LIÇÕES BÍBLICAS - 2º Trimestre de 2014 - CPAD - Para jovens e adultos
Tema: Dons Espirituais e Ministeriais - Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário
Comentário: Pr. Elinaldo Renovato de Lima
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva Questionário NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm Veja - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao7-ada-1tr11-assistenciasocialimportantenegocio.htm TEXTO ÁUREO “Para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de DEUS seja conhecida dos principados e potestades nos céus” (Ef 3.10). VERDADE PRATICA A multiforme sabedoria de DEUS vai além da compreensão humana e é demonstrada ao mundo pela Igreja de CRISTO. LEITURA DIÁRIA Segunda - Pv 2.6 DEUS dá sabedoria Terça - Pv 9-10 O princípio da sabedoria Quarta - Rm 11.33 A insondável sabedoria divina Quinta - Rm 11.34-36 Quem compreendeu o intento divino Sexta - 1 Co 1.24 CRISTO, a Sabedoria de DEUS Sábado - Ef 1.17 O espírito de sabedoria e revelação LEITURA BÍBLICA EM CLASSE Efésios 3.8-10; 1 Pedro 4.7-10 Efésios 3.8 - A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de CRISTO 9 - e demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que, desde os séculos, esteve oculto em DEUS, que tudo criou; 10 - para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de DEUS seja conhecida dos principados e potestades nos céus, 1 Pedro 4 7 - E já está próximo o fim de todas as coisas; portanto, sede sóbrios e vigiai em oração. 8 - Mas, sobretudo, tende ardente amor uns para com os outros, porque o amor cobrirá a multidão de pecados, 9 - sendo hospitaleiros uns para os outros, sem murmurações. 10 - Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de DEUS. INTERAÇÃO Uma das coisas mais maravilhosas quando estudamos a teologia da Santíssima Trindade é identificar como o Pai, o Filho e o ESPÍRITO SANTO estão em pleno relacionamento numa unidade perfeita. É isto mesmo! A Santíssima Trindade mostra-nos uma perfeita unidade. Portanto, não poderíamos esperar outra forma de DEUS agir pela Igreja, se não pela expressão da sua multiforme sabedoria em trabalhar no mundo através do Corpo de CRISTO. Para isso, DEUS disponibilizou ao seu povo dons de revelação, dons de poder, dons de expressão e dons ministeriais. Que o Senhor nos use como instrumentos em suas mãos. OBJETIVOS - Após a aula, o aluno deverá estar apto a; Conhecer o caráter diverso dos dons espirituais e ministeriais. Estudar as qualidades dos bons despenseiros dos mistérios divinos. Correlacionar os dons espirituais com o fruto do ESPÍRITO. ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA Professor, para introduzir a última lição do trimestre reproduza na lousa o esquema da página seguinte. Em seguida, faça uma revisão dos assuntos tratados ao longo do trimestre. Cite e comente cada dom estudado. O propósito desta revisão é para que fique claro ao aluno o caráter múltiplo de DEUS em lidar com a sua amada Igreja. Por isso, podemos perceber através dos estudos dos dons a multiforme sabedoria do Pai sobre o seu povo. Boa aula! PALAVRA-CHAVE Multiforme: Várias formas; diversas maneiras; numerosos estados. Resumo da Lição 13 - A Multiforme Sabedoria de DEUS I - OS DONS ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS 1. São diversos. 2. São amplos. 3. Dádivas do Pai. a) 4 dádiva do amor. b) A dádiva da filiação divina. c) O ministério da reconciliação. II - BONS DESPENSEIROS DOS MISTÉRIOS DIVINOS 1. Com sobriedade e vigilância. O 2. Amor e hospitalidade. 3. O despenseiro deve administrar com fidelidade. III - OS DONS ESPIRITUAIS E O FRUTO DO ESPÍRITO 1. A necessidade dos dons espirituais. 2. Os dons espirituais e o amor cristão 3. A necessidade do fruto do ESPÍRITO. SINOPSE DO TÓPICO (1) - Os dons espirituais e ministeriais são diversos e amplos. SINOPSE DO TÓPICO (2) - Os bons despenseiros dos mistérios divinos devem apresentar sobriedade, vigilância, amor, hospitalidade e fidelidade ao Senhor. SINOPSE DO TÓPICO (3) - Os dons espirituais são ligados ao amor cristão, o mais autêntico fruto do ESPÍRITO. AUXILIO BIBLIOGRÁFICO Subsidio Teológico “SABEDORIA Embora Paulo não tenha pregado de acordo com a sabedoria do mundo, todavia ele pregou a sabedoria oculta de DEUS que só pode ser discernida quando DEUS dá ao homem a direção e a ajuda do ESPÍRITO SANTO (1 Co 2.7-1 4). DEUS deseja que o homem tenha e conheça sua sabedoria (Tg 1.5). Ela é espiritual e consiste no conhecimento de sua vontade (Cl 1.9; Ef 1.8,9). Ela é ‘do alto’ e é contrastada com a sabedoria terrena e humana deste mundo, que pode até ser inspirada pelos demônios (Tg 3.1 3-1 7; cf, Cl 2.23; 1 Co 3.1 9,20; 2 Co 1.1 2). A sabedoria de DEUS deve ser revelada ou 'dada’ aos homens (Rm 11.33,34; 2 Pe 3,15; Lc 21.15). Isto pode ser conferido pela Palavra de DEUS e pelo ensino humano dela (Cl 3.16; 1.28; Ap 13,18; 1 7.9)” (PFEIFFER, Charles F.; REA, John; VOS, Howard F. (Eds.). Dicionário Bíblico Wycliffe. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 1712). BIBLIOGRAFIA SUGERIDA MENZIES, William W.; HORTON, Stanley M. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé. 5. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005. HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 10. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007. DONS ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS Dons de Revelação - Palavra de Sabedoria; Palavra da Ciência; Discernimento de Espíritos. Dons de Poder - Dom da Fé; Dons de Curar; Operação de Maravilhas. Dons de Expressão - Dom de Profecia; Variedade de Línguas; 1 Interpretação das Línguas. Dons Ministeriais - Apóstolos; Profetas; Evangelistas; Pastores; Doutores. Revista Ensinador Cristão CPAD, n° 58, p.42. Dons Espirituais e Dons Ministeriais: Revelação - sabedoria, conhecimento e discernimento de ESPÍRITO; Poder - fé, dons de curar e operação de maravilhas; Elocução - profecia, variedades de línguas e interpretações de línguas; Apóstolos; Profetas; Evangelistas; Pastores; Doutores. Quantas dádivas a serviço da Igreja de CRISTO! Quantas formas de DEUS trabalhar pelo seu povo! Diversidade na unidade! Unidade na diversidade! Por isso, o nosso Pai Celestial age de acordo com a sua multiforme graça e sabedoria. Além de divina, a Igreja de CRISTO é humana e terrena. Ela está alocada num tempo, cultura e realidades sociais bem distintas uma das outras. As igrejas locais são a expressão da Igreja Invisível. Esta é composta por todos os seres humanos dos quatro cantos da Terra que têm em comum a fé centralizada em JESUS como Senhor e Rei: África, Ásia, América Central, América do Norte, América do Sul, Europa, Oceania e Antártida. Logo, os dons espirituais e ministeriais são dados por DEUS a homens e mulheres objetivando servir o próximo, edificar a igreja local e fazê-la atingir o estado perfeito de amor: "Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, CRISTO, do qual todo o corpo, bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor" (Ef 4.15,16) Precisamos compreender os dons espirituais e ministeriais, não como superstição, mas realização em DEUS para o serviço e bem-estar da Igreja de CRISTO espalhada pelo mundo. Para isso que o Pai concede uns para apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores. Enquanto mune a todos os crentes com dons de profecia, discernimento de espíritos, cura, e tantos outros. Tudo para demonstrar que, como na Santíssima Trindade, a relação do Pai com a sua Igreja dar-se nos termos da diversidade e da multiforme graça e sabedoria divina. Após estudar um trimestre sobre dons espirituais e ministeriais, instiga os alunos a buscarem essas dádivas de nosso Senhor para instrumentalizá-los ao ponto de serem pessoas espirituais reconhecidas pela prática do amor. COMENTÁRIO - INTRODUÇÃO Após o estudo sobre os dons de DEUS, podemos constatar que sua sabedoria transcende a tudo o que se pode entender com a limitada percepção do homem. Enquanto a sabedoria humana é compartimentada ou segmentada em áreas do conhecimento, a sabedoria de DEUS é multiforme. Ele a manifestou desde a criação, quando sua mente divina imaginou trazer à realidade as coisas criadas, incluindo o universo imenso, formado de planetas e estrelas, bem como o homem e os seres