PORTAL ESCOLA DOMINICAL
SEGUNDO TRIMESTRE DE 2014
DONS ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS: servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário
COMENTARISTA: ELINALDO RENOVATO DE LIMA
COMENTÁRIOS - SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM RECIFE/PE
LIÇÃO 13 – A MULTIFORME SABEDORIA DE DEUS - 2º TRIMESTRE 2014
(Ef 3.8-10; I Pe 4.7-10)
INTRODUÇÃO
Nesta última lição do trimestre veremos como Deus, em sua multiforme sabedoria, distribui os dons espirituais, ministeriais e de serviço para que a Igreja possa cumprir a sua missão aqui na terra. Veremos também que cada um de nós, como despenseiros dos mistérios divinos devemos administrar os dons, visando a edificação do Corpo de Cristo; e também, sobre o Fruto do Espírito.
I – A MULTIFORME SABEDORIA DE DEUS
O termo multiforme deriva-se do grego “polupoikilos” e significa “muito variado” ou “multilateral” e tem o sentido de “variados modos de interpretação”. Em Ef 3.10 o termo refere-se a sabedoria de Deus, que é um dos atributos divinos (I Sm 2.3; Jó 12.13; Sl 104.24) e é perfeita (Jó 36.4; 37.16); poderosa (Jó 36.5); infinita (Sl 147.5; Rm 11.3); insondável (Is 40.28; Rm 11.33); maravilhosa (Sl 139.6); ultrapassa a compreensão humana (Sl 139.6); e é incomparável (Is 44.7; Jr 10.7). Toda sabedoria humana é derivada da sabedoria divina (Ed 7.25; Dn 2.2). Jesus é a personificação da sabedoria de Deus (I Co 1.24,30) e o evangelho contém os tesouros da sabedoria divina (I Co 2.7). Já a palavra sabedoria é oriunda do termo grego “sophia” (lê-se sofia) e é usada com referência a Deus (Rm 11.33; I Co 1.21,24; 2.7; Ef 3.10; Ap 7.12); a Jesus (Mt 13.54; Mc 6.2; Lc 2.40,52; I Co 1.30; Cl 2.3; Ap 5.12); e aos homens (Mt 12.42; Lc 11.31; At 7.22; I Co 1.17,19,20,21). A multiforme sabedoria de Deus pode ser vista em Suas palavras e também em Suas obras (Sl 19.7; 104.24; Pv 2.6; 8.14; 3.19). Em Sua eterna sabedoria, visando a edificação, santificação e capacitação para a Igreja cumprir a sua missão aqui na terra, colocou à sua disposição os dons sobrenaturais, a saber: espirituais (I Co 12.7-11); ministeriais (Ef 4.11) e de serviço (Rm 12.7,8).
II – OS BONS DESPENSEIROS DOS MISTÉRIOS DIVINOS
O termo despenseiro deriva-se do grego “oikonómos” e significa “mordomo da casa” (Lc 12.42; 16.1,3,8; Rm 16.23; I Co 4.1,2; Gl 4.2; Tt 1.7; I Pe 4.10). O despenseiro ou mordomo era alguém que administrava uma casa, propriedade, ou negócio de outrem. Assim, como despenseiro dos mistérios divinos, devemos conhecer (I Co 12.1); buscar (I Co 12.31); e zelar pelos dons (I Co 12.31) para que sejamos úteis e eficazes no Corpo de Cristo. Vejamos algumas características dos bons despenseiros:
Humildes (At 20.19); Abnegados (I Cor 9.27);
Santos (Êx 28.36; Lv 21.6; Tt 1.8); Sóbrios, justos e temperantes (Lv 10.19; Tt 1.8);
Puros (Is 52.11; I Tm 3.9); Hospitaleiros (I Tm 3.2; Tt 1.8);
Pacientes ( I Tm 3.2; Tt 1.7); Aptos a ensinar (I Tm 3.2; II Tm 2.24);
Voluntários (Is 6.8; I Pe 5.2); Estudiosos da Palavra de Deus ( I Tm 4.13,15);
Vigilantes (II Tm 4.5); Não cobiçosos (II Co 12.14; I Ts 2.6);
Imparciais ( I Tm 5.21); Dedicados à oração (Ef 3.14; Fp 1.4);
Gentis ( I Ts 2.7; II Tm 2.24); Bons governantes de suas famílias ( I Tm 3.4,12);
Dedicados (At 20.24; Fp 1.20,21); Afetuosos com o rebanho (Fp 1.7; I Ts 2.8,11);
Fortes na fé ( II Tm 2.1); Bons exemplos para o rebanho (Fp 3.17; II Ts 3.9; I Tm 4.12; I Pe 5.3).
