para aquela árvores é totalmente impossível produzir, mesmo no próximo ano, fruto bom. Este juízo, porém, também acertará aqueles que são culpados de doutrina e vida falsas, cujos frutos, finalmente, irão revelar a condição de suas almas. Será sua a punição do fogo do inferno. Enquanto isto, os cristãos não devem esquecer seu dever de testar e examinar a doutrina e as obras dos mestres falsos, para que não se tornem culpados de negligência em assuntos espirituais. “Nenhuma doutrina falsa ou heresia, jamais, surgiu sem ter o sinal que o Senhor indica aqui, a saber, que eles produziram outras obras do que aquelas mandadas e ordenadas por DEUS...Deixem que aquele, que deseja julgar corretamente, faça como CRISTO lhe ensina aqui, pegando suas obras e frutos, para as colocar ao lado da Palavra e dos mandamentos de DEUS. Assim ele verá, imediatamente, se eles concordam entre si... Desta forma possuis um juízo seguro, que não poderá falhar, como CRISTO te ensina a conhecê-los pelos seus frutos. Pois, tenho estudado a respeito de todos os heréticos e seitas, e verifiquei que eles sempre produziram e trouxeram algo que foi diferente daquilo que DEUS ordenou e impôs, um nesse, outro naquele artigo. Um proibiu comer de tudo. O segundo, o casamento. O terceiro condenou qualquer governo, escolhendo cada um o seu próprio. Concluo que todos eles andam neste trilho”.
KRETZMANN. Paul E. Comentário Popular da Bíblia Novo Testamento Volume 1. Editora Concordia Publishing House.
I João 4. 3. Ele apresenta um teste para os discípulos poderem provar esses espíritos fingidos. Esses espíritos levantaram-se como profetas, doutores ou doutrinadores na religião cristã e, assim, eles precisavam ser provados pela sua doutrina; e a prova naquele tempo ou naquela parte do mundo em que o apóstolo residia (pois em várias épocas e em várias igrejas as provas seriam diferentes) precisava ser esta: “Nisto conhecereis o ESPÍRITO de DEUS: todo espírito que confessa que JESUS CRISTO veio em carne (ou confessa a JESUS CRISTO que veio em carne) é de DEUS” (v. 2). JESUS CRISTO deve ser confessado como o Filho de DEUS, a Vida e Palavra eternas, que estava com DEUS desde o início; como o Filho de DEUS que veio ao mundo e veio em nossa natureza humana mortal e nela sofreu e morreu em Jerusalém. Aquele que confessa e prega isso, por meio de uma mente sobrenaturalmente bem informada e iluminada dessa maneira, faz isso pelo ESPÍRITO de DEUS ou DEUS é o autor dessa iluminação. Do contrário: “...todo espírito que não confessa que JESUS CRISTO veio em carne (ou a JESUS CRISTO que veio em carne) não é de DEUS (v. 3). DEUS concedeu tanto testemunho de JESUS CRISTO, que esteve nos últimos tempos aqui no mundo e na carne (ou em um corpo físico como o nosso), embora agora no céu, que vós podeis estar assegurados de que qualquer impulso ou inspiração simulada que contradiga isso está longe de ser do céu e de DEUS”. O resumo da revelação é compreendido na doutrina acerca de CRISTO, sua pessoa e sua função. Por isso, vemos o incremento de uma oposição sistemática a Ele e a isso. “...mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que está já no mundo” (v. 3). Foi previsto por DEUS que anticristos surgiriam e espíritos anticristãos se oporiam ao seu ESPÍRITO e à sua verdade; também foi previsto que um anticristo eminente surgiria e travaria uma batalha longa e fatal contra o CRISTO de DEUS e sua instituição e honra e reino no mundo. Esse grande anticristo teria seu caminho preparado e sua origem facilitada por outros anticristos menores, e o espírito do erro trabalharia e inclinaria a mente dos homens para si: o espírito do anticristo começou cedo, mesmo que esse começo ocorresse no tempo dos apóstolos. Terrível e insondável é o julgamento de DEUS, pois pessoas cederam a um espírito anticristão e a esse tipo de escuridão e desilusão a ponto de colocar-se contra o Filho de DEUS e todo testemunho que o Pai tinha apresentado do Filho! Mas nós fomos avisados antecipadamente de que esse tipo de oposição ocorreria; deveríamos, portanto, cessar de ficar escandalizados e quanto mais vermos a palavra de CRISTO cumprida, tanto mais devemos ser confirmados pela sua verdade.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 926.