vivos da natureza, numa demonstração de planejamento perfeito, jamais alcançado pela mente humana. O salmista teve a visão da sabedoria e do poder criador de DEUS, ao exclamar: “O Senhor, quão variadas são as tuas obras! Todas as coisas fizeste com sabedoria; cheia está a terra das tuas riquezas” (SI 104.24). Só o homem incrédulo, em sua arrogância e presunção, não percebe que a grandeza do universo, ou do macrocosmo, bem como a imensa complexidade do microcosmo, observado nos microuniversos das células ou das moléculas dos elementos da natureza, não podem ter sido fruto do acaso cego, mas de uma mente sobrenatural, dotada de sabedoria e inteligência além da imaginação limitada do homem. O sábio Salomão, em suas reflexões sobre o universo, declarou: A MULTIFORME SABEDORIA DE DEUS “O Senhor, com sabedoria, fundou a terra; preparou os céus com inteligência” (Pv 3.19). A sabedoria de DEUS e sua inteligência divina sempre agiram juntas para que o Eterno alcançasse seus objetivos e propósitos, ao criar todas as coisas. Mas foi no plano espiritual, que transcende às coisas materiais do universo, que DEUS demonstrou sua multiforme sabedoria de forma tão elevada, que é considerada um verdadeiro mistério que só a revelação divina pôde trazer à luz, ao conhecimento do homem, por meio do ESPÍRITO SANTO. Paulo diz que esse mistério foi revelado de maneira muito especial, por misericórdia e bondade de DEUS, pelo ESPÍRITO SANTO, “aos seus santos apóstolos e profetas”, bem como à Igreja do Senhor: Essa multiforme sabedoria de DEUS, que tudo criou pelo poder sobrenatural de sua palavra, a ponto de trazer à existência todas as coisas, a partir de sua Palavra (Hb 11.3), transformou-se em uma relação de amor para com o homem. Mesmo sabendo de antemão que o homem iria cair em desobediência, em seu plano divino, por sua graça e misericórdia, DEUS enviou JESUS, para salvar o homem da tragédia do pecado. E CRISTO manifestou-se como a encarnação da sabedoria de DEUS: “Mas, para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a CRISTO, poder de DEUS e sabedoria de DEUS” (1 Co 1.24 — grifo nosso). A Igreja — o Corpo de CRISTO, reúne os “chamados, tanto judeus como gregos” ou gentios, para proclamar a salvação de DEUS à humanidade. Por ser a representante de DEUS na Terra, ela é alvo dos mais terríveis ataques do Inimigo de DEUS, que, mesmo condenado em última instância, no Tribunal Divino, e sabendo que seu fim é o lago de fogo, procura destruir a comunidade dos salvos e remidos por CRISTO. Diante dessa realidade, DEUS tem concedido à igreja recursos especiais, que são os dons espirituais e os dons ministeriais, já estudados nos capítulos anteriores, para edificação e força para cumprir a sua missão. Os dons concedem parte da multiforme sabedoria de DEUS a seus servos para que saibam como agir, como viver, como proceder e atuar em amor, diante da missão que lhes foi confiada de proclamar o evangelho por todo o mundo a toda a criatura. Os dons ministeriais fazem parte da capacitação de DEUS a homens chamados e preparados para exercer a liderança nas igrejas que reúnem os salvos em CRISTO JESUS, até à sua vinda em glória para reinar para sempre. Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 148-149. SABEDORIA DE DEUS Esboço: I. Ideias Gerais II. DEUS Fez de JESUS CRISTO Essa Sabedoria III. Referências e Ideias. A Sabedoria de DEUS IV. A Multiforme Sabedoria de DEUS se Torna Conhecida (Ef 3.10) I. Ideias Gerais 1. Essa sabedoria é um dos atributos divinos (ver I Sm 2.3); é insondável (ver Rm 11.33); e é a base de toda a bondade humana, sobretudo do bem-estar espiritual, particularizando-se a salvação (ver Ef 1.8). 2. O evangelho contém os tesouros da sabedoria divina (ver I Co 2.7). 3. Paulo fez contraste entre a sabedoria humana (ensinada na filosofia) e a sabedoria de DEUS (que se manifesta na mensagem do evangelho). A sabedoria humana gera o orgulho; a sabedoria divina conduz à salvação da alma. 4. A sabedoria divina se manifesta em CRISTO. 5. O próprio CRISTO é a personificação da sabedoria divina, conforme ensinado em I Co 1.30. É CRISTO quem proporciona aos homens os benefícios prometidos pela sabedoria divina. Tudo quanto os homens podem conhecer acerca da verdadeira sabedoria, precisam conhecer em CRISTO; pois, para os homens, CRISTO é a sabedoria de DEUS. A sabedoria de DEUS é demonstrada no seu plano, relativo à redenção da humanidade, plano esse que concretiza algo que a sabedoria humana sob hipótese nenhuma poderia concretizar. A palavra ou a mensagem da cruz é o tema central dessa sabedoria (ver I Cor. 1.18). Por igual modo, essa sabedoria é a única que permanecerá de pé sob o teste do juízo divino (ver I Co 1.19). Através da sabedoria de DEUS é que o mundo inteiro pode ser potencialmente salvo (ver I Cor. 1:31). Tudo isso pode parecer um escândalo, uma insensatez e uma pedra de tropeço para os homens (ver I Co 1.22-23), mas JESUS CRISTO é a própria personificação da sabedoria de DEUS (ver I Co 1.24,30). A grande verdade é que a sabedoria de DEUS, que tantos homens reputam como insensatez, é mais sábia que a sabedoria humana, porquanto cumpre aquilo que o engenho humano está impossibilitado de fazer (ver I Co 1.25). Mas esse cumprimento só se verifica no caso de homens humildes, que reconhecem sua ignorância espiritual; pois DEUS dá iluminação espiritual a esses, mas resiste aos soberbos (ver I Co 1.26-28). Sim, CRISTO é a verdadeira sabedoria de DEUS, fazendo violento contraste com a falsa sabedoria humana. II. DEUS Fez de JESUS CRISTO Essa Sabedoria 1. Mediante os seus decretos, baixados desde a eternidade. 2. Mediante a encarnação do Filho de DEUS. 3. Mediante o ministério terreno de JESUS CRISTO. 4. Mediante a sua exaltação à mão direita de DEUS Pai, onde foi feito Senhor e CRISTO, e de onde brande toda a autoridade, nos céus e na terra, segundo também lemos em Mt 28.18. Ora, todos esses aspectos estavam designados de antemão com o propósito de produzir a redenção humana. III. Referências e Ideias. A Sabedoria de DEUS 1. A sabedoria de DEUS é um de seus atributos (ver I Sm 2.3 e Jó 9.4). 2. A sabedoria de DEUS é descrita como perfeita (ver Jó 36.4 e 37.16). 3. É poderosa (ver Jó 36.5). 4. É universal (ver Jó 28.24; Dn 2.22 e Atos 15.18). 5. É infinita (ver Sl 147.5 e Rm 11.3). 6. É insondável (ver Is 40.28 e Rm 11.33). 7. É maravilhosa (ver Sl 139.6). 8. Ultrapassa a compreensão humana (ver Sl 139.6). 9. É incomparável (ver Is 44.7 e Jr 10.7). 10. Não é derivada (ver Jó 21.22 e Is 40.44). 11.O evangelho contém os tesouros da sabedoria divina (ver I Co 2.7). 12. A sabedoria dos santos é derivada da sabedoria de DEUS (ver Ed 7.25). 13. Toda a sabedoria humana deriva da sabedoria divina (ver Dn 2.2). IV. A Multiforme Sabedoria de DEUS se Torna Conhecida (Ef 3.10) A palavra multiforme deriva do termo grego polupoikilos, em forma adjetivada encontrada somente aqui em todo o Novo Testamento, cujo significado é «variegado», «multilateral», usado para indicar quadros, flores e vestimentas de várias cores. Na versão da Septuaginta (tradução do original hebraico do Antigo Testamento para o grego, completada cerca de duzentos anos antes da era cristã), a capa de «muitas cores» presenteada por Jacó a José é descrita por esta palavra (ver Gn 37.3). Esse vocábulo pinta a sabedoria divina como algo que tem muitíssimas facetas com os mais variados modos de manifestação e expressão, por ser algo que é digno de ser contemplado, devido a suas muitas e excelentes variações e realizações. Gregório de Nissa (ver Hom. viii, sobre Cantares de Salomão) nos fornece uma notável interpretação, a que - vários expositores - aludem. Diz ele: «Antes da encarnação de nosso Salvador, os poderes celestiais conheciam a sabedoria de DEUS como algo simples e uniforme, que efetuava maravilhas de modo consoante com a natureza de cada coisa. Nada havia nada de poikilon (multiforme, multicolorido). Mas agora, por meio da oikonomia (dispensação, plano) que diz respeito à igreja e à raça humana, a sabedoria de DEUS não é mais conhecida como algo uniforme, e, sim, como algo polupoikilos (multiforme, variegado), produzindo contrários por meio de contrastes, mediante a morte, a vida, a desonra, a glória, o pecado e a retidão; mediante a