Quarta-feira passada, durante uma sessão pública na Comissão de Constituição e Justiça na Câmara Federal,
o Pastor Eurico se irritou com a presença da apresentadora Xuxa Meneghel e acabou dizendo que ela havia cometido no passado a maior violência contra as crianças em um filme pornô de 1982, quando ela
contracenava numa cena de sexo com um menino. O assunto da pauta era a discussão do projeto da Lei da Palmada. A reação do deputado foi muito comentada, e condenada, na mídia secular e apenas noticiada
na mídia gospel.
Este episódio traz-me a memória outro fato igual e antigo protagonizado pelo deputado-pastor Jaime
Palharim que durante uma sessão na Câmara com a presença de um parlamentar petista, colocou um penico
sobre a mesa para dizer que as palavras do petista cabiam naquele utensílio. Grande falta de educação.
O petista, educadamente, não disse nada e, salvo engano, virou o penico de boca para baixo e continuou
seu assunto.
Esta forma agressiva de uso da palavra pelo deputado-pastor mostra um lado arrogante que nenhum cristão
deveria ter. Ainda que a pessoa em questão não fosse digna de nenhuma respeito, o amor cristão nos
constrange a usar de sabedoria e prudência, por que, diz a Bíblia, teremos que prestar contas a Deus de toda palavra ociosa que viermos a falar. E eu tenho visto outros pastores em programas de TV xingarem e
difamarem pessoas. Uma clara falta de educação e amor fraternal.
I Coríntios 13:1 - AINDA que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como
o metal que soa ou como o sino que tine.
13:2 - E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que
tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
13:3 -E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu
corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
Durante seu comentário o deputado-pastor Eurico foi buscar no passado (1982) de Xuxa o motivo para
lançar em sua cara uma pretensa hipocrisia, na época com 19 anos. Eu me pergunto, será que se alguém encontrasse alguma coisa indigna na vida do pastor quando ele tinha 19 anos, ele gostaria que alguém
lançasse algo desagradável em seu rosto?
Deus não constituiu nenhum pastor e nenhum cristão para ser juiz de atitudes do passado dos outros.
Para isto existem as autoridades seculares.
Ainda que eu não tenha simpatia pela Sra Maria da Graça Meneguel, o meu respeito ela tem. Como também
tem todo ser humano. Mas se esse pastor um dia saísse da política para voltar a cuidar de uma Igreja, eu
passaria bem longe da porta dela. Imagina o que um fulano desses não faria dentro da Igreja quando fosse
ouvir e aconselhar os fiéis. Eu deduzo, com base na sua atitude, que lançaria em rosto das pessoas, de cima
do púlpito, todas as faltas delas.
Não sei onde este senhor Eurico aprendeu esta forma de agredir as pessoas em público. Da Bíblia é que não
foi. Não vai ser desta forma que vamos ver, um dia, esta moça aceitar Jesus na Igreja. E digo isto, por que a
senhora Alda Meneghel, mãe da Xuxa, é crente. E com certeza outros parentes dela também o são.
O senhor deputado-pastor Eurico tem toda liberdade de pensar o que quiser, a Constituição lhe garante. Mas
nem sempre o que vem à mente é conveniente para falar. Quem fala muito, dá bom dia cavalo, ou melhor, cai
do cavalo. O mínimo que ele deveria fazer agora, seria pedir desculpas publicamente à senhora Xuxa
Meneghel. Errar é humano, permanecer no erro é soberba.0000000000000000000