A BANALIZAÇÃO DO MINISTÉRIO NO CONTEXTO DENOMINACIONAL ASSEMBLEIANO



Sem generalismo, e com muita preocupação, percebo uma clara frouxidão nos critérios de consagração de obreiros nas Assembleias de Deus no Brasil, principalmente nos casos de evangelistas e pastores, fazendo com que cada vez mais o ministério seja banalizado, descendo a níveis jamais antes testemunhados.

Sou de um tempo onde havia muito cuidado na indicação e consagração de ministros evangélicos nas Assembleias de Deus no Brasil, onde alguns reclamavam, inclusive, de excesso rigor por parte das lideranças locais. Bons e saudosos tempos! Devido a algumas questões denominacionais não tínhamos muitos obreiros com preparo teológico, mas tínhamos homens de caráter ilibado, e que serviam a Deus por amor a obra, e não em busca de cargo, poder e dinheiro. É claro que, como em todas as épocas, havia exceções.

Nossa denominação cresceu muito, e com o crescimento alguns problemas ganharam nova dimensão e proporção. Temos agora status social diferenciado entre os políticos, pois temos votos que fazem a diferença num pleito. Em razão disso muitos buscam o “poder ministerial” para alcançar benefícios pessoais do “poder temporal secular”. Diversos pastores estão trocando o púlpito pelo partido, ou se envolvendo com política de forma vexatória e escandalosa, não estabelecendo os  limites desejáveis e prudentes.

Há outros que buscam o púlpito, pois com o púlpito servindo de trampolim, alcançam prestígio e um bom salário. Não estão interessados no bem do rebanho, mas em seu próprio bem e conforto. É claro que o trabalhador é digno de seu salário, mas o salário não pode ser um fim em si mesmo. Aliás, qual foi a última vez que você testemunhou um trabalho pequeno, com uma renda inexpressiva, ser disputado calorosamente, pelo simples fato de ser uma oportunidade de servir a Deus. As disputas atuais entre os ministros do evangelho são geralmente por grandes igrejas, campos, ministérios e convenções.

Temos ainda o fato, de que para conquistar ou se manter no poder institucional (local, regional ou nacional), muitos líderes estão apresentando novos ministros, pois a quantidade dos apadrinhados é a garantia de grandes votações para cargos eletivos, ou para garantir, quando no caso, a indicação dos mesmos em mesas diretoras, conselhos e comissões. Nunca houve tantos ministros “enfeitando” tribunas e reuniões ministeriais e convencionais (quando aparecem) como dias atuais, sem mensagem, poder espiritual, credibilidade ou vocação. Um pregador ou pastor pentecostal é visto por muitos como um mero eleitor convencional.

Mais uma vez apelo às novas gerações, para que digam não a tais práticas, que voltem a buscar e a viver o ministério de acordo com o modelo bíblico, pois caso contrário, só restará o juízo divino, que de uma forma ou de outra virá, não havendo mudança e arrependimento.

Abreu e Lima-PE, 28/06/2014 
fonte http://www.altairgermano.net/