Um esclarecimento necessário (4.2,3).
Nisto reconhecereis o ESPÍRITO de DEUS: todo espírito que confessar que JESUS CRISTO veio em carne é de DEUS; e todo espírito que não confessa a JESUS não procede de DEUS; pelo contrário, este é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem e, presentemente, já está no mundo.
Simon Kistemaker diz que, no grego, João usa o tempo perfeito para a palavra veio a fim de indicar que JESUS veio em natureza humana e, ainda agora, no céu, ele possui uma natureza humana, ou seja, além de sua natureza divina, ele também tem uma natureza humana.
Os falsos mestres gnósticos negavam tanto a divindade quanto a humanidade de CRISTO. Eles negavam tanto a sua encarnação como a sua ressurreição. Eles negavam tanto o seu nascimento virginal quanto a sua morte expiatória.
A critologia deles procedia do anticristo. Embora o anticristo seja um personagem que aparecerá no futuro, seu espírito já opera no mundo. Os verdadeiros profetas são instrumentos de comunicação do ESPÍRITO de DEUS (4.2).
Os falsos profetas são instrumentos de comunicação do “[...] espírito do erro” (4.6). Por trás de cada profeta está um espírito, e por trás de cada espírito está DEUS ou o diabo. Antes de podermos confiar em quaisquer espíritos, precisamos prová-los, se procedem de DEUS. O que importa é a sua origem.
Augustus Nicodemus tem razão quando diz que o anticristo é uma figura escatológica sombria que virá no fim dos tempos, cuja característica principal é a guerra contra o povo de DEUS e o desejo de ocupar o lugar de DEUS. Ele virá no poder de Satanás, fazendo sinais e prodígios e disseminando o erro, sendo finalmente destruído pelo Senhor. Esse grande anticristo tem seu caminho preparado, e seu surgimento facilitado por outros anticristos menores, o espírito do erro que opera e dispõe a mente das pessoas para ele.
Qualquer espírito que nega que JESUS é o CRISTO e qualquer espírito que nega que JESUS veio em carne não é de DEUS. William Barclay diz que para ser de DEUS, um espírito deve confessar que JESUS é o CRISTO, o Messias. Negar esta verdade é negar que JESUS é o centro da História, aquele para quem toda a História tem uma preparação; é negar que ele é o cumprimento das promessas de DEUS; é negar sua soberania.
JESUS CRISTO veio não só para morrer, mas também para estabelecer o seu Reino de graça e de glória. Entretanto, negar que JESUS veio em carne, ou seja, a sua encarnação, é negar que ele pode ser o nosso exemplo; é negar que ele seja o nosso Sumo Sacerdote, que nos abre acesso à presença de DEUS; é negar que ele seja o nosso Salvador; é negar a redenção do corpo bem como a possibilidade do encontro entre o humano e o divino.
Simon Kistemaker é enfático sobre esse ponto:
Qualquer um que separa a natureza humana da natureza divina de JESUS CRISTO fala sem a autoridade de DEUS. E qualquer um que negue a natureza humana ou divina de JESUS “não procede de DEUS”. Além disso, qualquer um que ensine que JESUS recebeu de DEUS um espírito divino quando foi batizado e que esse espírito o deixou quando ele morreu na cruz está distorcendo o evangelho. E, finalmente, qualquer um que diga que depois da morte de JESUS ele foi feito Filho de DEUS, não está apresentando a verdade da Palavra de DEUS. Todos esses mestres não falam como representantes de JESUS CRISTO, não foram comissionados por DEUS e não são porta-vozes do ESPÍRITO de DEUS neste mundo.
