LIÇÕES BÍBLICAS - 2º Trimestre de 2014 - CPAD - Para jovens e adultos Tema: Dons Espirituais e Ministeriais - Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário
Comentário: Pr. Elinaldo Renovato de Lima
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva Questionário NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm Veja - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/donsdoespiritosanto.htm TEXTO ÁUREO Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros [...]” (Tt 1.5). VERDADE PRATICA O presbitério deve ser constituído por pessoas idôneas para auxiliar na administração da igreja local. LEITURA DIÁRIA Segunda - Tt 1.5 - O estabelecimento dos Presbíteros Terça - Tg 5.14 - Homens espirituais Quarta - 1 Tm 4.14 - A ação do presbitério Quinta - 1 Pe 5.1,2 - Presbíteros apascentadores Sexta - 1 Pe 5-3 - Como exemplo do rebanho Sábado - Tt 1.5,7 - Bispo - Outro nome para presbítero LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Tito 1.5-7; 1 Pedro 5,1-4. Tito 1.5 - Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros, como já te mandei: 6 - aquele que for irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de dissolução nem são desobedientes. 7 - Porque convém que o bispo seja irrepreensível como despenseiro da casa de DEUS, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espanca dor, nem cobiçoso de torpe ganância; 1 Pedro 5.1 - Aos presbíteros que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de CRISTO, e participante da glória que se há de revelar: 2 - apascentai o rebanho de DEUS que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; 3 - nem como tendo domínio sobre a herança de DEUS, mas servindo de exemplo ao rebanho. 4 - E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória. INTERAÇÃO A igreja local é o Corpo Invisível de CRISTO num tempo e num espaço. Ela é constituída por distintos seres humanos. Por isso é preciso haver uma liderança que a norteie, a oriente e a administre com sabedoria. Então, aprouve ao Senhor levantar obreiros para dela cuidar. A igreja local jamais pode ser administrada por um único líder. Apesar da importância do pastor titular; este deve contar com um grupo de obreiros aptos a ensinar e a administrar a igreja local: o presbitério. O nosso Pai levantou presbíteros, homens honrados, de boa índole e idôneos, para junto do pastor titular, cuidar e zelar do rebanho do Senhor. OBJETIVOS - Após esta aula, o aluno deverá estar apto a: Conceituar o termo e a função do presbítero. Valorizar o ministério do presbítero. Apontar os deveres dos presbíteros. ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA Caro professor, para concluir o assunto do primeiro tópico, sobre a função do presbítero, reproduza o quadro da página seguinte conforme as suas possibilidades. Peça aos alunos para discutirem as funções do presbítero apresentadas no quadro, preenchendo os espaços vazios. Conclua afirmando que a função de um presbítero, em primeiro lugar, é pastoral. Isto implica múltiplas ações e zelo com a igreja local instituída pelo Senhor numa região. Ao final da aula, juntamente com os alunos, interceda pelo presbitério de sua igreja local. PALAVRAS-CHAVE Presbítero: Ancião. Pessoa madura na fé. Resumo da Lição 11 – O Presbítero, Bispo ou Ancião I - A ESCOLHA DOS PRESBÍTEROS 1. Significado da função. 2. A liderança local. 3. As qualificações. II - A IMPORTÂNCIA DO PRESBITÉRIO 1. Significado do termo. 2. A atuação do presbitério. 3. A valorização do presbitério. III - OS DEVERES DO PRESBITÉRIO 1. Apascentar a igreja. 2. Liderar a igreja local. 3. Ungir os enfermos. SINOPSE DO TÓPICO (1) - O termo presbítero (do gr. presbyteros) é um sinônimo de bispo (gr. episkopos), de professor (do gr. didaskoíos) e de pastor (do gn poimêrí). Logo, a sua função é pastoral. SINOPSE DO TÓPICO (2) - Fundamentado na Palavra de DEUS desde os primórdios cristãos, o presbitério atua no governo da igreja local junto ao pastor titular. SINOPSE DO TÓPICO (3) - Apascentar a igreja de CRISTO, * liderar uma igreja local e ungir os enfermos são algumas das muitas responsabilidades do presbítero. VOCABULÁRIO Intercambiável: Que pode intercambiar, permutar, trocar ou mudar reciprocamente. Étnica: Relativo a etnia; pertence ou próprio de um povo. Sinonímia: Qualidade das palavras sinônimas; de relação de sentido entre dois vocabulários que tem significação muito próxima. BIBLIOGRAFIA SUGERIDA STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 2: Romanos a Apocalipse. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009. ARAÚJO, Isael. Dicionário do Movimento Pentecostal, Rio de Janeiro: CPAD, 2007. Revista Ensinador Cristão CPAD, n° 58. p.41. Ao longo da história da Igreja, vários modelos de governo eclesiásticos apareceram. Mas, oficialmente, podem-se classificar três exemplos: o Episcopal, o Presbiteriano e o Congregacional. No governo episcopal, o bispo é a autoridade máxima numa hierarquia constituída de presbíteros e diáconos. Adotam esse modelo as igrejas Romana, Anglicana, Ortodoxa e Metodista, por exemplo. O governo presbiteriano é constituído de um conselho eleito pela assembleia geral da igreja local. Tal conselho é formado por presbíteros regentes (administradores) e docentes (pastor titular e pastores que cuidam do ensino e da liturgia) tipificados pelas igrejas presbiterianas de fé reformada. Ainda há o presbitério (regional) subordinado ao Sínodo (estadual) que, por sua vez, submete-se ao Supremo Concílio (nacional). O governo congregacional caracteriza-se pelas decisões tomadas em assembleia geral constituída pela igreja local. As igrejas batistas são a denominação que mais caracteriza esse modelo. Tecnicamente, as igrejas pentecostais adotam o modelo episcopal de governo. O das Assembleias de DEUS no Brasil constituiu-se pelas funções de Pastor, Evangelista, Presbítero, Diácono e Auxiliar de Trabalho - a função de Auxiliar submete-se à de diácono; esta à de presbítero; esta à de evangelista; e esta à de pastor; mas todas, por sua vez, à de Pastor-Presidente. Constituída por diversos campos de trabalhos, onde uma igreja matriz exerce a liderança em relação às igrejas setoriais e as demais congregações, e de setores eclesiásticos regionais, a função do presbítero tem uma importância singular na liderança local da igreja. O presbítero da Assembleia de DEUS é um pastor local, pois ele pastoreia as congregações sob a supervisão do pastor setorial (pastor de uma igreja setorial da sede), isto é, um bispo responsável pela supervisão de várias congregações em uma região daquele campo de trabalho.- Por isso, uma grande e extraordinária tarefa pesa sobre os ombros dos presbíteros. E importante ressaltar que, segundo o pastor Isael Araújo, no "Dicionário do Movimento Pentecostal" (CPAD), o modelo de governo assembleiano no Brasil foi abundantemente influenciado pelo da Suécia e trazido pelos missionários que lideraram inicialmente a igreja no Brasil quando da sua fase embrionária. Por outro lado, o governo da Assembleia de DEUS da América é diametralmente oposto ao da brasileira. COMENTÁRIO - INTRODUÇÃO A Igreja deixou de ser localizada apenas em Jerusalém, passando pela Judeia e Samaria, e começou a se deslocar para “os confins da terra” (At 1.8). As “igrejas de DEUS” sofriam a perseguição e se espalhavam por vários lugares (1 Ts 2.14). A conversão do fariseu Saulo, no caminho de Damasco, fez dele um dos maiores evangelistas de todos os tempos. Em suas viagens missionárias, muitas igrejas foram abertas, inclusive na Europa. Em consequência, as igrejas necessitavam de líderes, que orientassem os crentes acerca do evangelho, da organização, do desenvolvimento e da maneira de viver dos novos grupos de cristãos. Os apóstolos, como verdadeiros evangelistas e missionários, não podiam ficar radicados num só lugar. Uns tinham que se dedicar “à oração e à palavra” (At 6.4). Outros precisavam sair evangelizando, mas o crescimento da obra exigia mais pessoas para ajudá-los. Assim, com o passar dos anos, foram surgindo crentes de mais idade, que demonstravam condição para cuidar dos mais novos convertidos. A boa semente do evangelho frutificava em vários lugares, e os líderes da Igreja tomaram providências para que, em cada cidade, fossem estabelecidos líderes locais para cuidarem do rebanho. Barnabé e Saulo foram encarregados de levar socorro aos irmãos da Judeia, os quais o fizeram, entregando a ajuda “aos anciãos” (At 11.30). Havia uma grande fome naquela região e os líderes, com sabedoria, não mandaram a ajuda de qualquer forma. Enviaram aos líderes da comunidade cristã. Em sua primeira viagem missionária, Paulo e Barnabé chegaram a Icônio, foram perseguidos e saíram para listra, Derbe, Antioquia, Pisídia e por muitas outras cidades. Eles fizeram excelente trabalho missionário, fundando muitas igrejas por onde passavam. E as multidões de crentes precisavam ser discipuladas. Aquela altura da expansão da Igreja, não havia ainda um ministério organizado como conhecemos hoje, com pastores, evangelistas, mestres, presbíteros e diáconos, de forma bem definida e até impropriamente hierarquizada. Por isso, os discípulos mais antigos, e de mais idade, eram designados para cuidar de cada igreja. Eram os anciãos, que iam sendo escolhidos para serem superintendentes, supervisores, ou bispos. Exortando os irmãos de Éfeso, Paulo falou para os líderes daquela igreja: “Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o ESPÍRITO SANTO vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de DEUS, que ele resgatou com seu próprio sangue” (At 20.28 — grifo nosso). Em sua carta a Tito, Paulo mostra que é um verdadeiro pastor e líder, chamado por DEUS (1 Co 1.1; G1 1.1), e tem cuidado das igrejas que fundou em suas viagens missionárias. E diz para seu discípulo: “Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros, como já te mandei” (Tt 1.5). De acordo com o entendimento da época, a igreja local deveria ter à frente um obreiro experiente e de mais idade. Que fosse um ancião. Um jovem obreiro pode ter muito conhecimento bíblico e até muita unção de DEUS. Mas a experiência só se consegue com o tempo, com o passar dos anos (Jó 32.7). Ao longo dos séculos, a atividade do presbítero caracterizou-se pelo ministério de administrar as igrejas, bem como do ensino da Palavra. É atividade necessária para o bom ordenamento das atividades das igrejas locais. O presbítero é obreiro que colabora com o pastor da igreja, ajudando-o no cuidado do rebanho do Senhor JESUS CRISTO. Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 129-130. I - A ESCOLHA DOS PRESBÍTEROS 1. Significado da função. A palavra presbítero, em sua origem significa “Forma comparativa” depresbys (gr.), que tem o significado de “mais velho, como substantivo, uma pessoa mais velha; especialmente um membro do Sinédrio israelita (também figurado, membro do conselho celestial) ou um “presbítero” cristão — ancião, mais velho, “um título de dignidade” “Anciãos de igrejas cristãs, presbíteros, encarregados da administração e governo das igrejas individuais”. Equivale a “episkopos, supervisor, bispo. Também didaskolos, professor; poimén, pastor”. Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 130-131. PRESBITÉRIO, PRESBÍTERO Grupo ou ordem de anciãos que consagrou o jovem Timóteo (1 Tm 4.14). Parece que Paulo, nesta ocasião, liderava este grupo (2 Tm 1.6). Da mesma maneira que a nação israelita tinha seus anciãos, as Sinagogas também tinham os seus, e o mesmo ocorria com o Sinédrio. Junto com o presbitério havia um conjunto de sacerdotes e escribas. Na época do NT este grupo tinha como presidente o sumo sacerdote. Paulo estabeleceu as igrejas sob o governo de um corpo de anciãos (At 14.23; 16.4; Tt 1.5; cf. At 15.4,6,23; 20.17,28). Nas igrejas atuais, particularmente naquelas que adotam a forma de administração presbiteriana, o grupo de anciãos da Igreja local é chamado de sessão, enquanto aqueles que se reúnem como representantes das igrejas de uma área maior são chamados presbíteros. E impossível dizer se os anciãos mencionados em 1 Timóteo eram de uma ou mais igrejas. PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 1591. ANCIÃO NO NT (literalmente pessoa mais velha ou homem mais velho; algumas vezes transliterado como presbítero). Este termo designava três grupos diferentes no NT: (a) indivíduos mais velhos; (b) líderes político-religiosos do Judaísmo e (c) os primeiros líderes da igreja apostólica. 1. Formação: AT, Judaísmo Rabínico e a comunidade de Qumrã. De acordo com a terminologia do AT, o ancião era um termo vagamente definido, designando os líderes religiosos e políticos, especialmente de Israel. As referências bíblicas mostram que outras nações, como Egito e Moabe, possuíram tais líderes (cp. Gn 50.7; Nm 22.7). Embora vários termos hebraicos foram usados para descrever estes líderes, três termos aparecem com mais frequência que outros: Geralmente significando uma pessoa mais velha (cp. Gn 43.7; Êx 3.16,18; 12.21; 17.5,6); significando idade avançada ou uma idade mais velha, do verbo que significa ser muito antigo (cp. l Rs 14.4); chefe ou governador, (cp. Jz 5.15; 6.6-16). Em Isaías 3.2,3 são mencionadas pelo menos onze diferentes posições de liderança pelo profeta; ancião é uma delas. Particularmente importante é a ideia dos “setenta anciãos” no AT (cp. Êx 24.1; Nm 11.16). No primeiro século d.C., o ofício de ancião era uma posição regular na sinagoga judaica. No tratado do Sinédrio sobre a Mishná, as obrigações deste ofício são claramente destacadas. O conselho de anciãos era responsável pelo governo da comunidade judaica. Em Jerusalém, o Sinédrio, que era um conselho composto de setenta e um anciãos, agia como a corte suprema para todo o Judaísmo. (Cp. Berakhoth4:7;Nedrarim 5:5; Me- ghillah 3:1; Edhuyoth 5:6; Ta’anith 3:8; Middoth 2:2; Ed 10.8; Lc 6.22; Jo 9.22; 12.42). As descobertas de Qumrã têm revelado uma comunidade pactuai, na qual o ofício de ancião também funcionava quase do mesmo modo que no Judaísmo, e há um consenso geral de que a comunidade de Qumrã realmente tinha conexões significantes com o Cristianismo primitivo. Isto não sugere que a Igreja Primitiva adotou sua estrutura eclesiástica da comunidade de Qumrã. O Manual de Disciplina (1 QS VI) fala dos anciãos (mebaqqer) como os que estavam em segundo lugar em autoridade, vindo logo após os sacerdotes. 