III – OS DONS ESPIRITUAIS E O FRUTO DO ESPÍRITO
Os Dons Espirituais são de extrema relevância para que a Igreja cumpra a sua missão aqui na terra. Mas, eles não são mais importantes do que o Fruto do Espírito (Gl 5.22). Em Mt 7.21-23 o Senhor Jesus falou acerca de pessoas que iriam profetizar, expulsar demônios e fazer maravilhas, mas, Ele não as conhecia: “Nunca vos conheci” (Mt 7.23). Logo, devemos ser abundante nos dons (ICo 14.12); mas, acima de tudo, devemos ser frutíferos (Mt 3.8; Jo 15.1-16).
3.1 O que é o fruto do Espírito. São virtudes e qualidades manifestadas pelo Espírito Santo na personalidade do crente. O Fruto do Espírito é a verdadeira característica da vida cristã. É o resultado na vida dos que participam da natureza divina, ou seja, dos que estão ligados à Cristo, a "videira verdadeira" (Jo 15.1-5). Assim, passamos a obter uma nova natureza, porque fomos "gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva e que permanece para sempre" (1 Pe 1.23). Pelo fruto do Espírito manifestado em sua vida diária, é que o cristão dá evidência da vida de Cristo em seu interior (Mt 7.16-20). Analisemos cada uma de suas virtudes:
Caridade (amor). Do grego “agape”, é o maior de todos os sentimentos e o fundamento sobre o qual os demais dons e virtudes do Espírito Santo estão edificados (Gl 5.22). O amor é o solo onde são cultivadas as demais virtudes e é a base onde todos os dons espirituais são implantados (I Co 13.1-3). O amor é o sentimento que busca o bem maior de outra pessoa sem nada querer em troca (Rm 5.5; I Co 13.1-13; Ef 5.2; Cl 3.14); e é a principal virtude do cristão (Jo 13.35).
Gozo. O termo deriva-se do grego “chara”, e refere-se a felicidade que o crente desfruta no Espírito Santo, independente das circunstâncias: “Grande é a ousadia da minha fala para convosco, e grande a minha jactância a respeito de vós; estou cheio de consolação; transbordo de gozo em todas as nossas tribulações” (II Co 7.4).
“Regozijo-me agora no que padeço por vós, e na minha carne cumpro o resto das aflições de Cristo, pelo seu corpo, que é a igreja” (Cl 1.24). A Epístola aos Filipenses, por exemplo, foi escrita quando Paulo estava preso em Roma (Fp 1.12,14). No entanto, nesta carta ele demonstra o seu regozijo e alegria (Fp 1.4,18; 2.2,17; 3.1; 4.1,4,10).
Paz. Do grego “eirene” significa “estado ou condição de tranquilidade ou quietude”. A Bíblia diz que Cristo é a nossa
paz (Ef 2.14) e Nele o crente desfruta a paz (Jo 14.17; 16.33). A paz como fruto do Espírito Santo é, primeiramente, ascendente, para Deus (Rm 5.1,2); depois, interior, para nós mesmos (Cl 3.15); e, finalmente, exterior, para nosso semelhante (Rm 12.18). Esta característica do fruto do Espírito excede todo entendimento: "E a paz de Deus, que
excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus" (Fp 4.7).
Longanimidade. Do grego “makrothumia”, significa “perseverança”, “paciência”, “tardio para irar-se” (Ef 4.2; 2 Tm 3.10; Hb 12.1). Deus é o exemplo supremo que devemos seguir: "Jeová, o Senhor, Deus misericordioso e piedoso, tardio em iras e grande em beneficência e verdade" (Êx 34.6). A paciência como fruto do Espírito opera
exteriormente, em direção ao nosso semelhante; e intimamente, em direção a nós mesmos (Hb 12.7-11; I Ts 5.14).