maldição e a bênção; mediante a fraqueza e o poder. O invisível se manifestou em carne. Veio para remir cativos, sendo ele mesmo o adquiridor, e sendo ele mesmo o preço» (lD lB LAN NTI). CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 6. Editora Hagnos. pag. 9-10. I - OS DONS ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS 1. São diversos. Os dons espirituais são variados, como recursos usados pelo ESPÍRITO SANTO para manifestar o poder de DEUS e sua multiforme sabedoria, através de instrumentos humanos, usados para a edificação e o fortalecimento espiritual da igreja. Os dons devem ser buscados com humildade e discernimento, sabendo que DEUS os concede por sua graça. “Assim, também vós, como desejais dons espirituais, procurai sobejar neles, para a edificação da igreja” (1 Co 14.12). NO SENTIDO ESTRITO Normalmente, quando se tratam dos dons espirituais, entende-se que eles são em número de nove. Essa conclusão baseia-se na contagem dos dons, com base em 1 Coríntios 12: “Porque a um, pelo ESPÍRITO, é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo ESPÍRITO, a palavra da ciência; e a outro, pelo mesmo ESPÍRITO, a fé; e a outro, pelo mesmo ESPÍRITO, os dons de curar; e a outro, a operação de maravilhas; e a outro, a profecia; e a outro, o dom de discernir os espíritos; e a outro, a variedade de línguas; e a outro, a interpretação das línguas” (1 Co 12.8-10). De fato, a relação acima indica que há nove tipos de dons espirituais, ou dons do ESPÍRITO SANTO. Sua existência certamente denota a vontade de DEUS para que seu povo tenha saúde e qualidade de vida. Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 150. I Cor 12.8-11 a palavra da sabedoria, é uma declaração espiritual, num dado momento, pelo ESPÍRITO, sobrenaturalmente revelado a mente, o propósito e o caminho de DEUS aplicado a uma situação específica. A palavra da ciência é uma revelação sobrenatural de informação relativa a uma pessoa ou acontecimento, feita a um propósito específico, normalmente peculiar tendo a ver com uma necessidade imediata. O dom da fé é uma forma de fé que vai além da fé natural e da fé para salvação. Ela confia sobrenaturalmente e não duvida em relação aos assuntos específicos envolvidos. Os dons de curar são aquelas curas que DEUS realiza sobrenaturalmente pelo ESPÍRITO. A operação de maravilhas é uma manifestação de poder além do curso normal da lei natural. E uma permissão divina para se fazer algo que não poderia ser feito naturalmente. Profecia é uma revelação divina em nome do ESPÍRITO, uma revelação edificante do ESPÍRITO para o momento (14.3), um discernimento súbito do ESPÍRITO, sugerindo exortação e conforto (14.3,30). Discernir os espíritos é a capacidade de discernir o mundo do espírito e, especialmente, detectar a verdadeira fonte das circunstâncias ou motivos das pessoas. Variedade de línguas é o dom de falar sobrenaturalmente em uma língua não conhecida ao indivíduo e em outras línguas conforme o ESPÍRITO conceder. O plural permite diferentes formas, algumas designadas especialmente para orar e cantar no ESPÍRITO, na maior parte para adoração. A interpretação das línguas é o dom de transmitir a mensagem transracional (mas não irracional) significativa do ESPÍRITO para os outros, quando exercido em público. Não é a tradução de uma língua estrangeira. PLENITUDE. Bíblia de Estudo Plenitude. Editora Sociedade Bíblica, do Brasil. pag. 1139. 2. São amplos. A sabedoria de DEUS é “multiforme”, e seu poder é ilimitado, de igual forma ele concede à Igreja a sua “multiforme” graça. Após ensinar sobre os dons espirituais, no capítulo 12 de 1 Coríntios, o apóstolo Paulo dirige sua doutrina para a “excelência do amor fraternal”, no capítulo seguinte. Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 151. Observação minha - Ev. Luiz Henrique - Os dons devem ser movidos pelo amor daqueles que os possuem para que se manifestem, caso contrário não haverá manifestação de DEUS. É o desejo de ajudar aos outros que move os crentes possuidores de dons a se deixarem ser usados pelo ESPÍRITO SANTO. O amor é a mola impulsora e propusora dos dons. 3. Dádivas do Pai. 1) O dom do amor. A maior manifestação do amor de DEUS foi o ter enviado a JESUS CRISTO para salvar o perdido. Ele próprio declarou de modo solene e incisivo: “Porque DEUS amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigénito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16 — grifo nosso). Esse amor, traduzido como o amor “ágape”, é a mais profunda demonstração de DEUS, que se doou, em CRISTO, para redimir o homem da sua constrangedora situação como caído e longe do criador. CRISTO é o amor encarnado, que se “fez carne e habitou entre nós” (Jo 1.14). 2) O dom da filiação divina. Através da fé em CRISTO, DEUS torna o pecador seu filho, integrando-o na família de DEUS. João registrou esse fato: “Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de DEUS-, aos que creem no seu nome” (Jo 1.12 — grifo nosso). Ninguém pode conquistar esse poder (ou direito). E resultado da graça e do amor de DEUS. “Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos Santos e da família de DEUS” (Ef 2.19). 3) O dom do batismo com o ESPÍRITO SANTO. Na casa de Cornélio, enquanto Pedro ministrava a palavra, o ESPÍRITO SANTO caiu sobre os que ali estavam, conforme Pedro afirmou: “como nós no princípio”; sem dúvidas com o sinal exterior de línguas estranhas (cf. At 2.4). “Portanto, se DEUS lhes deu o mesmo dom que a nós, quando cremos no Senhor JESUS CRISTO, quem era, então, eu, para que pudesse resistir a DEUS?” (At 11.17; At 1.5; 1 Ts 4.8). 4) O dom do crescimento. Doutrinando a igreja em Corinto, Paulo reprovou a atitude de certos grupos que se levantaram na congregação, causando dissensão, divisões internas e partidarismo em torno dos apóstolos. Havia, certamente, quem atribuía a Pedro, a Apolo e a Paulo a preeminência pelo sucesso da evangelização. Mas Paulo, como bom servo de DEUS, lhes afirmou: “Eu plantei, Apolo regou; mas DEUS deu o crescimento. Pelo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas DEUS, que dá o crescimento” (1 Co 3.6,7). Esse crescimento é acima de tudo espiritual. 5) O ministério da reconciliação. Em sua segunda carta aos coríntios, Paulo, escrevendo sobre a nova vida do salvo em CRISTO, explica que o milagre da salvação, que inclui a regeneração, a justificação e a santificação, “provém de DEUS”, que nos concedeu o “ministério da reconciliação”. “Assim que, se alguém está em CRISTO, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. E tudo isso provém de DEUS, que nos reconciliou consigo mesmo por JESUS CRISTO e nos deu o ministério da reconciliação, isto é, DEUS estava em CRISTO reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação” (2 Co 5.17-19 — grifo nosso). 6) O espírito de fortaleza, de amor e de moderação. Podemos dizer que DEUS nos dá o equilíbrio espiritual, quando nos submetemos à sua vontade. De um lado, concede o “espírito de temor”, para que o sirvamos com profundo respeito e reverência (SI 128.1); de outro, dá-nos o “espírito de fortaleza”, ou de poder; mas, para que esse poder não fique sem controle, concede o “espírito de amor e de moderação” (cf. 2 Tm 1.7). Nenhum dom espiritual, no sentido estrito ou amplo, tem seu exercício aprovado por DEUS, se não for por amor e com a devida e sábia moderação. Quando isso não acontece, o detentor do dom tende a aproveitar-se dele para sua promoção pessoal. O ESPÍRITO SANTO não autoriza a glória para ninguém, exceto para CRISTO, o que é a sua missão (Jo 16.14). Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 151-152. Jo 3. 