2. O significado e a importância para a Igreja do NT. Os termos associados com esta posição aparecem mais de setenta vezes no NT: (a) quase metade das citações referem-se ao ofício no Judaísmo (cp. Mt 15.2; 26.47; Mc 8.31; 14.43; At 4.5; 25.15; note: o termo não é usado nenhuma vez no evangelho de João, exceto na variante textual em 8.9, e isto é particularmente significante à luz do tom negativo do quarto evangelho para com o Judaísmo em geral); (b) cinco referências são designações comparativas de idade (cp. Lc 15.25; At 2.17 [RSV “homens mais velhos”]; Rm 9.12; l Tm 5.2 [RSV “mulheres mais velhas”]; Hb 11.2 [RSV “homens de idade”]; (c) as referências restantes são em relação ao ofício na Igreja Primitiva. Na história apostólica de Lucas, o ofício aparece, sem explicações de sua origem, pela primeira vez em Atos 11.30. A referência aqui é aos presbíteros na Igreja da Judéia, para quem uma coleta foi tirada na Igreja de Antioquia. Nos é dito mais tarde que Paulo “designou” (do verbo grego que significa “escolher ou eleger por meio de mãos levantadas ou indicação”) presbíteros em cada Igreja (At 14.23). A exata natureza desta ordenação apostólica ou nomeação não é descrita exceto para sugerir que orações e jejuns faziam parte do ritual. Nós podemos supor que esta aparição inexplicável, em contraste com a escolha dos sete em Atos 6, implica numa transição natural, da estrutura da Sinagoga Judaica para a organização da Igreja Primitiva (cp. At 2.46). A questão sobre a qual a Igreja tem se dividido através dos anos é acerca do relacionamento do ofício de presbítero em relação ao ministério total da Igreja. Primeiro, deveria ser observado que em muitas passagens eclesiológicas importantes o ofício de presbítero não é especificamente mencionado. Os ofícios de diácono, bispo ou pastor assim como ancião são notavelmente omitidos (I Co 12.4-11, e vv. 28-30). Segundo, as epístolas pastorais referem-se somente a dois ofícios: pastores ou presbíteros e diáconos. Em 1 Timóteo 3.1-13,0 texto usa episkopos e diakonos\ enquanto que Tito 1.5-9 parece usar os termos episkopos e presbuteros quase que de modo permutável: “te deixei em Creta, para que... em cada cidade, constituísses presbíteros... porque é indispensável que o bispo (episkopos) . “., Na carta à igreja em Filipos, a saudação menciona somente “bispos” (episkopos) e “diáconos” (diakonos), e deve ser observado que ambos termos são plurais. Duas questões são levantadas pela evidência do NT. Primeira, qual é a importância da pluralidade de anciãos na igreja do NT? Segundo, qual é o relacionamento de bispo ou pastor com o ofício de presbítero? Em relação à primeira questão, deve ser observado que duas possíveis explicações estão disponíveis. Por um lado, a estrutura existente da sinagoga, com sua pluralidade de anciãos é comparada à organização da Igreja do NT. Deve ser destacado aqui que, mesmo na sinagoga havia, um “cabeça”. A pluralidade neste caso não proibiria a liderança predominante de um presbítero, talvez referido como “presbítero que preside” (l Tm 5.17). Há, na história posterior da igreja, um desenvolvimento que pode ser seguido desde uma pluralidade de presbíteros a um bispo presidente até uma estrutura episcopal hierárquica. A natureza das assembleias cristãs primitivas do NT, que geralmente cultuava em lares dos membros, pode também ajudar a explicar a pluralidade de presbíteros. Em outras palavras, em uma dada comunidade poderia haver um número de presbíteros responsável pelo cuidado de uma congregação particular, que se reunia em seu lar ou no lar de algum outro cristão na congregação. Exemplos claros disto são encontrados no próprio NT (cp. At 16.11ss.;Rm 16.3-5). Em relação à última questão, já se tem observado que na época em que as epístolas pastorais foram escritas os termos “bispo” e “presbítero” foram usados de modo permutável (cp. l Tm 3; Tt 1). Mas mesmo mais cedo no ministério de Paulo (cp. At 20.17-38), quando ele se encontrou com os presbíteros da igreja de Éfeso, ele parece referir-se aos três termos ao mesmo tempo — presbítero, bispo ou supervisor e pastor. A ideia de presbíteros servindo como pastores do rebanho e supervisionando a administração da Igreja ajudou a distinguir o título do ofício de suas funções práticas. Em outras palavras, o termo presbítero, originalmente, designava aqueles que eram, tanto natural quanto espiritualmente, mais velhos ou mais maduros. Observe que Paulo faz menção específica ao fato de que ninguém deveria ser admitido ao ofício de presbítero ou bispo sendo um “recém convertido” ou noviço (cp. l Tm 3.6). Os outros termos — pastor e bispo ou supervisor — referem-se às funções deste ofício na Igreja. Um presbítero é, portanto, um homem mais velho, um homem membro da Igreja espiritualmente mais maduro, que é responsável pela administração da congregação. Neste último caso, é instrutivo que Pedro refere-se a si mesmo como um presbítero; “Aos presbíteros, pois, que há entre vós, rogo eu, que sou presbítero com eles” (I Pe 5.1). Nos últimos escritos pós-apostólicos da Igreja, há uma evidência clara de que o ministério de pastor ou bispo e presbítero eram o mesmo (cp. Didaquê 10.6). MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pag. 297-299. PRESBÍTERO. No AT. Os “anciãos do povo” ou os “anciãos de Israel" são frequentemente associados a Moisés quando este lidava com o povo (Ex 3.16; 4.29; 17.5; 18.12; 19.17; 24.1, 11; Nm 11.16). Posteriormente, administram o governo local (Jz 8.14; Js 20.4; Rt 4.2) e participam dos negócios da nação (1 Sm 4.3) mesmo depois da instituição da monarquia (1 Sm 8.4; 30.26; 2 Sm 3.17; 5.3; 1 Rs 21.8). Galgam nova preeminência durante o exílio (Jr 29.1; Ez 7.1; 14.1; 20.1) e depois da volta do exílio, estão associados tanto ao governador nas suas funções (Ed 5.9ss.; 6.7) quanto à administração local (Ed 10.14). Em si mesmos, têm certas funções jurídicas (Dt 22.15; 25.7ss.) e associam-se aos juízes, que provavelmente são escolhidos dentre os “anciãos" (ou “presbíteros”), para administração e execução da justiça (Dt 16.18; 21.2ss.; Ed 7.25; 10.14). Além disso, estão associados a Moisés e Arão na transmissão da palavra de DEUS ao povo (Ex 3.14; 4.29; 19.7) e na representação do povo diante de DEUS nas ocasiões grandiosas (Ex 17.5; 24.1; Nm 11.16). Cuidam dos preparativos para a páscoa (Ex 12.21). Outras nações tinham anciãos (cf. Gn 50.7; Nm 22.7), o direito ao título estava ligado à idade, o respeito de que o indivíduo gozava, ou ao cargo específico ocupado na comunidade (cf. o alderman saxônico, o senador romano, a gerousia grega). O ancião em Israel obtinha inicialmente, sem dúvida, sua autoridade e seu status, bem como seu nome, da sua idade e da sua experiência. No período dos macabeus, o título “anciãos de Israel" é aplicado aos membros do Sinédrio judaico que, segundo se considerava, tinha sido estabelecido por Moisés quando nomeou os setenta anciãos em Nm 11.16ss. No nível local, uma comunidade de 120 (cf. At 1.15) ou mais, podia nomear sete anciãos (Mishna, Sanhedrin 1.6). Estes eram chamados os “sete de uma cidade”, e é possível que os sete que foram nomeados em Atos 6 fossem considerados anciãos desse tipo (cf. D. Daube, The NT and Rabbinic Judaism, 237). Nos evangelhos, os anciãos estão associados com os escribas e com os sacerdotes principais que fizeram padecer CRISTO (Mt 16.21; 27.1) e os apóstolos (At 6.12). No NT. Os anciãos ou “presbíteros” (presbyteroi) aparecem já no início da vida da igreja, e assumem posição juntamente com os apóstolos, profetas e mestres. Em Jerusalém, estão associados a Tiago no governo da igreja local da maneira usada na sinagoga (At 11.30; 21.18), mas em associação aos apóstolos compartilham, também, do governo mais amplo, tipo Sinédrio, da igreja inteira (At 15.2,6,23; 16.4). Um apóstolo pode ser um presbítero (1 Pe 5.1). Os presbíteros não aparecem em Antioquia durante a estada de Paulo (At 13.1), nem são mencionados nas primeiras epístolas dele. É possível que o governo eclesiástico fosse questão de importância secundária naquele período. Mesmo assim, Paulo e Barnabé, em sua primeira viagem missionária, promoveram a eleição de presbíteros em todas as igrejas que fundaram (At 14.23). Os presbíteros aos quais Paulo dirigiu a palavra em Éfeso (At 20.17ss.) e aqueles aos quais 1 Pedro e Tito falam, têm um lugar decisivo na vida da igreja. Além da sua função de humilde supervisão pastoral, deles depende, em grande medida, a estabilidade e a pureza do rebanho quando as tentações e crises se aproximam. Ocupam uma posição de autoridade e de privilégio que pode ser abusada. São coparticipantes do ministério de CRISTO entre o rebanho (1 Pe 5.1-4; At 20.28; cf. Ef 4.11)·, É asseverado frequentemente que nas igrejas gentias o nome episkopos é usado como substituto de presbyteros, com significado idêntico. Parece que as palavras são intercambiáveis em At 20.17, 18 e Tt 1.5-9. Mas, embora todos os episkopoi sejam indubitavelmente presbyteroi, não fica claro se o inverso sempre se aplica. A palavra presbyteros indica principalmente o status de “ancião”, ao passo que episkopos denota a função de pelo menos alguns dos anciãos. Mas é possível que tenha havido “presbíteros” que não eram episkopoi. Em 1 Tm 5.17, o ensino é considerado uma função desejável do presbítero, e não somente a da supervisão. É provável que, quando os apóstolos, mestres e profetas, em suas viagens, já não podiam ministrar a toda a igreja, a função do ensino e da pregação recaísse sobre os presbíteros locais, e assim, desenvolver-se-ia o cargo de presbítero, e as qualificações dos presbíteros. Isso, por sua vez, pode ter levado a uma distinção dentro do presbiterado. A presidência do grupo local de presbíteros, tanto na disciplina da congregação, quanto na celebração da Ceia do Senhor, tenderia a ser um cargo permanente, exercido por um só homem. O “presbítero” em 2 e 3 João refere-se meramente a alguém que gozava de alta estima dentro da igreja. Os vinte e quatro anciãos que com tanta freqüência aparecem nas visões do livro de Apocalipse são exemplos de como toda a autoridade deve adorar humildemente a DEUS e ao Cordeiro (Ap 4.10; 5.8-10; 19.4). Na História da Igreja. Na época da Reforma, Calvino entendeu que o cargo de presbítero era uma das quatro “ordens ou cargos” que CRISTO instituíra para o governo normal da igreja, sendo que as outras eram: pastores, mestres e diáconos. Os presbíteros, como representantes do povo, eram responsáveis pela disciplina, lado a lado com os pastores ou bispos. Na Escócia, posteriormente, o presbítero recebia uma ordenação vitalícia, sem a imposição das mãos, e tinha o dever de examinar os candidatos à comunhão da igreja e de visitar os enfermos, sendo incentivado a ensinar. Surgiu a teoria, através de 1 Tm 5.17, de que os ministros e os demais presbíteros eram da mesma ordem, e que os ministros eram presbíteros quer ensinavam, e os demais, presbíteros que governavam. De modo global, no entanto, a Igreja Presbiteriana tem sustentado que há uma distinção entre a ordenação ao ministério e a ordenação ao presbiterado, sendo que o tipo de ordenação é determinado segundo a sua finalidade. O presbítero tem sido considerado representante do povo (sem, porém, ter sido nomeado pelo povo, e sem ser responsável diante deste) na organização dos assuntos da igreja, e tem cumprido muitas das funções que, no NT, são próprias do diaconato. O padrão da obra do presbítero dentro da igreja corresponde estreitamente àquele do “ancião do povo” no AT. WALTER A. ELWELL. Enciclopédia HISTÓRICO-TEOLÓGICA DA IGREJA CRISTA. Editora Vida Nova. 2. A liderança local. O crescimento das igrejas, como fruto da evangelização e do discipulado, exige a delegação de atividades a pessoas que tenham condições de liderar o rebanho do Senhor JESUS (Tt 1.5,7). Os pastores não podem abarcar tudo para si, sob pena de não darem conta das inúmeras responsabilidades que a igreja local requer. Como a referência a presbíteros, no NT, sempre é feita no plural “presbíteros”, “bispos” ou “anciãos”, dá a entender que, em geral, o presbítero não agia isoladamente, mas como um corpo de ministros, ou de líderes, que cuidava da igreja local. “Sempre são citados no plural, isto é, não é mencionada uma só igreja onde houvesse apenas um presbítero (At 11.30; 15.2,4,6; 20.17; Tg 5.l4; 1 Pe 5.1).” Certamente, pela inexistência de pessoas qualificadas com o dom ministerial de pastor, havia a necessidade de uma liderança, formada por um grupo de irmãos mais idosos, para cuidar da igreja local. Entende-se, assim, que os presbíteros têm um ministério de grande importância, auxiliando os pastores, designados por DEUS para apascentarem e cuidarem da Igreja do Senhor sob seus cuidados. Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 131. Na época da carta de Paulo a Tito, o jovem é o representante do apóstolo em Creta onde era evidentemente pastor da igreja cristã. Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros, como já te mandei (5). Os dizeres dão a entender que fazia pouco tempo que Paulo estivera em Creta acompanhado com Tito que lhe servia de assistente. O fato de Tito ter sido encarregado de ordenar presbíteros... de cidade em cidade mostra a extensão dessa atividade. O ministério de Paulo em Creta havia terminado recentemente; mas o apóstolo deixou ali Tito, seu assistente, para completar a tarefa de organizar as igrejas. A linguagem de Paulo dá a entender que nem tudo estava bem nas igrejas cretenses e que parte da tarefa de Tito era corrigir o que estava errado. Tito foi instruído a designar e ordenar presbitérios (ou “pastores”, BV) para as igrejas. Esta prática estava de acordo com o costume do apóstolo. Já na primeira viagem missionária, Lucas nos informa que, “havendo-lhes por comum consentimento eleito anciãos em cada igreja, orando com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido” (At 14.23). Há diferenças nas instruções de Paulo entre 1 Timóteo e Tito. Na primeira, já havia bispos no exercício do cargo, ao passo que na última, provavelmente por ser algo novo na igreja cretense, era a primeira ordenação de presbitérios. O bispo era o gerente financeiro da igreja local e por isso, se por nenhuma outra razão, deve ser homem de extrema integridade. Como guardião dos fundos monetários da igreja esta poderia se tornar fonte de tentação para o bispo. J. Glenn Gould. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag. 543-546. Tito também deixará a ilha. Por isso é necessário que as instruções sejam entregues por escrito às mãos dos irmãos colaboradores e co-dirigentes em Creta. Em 1Tm já se pressupõem formas e serviços eclesiais mais sólidos, em Creta parece existir um estágio anterior de constituição da igreja. As coisas faltantes são aquilo que ainda falta para o desenvolvimento de uma igreja plenamente emancipada. O que Paulo deixou inconcluso é confiado a Tito para que este cuide da evolução posterior. O que DEUS começou ele pretende levar à maturidade. Aqui não se tem em vista apenas um aperfeiçoamento em termos de organização! Já em 1Ts 3.10 Paulo escreve que deseja dirimir as falhas que ainda estão ligadas à fé. As igrejas devem chegar à aprovação na fé. Tito recebe particularmente a incumbência de instituir presbíteros em cada cidade. Aparentemente a fé em JESUS se expandiu primeiramente nas cidades, ou as igrejas cresceram mais rapidamente nelas, de modo que se tornasse necessária a instalação de presbíteros. As aldeias e localidades das redondezas eram evangelizadas a partir das cidades. Em todos os lugares a instalação de servos para a igreja aconteceu com a participação dos membros da igreja. At 14.23 informa que Paulo e Barnabé retornaram a três cidades em que se haviam formado igrejas durante a primeira migração evangelizadora. Somente agora, na segunda estadia, elegem presbíteros em cada igreja, recomendando-os em conjunto com a igreja ao Senhor, mediante oração e jejum. A evangelização em Creta pode ter ocorrido de forma similar. Primeiramente Paulo e Tito viajaram em conjunto pela ilha, anunciando o evangelho de JESUS. Em uma segunda visita, pouco tempo depois, Tito (ele permaneceu na ilha, enquanto Paulo seguiu viagem) deve confirmar, em e com as jovens igrejas, presbíteros que se evidenciaram como agraciados e aprovados por DEUS em vista de seu serviço aos fiéis. Em todas as igrejas surgidas da atividade missionária de Paulo havia serviços eclesiais organizados desde o princípio, tão logo um grupo sólido de discípulos estivesse de fato formado. O NT não dá notícia de nenhuma igreja sem liderança. O estilo de liderança pode se configurar de formas muito distintas, porém nunca na forma de uma posição especial excludente ou de uma reivindicação legal consolidada. Tt 1.7 O presidente deve ser irrepreensível como administrador de DEUS: O presidente é um dos presbíteros e vem das fileiras deles, por isso é repetida para ele a característica decisiva: que seja irrepreensível! O singular não exclui a possibilidade de que houvesse vários presidentes em uma cidade, especialmente quando se formavam várias igrejas caseiras na mesma localidade. Ao contrário de 1Tm, não se mencionam aqui diáconos. Não se trata de listar todos os serviços na igreja e muito menos de instituir um cargo de bispo monárquico, nem de providenciar o ordenamento jurídico de cargos. A prestação de serviços na administração de DEUS acontece pela fé. Cada administrador presta contas do que faz e deixa de fazer. Hans Bürki. Comentário Esperança Cartas aos Tito. Editora Evangélica Esperança. Os homens escolhidos deveriam liderar as igrejas, ensinando a sã doutrina, ajudando os crentes a amadurecer espiritualmente, e capacitando-os a viver para JESUS CRISTO, apesar da oposição. Os líderes que Tito escolhesse deveriam servir por amor, e não por serem cobiçosos por dinheiro. Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 552-554. 3. As qualificações. A missão do presbítero é de tanta importância que o Novo Testamento dedica vários textos a respeito das qualificações que se devem exigir dos obreiros que são escolhidos para essa função ministerial. Não é um “dom de DEUS”, como já vimos no estudo sobre Efésios 4.11. “O papel dos oficiais da igreja era variável e flexível na época do Novo Testamento. Até o período patriótico primitivo, tais funções ainda não tinham sido padronizadas e regulamentadas”. Tendo em vista a origem do presbítero, como acentuado em item anterior, sua importância é indiscutível. E suas qualificações são das mais relevantes. Em sua escolha, segundo a Palavra de DEUS, devem ser observadas algumas qualidades ou qualificações, com base no texto de Tito 1.6-9, que equipara o presbítero ao “bispo”'. 1) “Aquele que for irrepreensível”. O presbítero, ou bispo, deve ser uma pessoa de caráter cristão ilibado, íntegro, exemplar. Um “obreiro que não tem de que se envergonhar” (2 Tm 2.15). 2) “Marido de uma mulher Significa que o candidato ao presbitério ou ao episcopado deve ser um homem fiel à sua esposa. O renomado comentarista Matthew Henry, em seu Comentário Bíblico sobre o Novo Testamento, diz sobre ser “marido de uma mulher” o bispo não deve ser bígamo, tendo duas ou três mulheres, “de acordo com a prática pecaminosa comum daquela época, por uma imitação perversa dos patriarcas”. (Observação minha, Ev. Henrique - casado só uma vez, mesmo que ficasse viúvo ou que fosse traído por sua esposa). 3) Que tenha família ajustada. Paulo dá destaque especial à criação dos filhos do presbítero ou bispo (cf. 1 Tm 3.4,5). 4) “Não soberbo”. E sinônimo de “arrogante, orgulhoso, presunçoso”. Um presbítero não deve ser orgulhoso. Quando JESUS, Mestre dos mestres, e “Sumo Pastor”, lavou os pés dos discípulos, quis dar uma grande lição aos pastores, e aos presbíteros ou bispos. E bom lembrar que cargo ministerial não é sinônimo de grandeza espiritual (1 Pe 5.5). 5) “Nem iracundo”. Uma pessoa iracunda é raivosa, colérica, furiosa. Um presbítero deve ser pessoa que sabe refrear seus impulsos emocionais. A ira é a pior opção para ser cultivada. Um iracundo perde os melhores amigos e afasta a muitos de seu convívio. JESUS oferece um curso de mansidão (Mt 11.29). Há vaga para todos. 6) “Nem dado ao vinho”. Ou seja: não dado a fazer uso de bebida alcoólica (ver Ef 5.18). Não deve beber vinho embriagante, nem ser tentado ou atraído por ele, nem comer e beber com os ébrios (Mt 24.49). (1) A abstinência total de vinho fermentado era a regra para reis, príncipes e juízes, no Antigo Testamento (Pv 31.4-7)/’ Não há necessidade de o presbítero, bispo ou pastor tomar vinho. Um suco de uva puro tem as mesmas propriedades terapêuticas que o vinho, exceto o teor alcoólico. 7) “Nem espancador”. Ou não violento, agressivo. O obreiro precisa ter o fruto da temperança ou do domínio próprio, para não dar lugar a seu temperamento agressivo. O servo de DEUS não deve guiar-se por seu temperamento, mas pelo ESPÍRITO SANTO (G1 5.16). Alguém pode espancar outro com palavras, ou ferir com agressões verbais ou psicológica (cf. Jr 18.18). Sempre houve pastores grosseiros, prepotentes, alguns que cometeram “assédio moral” contra pessoas a seu redor. Isso é reprovável sob todos os aspectos. O presbítero ou bispo deve ser ordeiro, humilde, de bom trato para com todos. 8) “Nem cobiçoso de torpe ganância”. A ganância por bens materiais ou pelo poder tem sido a causa de muitos escândalos e descrédito contra o ministério pastoral. O apóstolo Pedro deu a mesma exortação aos presbíteros (1 Pe 5.2). 9) “Mas dado à hospitalidade”. O bispo deve ser hospitaleiro (Hb 13.2). Um presbítero, bispo ou pastor deve ser uma pessoa acolhedora; que sabe receber bem, com cortesia e amabilidade, qualquer pessoa, em sua casa, na igreja, ou em qualquer lugar. Não deve ser grosseiro nem fazer acepção de pessoas (At 10.34; Tg 2.1, 9). 10) “Amigo do bem”. O presbítero deve ter o fruto do ESPÍRITO da “benignidade”, que é a qualidade daquele que se dedica a fazer o bem (SI 37.27; G16.9, 10). Quem faz o bem colherá os frutos do que semeou. 11) “Moderado”. É sinônimo de “comedido, prudente, contido”. O presbítero ou o bispo deve ser uma pessoa assim, sem afetação, sem exibicionismo; ter uma vida sem exagero, seja na vida ministerial, seja na vida pessoal; sem ser radicalista ou liberalista, evitando os extremos. Não deve ser precipitado no falar, no agir, mas deve ter autocontrole em suas atitudes e ações. Deve ter o fruto do ESPÍRITO da temperança (G1 5.22). 12) “Justo”. É sinônimo de “imparcial, isento, neutro, justiceiro". Ê qualidade indispensável ao líder. O Sumo Pastor nos guia “pelas veredas da justiça por amor do seu nome” (SI 23.3). O presbítero ou bispo, que apascenta as ovelhas do Senhor, deve ter o mesmo cuidado, de ser justo e não praticar qualquer ato de injustiça. Nunca usar os “dois pesos e duas medidas”. 13) “SANTO”. É qualidade e condição indispensável para que uma pessoa seja salva. Ser santo é ser separado ou consagrado para DEUS. Um líder tem o dever de zelar pela santidade. Para isso precisa estar sempre exercitando o processo da “santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14; 1 Pe 1.15). 14) “Temperante”. E qualidade de quem tem “temperança”, ou domínio próprio, autocontrole. Que sabe dominar seus impulsos e paixões, seja na área dos relacionamentos, na área afetiva, sexual, ou nos apetites carnais. O intemperante em qualquer área acaba prejudicando a si ou aos outros. O bispo ou presbítero precisa ser um exemplo na temperança. Após enumerar as quatorze qualificações para a escolha de um presbítero ou bispo, Paulo diz a condição para que ele possa exercer sua nobre missão, de cuidar, zelar e alimentar o rebanho: 1) “Retendo firme a fiel Palavra, que é conforme a doutrina (1.9a)”. Para que todas as qualificações do ministro tenham valor é necessário que ele seja “exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, na caridade, no espírito, na fé, na pureza” (1 Tm 4.12). 2) “Para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina como para convencer os contradizentes” (1.9b). Guardando ou retendo a “Fiel Palavra” de DEUS, o líder tem autoridade para admoestar os que aceitam a “sã doutrina” e para “convencer os contradizentes”, ou opositores da liderança. Paulo sabia o que era esse tipo de gente (1 Tm 1.20; 2Tm 2.17; 4.14). Para que as qualificações do presbítero ou bispo sejam completas, é interessante reunir as qualidades aqui estudadas com as da lista de Paulo a Timóteo, no capítulo 2.1-7. Uma complementa a outra. Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 131-135. O ministro cristão deve ser pessoa que evita não só o mal, mas a própria aparência do mal. Sob todos os aspectos de conduta, ele tem de estar acima de repreensão. Suas relações matrimoniais não devem ter a mínima nódoa de escândalo. Muitos na igreja primitiva consideravam que marido de uma mulher era proibição de casar-se de novo por qualquer razão. O escândalo do divórcio tem envenenado tão completamente o fluxo da ordem social de nossos tempos, que devemos ser extremamente sensatos e cuidadosos nesta questão de segundo casamento, “para que o nosso ministério não caia em descrédito” (2 Co 6.3, NVI). Que tenha filhos fiéis (6) é expressão que requer algumas considerações. Seu verdadeiro significado foi capturado pela tradução: “que tenha filhos crentes” (BAB, RA; cf. NVI). Barrett observa que “a mudança do plural (presbíteros) para o singular (bispo) é mais bem explicado não pela suposição de que em cada cidade havia um grupo de presbíteros e só um bispo, mas pela interpretação [...] de que, enquanto que presbítero descreve o cargo, bispo descreve sua função: Os presbíteros que você designar devem ter certas qualificações, pois o homem que exerce a supervisão tem de ser não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância. A qualidade da irrepreensibilidade — “caráter inatacável” (6) — ocorre novamente, pois a responsabilidade do bispo é servir como despenseiro da casa de DEUS (7). O termo despenseiro quer dizer, literalmente, “o administrador de uma casa ou família” (Kelly). O bispo era o gerente financeiro da igreja local e por isso, se por nenhuma outra razão, deve ser homem de extrema integridade. O apóstolo alista cinco defeitos que devem estar visivelmente ausentes no bispo (7). São falhas de caráter que, caso sejam toleradas em um líder eclesiástico, lhe causarão ruína certa. O soberbo, o iracundo, nem dado ao vinho (“beberrão”, BJ), nem espancador (“violento”, BAB, BJ, CH, NTLH, NVI, RA), nem cobiçoso de torpe ganância (“nem ávido por lucro desonesto”, NVI, cf. BJ, CH). Paulo faz uma lista de seis virtudes a serem cultivadas pelos líderes da igreja: Dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante (8). O apóstolo introduz no versículo 9 uma exigência adicional: Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar (“exortar”, BAB, RA) com a sã doutrina como para convencer os contradizentes. Este é um tema que aparece em 1 Timóteo, embora não com todo este grau de ênfase. Em 1 Timóteo 5.17, Paulo destaca os presbíteros que “trabalham na palavra e na doutrina” como “dignos de duplicada honra”. Mas aqui, na Epístola a Tito, a competência nesta área é de todos os presbíteros. É a um ministério como este que DEUS chama os homens quando os convoca a ir e pregar. E responsabilidade do pregador “oferecer CRISTO aos homens”, como Carlos Wesley gostava de dizer. Neste verso, ele descreve liricamente esta tarefa central de pregar: "Ofereço-lhe meu Salvador; Amigo de publicanos e Advogado: Seus méritos e morte, ele advoga por você; E intercede com DEUS pelos pecadores na terra" Mas pregar CRISTO e oferecê-lo às pessoas é conhecer seguramente a Palavra de DEUS relativa a CRISTO, mantê-la em consideração reverente e declarar sua verdade às pessoas. Nestas Epístolas Pastorais, Paulo está vitalmente interessado na sã doutrina. Por essa época, a mensagem da igreja tomara forma em credos e fórmulas batismais. Vemos fragmentos dessas declarações de credo afloradas nas cartas a Timóteo. Cada nova geração de líderes cristãos tem a necessidade de declarar novamente as doutrinas básicas da fé cristã e justificá-las na mente e consciência dos que as ouvem. Mas a sã doutrina também tem preceitos éticos, que mostram como todos os cristãos, homens e mulheres, moços e velhos, escravos e livres, devem viver em um mundo que rejeita CRISTO. Tudo isto faz parte da tarefa de admoestar e convencer os contradizentes — os que negam e contradizem a verdade. J. Glenn Gould. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag. 545-547. Observe que a maioria das qualificações envolve caráter, e não conhecimento ou talento. O modo de vida de uma pessoa e os seus relacionamentos são uma janela para o seu caráter. Tenha em conta estas qualidades quando avaliar pessoas para posições de liderança em sua igreja. É importante ter líderes que possam efetivamente pregar a Palavra de DEUS, mas, ainda mais importante, eles devem viver de acordo com a Palavra de DEUS e ser exemplos para que os outros sigam. Os pastores devem cumprir uma função positiva e outra negativa ao lidar com a verdade. Eles devem incentivar, pregando, apoiando e reforçando as pessoas que seguem a verdade. Mas eles também devem confrontar e refutar as ideias falsas. Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 553-554. LIDERES ORDENADOS E QUALIFICADOS (Tt 1:5-9) Um dos motivos pelos quais Paulo deixou Tito na ilha de Creta foi para que organizasse as congregações locais, "[pondo] em ordem as coisas restantes". Essa expressão é um termo médico e se refere a endireitar um membro torto. Tito não era o ditador espiritual da ilha, mas sim o representante apostólico oficial de Paulo, com autoridade para realizar sua obra. Fazia parte da política de trabalho de Paulo ordenar presbíteros nas igrejas que começava (At 14:23), mas o apóstolo não havia ficado tempo suficiente em Creta para ordenar esses líderes. É bom desejar ser um líder espiritual. Desejar significa “dirigir o coração em direção a alguma coisa”. A liderança é uma excelente obra. Paulo destacou a sua importância. No entanto, como ele iria mostrar, os padrões são elevados. Os novos crentes devem se tornar seguros e fortes na fé antes de assumirem posições de liderança na igreja. Frequentemente, quando está precisando desesperadamente de obreiros, a igreja coloca um neófito prematuramente em uma posição de liderança. Os novos crentes devem tomar parte no ministério de DEUS, mas não devem ser colocados em posições de liderança até que estejam firmemente enraizados na sua fé, com um modo de vida solidamente cristão e um conhecimento da Palavra de DEUS. De outra maneira, o novo crente, ensoberbecendo-se, cairá na condenação do diabo. A referência ao diabo ensina que, da mesma maneira como Satanás caiu, por causa do seu orgulho, assim também o perigo do orgulho espreita os novos crentes a quem é dada alguma responsabilidade antes que estejam prontos para assumi-la. Os novos crentes que são promovidos muito rapidamente podem ser alvos fáceis para a poderosa tentação do diabo: o orgulho. O orgulho pode seduzir as emoções e ofuscar a nossa razão. Pode tornar aqueles que são imaturos suscetíveis à influência de pessoas inescrupulosas. I Tm 3.7 Exigir que os líderes tenham uma boa reputação com as pessoas de fora da igreja (isto é, os não-crentes da comunidade) dava à igreja em geral uma boa reputação na comunidade. Os líderes da igreja, sendo as pessoas mais visíveis da igreja no mundo secular, fariam bem em manter os mais altos padrões e a melhor reputação. Ver diversos líderes de igreja nas manchetes nos últimos anos devido à evasão de impostos, uso ilícito de fundos e escapadas sexuais certamente danifica a credibilidade da igreja. Os líderes de igreja que seguem os conselhos de Paulo evitam que a sua igreja enfrente ofensas desnecessárias. Do contrário, o resultado é ficar desmoralizado e cair em afronta e no laço do diabo, juntamente com os crentes e os não-crentes. Este laço pode ser o fracasso moral e o julgamento resultante em que um homem escolhido para ser líder irá cair, ou pode significar a armadilha da tentação que leva ao orgulho, conforme mencionado no versículo 6. Quando os líderes cristãos têm uma reputação ruim, isto impede que os incrédulos venham a CRISTO. Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 494-496. Irrepreensível não significa simplesmente gozar de boa fama, mas ter um testemunho justificadamente bom. A crítica e as acusações não devem encontrar pontos vulneráveis para seu ataque. Aparentemente a palavra designa o comportamento abrangente, fundamental para tudo o que segue. JESUS frisa a importância do bom testemunho, como também ocorre em geral no NT. Nessa questão é decisivo que o bom testemunho seja reconhecido e fornecido pelos que não fazem parte da igreja. “Vossa conduta seja decorosa aos olhos dos estranhos.” Essa exortação da carta mais antiga de Paulo coincide integralmente com a exigência de ser irrepreensível, o que não pode ser questionado nem mesmo por observadores críticos e hostis. Um modo de vida desses só é viável a partir do “mistério da fé, preservado em uma consciência pura”. Essa é a origem e a renovação de toda a autêntica irrepreensibilidade. Marido de uma só mulher. O presidente deve ser exemplarmente casado. Não se espera o celibato dos servidores da igreja, mas que tenham plena capacidade matrimonial e sejam modelos no casamento. A melhor “escola matrimonial” acontece por “exemplos matrimoniais”. Presidentes e diáconos devem ser casados uma única vez; isso aponta em 3 direções: 1) Acerca da profetiza Ana lemos que era virgem até se casar. Quando o marido morreu após 7 anos de casamento, ela passou a viver sozinha até idade avançada (84 anos), servindo a DEUS. De acordo com a palavra profética permaneceu fiel ao “noivo de sua mocidade”. 