João faz certamente uma distinção entre o conhecimento e a confissão. Não basta saber que JESUS CRISTO veio em carne, é preciso confessar essa bendita verdade. Até os espíritos impuros reconheceram a divindade de JESUS durante o seu ministério (Mc 1.24; Mc 3.11; Mc 5.7,8). Contudo, embora o conhecessem, não o confessavam. O ESPÍRITO de DEUS, porém, dá testemunho de que JESUS CRISTO, sendo DEUS, se fez carne.
O ministério particular do ESPÍRITO é testemunhar de JESUS (Jo 15.26; 16.13-15). O ministério do ESPÍRITO é o ministério do holofote. Ele aponta sua luz para JESUS. O ESPÍRITO veio para testemunhar que JESUS não deixou de ser DEUS ao se fazer homem. Sua encarnação não foi aparente como ensinavam os falsos mestres do docetismo nem sua divindade foi uma mera simulação.
Os falsos mestres do gnosticismo separavam o JESUS do CRISTO; faziam uma distinção entre o CRISTO divino e o JESUS histórico. Para eles, o CRISTO veio sobre JESUS no batismo e se retirou dele na cruz. João classifica esta posição como herege e procedente do anticristo. Não foi o CRISTO que veio “para” a carne de JESUS, mas o próprio JESUS era o CRISTO vindo “em” carne.
John Stott é oportuno quando diz que o homem JESUS de Nazaré não é outro senão o CRISTO ou o Filho encarnado. Longe de vir sobre JESUS no batismo e deixá-lo antes da cruz, o CRISTO veio realmente em carne e nunca a deixou de lado. Com isto João está dizendo que a doutrina cristã fundamental, que nunca pode ser transigida, é a da Pessoa divino-humana e eterna de JESUS CRISTO, o Filho de DEUS. Nenhum sistema pode ser tolerado, por mais estrondosas que sejam as suas pretensões ou por mais cultos que sejam os seus adeptos, se negar que JESUS é o CRISTO vindo em carne, isto é, se negar a sua divindade eterna ou a sua humanidade histórica.
Em quarto lugar, um contraste profundo (4.4). “Filhinhos, vós sois de DEUS e tendes vencido os falsos profetas, porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo.”
João faz uma transição dos falsos profetas para os verdadeiros crentes. Os falsos profetas são governados pelo espírito do anticristo; os verdadeiros crentes procedem de DEUS, são de DEUS e são habitados por DEUS. Os verdadeiros crentes vencem os falsos profetas porque o DEUS que neles está é maior do que o espírito do engano que habita nos falsos profetas.
Werner de Boor diz que o DEUS vivo, infinitamente maior que o inimigo, não apenas está com os crentes, mas também está neles. A mais necessária armadura para todas as lutas e a força para repetidas vitórias está em saber que o próprio Senhor está “em nós” pelo ESPÍRITO SANTO.
Em quinto lugar, uma procedência distinta (4.5,6).
Eles procedem do mundo; por essa razão, falam da parte do mundo, e o mundo os ouve. Nós somos de DEUS; aquele que conhece a DEUS nos ouve; aquele que não é da parte de DEUS não nos ouve. Nisto conhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro.
Simon Kistemaker diz que os falsos profetas “são do mundo”. Eles tiram seus princípios, cuidados, objetivos e existência do mundo de hostilidade, no qual Satanás governa como príncipe (Jo 12.31).359 Pensamentos satanicamente inspirados são atraentes para as mentes mundanas, diz Augustus Nicodemus. Os falsos profetas procedem do mundo, e os verdadeiros crentes procedem de DEUS; o mundo ouve os falsos profetas enquanto os verdadeiros crentes ouvem o ensinamento dos apóstolos. Aqueles que são de DEUS ouvem as palavras de DEUS (Jo 8.47). As ovelhas de CRISTO ouvem a sua voz (Jo 10.4,5,8,16,26,27). Aqueles que são da verdade ouvem o testemunho da verdade (Jo 18.37). No entanto, o mundo ouve os falsos profetas. O mundo é governado pelo espírito do erro e não pelo espírito da verdade.
LOPES. Hernandes Dias. 1, 2, 3 JOÃO Como ter garantia da salvação. Editora Hagnos. pag.188-192.