16. Porque DEUS amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (16). Esta é a primeira menção ao amor de DEUS neste Evangelho. E um tema dominante no livro, embora pouco se fale até o capítulo 13. DEUS amou o mundo de tal maneira. Aqui, novamente, está a ideia do alcance universal. O evangelho é para todos os homens. Nenhum deles está excluído. Isto descreve por que DEUS fez o que fez. Ele amou! A palavra em grego é egapesen. Este é o amor que se move pelos interesses do outro, sem pensar nos próprios interesses. É um amor que deseja arriscar tudo por alguma vantagem para outra pessoa, que não considera nenhum preço muito alto se outra pessoa puder receber algum benefício. O tempo aoristo do verbo indica que o ato de amor de DEUS não é limitado pelo tempo e simultaneamente é único e completo. É o amor absoluto! Deu o seu Filho unigênito. Embora este ato seja muito mais frequentemente descrito pelo verbo “enviar” (e.g., 3.17,34; 6.29,38-40), aqui a ideia enfatizada é a do presente de DEUS para o homem (cf. 4.10). Outra vez, o tempo do verbo dar se refere a um ato absoluto e completo (cf. Hb 10.14). Ele deu o seu Filho unigênito, ou seja, a Dádiva que era mais preciosa, e o título "unigênito" é acrescentado para destacar este conceito. ... Todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. As alternativas estão definidas. Elas são a vida e a morte! A Dádiva de DEUS tornou possível que o homem faça a escolha, a resposta da fé. Os verbos perecer e ter estão em tempos diferentes no original. O primeiro está em aoristo e significa “de uma vez por todas”, expulso para a escuridão exterior. O último está no presente, indicando uma vida eterna presente, duradoura, eterna. William M. Greathouse. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 8. pag. 51-52. Jo 3.16 O Evangelho inteiro encaminha-se para esse versículo. O amor de DEUS não está dirigido somente a certo grupo de indivíduos, ele é oferecido ao mundo. O amor de DEUS não é estático ou egoísta, mas se propaga e atrai outros para si. Aqui os atos de DEUS definem o padrão do verdadeiro amor, a base de todos os seus relacionamentos: quando você ama alguém está disposto a se sacrificar, com ternura e de boa vontade, por essa pessoa. O amor sacrificial também é a prática de procurar formas de atender às necessidades daqueles que são amados. No caso de DEUS, esse amor é infinitamente prático, pois se dispõe a salvar aqueles que não têm a esperança de se salvarem sozinhos. Mas DEUS pagou um preço muito alto para nos salvar; Ele ofereceu o seu único Filho, o maior preço que Ele podia pagar. Essa oferta foi feita a todo aquele que nele crê. “Crer” é mais do que aceitar intelectualmente que JESUS é DEUS. Significa colocar a nossa fé e confiança naquele que é o único que pode nos salvar. Significa eleger a CRISTO como o responsável pelos nossos planos atuais, e pelo nosso destino eterno. Crer é ter certeza de que suas palavras são seguras, e confiar nele para receber o poder de mudar. JESUS aceitou o nosso castigo e pagou o preço pelos nossos pecados para evitar a nossa morte. Aqui a palavra perecer (ou morte) não significa a morte física, pois todos nós iremos morrer algum dia, mas se refere a uma eternidade longe de DEUS. Aqueles que creem receberão essa bênção, a nova vida que JESUS comprou para nós, a vida eterna com DEUS. Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 1. pag. 503. Ef 2.19 - Os gentios não são mais estrangeiros nem forasteiros. Estas palavras descrevem pessoas que vivem em um país que não é o seu, sem qualquer dos direitos de cidadania daquele país. Os gentios eram “estrangeiros” em relação aos judeus, bem como a qualquer esperança (sem CRISTO) de um relacionamento com DEUS (2.12). Esta era a sua antiga posição. Por causa de CRISTO, entretanto, os gentios tornaram-se cidadãos, com todos aqueles que haviam sido chamados para serem os concidadãos dos Santos. Os judeus e os gentios que depositam a sua fé em JESUS CRISTO como seu Salvador tornam-se membros da família de DEUS. (Veja Fp 3.20; Hb 3.2-6.) Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 328. Neste ponto, o apóstolo volta a falar sobre o estado dos gentios e repete o linguajar do versículo 12. Por CRISTO, eles não são mais estrangeiros (xenoi) — “visitantes estrangeiros sem direitos na comunidade” — e forasteiros (paroikoi) — “residentes estrangeiros com direitos temporários e limitados”. A atual relação com DEUS na qualidade de redimidos do Senhor não é nem um pouquinho inferior aos judeus. “Concidadãos dos Santos” (19a) Nesta metáfora, retirada da vida citadina, o apóstolo garante aos gentios que “os seus nomes estão inscritos no mesmo rol cívico com todos a quem ‘o Senhor contará quando somar as pessoas”’. Antigamente, os judeus eram os santos, cidadãos da cidade de DEUS, e os gentios eram os estrangeiros. A situação não é mais esta. Os crentes gentios fazem parte do novo Israel (G1 6.16), que é formado por todos os cristãos. Eles compartilham todos os direitos e privilégios deste novo povo. Willard H. Taylor. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag. 142-143. II Cor 5.18,19 Esta renovação de vida não é nenhuma obra humana. O próprio DEUS já iniciou o trabalho. Somente DEUS pode permitir que as pessoas se aproximem dele. Somente DEUS pode satisfazer as suas exigências de justiça. Somente DEUS pode salvar. DEUS é o Autor e o Consumador da salvação (veja Hb 12.2). DEUS reconciliou seu povo consigo mesmo por JESUS CRISTO. Quando confiam em CRISTO, os crentes já não são mais inimigos de DEUS. Por meio da obra expiatória de CRISTO na cruz, DEUS tornou os crentes parte da sua família. JESUS morreu no nosso lugar para que nós pudéssemos desfrutar da comunhão com DEUS (1 Co 15.3). Como nós, os crentes, fomos reconciliados com DEUS, recebemos o ministério da reconciliação, para levar as pessoas a se reconciliarem com Ele. Como Paulo tinha se reconciliado por intermédio de CRISTO, tornou-se a sua missão pregar aquela mensagem. Caso os coríntios tivessem se esquecido do ponto central da mensagem de Paulo para eles, o apóstolo o repetiu; DEUS estava em CRISTO reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados. DEUS, por intermédio da morte de CRISTO na cruz, estava trazendo de volta todas as pessoas - judeus e gregos, igualmente - que tinham pecado (Rm 5.10; Ef 2.14-17). Embora fôssemos inimigos de DEUS, CRISTO nos alcançou e nos salvou da destruição certa. Ele até mesmo nos lavou para que pudéssemos nos aproximar de DEUS com corações limpos (Cl 1.21,22). Esta é verdadeiramente uma mensagem maravilhosa. Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 215. A reconciliação, com uma dupla noção: 1. Como um privilégio inquestionável (w. 18,19). A reconciliação pressupõe a ruptura de uma amizade. O pecado causou essa ruptura. Ele quebrou a amizade entre DEUS e o homem. O coração do pecador é preenchido de inimizade contra DEUS, e DEUS é ofendido verdadeiramente pelo pecador. No entanto, existe a possibilidade da reconciliação; o DEUS ofendido do céu está disposto a se reconciliar. E perceba: (1) Ele apontou o Mediador da reconciliação. Ele nos reconciliou consigo por meio de JESUS CRISTO (v. 18). DEUS deve ser reconhecido do início ao fim na tarefa e cumprimento do Mediador. Todas as coisas relacionadas à nossa reconciliação com JESUS CRISTO vêm de DEUS, que pela mediação de JESUS CRISTO reconciliou o mundo consigo mesmo. Ele colocou-se na condição de ser reconciliado com os ofensores, sem causar qualquer agravo ou insulto à sua justiça ou santidade. Ele não imputa ao homem as suas transgressões e desiste do rigor do primeiro concerto, que foi quebrado, não insistindo na vantagem que Ele poderia ter legitimamente contra nós pela quebra da aliança. Ele está disposto a formar um novo pacto, uma nova aliança de graça, e, de acordo com o teor dela, Ele está livre para perdoar todos os nossos pecados e justificar livremente, pela sua graça, todo aquele que crer. (2) Ele estabeleceu o “...ministério da reconciliação” (v. 18). Pela inspiração de DEUS, foram escritas as Escrituras, que contêm a palavra da reconciliação, mostrando-nos que a paz foi feita pelo sangue da cruz, que a reconciliação foi operada, e nos orientou em como podemos estar interessados por ela. Ele estabeleceu o ofício do ministério, que é o ministério da reconciliação. Os ministros devem abrir e proclamar aos pecadores os termos da misericórdia e reconciliação e persuadi-los a concordar com eles. 2. A reconciliação é entendida aqui como nosso dever indispensável (v. 20). Da mesma forma que DEUS está pronto a ser reconciliado conosco, nós também devemos nos reconciliar com Ele. E é o grande alvo e plano do evangelho que a palavra da reconciliação prevaleça contra os pecadores para que abandonem a sua inimizade contra DEUS. Ministros fiéis são embaixadores de CRISTO, enviados parar tratar com