2) Conforme as palavras do Senhor a monogamia é o alvo original, estabelecido por DEUS, do relacionamento entre homem e mulher. Se os próprios gentios chamam atenção para isso e os cristãos aspiram ao amor e à fidelidade no matrimônio, quanto mais isso deveria valer, então, para aqueles que se “apresentam em todas as coisas” (logo também no casamento) como “exemplo de boas obras”. 3) A interpretação aqui fornecida possui relevância justamente com vistas à prática do divórcio, que naquela época se alastrava com força, e do correlato recasamento de pessoas divorciadas, seja entre gregos, seja entre judeus. A expressão única pode ser mantida em forma tão genérica pelo fato de que deve caracterizar de forma abrangente a atitude básica fundamental da castidade em todas as situações. O casto não reprimiu sua sexualidade, mas a tornou íntegra, porque castidade é alegrar-se com a sexualidade respeitando os limites do respeito. Hans Bürki. Comentário Esperança Cartas aos I Timóteo. Editora Evangélica Esperança. II - A IMPORTÂNCIA DO PRESBITÉRIO 1. Significado do termo. I Tm 4.14. Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério (14). Nesta passagem, o apóstolo reconhece que o poder, que chamaríamos preparação carismática para o ministério, é decididamente o mais importante. Ele firma que Timóteo recebeu este dom por profecia, observação repetitiva de Paulo (1.18). O chamado de DEUS para servir na obra do ministério é consideração anterior e principal. E o ESPÍRITO SANTO que tem de instigar a escolha do homem para esta vocação santa. E com o seu chamado temos razão para crer que haverá as qualificações acompanhantes da “graça, dons e utilidade”. Pode haver casos excepcionais em que uma ou outra destas qualidades não esteja em evidência, mas DEUS as vê em estado latente; contudo, a regra é conforme está declarada acima. Isto significa mais que “ter facilidade em falar”, ou “ser muito extrovertido”, ou “dar-se bem com as pessoas”, ou “ser líder nato”. Algumas destas qualidades podem complementar o equipamento espiritual essencial, mas nenhuma o substitui. Além disso, seria erro presumir que a ordenação da igreja fornece esta qualidade mística quando em falta. A significação da ordenação da igreja e sua relação com a ação anterior do ESPÍRITO estão claramente expostas em Atos 13.2,3. Falando da igreja em Antioquia na Síria, Lucas relata: “Disse o ESPÍRITO SANTO: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando, e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram”. O mero “contato manual”, como disse alguém, a imposição das mãos do presbitério não tem significado sem essa obra antecedente do ESPÍRITO SANTO. A linguagem de Paulo dá a entender perfeitamente que, referindo-se à ordenação de Timóteo, a ação do presbitério (os pastores) era reconhecimento e confirmação da ação anterior do ESPÍRITO. J. Glenn Gould. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag. 484-485. I Tm 4.14 Ninguém deveria desprezar Timóteo (4.12), nem ele deveria desprezar a si mesmo. Paulo lembrou Timóteo de que ele tinha os requisitos necessários para realizar aquela obra difícil em Éfeso. Entre eles, estava um dom espiritual de DEUS. Embora Paulo não defina especificamente este dom, ele estava preocupado com a possibilidade de Timóteo hesitar em usá-lo ou deixar de usá-lo. Quando virmos as capacitações de todos os tipos (espiritual, relacional, técnica) como dons de DEUS, será mais fácil vermos a sua mão operando por meio dos esforços humanos. Ele poderia realizar a tarefa porque DEUS o tinha chamado para realizá-la, o tinha capacitado para realizá-la, e estaria com ele durante a realização dela. Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 502. Para Paulo o carisma está no começo e no centro de todo serviço e de toda a vida da igreja. O carisma não é algo acrescentado ao ministério, nem mesmo algo que somente possui certa importância à margem da verdadeira ordem eclesiástica. Dons da graça foram dados a todos para todos, ainda que nem todos recebam os mesmos dons. Em 1Co 12-14 Paulo não fala contra os dons da graça, mas somente contra seu abuso. Timóteo não corre o risco dos carismáticos de Corinto. Pelo contrário, a ele o apóstolo precisa dizer: não negligencies o dom da graça em ti. O próprio DEUS o concedeu a você, não uma instância humana. Por isso utilize esse dom, exercite-se nele, use-o diligentemente! Mediante profecia: por meio de uma palavra profética; profecias que apontam para Timóteo; falam de sua vocação. Desse chamado de DEUS lhe advém força para a luta. No começo do serviço não está o cargo, mas o carisma. No começo do carisma não está a ordenação, mas a vocação pelo próprio DEUS. Tanto o AT como o NT deixam inequivocamente claro que os servos estabelecidos para um serviço específico recebem a dádiva do ESPÍRITO antes de receber os dons do ESPÍRITO para o serviço. Pela imposição de mãos: A imposição das mãos confirma o que aconteceu, a saber, a vocação prévia por DEUS, profeticamente divulgada. A prática da imposição das mãos situa-se no âmbito dos sinais visíveis que acompanham a fé. Paulo lhe impôs as mãos em conjunto com os anciãos (QI 30). Assim como Tito deve instalar presbíteros de cidade em cidade, assim o próprio Paulo havia instalado Timóteo como presbítero. A instalação do presbítero não era uma ação arbitrária do apóstolo, mas ele reconhecera no ESPÍRITO que DEUS já havia posto sua mão sobre o jovem: o apóstolo então agiu de modo correspondente. Embora Timóteo fosse jovem na idade, DEUS o havia chamado como “ancião” e o manifestou mediante profecia. Concedeu-lhe o ESPÍRITO SANTO, incutiu-lhe o carisma para o serviço, confirmou sua vocação pela imposição de mãos por Paulo perante muitas testemunhas. Que carisma específico Timóteo havia, pois, recebido? Será que era pastor, mestre ou evangelista? (“Faça a obra de um evangelista!” 2Tm 4.5). Seria igualmente difícil definir um dom espiritual específico para Paulo. O dom geral da “palavra”, i. é, a vocação para o “serviço à palavra”, podia abranger proclamação, exortação, ensino e evangelização, mas apresentava ênfases diferentes nos diversos servos. Dependendo também das circunstâncias com que se deparavam, um ou outro serviço podia passar mais para o primeiro plano. Essencial para todos os dons espirituais é que cada um carece de complementação. Por mais abrangentes que sejam, ocorrem de forma apenas limitada em cada pessoa, carecendo da permanente complementação por parte de outra. Hans Bürki. Comentário Esperança Cartas aos I Timóteo. Editora Evangélica Esperança. 2. A atuação do presbitério. At 16.4,5 Pelo menos um dos novos itens da agenda da sua viagem era explicar a decisão tomada em relação aos mandamentos que haviam sido estabelecidos pelos apóstolos e anciãos no concílio de Jerusalém (At 15). As questões entre judeus e gentios que tinham sido solucionadas no concílio provavelmente surgiriam novamente nas áreas predominantemente gentílicas para onde Paulo estava viajando. O crescimento rápido era importante nesta primeira etapa da divulgação do Evangelho em meio aos gentios. Os críticos do ministério de Paulo orientado aos gentios (especialmente a facção judaica) estariam esperando ansiosamente por uma oportunidade para calar Paulo, ou pelo menos para diminuir a sua influência. Mas aqui, na primeira penetração real do Evangelho no mundo gentílico, a igreja prosperava, da mesma maneira como havia ocorrido no início com a igreja que era composta, em sua maioria, por pessoas de origem judaica. Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 1. pag. 697. E, quando iam passando (tempo imperfeito) pelas cidades (Listra, Icônio, Pisídia, Antioquia) os irmãos lhes entregavam (4) — os gentios cristãos — os decretos — lit., “dogmas” usados para os decretos imperiais (17.7; Lc 2.1)127 — que haviam sido estabelecidos pelos apóstolos e anciãos em Jerusalém. A expressão Que haviam sido estabelecidos quer dizer literalmente “que foram julgados”. Esta é a única passagem no Novo Testamento onde o verbo comum krino foi traduzido como estabelecidos. A luz desse contexto (cap. 15), provavelmente a melhor tradução para a frase seria: “As decisões a que chegaram” (Phillips) ou “Os decretos que foram deliberados”.128 Aparentemente, a promulgação dos decretos do Concílio de Jerusalém mais ajudou do que prejudicou os trabalhos, pois lemos que: as igrejas eram confirmadas na fé e cada dia cresciam em número (5) — lit., “estavam sendo fortalecidas” e “estavam aumentando” (verbos no tempo imperfeito). Este é o quarto relatório resumido sobre o progresso do trabalho missionário (cf. 6.7; 9.31; 12.24). Ralph Earle. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 328-329. «...decisões...», isto é, os decretos baixados quando do concilio que houve na cidade citada, eram entregues e explicados aos irmãos. Paulo sem dúvida ansiava por mostrar-se leal ao pacto firmado em Jerusalém. Lembremo-nos, além disso, que Silas era um dos delegados originais enviados pelos irmãos de Jerusalém, o qual poderia acrescentar o seu próprio testemunho sobre a natureza das providências tomadas naquela cidade. «Os decretos e as determinações salutares devem ser diligentemente observados, pois, de outro modo, assemelhar-se-iam a um sino sem badalo». (Starke, in loc.). «Esses decretos ainda eram claramente considerados, pelos convertidos vindos do paganismo, como a carta magna com base na qual poderiam tomar posição firme em qualquer disputa com os judaizantes, e, sem dúvida, esses decretos ajudaram a determinar muitos que ainda estavam hesitantes, a buscarem admissão na igreja cristã». (E.H. Plumptre, in loc.). CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 3. pag. 328. 3. A valorização do presbitério. Recompensa Adequada pelo Serviço Fiel (5.17,18) As palavras “anciãos” (1) e presbíteros (17; aqui quer dizer “pastores”, cf. BV) são tradução da mesma palavra grega; os significados, embora distintos, estão correlacionados. No versículo 1, significa os membros mais idosos da congregação; mas aqui diz respeito aos indivíduos separados para a obra do ministério: Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina (17). Há comentaristas que entendem que este versículo antecipa a distinção entre “pastores” que governam e “pastores que ensinam”, que é a prática em certas igrejas reformadas. Mas isso é improvável, quando lembramos que Paulo já havia declarado especificamente que todo bispo (ou pastor) tem de ser “apto para ensinar” (3.2). O apóstolo está estipulando a Timóteo que o pastor que combina igreja com o serviço fiel e talentoso como pregador e professor de honra. Junto do honorário deve ser incluída a honra. Ainda não havia chegado o dia em que os ministros da igreja seriam totalmente sustentados. O costume que então vigorava era que os líderes da igreja se sustentassem, da mesma maneira que o apóstolo o fazia. Na opinião de Paulo, o bom serviço merece reconhecimento e recompensa. Aquele cujo tempo era tomado quase todo pelo trabalho da igreja deveria receber maior compensação. Paulo sustenta seu conselho com um argumento que lembra 1 Coríntios 9.9: Porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o obreiro do seu salário (18). A primeira destas passagens é um preceito do Antigo Testamento encontrado em Deuteronômio 15.4, e em sua situação original é uma ordenação humanitária. Mas em outro texto Paulo argumenta que tem um significado mais profundo: “Porventura, tem DEUS cuidado dos bois? Ou não o diz certamente por nós?” (1 Co 9.9,10). O apóstolo também cita outra passagem para a qual dá importância igual: Digno é o obreiro do seu salário. Esta é declaração de nosso Senhor registrada em Lucas 10.7. O fato surpreendente é que os estudiosos do Novo Testamento não conseguem achar evidências para provar que o Evangelho de Lucas tinha acesso geral quando estas palavras foram escritas. Provável é que o Evangelho de Lucas fosse conhecido por Paulo e também por Timóteo. E. K. Simpson assume a posição, junto com B. B. Warfield, de que “temos aqui uma citação verbalmente exata do Evangelho de Lucas, tratada como porção integrante das Santas Escrituras”. Nesta passagem, o apóstolo deixa clara sua opinião de que o serviço fiel e eficaz merece reconhecimento e remuneração adequada. E óbvio que a igreja começava a mudar rumando para um ministério assalariado. J. Glenn Gould. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag. 490-491. Dobrada honra: o termo honra retoma nitidamente o tema do v. 3, onde já se evidenciou que ele não podia se referir apenas ao sustento ou ao salário. Honrar uma pessoa significa reconhecê-la, atribuir-lhe o valor que lhe cabe. O próprio Timóteo não havia recebido a honra e o reconhecimento que merecia. Em vez de exigi-los para si, deve responder a essa deficiência com vida exemplar. Conceder “dobrada honra” pode significar ou honrar uma pessoa idosa por ser anciã e por trabalhar na igreja como anciã ou, além do sustento material recebido por todos os idosos carentes, manter (intelectualmente) honrados os idosos que presidem a igreja, por causa de seu ministério. A igreja deve ser generosa e pródiga no sustento de homens e mulheres idosos e de forma alguma ser reticente quando desempenham um bom ministério em prol da igreja. Sobretudo os que trabalham na palavra e no ensino: que realizam algo, que se esforçam, termo frequente em Paulo. Palavra: como em 1Tm 4.12; 1Co 1.5; de modo geral a proclamação da mensagem de CRISTO. Ensino: instrução para viver a partir da fé. De acordo com 1Tm 3.2 e Tt 1.9, ensinar faz parte das atribuições do presidente. Consequentemente se fala aqui de vários presidentes em Éfeso, assim como acontecia na igreja em Filipos. Os dirigentes das famílias em cujos lares surgiram as primeiras igrejas caseiras também eram os presidentes naturais para as igrejas, caso fossem aprovados. Contrariando a declaração, muitas vezes reiterada, de que as pastorais preferem títulos para cargos sem descrever a função deles, ao passo que o próprio Paulo raramente empregaria títulos para cargos, mas em troca assinala o conteúdo dos diversos serviços, aparece o presente versículo: “Sobretudo aqueles que trabalham na palavra e no ensino.” Nem aqui nem em 1Tm 3.1s se fala de uma ordem hierárquica dos ministérios. Por isso o jovem Timóteo pode ser convocado para ser “presbítero”, porque em última análise a chave não é a idade, nem o cargo em si, mas o serviço ao evangelho, o empenho e o labor dentro dele (1Tm 4.14). Hans Bürki. Comentário Esperança Cartas aos I Timóteo. Editora Evangélica Esperança. NORMAS PARA A ADMINISTRAÇÃO PRÁTICA 1 Timóteo 5:17-22 Esta passagem consiste numa série de normas muito práticas para a vida e a administração da Igreja. (1) Deve-se honrar adequadamente os anciãos, e também pagar-lhes como corresponde. No Oriente quando se debulhava, as hastes de trigo se deixavam na era; logo se fazia com que várias juntas de bois caminhassem sobre eles; ou se atava os bois num poste no meio, como um eixo e eram partidos ao redor do grão; outras vezes se acoplava a eles um pau de