I João 4. 2s Nesse caso, porém, o apóstolo precisa ajudar as igrejas a “examinar” e mostrar-lhes marcas identificadoras em que se evidencia se um profeta é “de DEUS” ou não. É o que João também passa a fazer já na frase seguinte. “Nisto reconheceis o ESPÍRITO de DEUS: Cada espírito que confessa JESUS CRISTO como vindo na carne é de DEUS.” Como isso é notável para nós: não é para manifestações de poder de qualquer tipo, ou para capacidades e forças prodigiosas que o apóstolo remete como característica determinante para a autenticidade de um profeta! Importa-lhe unicamente o conteúdo de sua mensagem. Entretanto, de que forma peculiar se fala, nesse caso, do conteúdo central da proclamação! Novamente precisamos reconhecer que se trata de uma “carta” autêntica que – ao contrário de um tratado teológico genérico – fala a pessoas concretas em uma situação concreta, que a princípio não precisa ser igual à nossa. Inicialmente teremos pouco uso para a frase de João. Mas a igreja daquele tempo imediatamente prestou atenção! Estava sendo afligida por propagandistas de um “gnosticismo cristão”. Os grandes sistemas religiosos deles evidentemente também falavam de “CRISTO”. Atestava-se que um CRISTO celestial teria vindo do mundo da luz para conduzir as almas humanas de volta da perdição nas trevas e na morte, rumo ao reino da luz. Contudo esse “CRISTO” havia se conectado apenas temporariamente com o homem histórico JESUS e vestia essa configuração humana apenas como traje exterior. Quem padeceu e sangrou foi apenas o ser humano JESUS; somente ele morreu. Afinal, sofrer, sangrar e morrer jamais seria possível para o ser celestial “CRISTO”. Por isso a redenção tampouco acontece através do sofrer, sangrar e falecer, mas através da gnosis, do “conhecimento”, ainda que ele não seja intelectual, mas místico-religioso. Para o gnosticismo cristão a afirmação de que “o Verbo” não apenas se “revestiu” de carne, mas “veio a ser carne”, “veio na carne”, era completamente absurda, e até mesmo blasfema. Para a mensagem apostólica, porém, toda a importância residia justamente no rebaixamento do Filho de DEUS, em sua verdadeira humanização, em ter vindo “na carne”. Porque somente assim era possível que acontecesse a única coisa que redime o ser humano que resistia a DEUS, culpado e perdido diante dele: o sofrimento e a morte no madeiro maldito da cruz. Aqui os caminhos das igrejas apostólicas e do gnosticismo cristão divergiam radicalmente.
Agora fica claro para nós o quanto a frase de João, apesar de seu foco histórico, é uma frase decisiva, e por isso também divisora, para qualquer época, inclusive a nossa. De diferentes formas o ser humano sempre tenta ter um CRISTO imponente, um CRISTO “ajustado ao moderno”, que ele possa recomendar a qualquer pessoa. Tenta não precisar “se envergonhar” do evangelho. Tanto hoje como outrora o CRISTO que sofre, sangra e morre na cruz é “uma loucura” ou “um escândalo” (1Co 1.23). Subjacente a isso, porém, está algo mais profundo. Nessa questão estamos em jogo nós mesmos e nossa auto-apreciação. O Filho de DEUS teve de “vir na carne”, habitar no mundo sem esplendor e poder e morrer tão terrivelmente no madeiro maldito por causa de nossos pecados. Ou seja, quem adora o verdadeiro “CRISTO”, o único Redentor de pessoas perdidas, na pessoa de JESUS, que foi expulso pelos humanos, entregue por DEUS ao juízo e morto na cruz, precisa considerar a si mesmo uma pessoa condenada, cuja culpa miserável não lhe concede saída perante DEUS e que só pode ser redimido a esse custo. É contra isso que nosso orgulho se rebela! É a essa condenação que resistimos. É em razão disso que queremos ter outro CRISTO: um CRISTO nobre e magnífico, junto ao qual nós mesmos podemos ser “magníficos”, um “CRISTO” que é o “exemplo” que nos impele a ações próprias de melhoramento do mundo. “Crer como JESUS”, “amar como JESUS”, assumir a cruz como fez JESUS, isso passa a ser o caminho para a salvação. Quem, no entanto, não tem no centro de sua confissão o JESUS CRISTO que “veio na carne” e seu morrer em nosso favor, evidencia-se assim como cego que ainda não experimentou sua real perdição. Aqui abre-se o abismo que separa vários tipos de cristianismos e teologias da mensagem apostólica.