Benignidade. Deriva-se do grego “chrestotes” e significa “ternura”, “compaixão”, “brandura” e tem o sentido de “sentimento de não querer magoar ninguém, nem lhe provocar dor” (Ef 4.32; Cl 3.12; I Pe 2.3). Se Deus é benigno (Sl 5.7; 6.4; Is 63.7; Jr 31.3); Jesus é benigno (II Co 10.1; Tt 3.4); o crente não pode ser diferente (II Co 6.6; Cl 3.12). Por isso, Paulo diz: “Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo” (Ef 4.32).
Bondade. Deriva-se do grego “agathosune” e significa “zelo pela verdade e pela retidão, e repulsa ao mal”. É a prática do bem ou daquilo que é bom. Pode ser expressa em atos de bondade (Lc 7.37-50) ou na repreensão e na correção do mal (Mt 21.12,13). Nas Escrituras, o homem bom é retratado como sendo acompanhado por Deus: "Os passos de um homem bom são confirmados pelo Senhor, e ele deleita-se no seu caminho" (Sl 37.23).
Fé. A fé como fruto do Espírito não é a fé natural (Hb 11.3); nem a fé como dom espiritual (I Co 12.9); nem a fé salvífica (Ef 2.8,9). Trata-se da “lealdade constante e inabalável a Cristo e à Sua Palavra”. Ela tem o sentido de “compromisso, fidedignidade e honestidade” (Mt 23.23; Rm 3.3; 1Tm 6.12; 2Tm 2.2; 4.7; Tt 2.10). A fé como dom
opera no crente momentaneamente. Mas, como fruto do Espírito, opera permanentemente na vida do salvo (Ap 2.10).
Mansidão. O termo grego para mansidão é “prautes” e significa “moderação associada à força e à coragem”. Descreve alguém que pode irar-se com equilíbrio quando for necessário, e também humildemente submeter-se quando for preciso (II Tm 2.25; 1Pe 3.15). Jesus Cristo foi o maior exemplo da mansidão: "Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração" (Mt 11.29; 21.5; IICo 10.1). A mansidão deve estar presente em cada detalhe da vida espiritual, nas obras e no viver (1 Co 4.21; 1 Pe 3.4; Tg 3.13; Tt 3.2). Esta virtude é considerada uma grande qualidade espiritual, e deve ser desejada e buscada pelos santos (Mt 5.5; 1 Co 4.21; 2 Co 10.1; Gl 5.22; 6.1; Ef 4.2; Cl 3.12; 2 Tm 2.25).
Temperança. No grego, a palavra traduzida por temperança é “egkrateis” e significa: "autocontrole", "domínio próprio", "estado ou qualidade de ser controlado" ou "moderação habitual" e diz respeito ao controle ou domínio sobre os próprios desejos e paixões, inclusive a fidelidade aos votos conjugais (1Co 7.9; Tt 1.8; 2.5). Quando o Espírito do Senhor implanta em nosso ser esta virtude espiritual, nossas ações e palavras passam a ser diretamente controladas por Ele (Gl 5.16,25). Se permitirmos ao Espírito encher nossa vida, seremos também por Ele controlados.
CONCLUSÃO
Como pudemos ver, a multiforme sabedoria de Deus pode ser vista na manifestação dos dons assistenciais, espirituais e ministeriais para que a Igreja seja edificada e possa cumprir eficazmente a sua missão. Mas, cada crente individualmente, deve ser um bom despenseiro dos mistérios divinos, fazendo bom uso dos dons para a edificação do corpo de Cristo. Embora os dons espirituais sejam extremamente necessários à Igreja, eles não devem ser visto como mais importantes do que o fruto; pois, enquanto os dons “falam” de serviço, o fruto “fala” de caráter. Por isso, devemos buscar os dons, mas, acima de tudo, manifestar as virtudes do fruto do Espírito no dia a dia.
REFERÊNCIAS
* Bíblia de Estudo Palavras Chave Hebraico e Grego. CPAD. * GILBERTO, Antônio. O Fruto do Espírito. CPAD.
* CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS. * STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
* RENOVATO, Elinaldo. Dons Espirituais & Ministeriais. CPAD. * VINE, W. E. Dicionário Vine. CPAD.
Fonte: http://portal.rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/ Acesso em 26 jun. 2014.
fonte portal ebd