debulhar, aquele que se fazia passar e repassar sobre o trigo; mas em todos os casos se deixava os bois sem focinheira; estavam livres para comer todo o grão que quisessem como prêmio pelo trabalho que estavam fazendo. A lei existente de que não se devia atar a boca aos bois encontra-se em Deuteronômio 25:4. A afirmação de que todo obreiro é digno de seu trabalho pertence a JESUS (Lucas 10:7). O mais provável é que Ele tenha citado um provérbio. Todo homem que trabalha merece seu sustento, e quanto mais trabalha, mais terá ganho e merecido. O cristianismo nunca teve nada que ver com a ética suave e sentimental que exige salários iguais para todos. O que recebe o homem deve ser sempre proporcional a seu trabalho. Mas devemos notar quais são os anciãos que devem ser especialmente honrados e retribuídos. Trata-se daqueles que trabalham na pregação e no ensino. Não se trata aqui do ancião que se limitava a dar conselhos e recomendações, cujo serviço consistia em palavras, discussões e argumentos e que considerava terminados seus deveres de ancião quando se sentou a uma mesa e falou. O homem que verdadeiramente honrava a Igreja era aquele que trabalhava para edificá-la com sua pregação da verdade às pessoas, e com sua tarefa de educar os mais jovens e os novos conversos no caminho cristão. (2) A Lei judia estabelecia que não se podia condenar a ninguém com o testemunho de uma só pessoa: “Uma só testemunha não se levantará contra alguém por qualquer iniquidade ou por qualquer pecado, seja qual for que cometer; pelo depoimento de duas ou três testemunhas, se estabelecerá o fato” (Deuteronômio 19:15). A Mishnah, a lei rabínica codificada, ao descrever o processo de um juízo diz: " A segunda testemunha era igualmente trazida e examinada. Se fosse encontrado que o testemunho dos dois coincidia, o caso era aberto para a defesa." Quer dizer, se sustentava-se uma acusação com a evidência de uma só testemunha, considerava-se que não havia motivo para iniciar uma causa. Em épocas posteriores as normas da Igreja estabeleceram que as duas testemunhas deviam ser cristãs, porque teria sido fácil para um pagão malicioso inventar uma falsa acusação contra um ancião cristão para desacreditá-lo, e através dele à Igreja. Nos primeiros dias da Igreja, as autoridades eclesiásticas não duvidavam em aplicar a disciplina, e Teodoro de Mopsueste, um dos pais primitivos, assinala quão necessária era esta norma, porque os anciãos estavam expostos sempre ao desagrado e especialmente a ataques maliciosos "como aquela desforra dos que tinham sido repreendidos por seus pecados". Uma pessoa a que se tinha chamado à ordem podia querer obter sua revanche acusando maliciosamente a um ancião de alguma irregularidade ou algum pecado. O certo é que este seria um mundo mais feliz, e a Igreja seria mais feliz, se a pessoa compreendesse que difundir ou repetir histórias a respeito das pessoas, que não são, nem podem ser seguras, é nada menos que um pecado. Os falatórios irresponsáveis, caluniosas e maliciosas fazem danos infinitos e causam muitas feridas, e DEUS não deixará de castigar. (3) Aqueles que persistem no pecado devem ser repreendidos publicamente. Essa reprimenda pública tinha um duplo valor. Fazia com que o pecador considerasse seriamente sua forma de ser, e despertava o sentimento de vergonha; e fazia com que outros se cuidassem de não ver-se envoltos eles mesmos numa humilhação similar. A ameaça da publicidade não é má, se faz com que a pessoa se mantenha no caminho correto, ainda que seja por medo. Um dirigente sábio, saberá quando é o momento de calar as coisas, e quando deve fazer uma reprimenda pública. Mas seja o que for que aconteça, a Igreja não deve dar ao mundo nunca a impressão de que está tolerando o pecado. (4) Timóteo vê-se urgido a administrar sua tarefa sem favoritismos nem preconceitos. D. S. Easton escreve. "O bem-estar de toda comunidade depende da disciplina imparcial." Nada faz mais mal que tratar a algumas pessoas como se não pudessem fazer o mal, ou a outros como se não pudessem fazer o bem. A justiça é uma virtude universal, e nela a Igreja nunca deve estar por baixo das normas de imparcialidade que até o mundo exige com razão. (5) Previne a Timóteo que “a ninguém imponhas precipitadamente as mãos”. Isso pode significar uma de duas coisas. (a) Pode ser que signifique que não deve ser muito ligeiro em impor as mãos a qualquer pessoa para ordená-la numa função da Igreja. Ninguém deveria começar no posto mais alto. A pessoa deve dar provas de que merece uma posição de responsabilidade e liderança. Isto é duplamente importante na Igreja; porque uma pessoa que é elevada a uma alta função e logo fracassa nela ou a desacredita, não só traz desonra sobre si mesmo, mas também sobre a Igreja. Num mundo crítico a Igreja não pode deixar de ser muito cuidadosa no que concerne à classe de pessoas que escolhe como dirigentes. (b) Eusébio, o historiador da Igreja, relata-nos que era um costume antigo que os pecadores arrependidos fossem recebidos novamente com a imposição de mãos e com oração. Se esta passagem refere-se a isso, pode tratar-se de uma advertência a Timóteo que não seja muito ligeiro em receber novamente à pessoa que havia trazido desonra à Igreja; que esperasse até que tivesse demonstrado que seu arrependimento era genuíno e que estava verdadeiramente decidido a modificar sua vida para concordar com suas manifestações de arrependimento. A comunidade da Igreja existe para ajudar a estas pessoas a redimir-se a si mesmos, mas o ser membros da Igreja é para aqueles que dedicaram suas vidas a CRISTO verdadeira e sinceramente. BARCLAY. William. Comentário Bíblico. I Timóteo. pag. 129-133. I Ped 5.1 Aqui prossegue a linha de pensamento de 4.12-19. Como o julgamento de DEUS irá “começar pela casa de DEUS” (4.17), os presbíteros destas congregações tinham grande responsabilidade. Os presbíteros eram os líderes nomeados nas igrejas (veja At 14.23; 20.17; 1 Tm 5.17,19;Tt 1.5,6); eles deveriam conduzir as igrejas por meio do ensino das doutrinas sadias, ajudando os crentes a adquirirem maturidade espiritual e equipando os crentes para viverem para JESUS CRISTO, apesar das oposições. Os presbíteros tinham grande responsabilidade, e esperava-se que fossem bons exemplos. Pedro pediu como um presbítero também, identificando-se, desta forma, com os outros líderes da igreja, embora tivesse ainda mais autoridade por ser um dos apóstolos. Como testemunhas, eles também poderiam participar daqueles sofrimentos, “testemunhando-os” pessoalmente em sua própria vida. Mas eles compartilham ainda mais, pois Pedro e os demais presbíteros, assim como todos os crentes, serão participantes da glória de CRISTO, que se há de revelar quando Ele retornar. Pedro e os crentes estavam participando da glória de CRISTO naquela época, e eles também participarão desta glória quando ela for revelada, no último dia (a Segunda Vinda). Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 732. III - OS DEVERES DO PRESBITÉRIO 1. Apascentar a igreja. A natureza e o significado honrosos do cargo ou da função do presbítero ou bispo lhe confere muitas responsabilidades. Seus deveres são inerentes às suas qualificações, como foi visto no item I, deste comentário. A seguir, resumimos alguns desses deveres, conforme indicam os textos bíblicos sobre o presbítero. APASCENTAR A IGREJA Os presbíteros, como pastores, na igreja local, têm o dever de alimentar o rebanho de CRISTO, com a sã doutrina, que é o alimento puro, saudável e nutritivo para sua vida espiritual, social, moral, familiar, como cidadão do céu e da terra. O apóstolo Pedro exorta muito bem aos presbíteros quanto a esse dever primordial de sua missão: “Apascentai o rebanho de DEUS que está entre vós...” (1 Pe 5.2a). CUIDAR DO REBANHO Diz Pedro aos presbíteros que devem apascentar “o rebanho de DEUS”, “tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de DEUS, mas servindo de exemplo ao rebanho” (1 Pe 5.2,3). Os cuidados pastorais com as ovelhas requer muita graça e capacidade, concedidas por DEUS. O presbítero deve ter a consciência de que não é dono do rebanho. Ele cuida de ovelhas que pertencem ao Senhor JESUS e não a ele. 1) Não “por força”. Por isso, o presbítero, pastor ou bispo não tem o direito de usar “a força” ou o autoritarismo para dirigir a igreja local. Já ouvimos de obreiro que, aborrecido com alguma atitude de um ou outro crente, esbraveja, no púlpito: “Aqui, quem manda sou eu; quem quiser pode sair”. Esse tipo de comportamento revela um obreiro fracassado; que não tem autoridade nem competência para cuidar do rebanho de DEUS. O líder cristão não deve agir “por força”, mas pelo poder do ESPÍRITO de DEUS (cf. Zc 4.6). 2) “Mas voluntariamente”. O trabalho do presbítero deve ser voluntário, ou espontâneo. Não deve ser feito por obrigação imposta. Os obreiros que mais progridem em seus ministérios e as igrejas sob seu cuidado crescem são aqueles que o fazem por satisfação em servir. Quem serve voluntariamente enfrenta as lutas próprias do ministério, mas não sofre tanto desgaste quanto aqueles que executam as atividades “por obrigação”. 3) “Nem por torpe ganância”. Uma das qualificações do presbítero ou bispo é não ser “cobiçoso de torpe ganância” (Tt 1.7). E não ter apego “ao lucro desonesto”, ao uso indevido dos recursos financeiros da igreja que dirige. 4) “Mas de ânimo pronto”. Essa recomendação fala de disposição mental para servir à igreja, com prontidão. DEUS chamou Davi para ser rei, porque, entre suas qualidades pessoais ele era “valente e animoso” (1 Sm 16.18). Uma das piores coisas para uma igreja é um obreiro desanimado, sem coragem, sem interesse em ver a obra crescer. Há obreiros que estão à frente de uma igreja, apenas para ter um emprego, uma fonte de renda. Não deve ser indicado para presbítero um obreiro sem ânimo. 5) “Nem como tendo domínio sobre a herança de DEUS”. É um terrível engano, quando o obreiro acha que é dono da igreja local. JESUS não chama o obreiro para que ele “mande” na igreja, mas para ser servo da igreja. Autoritarismo não faz parte da liderança cristã. A resposta de JESUS ao desejo de grandeza (Mt 20.21) foi uma lição eloquente para todos os líderes cristãos (Mt 20.25-28). 6) “Mas servindo de exemplo ao rebanho”. O presbítero ou bispo deve ser um líder. E o verdadeiro líder não é o que “manda”, mas o que vai à frente dos liderados. O Bom Pastor não manda as ovelhas irem à frente. Ela vai “... adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz” (Jo 10.4). O líder é o que influencia com seu exemplo as ovelhas e elas o seguem para o seu objetivo. Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 135-137. A responsabilidade pastoral desses presbíteros é descrita assim: apascentai o rebanho de DEUS (2). A palavra “pastorear” explica melhor o significado do original do que apascentai. O dever do pastor é triplo: providenciar pasto, caminhos para o pasto e proteção nos caminhos para o pasto. Portanto, o dever do pastor vai além da pregação. O rebanho é a Igreja. Ela pertence a DEUS como sua possessão comprada. Em certa época seus membros eram como ovelhas desgarradas, mas elas voltaram ao “Pastor e Bispo” da sua alma (cf. 2.25). O pastor deve instruir e guiar o rebanho em obediência e sujeição à completa vontade de DEUS. O cuidado a ser exercido envolve três particularidades expressas de forma negativa e positiva. 1) Quanto ao espírito desse serviço, ele não é por força, mas voluntariamente. A liderança da igreja era tão perigosa naqueles dias que poderia custar a vida do líder. Mesmo assim, ele não deveria fazer essa obra relutantemente como se fosse um fardo ou considerá-lo como um dever profissional obrigatório. Em vez disso, esse era um ministério para o qual DEUS o havia apontado e chamado e, por isso, deveria ser feito com obediência e alegria. 2) A motivação dessa supervisão não deveria ser por torpe ganância, mas de ânimo pronto — não como um mercenário que espera ganhar dinheiro. Os presbíteros tinham o direito de esperar sustento material daqueles a quem ministravam; mas sua motivação não deveria provir de um “amor ao ganho constitucional”, que “é uma desqualificação para o ministério cristão”.90 Considere seu efeito em Judas Iscariotes! 3) Quanto à forma de supervisão, ela não deve ser como tendo domínio sobre a herança de DEUS, mas servindo de exemplo ao rebanho (3). Os líderes nunca devem ser tirânicos ou se esquecer dos direitos das pessoas que lhes foram confiadas. Eles não devem dominar como o arrogante Diótrefes (3 Jo 9-11), mas liderar pelo poder de uma vida santa. O pastor nunca deve esquecer que ele não é o Sumo Pastor (4). A compensação terrena do líder pode ser insignificante, mas quando aparecer o Sumo Pastor (cf. 4.13), ele terá a sua recompensa incorruptível (cf. 1.4,5), a coroa de glória, “a felicidade do céu, o elemento principal de a vida de DEUS ser derramada na alma por meio de CRISTO”;91 “uma participação perpétua na sua glória e honra” (Bíblia Viva). Roy S. Nicholson. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 242-243. I Ped 5.2,3 O mandamento de Pedro para que os presbíteros apascentem o rebanho de DEUS é uma repetição das palavras que o Senhor JESUS disse ao próprio Pedro: “Apascenta as minhas ovelhas” (Jo 21.16). A mesma palavra grega é usada nas duas passagens, significando “guiar”, “atender”, “cuidar”, ou “pastorear”. O “rebanho” são os crentes; os presbíteros tinham responsabilidades sobre as igrejas individuais e, consequentemente, sobre uma certa parte do “rebanho” de DEUS. Os presbíteros deviam ser como pastores, que conduzem, orientam e protegem as ovelhas que estão sob os seus cuidados. Os crentes precisariam de bons líderes quando enfrentassem a perseguição. Esta passagem descreve três possíveis problemas que os presbíteros poderiam enfrentar e a maneira como deveriam agir: Motivação errada. Cuidar do rebanho não por força, mas voluntariamente. Os presbíteros deviam servir em razão do amor que sentiam por DEUS. Pedro esperava que eles fizessem a vontade de DEUS à sua maneira, tentando agradar a DEUS com fervor. Os pastores e os presbíteros devem servir voluntariamente nas igrejas hoje. É frequentemente difícil obter uma lista de candidatos para o cargo de presbítero devido à falta de disposição das pessoas da congregação para servir. Objetivos errados. Cuidar do rebanho não por torpe ganância, mas de ânimo pronto. Em muitas das igrejas, os presbíteros eram pagos pelos seus serviços; no entanto, esta remuneração sozinha provavelmente não tornaria um presbítero rico. Esta tentação de ser ambicioso provavelmente surgiu porque as finanças da igreja (o dinheiro arrecadado para os pobres etc.) eram normalmente confiadas ao presbítero ou ao bispo. A oportunidade de abusar da confiança era bastante real. Assim, tanto Pedro como Paulo explicaram que os presbíteros devem receber um pagamento adequado e precisam ser homens de confiança no que se refere ao dinheiro (veja 1 Tm 3.8; 5.17,18; Tt 1.7,11). Em vez de se concentrarem no dinheiro, os presbíteros deveriam se concentrar no serviço. A palavra traduzida como “pronto” é muito forte em grego e expressa grande zelo e entusiasmo. Hoje, os pastores recebem um pagamento para servir, mas eles podem se tornar vítimas do desejo ambicioso por dinheiro. Não ter dinheiro ou ter enormes quantias são situações que podem igualmente levar a muitas preocupações financeiras. Métodos errados. Cuidar do rebanho não como tendo domínio sobre a herança de DEUS, mas servindo de exemplo ao rebanho. Os presbíteros lideram pelo exemplo, e não pela força. “Tendo domínio” significa “dominando ou sujeitando pela força”. Os presbíteros também devem resistir à tentação de abusar da sua autoridade e prejudicar a igreja que está sob os seus cuidados. A fórmula que JESUS usava sempre era que aqueles que lideram devem ser os melhores servos (Mc 10.42-45). Os líderes devem ser exemplos de humildade e de servilismo. Os líderes não devem intimidar nem coagir as pessoas. Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 732-733. Aqui podemos observar: I As pessoas a quem são dadas essas orientações – aos presbíteros, pastores e líderes espirituais da igreja, presbíteros e anciãos por ofício, e não por idade, ministros daquelas igrejas às quais escreve esta epístola. n A pessoa que faz essa exortação - o apóstolo Pedro: “...admoesto eu”. E, para reforçar essa exortação, ele lhes diz que é presbítero com eles, e assim não impõe nada a eles que ele não esteja disposto a fazer também. Ele é também “...testemunha das aflições de CRISTO”, tendo estado com Ele no jardim, acompanhando-o ao palácio do sumo sacerdote, e muito provavelmente tendo sido testemunha do seu sofrimento na cruz, à distância, entre a multidão (At 3.15). Ele acrescenta que é também “...participante da glória” que em certa medida foi revelada na transfiguração (Mt 17.1-3), e vai ser completamente desfrutada na segunda vinda de JESUS CRISTO. Aprenda: 1. Aqueles cujo ofício é ensinar a outros devem cumprir atentamente seu próprio dever, assim como ensinam ao povo o dever deste. 2. Como eram diferentes o espírito e o comportamento de Pedro do espírito e do comportamento dos seus pretensos sucessores! Ele não ordena e manda, mas exorta. Ele não reivindica soberania sobre todos os pastores e igrejas, nem se intitula príncipe dos apóstolos, vigário de CRISTO ou cabeça da igreja, mas se apresenta como presbítero. Todos os apóstolos eram presbíteros, ou anciãos, embora nem todo presbítero fosse apóstolo. 3. Foi uma honra peculiar de Pedro e de alguns mais serem testemunhas dos sofrimentos de CRISTO; mas é privilégio de todos os verdadeiros cristãos serem participantes da glória que há de ser revelada. A descrição do dever do pastor, e a maneira em que esse dever precisa ser cumprido. O dever do pastor é tríplice: 1. “...apascentai o rebanho...”, por meio da pregação honesta da palavra de DEUS ao rebanho, e ao conduzi-lo de acordo com as orientações e a disciplina que são prescritas pela palavra de DEUS, que estão ambas incluídas nessa expressão: Apascentai o rebanho.. 2. Os pastores do rebanho precisam ter a supervisão dele, o seu cuidado. Os presbíteros são exortados a fazer o seu trabalho de bispos (que é o significado da palavra), por meio do cuidado pessoal e da vigilância sobre todos que no rebanho estão comprometidos ao seu cuidado. 3. Eles precisam ser “...exemplo ao rebanho”, e praticar a santidade, a autonegação, a mortificação e todos os deveres cristãos, que eles pregam e recomendam ao seu povo. Esses deveres precisam ser realizados “...não por força”, não porque você tem de fazê-los, não por compulsão de um poder civil, ou pela coação do medo ou da vergonha, mas de uma mente voluntária que tem prazer na obra. Não “...por torpe ganância”, ou por algum lucro ou proveito relacionados ao lugar em que você reside, ou de uma prerrogativa relativa ao ofício, “...mas de ânimo pronto”, considerando o rebanho mais do que a lã, sincera e alegremente se empenhando para servir à igreja de DEUS. “...nem como tendo domínio sobre a herança de DEUS”, agindo como tirano sobre o rebanho por compulsão ou força coerciva, ou impondo invenções humanas ou não-bíblicas a ele em vez dos deveres necessários (Mt 20.25,26; 2 Co 1.24). Aprenda: (1) A dignidade eminente da igreja de DEUS e de todos os seus verdadeiros membros. Esses cristãos pobres, dispersos e sofredores eram o rebanho de DEUS. O restante do mundo é uma manada irracional. Esses constituem um rebanho pacífico e ordeiro, redimido para DEUS pelo grande Pastor, vivendo em santo amor e comunhão uns com os outros, segundo a vontade de DEUS. Eles são também dignificados com o título de herança de DEUS, sua porção peculiar, escolhidos dentre a multidão comum para ser seu povo, para desfrutar do seu favor especial e para fazer para Ele um serviço especial. No Novo Testamento, a palavra nunca é restrita aos ministros da religião. (2) Os pastores da igreja devem considerar o seu povo o rebanho de DEUS, a herança de DEUS, e tratá-lo de acordo com isso. Não são seus, para serem dominados segundo o seu prazer; mas são povo de DEUS, e devem ser tratados com amor, mansidão e ternura, por causa daquele a quem pertencem. (3) Aqueles ministros que são forçados ao trabalho por necessidade ou atraídos a ele por torpe ganância não podem realizar o seu dever como deveriam, porque não o fazem voluntariamente e com disposição. (4) A melhor forma que um ministro pode usar para obter o respeito das pessoas é cumprir o seu próprio dever entre elas da melhor maneira que puder, e ser um constante exemplo a elas de tudo que é bom. HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 882. 2. Liderar a igreja local. O presbítero ou bispo tem o dever de cuidar “da Igreja de DEUS” (1 Tm 3.5). Para tanto, precisa saber “governar a sua própria casa” (1 Tm 3.4). Daí, deduz-se que um dos seus deveres é “governar” (cf. 1 Tm 5.17a) ou liderar a igreja local. ENSINAR A IGREJA O presbítero como homem mais experiente tem o dever de ser um ensinador na igreja local. “Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina (1 Tm 5.17 — grifo nosso). PRESERVAR A IGREJA CONTRA OS ERROS Em todos os tempos, as igrejas foram alvo das heresias e dos falsos ensinos. Nos tempos presentes, não é diferente. Multiplicam-se como ervas daninhas os ensinos distorcidos, os modismos e as práticas estranhas à ortodoxia bíblica. O presbítero, como líder do rebanho, deve preservar a igreja local das investidas dos falsos mestres, “...retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina como para convencer os contradizentes” (Tt 1.9; 1 Tm 4.1). Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 137. O DEVER DE REPREENDER 1 Timóteo 5:1-2 Sempre é muito difícil repreender a outro com afabilidade; e a Timóteo algumas vezes corresponderia uma tarefa duplamente difícil — a de repreender uma pessoa mais velha que ele. Crisóstomo escreve: "A reprimenda ofende por natureza, em particular quando a dirige a uma pessoa mais velha; e quando provém de um homem jovem também, há uma tripla amostra de atrevimento. Deverá suavizá-la, portanto, com o modo e benignidade da mesma. Porque é possível repreender sem ofender, se tão somente se cuida nisso; requer uma grande discrição, mas pode-se fazer." Sempre é problemático censurar e repreender. Podemos detestar tanto a tarefa de advertir a alguém que a evitemos por completo. Muitas pessoas se teriam salvado de cair na aflição ou na desgraça, se alguém lhes tivesse advertido ou repreendido a tempo. Não pode haver nada mais terrível na vida que escutar a alguém que nos diga o seguinte: "Nunca teria chegado a isto, se você me tivesse falado a tempo." É um equívoco evitar a palavra que se devia pronunciar. Podemos censurar e repreender a uma pessoa de tal forma que não haja nada mais que irritação em nossa voz e amargura em nossas mentes e corações. Uma reprimenda dada com ira, em tal forma que pareça provir do rechaço, do chateio, do desprezo, do desgosto pode produzir medo; pode ferir e faz doer; mas quase inevitavelmente produzirá ressentimento; e seu efeito final poderá ser simplesmente o de confirmar a pessoa equivocada no erro de seu caminho. A repreensão irada e a reprimenda que rechaça e despreza são raramente efetivos, e o mais provável é que causem mais mal que bem. Diz-se que Florence Allshorn, a grande mestra missionária, quando era diretora de um colégio de senhoritas, sempre repreendia a suas alunas, quando era necessário, como se as estivesse abraçando. Só a reprimenda que provém do amor é efetiva. Se alguma vez tivermos razão para repreender a alguém, devemos fazê-lo de tal maneira que esclareçamos que o fazemos, não porque o desejamos, mas sim porque somos obrigados pelo amor, e porque queremos ajudar e não ferir. AS RELAÇÕES DA VIDA 1 Timóteo 5:1-2 (continuação) Estes dois versículos estabelecem o espírito que deveriam exibir as diferentes relações das distintas idades da vida. (1) Devemos tratar as pessoas mais velhas com afeto e respeito. Deve-se tratar o homem mais velho como a um pai, e a mulher mais velha como uma mãe. O mundo antigo conhecia bem a deferência e o respeito que se deviam à idade. Cícero escreve: "Portanto, é o dever do homem jovem demonstrar deferência para com seus superiores, vincular-se ao melhor e ao mais digno deles, para receber o benefício de seus conselhos e influências. Porque a inexperiência da juventude requer da sabedoria prática da idade para ser fortalecida e dirigida. E esta época da vida deve ser protegida sobre todas as coisas da sensualidade e deve ser treinada no trabalho e na resistência da mente e do corpo, para poder estar forte para a tarefa ativa no serviço militar e civil. E mesmo quando queiram relaxar suas mentes e entregar-se à alegria, deveriam estar atentos aos excessos e ter em mente as regras da modéstia. E isto será mais fácil, se os jovens estiverem de acordo com que seus superiores estejam com eles, até em seus prazeres" (Cícero, De Officis, 1:34). Aristóteles escreve: "Também deve-se render honras a todas as pessoas maiores de acordo com sua idade, levantando-se para recebê-los e lhes buscando assento e demais." (Aristóteles, Etica nicomaquea, 9:2). Uma das coisas mais terríveis da vida é que a juventude muitas vezes tende a considerar os anciãos como uma moléstia. Deve-se dar sempre à velhice o respeito e o afeto devido, àqueles que viveram por longo tempo e andaram muito pelo caminho da vida e da experiência. Uma famosa frase francesa diz como num suspiro: "Se só a juventude tivesse o conhecimento, se só a velhice tivesse a força." Mas quando existe um respeito e um afeto mútuos, então a sabedoria e a experiência da idade podem cooperar com a força, o espírito aventureiro e o entusiasmo da juventude, para grande benefício de ambos. (2) Devemos mostrar fraternidade a nossos contemporâneos. Os homens jovens devem ser tratados como irmãos. Aristóteles diz: "Dever-se-ia-se permitir que os camaradas e os companheiros tivessem liberdade de expressão e utilização em comum de todas as coisas" (Aristóteles, Etica nicomaquea, 9:2). Deve haver tolerância e se devem compartilhar as cotas com nossos contemporâneos. Os cristãos nunca poderão ser estranhos uns dos outros; devem ser irmãos no Senhor. (3) As relações para com aqueles do sexo oposto devem distinguir-se pela sua pureza. Os árabes têm uma frase para descrever um cavaleiro. Chamam-no: "Irmão das jovens". Há uma frase famosa que fala da "amizade platônica". Deve-se reservar o amor para uma pessoa; é algo temível que o físico domine a relação entre os sexos, e que um homem não possa olhar a uma mulher sem pensar em seu corpo. Deve existir uma fraternidade de mente e coração entre o povo de CRISTO, limpa de todo desejo e assegurada pela classe mais alta de mútuo amor cristão. BARCLAY. William. Comentário Bíblico. I Timóteo. pag. 117-119. I Tim 3.2 — Irrepreensível significa alguém não sujeito a punição ou repreensão. A ideia não é que um bispo ou ministro não cometa mais pecado, mas, sim, que mostre uma conduta cristã madura e consistente que não dá margem para vir a ser acusado de algum erro grave. O sentido literal de marido de uma mulher é o tipo de homem de uma só mulher. Essa expressão tem sido interpretada como uma forma de excluir do cargo todos os que sejam imorais ou polígamos, ou como referência específica àqueles que se casem novamente após uma separação ou divórcio. É uma qualificação também para os diáconos (v. 12). Sóbrio significa sem bebida, lúcido; significa ter controle do próprio corpo e da mente. E um estado de espírito de equilíbrio, resultante de autocontrole. Honesto significa sincero e disciplinado. Hospitaleiro significa que recebe bem os estranhos. A casa de um ministro cristão deve estar aberta aos propósitos do ministério. Apto para ensinar também poderia ser traduzido por qualificado para ensinar ou que se dispõe a ensinar. Uma vez que tem a ver com caráter, parece melhor entender essa qualificação como de alguém que se dispõe a ensinar, como uma necessidade para o homem de DEUS (1 Timóteo 5.17; 2 Timóteo 2.24; Tito 1.9 mostram a exigência de o presbítero ser capaz de ensinar). I Tim 3.3 — Não dado ao vinho significa não viciado em bebida alcoólica. Não espancador tem sido traduzido também por não violento. O bispo ou presbítero não deve ser propenso a briga, a violência e a querer agredir fisicamente as pessoas. Não cobiçoso de torpe ganância. Não deve ter uma atitude egoísta em relação ao dinheiro ou aos bens. Isso é também uma advertência para os líderes de igrejas quanto à devida administração das finanças da casa de DEUS. Não contencioso significa que não discute, não cria problemas; é a qualidade do homem pacífico. O bispo ou presbítero deve contender pela fé, sem ser contencioso. Não avarento significa literalmente que não ama a prata (1 Tm 6.9). Observe que essa é a segunda advertência aqui sobre dinheiro. Alguns presbíteros em Éfeso estavam recebendo ajuda financeira para o ministério (1 Tm 5.17,18). Paulo os exorta para que não deixem que o desejo de obter seu ganho se tome sua maior prioridade. I Tim 3.4 — Governe significa que se coloque diante de, ou administre. A sua própria casa. O presbítero deve administrar bem sua própria família. Seus filhos devem submeter-se à sua liderança com modéstia e respeito. I Tim 3.5 — Se um ministro for incapaz de governar a própria família, não terá cuidado devidamente de sua igreja. Ao passar de governar para ter cuidado, Paulo enfatiza o carinho do presbítero em sua função de apascentar a igreja local. EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Novo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 594. Mt 20 25-28. Aqui estão a repreensão e a instrução que CRISTO deu aos outros dez discípulos, diante do desprazer que demonstraram pelo pedido de Tiago e João. O Senhor teve de suportar muitas fraquezas por parte de todos eles, que eram muito fracos no conhecimento e na graça; no entanto, Ele os suportou com amor. 1. A irritação causada aos dez discípulos (v. 24): “Indignaram-se contra os dois irmãos” ; não porque desejassem ser preferidos antes deles - que foi o pecado de Tiago e João, pelo qual CRISTO se entristeceu - , mas porque queriam ter a honra para si mesmos, o que revelava descrédito em relação aos dois irmãos. Muitos parecem ter uma indignação pelo pecado; porém, não a sentem pelo pecado em si, mas porque tal pecado os toca. Eles se indignarão contra um homem que amaldiçoa; mas somente o farão se ele lhes amaldiçoar, e lhes afrontar, não porque tal homem esteja desonrando a DEUS. Esses discípulos estavam com raiva da ambição de seus irmãos, embora eles mesmos fossem igualmente ambiciosos. E comum que as pessoas se enfureçam com os pecados dos outros, os quais elas permitem e toleram em si mesmas. Aqueles que são orgulhosos e cobiçosos não gostam de ver outros assim. Nada causa mais dano entre irmãos, ou é a causa de mais indignação e contenda, do que a ambição e o desejo de grandeza. Nós nunca encontramos os discípulos de CRISTO discutindo; mas eles enfrentaram uma situação de contenda essa ocasião. 