Por essa razão João prossegue: “E todo espírito que não confessa a JESUS não é a partir de DEUS.” É assim que o NT grego de Nestle apresenta o texto. Se João realmente escreveu assim, ele pretendia dizer: quem fala somente de um CRISTO celestial e não confessa de fato “o JESUS” e, consequentemente, a verdadeira encarnação do Redentor (com todo o padecimento e morte, em função dos quais ela aconteceu), esse “não é a partir de DEUS”. Passa longe da verdadeira revelação de DEUS, conduzindo a igreja ao engano. Os manuscritos da koiné e o Códice Sinaítico também acrescentam aqui a expressão “como vindo na carne”. Então a frase negativa é totalmente paralela à frase positiva anterior. Mas isso caracteriza uma adequação posterior.
Lemos a respeito dos pais da igreja Ireneo (178, bispo de Lyon), Orígenes (nasc. 185/186) e Clemente de Alexandria (por volta do ano 200) que os manuscritos de 1Jo utilizados por eles continham a seguinte frase na presente passagem: “e todo espírito que dissolve a JESUS não é a partir de DEUS”. Essa variante possui grande peso. Em primeiro lugar porque os manuscritos de que esses homens dispunham no final do séc. II eram muito mais antigos que os primeiros manuscritos disponíveis para nós. Trata-se de uma atestação mais antiga. Em segundo lugar é totalmente inexplicável como um copista teria inserido essa curiosa expressão “que dissolve o JESUS” no texto se a versão original tivesse trazido o confortável “que não confessa”. Em contraposição é fácil imaginar que os copistas posteriores não sabiam o que fazer com a expressão “dissolver JESUS”, adequando a formulação negativa à precedente positiva. “Quem confessa” – “quem não confessa”, era um raciocínio quase automático. Para nós, porém, a expressão “dissolver a JESUS” explicita com exatidão o que João imputava com apaixonada seriedade aos novos mestres: “dissolveis” ao JESUS que os apóstolos testemunham, colocando no lugar dele vossa própria construção mental de “CRISTO”. Desse modo dissolveis “o que era desde o início, o que ouvimos e vimos com os olhos, o que contemplamos e apalpamos com as mãos, a palavra da vida” (1Jo 1.1s). Assim não tendes uma teologia um pouco diferente, mais moderna, sobre a qual se possa discutir, mas dissolveis e descartais todo o fundamento de fé e toda a certeza de salvação da igreja.
A igreja precisa ver isso e proferir um não radical a esses novos mestres. Sendo “dissolvido JESUS”, o CRISTO feito ser humano, entregue em favor de nós na cruz para a sentença mortal de DEUS, e ressuscitado por DEUS, então fica aniquilada toda a salvação para pecadores perdidos. A igreja não deve considerar as novas teorias como sendo interessantes; não deve pensar que, afinal, é preciso ocupar-se delas, não as condenando de antemão. Não, a igreja precisa reconhecer: “E esse é o (espírito) do anticristo, do qual ouvistes que ele virá, e que agora ele já está no mundo.” Esse cristianismo novo supostamente superior e mais puro é, pelo contrário, “anticristianismo”. Aqui opera “o espírito do anticristo”, não o ESPÍRITO de DEUS. A advertência “não a partir de DEUS” é agora positivamente aguçada. A igreja ouviu a proclamação de que o anticristo “virá”. Contudo não deve perder, diante desse olhar correto para o futuro, o olhar lúcido para a atualidade. Precisa reconhecer que o “espírito” do anticristo “virá” não apenas em um momento posterior, mas que “já está no mundo”, e precisamente na hora em que lhe é apresentado um novo “cristianismo”! O soberano anticristão do mundo um dia tentará “dissolver” a JESUS e sua igreja com toda a força brutal. Porém a igreja deve notar: essa “dissolução” já se inicia agora de maneira sutil sob a aparência de um melhoramento do cristianismo.
Werner de Boor. Comentário Esperança I João. Editora Evangélica Esperança.
ELABORADO: Pb Alessandro Silva.
 