os pecadores acerca de paz e reconciliação: Eles vêm em nome de DEUS, com suas súplicas, e agem em nome de CRISTO, fazendo aquilo que Ele fez quando esteve nesta terra e o que Ele deseja que seja feito agora que está no céu. Que condescendência maravilhosa! Embora DEUS não possa ser considerado um perdedor na disputa ou desavença, nem um ganhador na paz, no entanto, pelos seus ministros Ele suplica para que os pecadores abandonem a sua inimizade e aceitem os termos que Ele oferece, para que possam ser reconciliados com Ele, com todos os seus atributos, com todas as suas leis, e com todas as suas providências, e creiam no Mediador, e aceitem a redenção e concordem com todo o seu evangelho. Para nos encorajar a fazer isso, o apóstolo acrescenta o que deveria ser bem entendido e devidamente considerado por nós (v. 21), a saber: (1) A pureza do Mediador: Ele “...não conheceu pecado”. (2) O sacrifício que ofereceu: Ele foi feito “...pecado por nós”; não um pecador, mas pecado, isto é, uma oferta pelo pecado, um sacrifício pelo pecado. (3) O fim e desígnio de tudo isso: “...para que, nele, fôssemos feitos justiça de DEUS” e justificados livremente pela graça de DEUS pela redenção que está em CRISTO JESUS. Observe: [1] Como CRISTO, que não conheceu pecado, foi feito pecado por nós, para que nós, que não temos justiça própria, fôssemos feitos nele justiça de DEUS. [21 Nossa reconciliação com DEUS somente ocorre por meio de JESUS CRISTO e pelo seu mérito. Portanto, devemos somente confiar nele e na sua justiça. HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 525. Para Paulo e para os coríntios a reconciliação foi realizada. O caminho agora está aberto para todos, e ao apóstolo foi confiado o ministério da reconciliação. Este é o clímax da passagem e a razão final pela qual ele não pode viver para si mesmo (13-15). A sua tarefa é anunciar a novidade aos homens, isto é (“neste sentido”), DEUS estava em CRISTO reconciliando consigo o mundo. Nenhuma vírgula deve ser colocada depois de CRISTO (cf. ASV, RSV), pois o que Paulo quer destacar é o que DEUS fez em CRISTO. O elo (Rm 5.9-10) entre a reconciliação e a justificação (12) é mostrado na palavra imputando (“levando em conta”, ASV; cf, Rm 4.3-8). A obra da reconciliação, no entanto, não está completa no que diz respeito ao mundo, pois DEUS pôs (“depositou”, Weymouth) em Paulo a palavra da reconciliação (cf. 1 Co 1.18). A palavra (logos), segundo Cullmann, “é a revelação final e definitiva como tal”. A palavra da reconciliação é a essência do ministério da reconciliação. A palavra qualifica plenamente todas as fases do ministério. Este ministério não trata basicamente de dar bons conselhos, mas sim de comunicar aos homens as boas-novas do que DEUS fez em CRISTO pelo mundo. Frank G. Carver. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 8. pag. 435-436. II - BONS DESPENSEIROS DOS MISTÉRIOS DIVINOS 1. Com sobriedade e vigilância. Despenseiros são as pessoas que tomam conta da despensa de uma casa, ou do lugar onde são guardados os alimentos e outros itens necessários à manutenção da família. O apóstolo Pedro exorta os destinatários da sua primeira carta, quanto à iminente vinda de JESUS, fazendo solene advertência sobre como os cristãos devem comportar-se, “como bons despenseiros da multiforme graça de DEUS” (1 Pe 4.10). O DESPENSEIRO DEVE SER SÓBRIO E VIGILANTE Deve guardar a sobriedade e vigilância, em oração (1 Pe 4.7); essa advertência refere-se à simplicidade que deve caracterizar um servo de DEUS, sobretudo aquele que tem a liderança, na casa do Senhor. Fala da constante vigilância sobre a vida cristã, ante os ataques diuturnos do Adversário. Ele anda como leão, buscando destruir vidas preciosas. O que administra o rebanho de DEUS deve saber retirar da “despensa” de DEUS o melhor alimento. E vigiar por suas vidas. É Pedro quem dá idêntica advertência em sua primeira carta: “Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pe 5.8; Mt 26.41). Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 152-153. SÓBRIO ou SOBRIEDADE 1. A palavra grega nepho, com suas derivadas, significa ser livre da embriaguez e de todas as formas de excesso; consequentemente, ser calmo, moderado, sereno, ter autocontrole e ser tranquilo no pensamento e nas ações (1 Ts 5.6,8; 1 Tm 3.2,11; 2 Tm 4.5; Tt 1.8; 2.2; 1 Pe 1.13; 4.7; 5.8). 2. A palavra grega sophroneo, com suas derivadas, significa estar em seu juízo perfeito, ser razoável ou sensato, agir prudente ou cuidadosamente (Mc 5.15; 1 Tm 3.2; Tt 1.8; 2.2,12; 1 Pe 4.7). É a antítese de existente, "estar fora de si" (2 Co 5.13); portanto significa exercer autocontrole não se entregando a paixões desenfreadas (Tt 2.6) nem ao orgulho (Rm 12.3). Sua forma nominal, sophrosyne, "sobriedade" (1 Tm 2.9,15) tem o sentido de moderação, e consequentemente modéstia e castidade (cf. Tt 2.5). PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 1845. «...temperante...» No grego é «nephalios», que significa «temperado» especialmente no uso do vinho, «sóbrio». Noutros pontos do N.T., essa palavra é usada em I Tim. 3:11 e Tito 2:2; mas é usada sob forma diferente, a forma verbal, em I Tes. 5:6,8; II Tim. 4:5; I Ped. 1:13; 4:7 e 5:8. Esse termo pode significar «ajuizado», sem qualquer vinculação à ideia de bebidas alcoólicas, embora se possa pensar em um uso temperado de bebidas fortes. Contudo, a fim de ser evitada a má aparência do mal, bem como da tentação ao alcoolismo, talvez seja melhor a abstinência total. (Ver o trecho de Efé. 5:18 quanto à nota expositiva geral contra o «alcoolismo»). Notar as palavras existentes no terceiro versículo deste capítulo, «...não dado ao vinho...», que reforça o que é dito neste versículo. Todo o pastor deveria evitar as leviandades da juventude. «...sóbrio...» é tradução de «sophron», vocábulo grego que quer dizer «prudente», «previdente», «autocontrolado», ao passo que, quando aplicado a mulheres, esse adjetivo significava «casta», «decente», «modesta». Em todo o N.T. é usado somente aqui e em Tito 1:8 e 2:2,5, isto é, dentro das «epístolas pastorais». Trata-se de um dos cento e setenta e cinco termos usados exclusivamente nas «epístolas pastorais», e não no restante do N.T.. « ...modesto...» No grego é «kosmos», que significa «digno», «bem comportado», «sereno», palavra usada exclusivamente aqui e em I Tim. 2:9. Portanto, é uma daquelas cento e setenta e cinco palavras usadas somente nas «epístolas pastorais», em todo o N.T.. Seu significado básico é «ordeiro». O «kosmos» (palavra correlata) é a «beleza organizada» da criação de DEUS. A forma verbal, «kosmeo», significa «ordenar», «arranjar» ou «adornar», mas também «dirigir». Um líder espiritual, sobretudo um pastor ou «supervisor» deveria ser autocontrolado, ordeiro, dono de boa conduta e de boa reputação. CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 309. 2. Amor e hospitalidade. O DESPENSEIRO DEVE SER AMOROSO Em segundo lugar, o despenseiro de CRISTO deve ter “ardente amor uns para com os outros, porque o amr cobrirá a multidão de pecados” (1 Pe 4.8); todo crente fiel deve ser despenseiro de DEUS; mas, como já refletimos, o obreiro, pastor, dirigente, ou líder de uma igreja, pastoreia ovelhas que não são suas. E cada ovelha é diferente da outra, em temperamento, formação, visão das coisas, e nem sempre é dócil e obediente. Há crentes que dão muito trabalho aos líderes. Como despenseiro da graça de DEUS, o obreiro deve demonstrar amor em todas as ocasiões, no trato com todo o tipo de ovelha. Com as mais fracas, deve ser mais compreensivo; com as mais fortes, deve ser incentivador de sua fé e testemunho; com as feridas, deve ter sempre o bálsamo do amor e da compreensão; e com as que pecam, fazer uso da disciplina com amor, sem abuso de autoridade. Enfim, em qualquer situação o despenseiro deve ter amor. É característica do verdadeiro discípulo de JESUS (Jo 13.34,35). O DESPENSEIRO DEVE SER HOSPITALEIRO Deve ter hospitalidade para com “os outros, sem murmurações” (1 Pe 4.9); já foi visto que hospitalidade é acolhimento, bom trato com todas as pessoas, na administração da igreja local; ou do crente com seus irmãos, familiares, amigos e pessoas em geral. “Não vos esqueçais da hospitalidade, porque, por ela, alguns, não o sabendo, hospedaram anjos” (Hb 13.2). Há quem faça acepção de pessoas, discriminando os mais humildes ou menos favorecidos na vida humana. Essa não é atitude do despenseiro da casa de DEUS. Esse deve ser sempre atencioso com todos, ajudando-os em suas necessidades espirituais emocionais e físicas, dentro de suas possibilidades. Não agir assim, é pecado (Dt 16.19; Tg 2.9). Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 153-154. I Ped 4.8 O amor, o apoio e o incentivo mútuos também seriam uma grande defesa. Nenhum cristão é uma ilha; ninguém está sozinho. Quando os crentes sentem o profundo amor da comunhão, eles têm a rede de apoio que pode ajudá-los em meio a qualquer crise. A mesma ideia de que a caridade cobrirá a multidão de pecados é encontrada em Provérbios 10.12: “O ódio excita contendas, mas o amor cobre todas as transgressões”. Pedro pode ter citado este provérbio, ou um provérbio da sua época que se baseava ligeiramente neste versículo. Isto não significa que o amor ignore, não preste atenção, ou tente esconder o pecado. Na verdade, Pedro provavelmente estava pensando novamente nas suas palavras de 4.1,2, de que os crentes devem viver o resto de sua vida de acordo com a vontade de DEUS, e não conforme os desejos humanos. Sendo crentes, eles devem deixar de pecar. A “cobertura dos pecados”, portanto, é a capacidade que os crentes têm de perdoar uns aos outros, porque CRISTO os perdoou. A caridade age como um amortecedor, suavizando as irritações e os solavancos que são causados pelos companheiros de fé. I Ped 4.9 Ser hospitaleiro é diferente de receber bem; é diferente de um entretenimento social. Receber bem concentra-se no anfitrião - a casa deve estar impecável; a comida deve estar bem preparada e ser abundante; o anfitrião deve parecer relaxado e ter um bom temperamento. Ser hospitaleiro, por outro lado, é algo que se concentra nos convidados. As suas necessidades - sejam um lugar onde se hospedar, alimentos, um ouvido atento, ou aceitação — são a principal preocupação. Isto pode acontecer em uma casa desarrumada; pode acontecer ao redor de uma mesa de jantar em que o prato principal é uma sopa. Os crentes não devem hesitar em compartilhar os seus recursos com aqueles que precisam de uma refeição ou de um alojamento somente por estarem muito ocupados, ou por não terem condições de receber bem. A hospitalidade é uma forte expressão de amor e caridade, que Pedro já havia ordenado que os crentes demonstrassem (4.8). Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 728-729. Demonstrando Hospitalidade, 4.9,10 Onde houver um viver vigilante haverá um viver digno. Isso significa que cada um deve usar aquilo que possui, embora seja modesto e escasso, para suprir as necessidades dos companheiros cristãos. Nos dias de Pedro isso podia ter significado aqueles que haviam sido forçados a sair de suas casas pela perseguição ou estavam fazendo uma longa jornada. Os cristãos devem ser hospitaleiros [...] sem murmurações, mesmo que isso signifique um peso adicional para eles. Reclamar do preço rouba as bênçãos de compartilhar com nossos irmãos. O motivo por trás dessa generosidade é o amor: amor ao irmão necessitado e amor ao Pai celestial, de quem recebemos toda boa dádiva (cf. 1 Co 4.7). Nossos dons e talentos não são para uso próprio. Eles são uma responsabilidade de DEUS para serem usados como Ele intenta, como bons despenseiros (10) devem usá-los: para abençoar outros. Esse serviço é um ministério, quer seja de talentos, dinheiro, influência ou outras bênçãos que DEUS concedeu de maneira tão abundante; e todos receberam dons que podem ser compartilhados (cf. Rm 12 e 1 Co 12). Roy S. Nicholson. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 239. Nos dias de Pedro, os hotéis eram raros e distantes uns dos outros. As hospedarias eram caras e imorais. Os crentes em viagem encontravam abrigo nos lares de seus irmãos na fé. Não há que duvidar que o acolhimento a pregadores e crentes em viagem se tomou uma carga que podia ser sentida pesadamente pelos crentes. Agravando mais ainda a situação, visto que os edifícios eclesiásticos eram poucos, os lares eram usados como lugar de comunhão e culto. De fato, a causa missionária, tanto no passado como no presente, deve uma soma incalculável àqueles cujos lares foram abertos e que, em amor persistente e duradouro, praticaram a hospitalidade sem murmuração... Nosso Senhor deu novo sentido a tal hospitalidade, relacionando-a consigo mesmo: , ...era forasteiro e me hospedastes... sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes' (Mat. 25:35,40)». (Homrighausen, in loc.). ·De fato, sem a prática literal dessa virtude, as missões da igreja cristã teriam sido impossíveis». (Bigg, in loc.). O crente que aceita a hospitalidade de outro deve ser suficientemente sábio para não permanecer por tempo demais. O trecho de Eclesiástico 29:25-28 descreve como um estranho que exagera da hospitalidade recebida, primeiramente recebe trabalhos manuais para fazer, e então é expulso. É sinal de amor e consideração, da parte do hospedado, não exigir uma benevolência exagerada de seu hospedeiro. O judaísmo e o cristianismo primitivo enfatizavam grandemente a importância das esmolas. A "religião pura" é definida como a visita aos órfãos e às viúvas, em suas aflições, isto é, mediante a ministração às suas necessidades, além de conservar-se o crente imaculado do mundo. Tal ministração é a prática da regra áurea de CRISTO, uma duplicação do seu amor. Portanto, esse "ministério" é apenas a concretização da lei do amor, mencionada no oitavo versículo deste capítulo. Todo crente é um mordomo, e não um proprietário daquilo que possui. O mordomo deve mostrar-se ativo no uso de seus bens em favor de outrem, e não na tentativa de juntar mais ainda para si mesmo. ·...despenseiros...· Cada pessoa é ímpar e tem uma missão sem igual, agora e na eternidade. Ele recebe habilidades necessárias para o exercício apropriado de sua missão. Também recebe os meios financeiros para poder realizar sua obra. Todos os dons de DEUS se originam em sua graça. Essa é a fonte de tudo de bom que possuímos. Portanto, quando ministramos a outros, em qualquer sentido que seja, meramente espalhamos ao redor a graça de DEUS, do modo que nos foi apontado. Se nos recusarmos a contribuir, logo deixaremos de receber. Quando o povo de Israel ficou cobiçoso e recolheu mais maná do que era mister para o suprimento de um dia, o maná se estragou e soltou mau cheiro, tomando-se inútil. Assim, o homem que recebe, mas não dá logo se tornará inútil como despenseiro da graça do DEUS, e sua alma será estragada, perdendo toda a similaridade com a natureza espiritual de CRISTO. O próprio CRISTO veio para servir, e não para ser servido. (Ver Mat. 20:28). «...multiforme graça...» No grego, o adjetivo é ·poikilos·, «diversificado», «de muitas espécies>>. A graça divina se manifesta de muitos modos e se concretiza na vida humana de muitas maneiras. Cada crente recebeu tal graça, e está na obrigação moral de concedê-la a outros. ·...graça...» (Efé. 2:8). O que possuímos que não tenhamos recebido de DEUS? Pois quem é que te faz sobressair? O que tens tu que não tenhas recebido? E se o recebeste, por que te vanglorias, como se o não tiveras recebido?» (I Cor. 4:7). Alguns agem como se o que têm fora produzido por eles mesmos. Concede-nos graça tal que possamos cumprir tua vontade E proferir tuas palavras e andar diante de teu rosto. CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 6. pag. 156-157. Heb 13.2 Um incentivo adicional a este tipo de hospitalidade vem do registro bíblico de que, com a sua hospitalidade, alguns, não o sabendo, hospedaram anjos. Isto aconteceu com Abraão (Gn 18.1-14) e Ló (Gn 19.1- 3). A hospitalidade estendida aos anjos e recebida por eles mostra a importância da hospitalidade que os cristãos devem oferecer uns aos outros. E melhor oferecer hospitalidade generosamente do que perder a oportunidade de receber anjos. Heb 13.3 A terceira instrução concentra-se nos presos. Já houve uma alusão a esta recomendação em 10.32-34. Os crentes devem se compadecer dos prisioneiros, especialmente de (mas sem se limitar a) cristãos aprisionados pela sua fé. JESUS disse que os seus seguidores seriam seus representantes quando visitassem pessoas na prisão (Mt 25.36). Outros que eram maltratados - espancados, assaltados, atacados, ou humilhados – também precisavam ser lembrados. Os crentes devem sofrer com eles e compartilhar a sua tristeza (veja também 1 Co 12.26; 2Tm 1.16). Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 643. Devemos ser atenciosos com todos que sofrem adversidades, de qualquer tipo, como se nós mesmos estivéssemos sendo maltratados no corpo. Se no momento não estamos passando por tribulações semelhantes isto não deve ser motivo de presunção e, certamente, nenhuma evidência de favoritismo divino; nem é uma garantia para o futuro. Estar no corpo é ser igualmente exposto a todos os riscos que pertencem à vida na terra. Os cristãos muitas vezes são protegidos sobrenaturalmente, mas nem sempre. Eles não estão imunes a doenças ou isentos de sofrimento. Por que DEUS permitiu que Tiago fosse morto por Herodes, mas poupou Pedro de maneira miraculosa? Por que Ele permite todas as outras injustiças aparentes? Isto é um mistério que está escondido em sua soberania inescrutável e perfeita. Richard S. Taylor. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 123. 3. O despenseiro deve administrar com fidelidade. O DESPENSEIRO DEVE ADMINISTRAR BEM A GRAÇA DE DEUS Aqui, entendemos que cada crente é um despenseiro de DEUS. Pedro adverte quanto a sua mordomia, dizendo: “Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de DEUS. Se alguém falar, fale segundo as palavras de DEUS; se alguém administrar, administre segundo o poder que DEUS dá, para que em tudo DEUS seja glorificado por JESUS CRISTO, a quem pertence a glória e o poder para todo o sempre. Amém” (1 Pe 4.10, 11). O DESPENSEIRO DEVE SER FIEL Escrevendo aos coríntios, Paulo ensina que devemos ser vistos pelos homens, todos os crentes, como “ministros de CRISTO e despenseiros dos mistérios de DEUS” (1 Co 4.1). A palavra ministro vem de diáconos, ou servo. Diante de DEUS, cada um deve ser servo a serviço da igreja e de sua missão na Terra. Tendo em vista sua grande missão, diante de DEUS, da Igreja e dos homens, os despenseiros devem ser fiéis em tudo. Os “mistérios de DEUS” não têm nada a ver com coisas ocultistas, esoteristas ou místicas. A Bíblia nos declara que significa esse mistério. Paulo, aos colossenses, diz: “o mistério que esteve oculto desde todos os séculos e em todas as gerações e que, agora, foi manifesto aos seus santos-, aos quais DEUS quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é CRISTO em vós, esperança da glória (Cl 1.26,27). Aí, temos “o mistério” revelado: “CRISTO em vós, esperança da glória”! Esse mistério foi revelado “para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de DEUS seja conhecida dos principados e potestades nos céus” (Ef 3.10). Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 154. I Ped 4.10 Muitos crentes receberam um ou mais dons espirituais da parte de DEUS - um talento ou uma habilidade concedidos pelo ESPÍRITO SANTO que podem ser usados no ministério da igreja. Os dons espirituais ajudam o povo de DEUS a servir e amar uns aos outros (4.8) e a prosseguir em sua tarefa de divulgar o Evangelho. Alguns destes dons tão variados estão listados em Romanos 12.6-8, I Coríntios 12.4-11,27-31, e Efésios 4.11,12. Quando os crentes reconhecem humildemente a sua parceria no corpo de CRISTO, os seus dons podem ser usados de maneira eficaz. Quando os crentes usam os seus dons no serviço humilde aos outros, a graça de DEUS pode fluir deles. Os dons que DEUS dá aos crentes são tão variados e multifacetados quanto os próprios crentes. Assim como a graça de DEUS varia ao tratar as pessoas, os dons de DEUS (dados devido à sua graça) também variam na administração da sua graça como corpo de CRISTO na terra. Administrá-los bem significa não ocultar os dons, mas usá-los como devem ser usados - para servir e edificar o corpo de CRISTO. I Ped 4.11 Pedro encorajou os crentes para que usassem os seus dons (4.10). Os homens e mulheres que falam devem ser responsáveis pelo que dizem, falando segundo as palavras de DEUS. Da mesma maneira, aqueles que foram dotados com habilidades que se centram em ajudar aos outros também têm uma responsabilidade - não servir com as suas próprias forças, mas segundo o poder que DEUS dá. Se os crentes servirem unicamente com as suas próprias forças, ou para parecerem bons aos olhos dos outros, eles começarão a pensar que servir é uma tarefa exaustiva. Mas servir com o poder de DEUS significa ser capaz de fazer mais do que é pedido, e fazê-lo com um único objetivo: para que DEUS seja glorificado por JESUS CRISTO. Quando os crentes usarem os seus dons como DEUS ordena (para ajudar os outros e edificar a igreja), os outros verão a JESUS CRISTO neles e glorificarão ao Senhor pela ajuda que receberam. Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 729. (1) A regra é que, qualquer que seja o dom, comum ou extraordinário, quaisquer que sejam o poder, a habilidade ou a capacidade para fazer o bem que nos foram dados, devemos administrar, ou servir, uns aos outros com eles, não nos considerando senhores, mas somente “...bons despenseiros da multiforme graça”, ou dos diversos dons de DEUS. Aprenda: [1] Seja qual for a habilidade que tivermos para fazer o bem, precisamos reconhecê-la como um dom de DEUS e atribuí-lo à sua graça. [2] Quaisquer dons que tenhamos recebido, devemos considerá-los como recebidos para o uso uns aos outros. Não podemos tomá-los para nós mesmos, nem escondê-los num lenço, mas servir com eles aos outros da melhor maneira que conseguirmos. [3] Ao recebermos os multiformes dons de DEUS, precisamos considerar-nos apenas despenseiros, e agir de acordo com isso. Os talentos que nos são confiados são bens do nosso Senhor, e precisam ser empregados de acordo com a orientação dele. E se exige de um despenseiro que seja encontrado fiel. (2) O apóstolo exemplifica as suas orientações acerca dos dons em dois aspectos particulares: falar e administrar, acerca dos quais ele dá estas regras: [1] “Se alguém, seja um ministro em público, seja um cristão numa reunião particular, falar ou ensinar, precisa fazê-lo segundo as palavras de DEUS”, que nos orientam acerca dos assuntos da nossa fala. O que os cristãos em particular ou os ministros em público ensinam e falam precisa ser a pura palavra e os oráculos de DEUS. Acerca da maneira de falar, precisa ser com seriedade, reverência e solenidade, que convém à santa e divina palavra. [2] “Se alguém administrar, ou como um diácono, distribuindo donativos da igreja e cuidando dos pobres, ou como pessoa particular, por meio de dádivas e contribuições de caridade, administre segundo o poder que DEUS dá”. Aquele que recebeu abundância e habilidades de DEUS deve administrar com abundância, e de acordo com sua habilidade. Essas regras devem ser seguidas e praticadas para este fim, “...para que em tudo, em todos os seus dons, ministrações e serviços, DEUS seja glorificado” (v.11), “...para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus” (Mt 5.16), “...por JESUS CRISTO” (v. 11), que obteve e concedeu esses dons aos homens (Ef 4.8), e unicamente por meio de quem nós e nossos serviços são aceitáveis a DEUS (Hb 13.15), a quem, JESUS CRISTO, “...pertence a glória e o poder para todo o sempre. Amém.” Aprenda que, em primeiro lugar, é dever dos cristãos em particular e dos ministros em público falar uns aos outros das coisas de DEUS (Ml 3.16; Ef 4.29; SI 145.10-12). Em segundo lugar, importa seriamente a todos os pregadores do evangelho manter-se próximos da palavra de DEUS, e tratar essa palavra como os oráculos de DEUS. Em terceiro lugar os cristãos não devem somente cumprir com as suas obrigações, mas precisam cumpri-las com vigor e de acordo com as suas melhores habilidades. Em quarto lugar, em todos os deveres e serviços da vida devemos almejar a glória de DEUS como o nosso propósito principal; todas as outras coisas precisam ser submetidas a isso, que vai santificar nossos atos e coisas comuns (1 Co 10.31). Em quinto lugar, DEUS não é glorificado por nada do que fazemos se não oferecermos isso a Ele por meio da mediação e dos méritos de JESUS CRISTO. Em tudo DEUS seja glorificado por JESUS CRISTO, que é o único caminho para