2. A correção que CRISTO lhes fez foi muito suave, por meio da instrução sobre o que eles deveriam ser, e não por meio da repreensão pelo que eles eram. Ele havia reprovado esse mesmo pecado antes (cap. 18.3), e lhes dissera que deveriam ser humildes como crianças pequenas; o entanto, eles reincidiram nesse pecado, mas CRISTO os repreendeu de forma moderada. “Então, JESUS, chamou-os para junto de si”, o que sugere um grande carinho e familiaridade. Ele não lhes ordenou, com raiva, que saíssem de sua presença, mas os chamou, com amor, para virem à sua presença. Ele está sempre pronto a ensinar, e nós somos convidados a aprender dele, porque ele é “manso e humilde de oração”. O que Ele tinha a ensinar dizia respeito tanto aos dois discípulos como aos outros dez; portanto, ele reúne todos. E lhes diz que enquanto estavam perguntando qual deles deveria ter o domínio em um reino temporal, não havia realmente tal domínio reservado para nenhum deles. Porque: (1) Eles não deveriam ser como os “príncipes dos gentios”. Os discípulos de CRISTO não deveriam ser como os gentios, nem como os príncipes dos gentios. O principado não torna ninguém ministro, da mesma forma que o “gentilismo” não torna ninguém cristão. Observe: [1] Qual é a maneira dos príncipes dos gentios (v. 25): exercer domínio e autoridade sobre aqueles que lhes são sujeitos (mesmo que só possam alcançar o domínio com mão forte), e uns sobre os outros também. O que os sustenta nessa posição é que eles são grandes, e os homens grandes acham que podem fazer qualquer coisa. Domínio e autoridade são as grandes coisas que os príncipes dos gentios procuram, e de que se orgulham; eles deteriam o poder, venceriam todas as dificuldades, teriam todos sujeitos a si, e todo feixe inclinado ao deles. Eles queriam ter a seguinte proclamação diante de si: “Inclinai-vos”; como Nabucodonosor, que matava, e deixava viver, ao seu bel-prazer. [2] Qual é a vontade de CRISTO com relação aos seus apóstolos e ministros, nesta questão. Em primeiro lugar: ‘“Não será assim entre vós’. A constituição do reino espiritual é bem diferente dessa. Deveis ensinar os súditos desse reino, instruí-los e exortá-los, aconselhá-los e consolá-los, esforçarem-se com eles, e sofrer com eles, não exercer domínio e autoridade sobre eles; não ter ‘domínio sobre a herança de DEUS’ (1 Pe 5.3), mas trabalhar em benefício dela” . Isto proíbe não só a tirania e o abuso de poder, mas a reivindicação ou o uso de qualquer autoridade secular, como os príncipes dos gentios legitimamente exercem. E tão difícil para os homens vaidosos, mesmo para os homens bons, terem tal autoridade, e não ficarem envaidecidos com ela, e fazerem mais mal do que bem com ela, que nosso Senhor JESUS considerou necessário bani-la totalmente da igreja. Até mesmo o apóstolo Paulo rejeita o domínio sobre a fé de qualquer pessoa (2 Co 1.24). A pompa e a grandeza dos príncipes dos gentios não convém aos discípulos de CRISTO. Então, se o poder e a honra não foram planejados para estar na igreja, era uma insensatez deles estarem disputando quem deveria tê-los. Eles não sabiam o que pediam. Em segundo lugar, então qual será o relacionamento entre os discípulos de CRISTO? O próprio CRISTO havia sugerido uma grandeza entre eles, e aqui Ele explica: “Todo aquele que quiser, entre vós, fazer-se grande, que seja vosso serviçal; e qualquer que, entre vós, quiser ser o primeiro, que seja vosso servo” (w. 26,27). Observe aqui: 1. Que é dever dos discípulos de CRISTO servirem uns aos outros, para a edificação mútua. Isto inclui tanto a humildade como a utilidade. Os seguidores de CRISTO devem estar prontos a se submeter aos ofícios de amor mais inferiores para o bem mútuo; devem ser sujeitos uns aos outros (1 Pe 5.5; Ef 5.21), para a edificação de uns para com os outros (Rm 14.19), agradar ao seu próximo para o bem (Rm 15.2). O grande apóstolo se comportou como servo de todos (veja 1 Co 9.19). 2. A dignidade dos servos de CRISTO está relacionada ao fiel cumprimento dessa obrigação. O modo de ser grande, e o primeiro, é ser humilde e servil. Esses serão mais considerados e mais respeitados na igreja, e será assim para todos aqueles que entenderem as coisas de forma correta. Os mais honrados não são aqueles que são dignificados com nomes elevados e poderosos, como os nomes dos grandes na terra, que aparecem em pompa, e assumem para si mesmos um poder proporcional; os mais honrados serão aqueles que forem mais humildes e que mais renunciarem a si mesmos, aqueles que mais planejarem fazer o bem, embora diminuam a si mesmos. Esses honram mais a DEUS, e a esses Ele honrará. Assim como o que quer ser sábio deve se fazer de tolo, quem quiser ser o primeiro deverá se comportar como servo. O apóstolo Paulo foi um grande exemplo disso; ele trabalhou mais abundantemente do que todos, tornou- se (como diriam alguns) um escravo do seu trabalho. E ele não é o primeiro? Não o chamamos por unanimidade de “o grande apóstolo”, embora ele se autodenomine o menor entre os menores? E talvez o nosso Senhor JESUS estivesse pensando em Paulo quando disse: “Haverá derradeiros que serão primeiros”; porque Paulo nasceu fora do tempo devido, como um abortivo (1 Co 15.8); ele não foi apenas o filho mais novo da família dos apóstolos, mas, póstumo, tornou-se o maior dentre eles. E talvez fosse para ele que o primeiro posto de honra no reino de CRISTO estivesse reservado e preparado por DEUS Pai, e não para Tiago e João, que o buscaram. Portanto, antes de Paulo começar a ser famoso como um apóstolo, a Providência o ordenou, de forma que Tiago foi excluído (At 12.2), para que, no colegiado dos doze, Paulo pudesse ser o seu substituto. (2) Eles devem ser como o próprio Mestre; e é muito apropriado que eles o fossem, pois, enquanto estivessem no mundo, deveriam ser como Ele foi quando estava no mundo. Porque para ambos o estado atual é um estado de humilhação; a coroa e a glória estavam reservadas para ambos no estado futuro. Eles precisavam considerar que “o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e para dar a sua vida em resgate de muitos” (v. 28). O nosso Senhor JESUS aqui se coloca diante dos seus discípulos como um padrão de duas qualidades anteriormente recomendadas: a humildade e a utilidade. [1] Nunca houve um exemplo de humildade e condescendência como houve na vida de CRISTO, que não veio para “ser servido, mas para servir”. Quando o Filho de DEUS entrou no mundo - o Embaixador de DEUS para os filhos dos homens alguém poderia pensar que Ele deveria ser servido, que deveria ter se apresentado em um aparato que estivesse de acordo com a sua pessoa e caráter; mas Ele não fez isso; Ele não agiu como uma celebridade, Ele não teve nenhum séquito pomposo de servos de Estado para servi-lo, nem se vestiu em túnicas de honra, porque tomou sobre si a “forma de servo”. Ele, na verdade, viveu como um homem pobre, e isto fez parte da sua humilhação. Houve pessoas que o serviram com as “suas fazendas” (Lc 8.2,3); mas Ele nunca foi servido como um grande homem. Ele nunca tomou a pompa sobre si, não foi servido em mesas, como um dos grandes deste mundo. JESUS, certa vez, lavou os pés dos seus discípulos, mas nunca lemos que eles tenham lavado os pés dele. Ele veio para ajudar a todos quantos estivessem em aflição. Ele se fez servo para os doentes e debilitados; estava pronto para atender aos seus pedidos como qualquer servo estaria pronto para atender à ordem do seu senhor, e se esforçou muito para servi-los. O Senhor JESUS serviu continuamente visando este fim, negando a si até mesmo o alimento e o descanso para cumprir essa tarefa. [2] Nunca houve um exemplo de beneficência e utilidade como houve na morte de CRISTO, que “deu a sua vida em resgate de muitos”. Ele viveu como um servo, e fez o bem; mas morreu como um sacrifício, e com isso Ele fez o maior bem de todos. Ele entrou no mundo com o propósito de dar a sua vida em resgate; isto estava primeiro em sua intenção. Os aspirantes a príncipes dos gentios fizeram da vida de muitos um resgate para a sua própria honra, e talvez um sacrifício para a sua própria diversão. CRISTO não age assim; o sangue daqueles que lhe são sujeitos é precioso para Ele, e Ele não é pródigo nisso (SI 72.14); mas, ao contrário, Ele dá a sua honra e a sua vida como resgate pelos seus súditos. Note, em primeiro lugar, que JESUS CRISTO sacrificou a sua vida como um resgate. A nossa vida perdeu o direito nas mãos da justiça divina por causa do pecado. CRISTO, entregando a sua vida, fez a expiação pelo pecado, e assim nos resgatou. Ele foi feito “pecado” e uma “maldição” por nós, e morreu, não só para o nosso bem, mas “em nosso lugar” (At 20.28; 1 Pe 1.18,19). Em segundo lugar, foi um resgate por muitos. Ele foi suficiente para todos, mas eficaz para muitos; e se foi eficaz para muitos, então diz a pobre alma duvidosa: “Por que não por mim?” Foi por muitos, para que por ele muitos pudessem ser feitos justos. Esses muitos eram a sua semente, pela qual a sua alma sofreu (Is 53.10,11). “De muitos”, assim eles serão quando forem reunidos, embora parecessem então um pequeno rebanho. Então esse é um bom motivo para não disputarmos a precedência, porque a cruz é a nossa bandeira, e a morte do nosso Senhor é a nossa vida. Esse é um bom motivo para pensarmos em fazer o bem, e, em consideração ao amor de CRISTO ao morrer por nós, não hesitarmos em “sacrificar as nossas vidas pelos irmãos” (1 Jo 3.16). Os ministros devem estar mais ansiosos do que os outros para servir e sofrer pelo bem das almas, como o bendito apóstolo Paulo estava (At 20.24; Fp 2.17). Quanto mais interessados, favorecidos e próximos estivermos da humildade e da humilhação de CRISTO, mais prontos e cuidadosos estaremos para imitá-las. HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. pag. 260-262. Mt 20.24,25 Os outros dez discípulos indignaram-se com o fato de que Tiago e João tivessem tentado usar o seu relacionamento com JESUS para obter as posições mais altas. Por que tanta ira? Provavelmente porque todos os discípulos desejassem honra no reino. Talvez Pedro, dominado pelo seu gênio, estivesse liderando os dez discípulos indignados, pois ele era o terceiro, juntamente com Tiago e João no grupo mais próximo a JESUS. Isto provavelmente parecia como um verdadeiro desprezo a ele. As atitudes dos discípulos degeneraram em pura inveja e rivalidade. JESUS imediatamente corrigiu suas atitudes, pois eles nunca realizariam a missão para a qual tinham sido chamados se não amassem e servissem uns aos outros, trabalhando juntos para o bem do reino. Assim, JESUS pacientemente reuniu os seus discípulos e explicou-lhes a diferença entre os reinos que eles viam no mundo e o reino de DEUS, que eles ainda não tinham experimentado. Os reinos dos gentios (um exemplo óbvio era o império romano) têm líderes que dominam o povo, exercendo autoridade e exigindo submissão (veja 1 Pedro 5.1-3). Nos reinos gentios, a grandeza das pessoas depende da sua posição social ou do nome da família. Mas JESUS explicou que o seu reino seria completamente diferente. Mt 20.26-28 Em uma frase, JESUS ensinou a essência da verdadeira grandeza: Todo aquele que quiser, entre vós, fazer-se grande, que seja vosso serviçal. A grandeza é determinada pelo serviço. O verdadeiro líder coloca as suas necessidades em último lugar, como JESUS exemplificou na sua vida e na sua morte. Ser um “servo” não significa ocupar uma posição servil, mas sim ter uma atitude na vida que atende livremente às necessidades dos outros sem esperar nem exigir nada em troca. Os líderes que são servos apreciam o valor dos outros e percebem que não são superiores a ninguém; eles também entendem que o seu trabalho não é superior a nenhum outro trabalho. Procurar honra, respeito e atenção dos outros vai em direção contrária às exigências de JESUS para os seus servos. JESUS descreveu a liderança a partir de uma nova perspectiva. Ao invés de usar as pessoas, nós devemos servi-las. A missão de JESUS era servir aos outros e dar a sua vida por eles. Um verdadeiro líder tem o coração de um servo. Os discípulos devem estar dispostos a servir porque o seu Mestre deu o exemplo. JESUS explicou que Ele não veio para ser servido, mas para servir a outros. A missão de JESUS era servir — em última análise, dando a sua vida para salvar a humanidade pecadora. A sua vida não foi “tomada”, Ele a “deu”, oferecendo-a como sacrifício pelos pecados do povo. Um resgate era o preço pago para libertar um escravo da escravidão. JESUS pagou um resgate por nós, e o preço exigido foi a sua vida. JESUS tomou o nosso lugar, Ele morreu a morte que nós mereceríamos. Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 1. pag. 123-124. .A Ambição Pessoal de Tiago e João (20.20-28) Em Marcos 10.35-45, a outra passagem onde esse episódio está registrado, foi dito que Tiago e João fizeram o pedido. Aqui é a mãe, com seus filhos (20). Obviamente, o pedido foi feito juntamente, pelos três. Nesse ponto, Mateus abandona a sua prática habitual, e se torna mais específico do que Marcos. Adorando-o significa inclinando-se perante Ele. O pedido era que os dois filhos pudessem se sentar, um à tua direita e outro à tua esquerda, no teu Reino (21). Depois do segundo anúncio da Paixão, os discípulos haviam perguntado: “Quem é o maior no Reino dos céus?” (18.1). JESUS havia respondido colocando uma criança no meio deles e dizendo: “Aquele que se tornar humilde como esta criança, esse é o maior no Reino dos céus” (18.4). O presente episódio mostra como era profunda a falta de entendimento deles sobre essa verdade, assim como sobre os ensinos ministrados por JESUS a respeito de sua Paixão, que se aproximava. Eles haviam deixado de entender totalmente o espírito do seu Mestre. Ainda estavam pensando no estabelecimento de um reino terreno. E já haviam decidido quem deveria ser o “maior” no reino, embora ainda não soubessem quem deveria se sentar à direita - lugar da mais elevada honra - e quem se sentaria à esquerda. A resposta de JESUS foi clara: Não sabeis o que pedis (22). Algumas pessoas estão sempre procurando os privilégios de uma posição, sem reconhecer as responsabilidades envolvidas. Aqueles que estiverem mais próximos de CRISTO irão sofrer mais. Será que desejavam ser pendurados em uma cruz, ao Seu lado? Não haveria quem rivalizasse com eles para essas posições! No entanto, quando o Senhor perguntou: Podeis vós beber o cálice que eu hei de beber? Eles responderam de forma alegre e inocente: Podemos. Beber o cálice era uma figura muito conhecida dos judeus (cf. SI 75.8). Williams diz: “Aqui, o cálice significa os sofrimentos interiores, mentais e espirituais, que CRISTO suportou (cap. 26.39, 42)”. O Mestre advertiu os seus dois discípulos: Na verdade bebereis o meu cálice35 (23). Tiago foi o primeiro dos apóstolos a ser martirizado (At 12.2). Em relação aos últimos dias de João existem muitas lendas, mas nada se sabe ao certo, exceto que ele sofreu na ilha de Patmos (Ap 1.9). JESUS acrescentou que não lhe competia atribuir assentos à Sua direita e à Sua esquerda, mas estes lugares são reservados ...para aqueles para quem meu Pai o tem preparado. Isso parece ser uma negação de autoridade da parte de CRISTO. E mais provável que nessa passagem mas {alia) signifique “exceto” {ei me), como aceito por Blass-Debrunner36 e J. H. Moulton. Dessa maneira, essa passagem pode ser assim entendida: “Não me compete dar estes lugares a alguém, exceto àqueles a quem DEUS planejou concedê-los”. Isso não significa nenhum favoritismo, mas que os lugares no Reino Messiânico serão dados a cada um de uma forma justa, e de acordo com um critério pré-estabelecido. Quando os outros dez apóstolos perceberam o que Tiago e João haviam feito, eles indignaram-se contra os dois irmãos (24). Esse verbo significa “rebelar-se, indignar- se, irar-se”. Eles se ofenderam porque os dois filhos de Zebedeu estavam tentando “alcançar uma posição” superior à deles. Mas, infelizmente, não existem provas de que seus motivos fossem mais puros do que os demonstrados pelos dois irmãos. JESUS reuniu os doze discípulos, e os preveniu de que as políticas de seu Reino eram diferentes daquelas dos governos terrenos. Ele lembrou que pelos príncipes dos gentios são estes dominados e que os grandes exercem autoridade sobre eles (expressão encontrada apenas aqui e na passagem paralela em Marcos 10.42). O verbo exercem autoridade talvez possa significar “tiranizar sobre alguém”. Mas não seria assim entre os seguidores de CRISTO (26). Em uma escala ascendente, JESUS diz primeiramente que todo aquele que quiser ser grande, deve ser um serviçal. Essa palavra corresponde a diakonos, de onde se originou a palavra “diácono”. Em segundo lugar, quem quiser ter algum destaque deve, antes de mais nada, ser servo (27) - literalmente, “escravo”. Isso ilustra o antigo ditado: “Para subir, é preciso descer”. Aquele que se tornar servo de todos, será glorificado e elevado por todos. O versículo 28 representa uma grande passagem teológica. JESUS declarou que o Filho do Homem não veio para ser servido (diakonethenai), mas para servir (diakonesai), e para dar a sua vida em resgate de muitos. A palavra para vida é psyché. Resgate é lytron (somente aqui e em Marcos 10.45), e vem de lyo, “libertar”. Ela significa “preço da liberdade, resgate (especialmente o dinheiro do resgate para a alforria dos escravos...)”