 
Questionário da Lição 3 - Dons de Revelação
Responda conforme a revista da CPAD do 2º Trimestre de 2014 - Para jovens e adultos
Tema: Dons Espirituais e Ministeriais - Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário
Complete os espaços vazios e marque com "V "as respostas verdadeiras e com "F "as falsas
 
TEXTO ÁUREO
1- Complete:
"Que fareis, pois, irmãos? Quando vos __ajuntais__, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem __revelação__, tem __língua__, tem interpretação. Faça-se tudo para __edificação__ (I Co 14,26).
 
VERDADE PRATICA
2- Complete:
Os dons de __revelação__ divina são indispensáveis à igreja da __atualidade__, pois vivemos em um tempo marcado pelo __engano__.
 
COMENTÁRIO/INTRODUÇÃO
3- Como são classificados os dons de 1 Coríntios 12.8-10, pela maioria dos estudiosos?
(    ) Em três categorias: revelação, poder e expressão, [tendo] três dons em cada categoria".
 
I - PALAVRA DA SABEDORIA
4- Qual o conceito de palavra de sabedoria, segundo nossa revista da CPAD?
(    ) O termo palavra exprime uma manifestação verbal ou escrita.
Segundo o Dicionário Eletrônico Houaiss, sabedoria significa “discernimento inspirado nas coisas sobrenaturais e humanas”.
(    ) A sabedoria abordada pelo apóstolo Paulo em 1 Coríntios 12.8a refere-se a uma capacitação divina sobrenatural para tomada de decisões sábias e em circunstâncias extremas e difíceis.
(    ) De acordo com Estevam Ângelo de Souza, “a palavra da sabedoria é a sabedoria de DEUS, ou, mais especificamente, um fragmento da sabedoria divina, que nos é dada por meios sobrenaturais”.
 
5- Como é a palavra de sabedoria na Bíblia, segundo nossa revista da CPAD? Complete:
Embora na Antiga Aliança os dons espirituais não fossem plena e claramente __evidenciados__ como na Nova, alguns episódios do Antigo Testamento vislumbram o quanto DEUS conferia aos homens sabedoria do alto para executar tarefas ou tomar __decisões__. Um exemplo disso é a revelação e a interpretação dos __sonhos__ de Faraó através de José, o filho de Jacó (Gn 41.14-41). Ele não apenas interpretou os __sonhos__ de Faraó, mas trouxe orientações sábias para que o Egito se preparasse para o período de fome que estava para vir. A habilidade do rei __Salomão__ em resolver causas complexas, igualmente, é um admirável exemplo de dom da sabedoria no Antigo Testamento (1 Rs 3.16-28; 4.29-34).
Em o Novo Testamento podemos tomar como exemplo de palavra da sabedoria a exposição da Escritura realizada pelo diácono e primeiro mártir cristão, __Estevão__.
O livro de Atos conta-nos que os sábios da sinagoga, chamada dos Libertos, “não podiam resistir à __sabedoria__ e ao ESPÍRITO com que falava” (At 6.9,1 0).
 
6- Como manter uma liderança sábia utilizando os dons?
(    ) A palavra de sabedoria é de grande valor na tarefa do aconselhamento pessoal e em situações que demandam uma orientação no exercício do ministério pastoral.
(    ) Tenhamos cuidado para não confundir a manifestação desse dom com o nosso desejo pessoal.
(    ) Lembremo-nos de que DEUS manifesta os dons em nossas vidas segundo o conselho da sua sabedoria, não da nossa.
(    ) Tenhamos maturidade e cuidado no uso dos dons!
 
II - PALAVRA DA CIÊNCIA
7- O que é a palavra da ciência, segundo nossa revista da CPAD?
(    ) Este dom muito se relaciona ao ensino das verdades da Palavra de DEUS, fruto do resultado da iluminação do ESPÍRITO acerca das revelações dos mistérios de DEUS conforme aborda Stanley Norton, em sua Teologia Sistemática (CPAD).
(    ) Este dom também se relaciona à capacidade sobrenatural concedida pelo ESPÍRITO SANTO ao crente para este conhecer fatos e circunstâncias ocultas.
 
8- Qual a função do dom palavra da ciência, segundo nossa revista da CPAD?
(    ) O dom da palavra da ciência não visa servir a propósitos triviais, como o de descobrir o significado dos tecidos do Tabernáculo ou a identidade da mulher de Caim, etc.
 (    ) Este dom de DEUS não foi dado para satisfazer a curiosidade humana.
(    ) A manifestação sobrenatural deste dom tem a finalidade de preservar a vida da igreja, livrando-a de qualquer engano ou artimanha do maligno.
 
9- Quais alguns exemplos bíblicos da palavra da ciência, segundo nossa revista da CPAD?
(    ) Ao profeta Eliseu foram revelados os planos de guerra do rei da Síria. Quando o rei sírio pensou em atacar o exército de Israel, surpreendendo-o em determinado lugar, o profeta alertou o rei de Israel sobre os planos inimigos (2 Rs 6.8-12).
(    ) A revelação de Daniel acerca do sonho de Nabucodonosor, quando DEUS descortinou a história dos grandes impérios mundiais ao profeta (Dn 2.2,3; 17- 19).
(    ) Em o Novo Testamento, esse dom foi manifesto quando o apóstolo Pedro desmascarou a mentira de Ananias e Safira (At 5.1-11).
(    ) O dom da palavra da ciência não é adivinhação, mas conhecimento, concedido sobrenaturalmente, da parte de DEUS.
 