. Esse uso está bastante ilustrado nos papiros, como mostrou Adolf Deissmann. Ele cita três documentos em papiros datados de 86, 100 e 107 (ou 91) d.C. que usam essa palavra com esse sentido. Seu comentário é o seguinte: “Mas quando alguém ouvia a palavra grega lystron, ou “resgate”, no primeiro século era natural que pensasse no dinheiro necessário para comprar a alforria de um escravo”. Em resgate de (anti) muitos. O significado comum da preposição grega usada nesta expressão nos papiros daquele período era “ao invés de”.42 Essa conotação está claramente evidente nas outras duas passagens em Mateus, onde essa palavra ocorre. Em 2.22 lemos que Arquelau reinava “em lugar de” (anti) seu pai, Herodes. Ele havia tomado o seu lugar. Em 5.38 ouvimos a expressão olho “por” (anti) olho e dente “por” (anti) dente. Obviamente, isso significa um olho retirado “em lugar de” um outro olho, e um dente retirado “em lugar de” um outro dente. De alguma forma misteriosa, que só é conhecida por DEUS, CRISTO deu a sua vida em resgate, “em lugar de muitos”, para libertá-los da escravidão do pecado e para salvá-los da condenação eterna. O uso da palavra muitos, neste contexto, não nega o fato de que CRISTO morreu por todos. Em 1 Timóteo 2.6, Paulo escreve que CRISTO JESUS “deu a si mesmo em preço de redenção [antilytron] por [hyper] todos”. CRISTO morreu por todos, mas muitos foram salvos como resultado de sua morte. Sob o título “Verdadeira Grandeza” podemos pensar: 1) No preço da grandeza - Podeis vós beber o cálice... e ser batizados com o batismo...? 2) Na prática da grandeza - Todo aquele que quiser, entre vós, fazer-se grande, que seja vosso serviçal; 3) No padrão de grandeza - O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir. Ralph Earle. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 142-143. 3. Ungir os enfermos. A unção com óleo é um ato de fé que acompanha a “oração da fé”, feita por homens de DEUS, que, liderando a igreja local, ou auxiliando os pastores-líderes, atendem aos que se encontram enfermos, e oram por sua cura, “em nome de JESUS” (Mc 16.18c). Orar pelos enfermos e curá-los é sinal de fé para “os que crerem”, independente de serem obreiros regulares. Mas orar com unção com óleo é confiado aos presbíteros. Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 137. Tg 5.14 Uma característica da igreja primitiva era a sua preocupação com os doentes e o cuidado para com eles. Aqui Tiago incentiva os doentes para que chamem os presbíteros da igreja, pedindo aconselhamento e oração. Os presbíteros eram pessoas espiritualmente amadurecidas, responsáveis pela supervisão das igrejas locais (veja 1 Pe 5.1-4). Os presbíteros iriam orar sobre a pessoa doente, pedindo a cura ao Senhor. A seguir, eles a ungiriam com azeite em nome do Senhor. Enquanto oravam, os presbíteros deviam pronunciar claramente que o poder da cura residia no nome de JESUS. A unção era frequentemente usada pela igreja primitiva nas suas orações pedindo cura. Nas Escrituras, o azeite era tanto um remédio (veja a parábola do bom samaritano, em Lucas 10.30-37) como um símbolo do ESPÍRITO de DEUS (como quando usado para ungir reis; veja 1 Sm 16.1-13). Desta forma, o azeite pode ter sido um sinal do poder da oração, e pode ter simbolizado a separação da pessoa enferma para a atenção especial de DEUS. Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 691. Recebemos aqui orientações específicas acerca dos doentes, e a misericórdia perdoadora e curadora prometida aos que obedecem a essas orientações. “Está alguém entre vós doente”, então se pede deles: 1. Que “chame os presbíteros - presbyterous tes ekklesias - os pastores ou ministros da igreja” (w. 14,15). E do doente a responsabilidade de chamar os ministros, e desejar a ajuda e as orações deles. 2. E dever dos ministros orar pelos doentes, quando chamados a isso. “...orem sobre ele”; que as suas orações sejam adequadas a esse caso, e suas intercessões sejam como convêm aos que são afetados com as calamidades. 3. Em tempos de curas milagrosas, os doentes deviam ser ungidos “...com azeite em nome do Senhor”. Os expositores em geral restringem esse ungir com azeite àqueles que tinham o poder de fazer milagres; e, quando cessaram os milagres, essa instituição também cessou. No evangelho de Marcos, lemos do incidente em que os apóstolos ungiram com azeite muitos que estavam doentes, e os curaram (Mc 6.13). E temos relatos disso sendo praticado duzentos anos depois de CRISTO; mas então o dom de cura também acompanhava a unção, e, aí quando o dom milagroso cessou, esse ritual foi deixado de lado. Os romanistas na verdade fizeram disso um sacramento, que eles chamam de extrema-unção. Eles a usam, não para curar os doentes, como era usada pelos apóstolos; mas, como em geral eles contrariam as Escrituras nas ordens da sua igreja, assim aqui eles ordenam que isso seja ministrado somente àqueles que estão à beira da morte. A unção do apóstolo foi ordenada para curar a doença; a unção romanista é para a expulsão dos restos do pecado, e para capacitar a alma (como eles pretendem) a combater melhor os poderes do ar. Quando não conseguem provar, por nenhum efeito visível, que CRISTO reconhece a continuação do seu rito, eles mesmo assim levam as pessoas a crer que os efeitos invisíveis são maravilhosos. Mas certamente é muito melhor omitir essa unção com azeite do que invertê-la contra os princípios estabelecidos para ela nas Escrituras. Alguns protestantes pensaram que essa unção foi apenas permitida ou aprovada por CRISTO, e não instituída por Ele. Mas deveria parecer, pelas palavras de Tiago aqui, que foi uma coisa ordenada nos casos em que havia fé para a cura. E alguns protestantes a têm defendido com isso em vista. Não deveria ser usada comumente, nem mesmo na era apostólica; e alguns têm pensado que não deveria ser deixada totalmente de lado em nenhuma época, mas que sempre que houver uma medida extraordinária de fé na pessoa que unge, e nas que estão sendo ungidas, uma bênção extraordinária poderá seguir a observância dessa orientação para os doentes. Seja como for, há uma coisa que precisa ser cuidadosamente observada aqui, que a salvação do doente não é atribuída à unção com azeite, mas à oração: “...e a oração da fé salvará o doente” (v. 15). Assim que: 4. A oração sobre os doentes precisa proceder de uma fé viva, e ser acompanhada dela. Precisa haver fé tanto na pessoa que ora quanto na pessoa pela qual se ora. Em tempo de doença, não é a oração fria e formal que é eficaz, mas a oração de fé. 5. Deveríamos observar o sucesso da oração: “...o Senhor o levantará”. Isto é, se essa pessoa for capaz e adequada para o livramento, e se DEUS tiver algo a mais para essa pessoa fazer no mundo, “...e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados”; isto é, onde a doença foi enviada como castigo por algum pecado específico, esse pecado será perdoado, e como sinal disso a doença será removida. Assim como quando CRISTO disse ao homem incapaz: “Não peques mais, para que te não suceda alguma coisa pior” (Jo 5.14), é sugerido aqui que algum pecado particular foi a causa da enfermidade do doente. A grande coisa que devemos pedir de DEUS para nós mesmos e para os outros em épocas de doença é o perdão dos pecados. O pecado é tanto a raiz da doença quanto o aguilhão dela. Se o pecado for perdoado, ou a aflição será removida em misericórdia, ou obteremos misericórdia na continuidade dela. Quando a cura está fundamentada no perdão, podemos dizer como Ezequias: “Tu, porém, tão amorosamente abraçaste a minha alma, que não caiu na cova da corrupção” (Is 38.17). Quando você está doente e com dor, é muito comum orar e clamar: O, alivia-me! O, restaura a minha saúde! Mas a sua oração deveria ser antes e principalmente: O, que DEUS perdoe os meus pecados! HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 851. 1 – O cristão e a enfermidade (v. 14). Tg 5.14 “Está alguém entre vós doente?”: para muitos é um tormento que haja enfermidade também na vida do cristão. a) A Bíblia vê a enfermidade relacionada com o pecado humano. “O salário do pecado é a morte” (Rm 6.23), e a enfermidade como precursora da morte é igualmente decorrência do pecado. É verdade que JESUS baniu a conclusão de que o portador de uma enfermidade especial também deve ter pecado de maneira especial (Jo 9.2ss). No entanto, alguém pode constatar em si mesmo a doença como decorrência de seu pecado e curvar-se debaixo dela – dando razão ao julgamento de DEUS. b) Acontece, porém, que os pecados nos foram perdoados em decorrência do sofrimento expiatório de JESUS. Será que nesse caso não deveriam ter sido retiradas também todas as consequências do pecado? Afinal, JESUS não carregou também todas as nossas enfermidades (Is 53.4)? “Tudo fez DEUS formoso no seu devido tempo” (Ec 3.11). Na consumação não haverá mais enfermidade nem morte, nem “sofrimento” (pela perda de entes queridos), “clamor” (de lamentação e acusação, de falta de paz e de guerras), “dor” (da doença e das feridas). “E a morte não existirá mais” (Ap 21.4). Com a primeira vinda de JESUS, DEUS dá o primeiro passo e cura, sempre que for acolhido, a causa oculta do mal: perdoa o pecado e concede a sua paz. Com a segunda vinda, DEUS dá o segundo passo e também anula todos os efeitos visíveis do pecado: discórdia entre pessoas, enfermidade e morte (Ap 21.4). Afinal, se JESUS não vier antes, também nós teremos de morrer. Vivemos em uma época de “não ver e, apesar disso, crer” (Jo 20.29; 1Pe 1.8; 2Co 5.7; 1Co 13.12; Rm 8.24; 1Jo 3.2). Crer sem ver é o principal tema do exame de toda a nossa vida cristã em nosso mundo. c) Isso não exclui que DEUS conceda desde já aperitivos do que há de vir, uma primeira prestação (cf. v. 15): os milagres de JESUS outrora e hoje são “sinais” (Jo 2.11; 3.2; 11.47) que mostram o que ele fará um dia de forma grandiosa e geral. As noites do “não ver e, apesar disso, crer” não são tão escuras que não luzam nelas também as estrelas. E DEUS com certeza estaria disposto a nos dar mais se confiássemos nele. d) Logo vale a regra: a salvação é presenteada por DEUS em todos os casos a cada um que o pedir (Jl 2.32; Rm 10.13), mas a cura exterior, durante a presente era, é presenteada onde e quando lhe aprouver. – Por isso ambas as posições estão biblicamente erradas: d.1) A frase comum em vários “grupos pentecostais”: “Quem crê não está enfermo, e quem está enfermo não crê corretamente.” d.2) A opinião já existente desde o tempo do Iluminismo: “Que adiantará, pois, a oração contra a enfermidade e outras dificuldades? Afinal, a vontade de DEUS é perfeita.” Ou: “Obviamente a oração não muda nada; apenas nos torna mais dóceis para a vontade de DEUS.” Por isso a única oração que deveria existir seria: “Seja feita a tua vontade!” Isso tem conotação muito lógica e devota, mas não corresponde à comunhão de vida que o Pai no céu concede a seus filhos neste mundo conforme as Escrituras. Temos o privilégio de lhe dizer o que move nosso coração, e lhe dirigir preces, deixando então por conta de sua sabedoria paterna o que ele fará com essas orações. JESUS declara: “Peçam, e receberão” (Mt 7.7). Toda oração correta é atendida, embora com frequência de modo diferente e em momento diferente do que imaginamos, porém de forma melhor e em tempo mais acertado. 2 – O enfermo e a igreja (v. 14) Enfermidade traz solidão. Isso é particularmente doloroso para um cristão cujo lar é a igreja. Tiago escreve que o próprio membro enfermo da igreja deve tomar a iniciativa: “Chame os presbíteros da igreja”. Não é dito: “Fique resmungando em seu canto e pense: vejamos quanto tempo demorará até que alguém tenha a ideia de me visitar.” Tiago quer que o enfermo convide os visitadores da igreja com a mesma naturalidade com que chama o médico. De acordo com o v. 14, o que cabe aos visitadores fazer poderá ocorrer unicamente mediante o consentimento do enfermo. Se o próprio enfermo chamou os anciãos, tudo fica claro nesse aspecto desde o princípio. – O NT também fala do dom especial da graça (em grego chárisma) de cura dos enfermos (1Co 12.9,28,30). Havia, nas igrejas, cristãos em que a efusão do ESPÍRITO de DEUS trouxe consigo esse dom, da maneira como outros recebiam outras dádivas. Aqui não se fala de um carisma especial. É possível que esses “anciãos”, em grego presbýteroi (literalmente: “mais idosos”), naqueles primórdios do cristianismo e nas igrejas às quais Tiago escreveu, ainda nem sequer fossem detentores de um cargo regulamentado, mas que simplesmente se tratava de cristãos mais antigos, mais maduros. Confiando nessa palavra da Bíblia também hoje, na hora da enfermidade, podemos chamar à nossa casa tais cristãos, a fim de que nos prestem esse serviço. 3 – A igreja e seus enfermos (v. 14). “Estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor”: a) Quando alguém não puder vir à igreja, a igreja tem de ir até ele: “Se um membro sofre, todos os membros participam do seu sofrimento” (1Co 12.26 [TEB]). Por meio dos anciãos a igreja visita o enfermo. O próprio JESUS atribuiu uma importância especial à visita a enfermos e concedeu à oração conjunta uma promessa especial (Mt 25.36; 18.19). b) Os anciãos da igreja oram, não apenas, mas também por saúde. – Eles “ungem com óleo”. Esse era também um remédio caseiro contra doença e contusão (Lc 10.34). Contudo o ungem “em nome do Senhor”. Nesse sentido o óleo na Escritura sempre representa um sinal para o ESPÍRITO SANTO. Foi por isso que no AT reis e sacerdotes eram ungidos (Êx 29.7; Nm 35.25; 1Sm 9.16; 10.1; 16.12). E João escreve: “Recebestes a unção” (1Jo 2.27). O ESPÍRITO SANTO concede força (Rm 15.13; 1Co 2.4; 2Tm 1.7) começando pelo íntimo e chegando ao físico. Será que não é suficiente impor a mão como sinal de bênção? É obrigatório que suceda ainda uma unção com óleo? Em várias outras passagens da Escritura constatamos que há imposição de mãos para bênção e cura sem a unção com óleo (At 5.12; 14.3; 19.11). Sem dúvida podemos aderir a essa regra. Contudo, quando alguém por simples obediência à presente palavra da Bíblia deseja recorrer à unção com óleo ou a solicita para si, ele de qualquer forma tem em seu favor uma boa razão da Escritura. Fritz Grünzweig. Comentário Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica Esperança. ELABORADO: Pb Alessandro Silva como modificações e adaptações do Ev. Luiz Henrique
Questionário da Lição 11 – O Presbítero, Bispo ou Ancião
Responda conforme a revista da CPAD do 2º Trimestre de 2014 - Para jovens e adultos
Tema: Dons Espirituais e Ministeriais - Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário
Complete os espaços vazios e marque com "V "as respostas verdadeiras e com "F "as falsas
http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/ - Pb Alessandro Silva