III - DISCERNIMENTO DOS ESPÍRITOS
10- O que é o dom de discernir os espíritos, segundo nossa revista da CPAD?
(    ) É uma capacidade sobrenatural dada por DEUS ao crente para discernir a origem e a natureza das manifestações espirituais.
(    ) De acordo com o termo grego diakrisis, a palavra discernir significa “julgar através de”; “distinguir”.
(    ) Denota o sentido de “se penetrar da superfície, desmascarando e descobrindo a verdadeira fonte dos motivos”.
(    ) Stanley Horton afirma que este dom “envolve uma percepção capaz de distinguir espíritos, cuja preocupação á proteger-nos dos ataques de Satanás e dos espíritos malignos” (cf. 1 Jo 4.1).
 
11- Quais as principais fontes das manifestações espirituais?
(    ) Ao longo das Escrituras podemos destacar três origens das manifestações espirituais no mundo: DEUS, o homem e o Diabo.
(    ) Uma profecia, por exemplo, pode ser fruto da ordem divina ou da mente humana ou ainda de origem maligna. Como saber? Aqui, o dom de discernir os espíritos tem o papel essencial de preservar a saúde espiritual da congregação.
(    ) Segundo nos ensina o pastor Estevam Ângelo, o “discernimento de espíritos não é habilidade para descobrir as faltas alheias”.
(    ) O dom não é uma permissão para julgar a vida dos outros.
 
12- Como discernir as manifestações espirituais?
(    ) A Palavra de DEUS nos ensina que os espíritos devem ser provados (1 Jo 4,1).
(    ) Toda palavra que ouvimos em nome de DEUS deve passar peio crivo das Sagradas Escrituras, pois o Senhor JESUS nos advertiu sobre os falsos profetas.
(    ) O Senhor JESUS ensinou-nos que os falsos profetas são conhecidos pelos “frutos que produzem”, isto é, pelo caráter (Mt 7.15-20).
(    ) JESUS conhece o segredo do coração humano, mas nós não, e por isso precisamos do ESPÍRITO SANTO para revelar-nos a verdadeira motivação daqueles que falam em nome do Senhor.
(    ) O apóstolo João nos advertiu acerca do “espírito do anticristo” que já opera neste mundo (1 Jo 4.3).
 
CONCLUSÃO
13- Complete:
A Igreja de JESUS necessita dos dons de __revelação__ para discernir entre o certo e o errado, entre o legítimo e o falso. Os falaciosos ensinos e as manifestações __malignas__ podem ser desmascarados pelo dom do __discernimento__ dos espíritos. Que DEUS conceda à sua igreja dons de __revelação__ para não cairmos nas astutas __ciladas__ do Maligno.
 
RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO EM http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm 
 
AJUDA
CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
CHAMPLIN, R.N. O Novo e o Antigo Testamento Interpretado versículo por Versículo. (CPAD)
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
DAVIDSON. F. Novo Comentário da Bíblia. Êxodo. pag. 2.
Dicionário Bíblico Wycliffe - Charles F. Pfeiffer, Howard F. Vos, João Rea - CPAD.
Dicionário Vine antigo e novo testamentos - CPAD.
Donald S. Metz. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 8. pag. 267.
Eberhard Hahn. Comentário Esperança Efésios. Editora Evangélica Esperança.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 30-31.
Ênio R. Mueller. I Pedro. Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 238-243.
Francis Foulkes. Efésios. Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 72-73.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 585.
HORTON, Stanley M. A Doutrina do ESPÍRITO SANTO no Antigo e Novo Testamento. 12. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.
James, por Hendrickson Publishers - Edição Contemporânea, da Editora Vida, Traduzido pelo Rev. Oswaldo Ramos.
KRETZMANN. Paul E. Comentário Popular da Bíblia Novo Testamento Editora Concordia Publishing House.
Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 141.
O NOVO DICIONÁRIO DA BÍBLIA – Edições Vida Nova – J. D. Douglas
Peq.Enc.Bíb. - Orlando Boyer - CPAD
SOUZA, Estevam Ângelo de. Nos Domínios do ESPÍRITO. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1987.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD
Uwe Holmer. Comentário Esperança Cartas aos I Pedro. Editora Evangélica Esperança.
VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/
http://www.gospelbook.net
www.ebdweb.com.br
http://www.escoladominical.net
fonte www.portalebd.org.br/