o Pai. Em sexto lugar, a adoração que o apóstolo presta a JESUS CRISTO e o fato de lhe atribuir louvor e domínio eternos provam que JESUS CRISTO é o DEUS Altíssimo, bendito acima de tudo para sempre. Amém. HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 879-880, O ministro é um mordomo fiel (4.1-6) Paulo ainda está corrigindo o mesmo problema identificado desde o capítulo 1, a divisão na igreja em virtude do culto à personalidade. O mundo estava entrando na igreja de Corinto e a filosofia do mundo conduzia os seus assuntos internos. Corinto era uma cidade grega e o grande hobby dessa cidade era ir para a praça, a ágora, a fim de escutar os grandes filósofos e pensadores discutirem suas idéias e exporem a maneira como viam o mundo ao seu redor. Eles se identificavam com um ou outro líder, com esse ou aquele filósofo. Eles acabavam se tornando seguidores de homens. Centrando-se em seus líderes, os coríntios estavam prestando fidelidade a homens; homens de DEUS é verdade, mas apenas homens. Essa era a maneira que o mundo se comportava e ensinava. Sempre que a igreja segue os grandes nomes e gira em torno de homens, está imitando o mundo. Uma vez que eles estavam acostumados a vivenciar isso no mundo, queriam, agora, fazer o mesmo dentro da igreja. Por isso, diziam: Eu sou de Paulo, eu de Apolo, eu de Cefas e eu de CRISTO. Como Paulo combate essa idéia do culto à personalidade? Após afirmar que os obreiros da igreja são apenas servos ou diáconos, ele prossegue em seu argumento, dizendo que eles são escravos condenados à morte que trabalham sob as ordens de um superior (4.1). Vamos examinar alguns pontos importantes: Em primeiro lugar, o obreiro é um escravo sentenciado à morte. Paulo escreve: “Assim, pois, importa que os homens nos considerem como ministros de CRISTO” (4.1). A palavra “ministro” na língua portuguesa representa o primeiro escalão do governo. O ministro é uma pessoa que ocupa uma alta posição política, de grande projeção na liderança, e tem em suas mãos um grande poder e autoridade. Se olharmos a palavra “ministro” no campo religioso, estaremos falando de alguém que exerce a função de líder na igreja local. Todavia, a palavra usada pelo apóstolo Paulo para definir o ministro nos dá uma idéia totalmente contrária. A palavra grega usada é huperetes, que significa um remador de galés (navios). Essa palavra era utilizada para a classe mais simples de servos. Os ministros são meros servos de CRISTO. Eles não têm autoridade procedente deles mesmos. A palavra huperetes só aparece aqui em todo o Novo Testamento. Nos grandes navios romanos existiam as galés, que eram porões onde trabalhavam os escravos sentenciados à morte. Aqueles escravos sentenciados à morte prestavam um serviço antes de morrer. Eles tinham os seus pés amarrados com grossas correntes e trabalhavam à exaustão sob o flagelo dos chicotes até à morte. Paulo diz que o ministro não deve ser colocado no pedestal como o dono da igreja ou como o capitão do navio, antes deve ser visto como um escravo que serve ao capitão até à morte. Paulo está dizendo para não colocarmos os holofotes sobre um homem, porque importa que os homens nos considerem como huperetes e não como capitães do navio. O obreiro da igreja é um escravo já sentenciado à morte, que deve obedecer as ordens do capitão do navio, o Senhor JESUS CRISTO. Em segundo lugar, o obreiro é um mordomo que obedece as ordens do seu Senhor (4.1). Paulo usa agora uma nova figura. Ele diz que o obreiro é um despenseiro ou mordomo. A palavra grega usada por Paulo é oikonomos, de onde vem a nossa palavra mordomo. O ministro é um despenseiro, aquele que toma conta da casa do seu senhor. Em relação ao dono da casa, o mordomo era um escravo, mas em relação aos outros serviçais, ele era o superintendente. Sua função era cuidar dos interesses do seu senhor. Ele cuidava da alimentação da casa. Ele prestava contas, não aos seus colegas, mas ao seu senhor. Os mistérios de DEUS representam aqui o evangelho, a Palavra de DEUS. O mordomo ou oikonomos era a pessoa que cuidava da despensa, da dieta, da alimentação de toda a família. O oikonomos era um administrador, mordomo, dirigente de uma casa, com freqüência um escravo de confiança que era encarregado de todos os negócios do lar. A palavra enfatiza que a pessoa recebe uma grande responsabilidade, pela qual deve prestar contas. O que isso nos sugere? a) Não era competência do mordomo prover o alimento para a família; essa era uma responsabilidade do dono, do senhor da casa. O ministro do evangelho não tem de prover o alimento, porque esse já foi providenciado. Esse alimento é a Palavra de DEUS. Compete ao ministro dar a Palavra de DEUS ao povo. O ministro não é o provedor, ele é o garçom que serve as mesas. Ele não coloca alimento na despensa, mas prepara o alimento e o serve. Ele não pode sonegar o alimento que está na despensa, ou adulterá-lo nem substituí-lo por outro. Ele precisa ser íntegro e fiel, dando ao povo o mesmo alimento que o dono da casa proveu para a família. Sabemos, porém, que é possível ter na despensa os melhores alimentos e, mesmo assim, ter na mesa a pior refeição. A competência do mordomo era pegar a riqueza do alimento que estava na despensa, que é a Palavra de DEUS, e preparar uma refeição gostosa, saborosa, e balanceada: Leite para a criança, alimento sólido para aqueles que podem suportá-lo. Não é conveniente preparar a mesma refeição todos os dias. O ministro precisa ensinar todo o desígnio de DEUS. Paulo diz: “Toda a Escritura é inspirada por DEUS é útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de DEUS seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2Tm 3.16, 17). b) Nao era função do mordomo buscar nova provisão ou servir qualquer alimento que não fosse provido pelo senhor. A Palavra de DEUS deve ser ensinada de formas variadas. Paulo diz para ensinarmos todo o conselho de DEUS (At 20.27). Ainda temos profetas e apóstolos como tinham as igrejas primitivas! Eles pregavam mensagens de revelação. Quando os profetas diziam Assim diz o Senhor, eles estavam recebendo uma mensagem inspirada, inédita, e nova da parte de DEUS. Nem sempre essa mensagem iria fazer parte do cânon das Escrituras. Mesmo que um anjo descesse do céu e pregasse outra mensagem que vá além daquela que está nas Escrituras, deve ser prontamente rejeitada e considerada como anátema! (G11.6-9). c) A função do mordomo era servir as mesas com integridade. O ministro não é um filósofo que cria a sua própria filosofia. Não é assim o despenseiro. Ele não cria uma doutrina, uma teologia ou uma idéia a fim de aplica-la e ensiná-la. Cabe a ele transmitir o que recebeu. E Paulo sempre usa essa expressão: “[Eu] vos entreguei o que também recebi” (ICo 15.3). O despenseiro não pode entregar o que não recebeu. E o que é que ele recebeu? E o que está na Palavra! Sendo assim, o despenseiro não podia mudar o alimento. De igual forma, nós não podemos mudar a mensagem. Também o despenseiro não podia adulterar o alimento, ou seja, ele não podia mudar o conteúdo, a substância, e a essência do alimento. Nós não podemos mudar nem diluir a Palavra de DEUS. Ainda, o despenseiro não podia acrescentar nenhum alimento no cardápio além daquele que estava na despensa. Nós não podemos pregar o evangelho e mais alguma coisa. E o evangelho, somente o evangelho e, todo o evangelho. Finalmente, o despenseiro não podia reter as iguarias que o senhor da casa havia provido para toda a casa, para toda a família. Ele tinha de distribuir todo o alimento que o seu senhor providenciara para a família e para o restante da casa. E isso significa dizer que o despenseiro precisa pregar para a igreja todo o conselho de DEUS. Não pode pregar apenas as doutrinas da sua preferência. A melhor maneira de fazer isso é pregando expositivamente, livro por livro. Essa é a maneira mais adequada de se colocar na mesa todas as iguarias providenciadas pelo Senhor. LOPES, Hernandes Dias. 1 Coríntios Como resolver conflitos na Igreja. Editora Hagnos. pag. 69-74. III - OS DONS ESPIRITUAIS E O FRUTO DO ESPÍRITO 1. A necessidade dos dons espirituais. No capítulo 2, vimos o Propósito dos Dons Espirituais. Neste item, podemos identificar a necessidade dos dons para as igrejas em todos os tempos e lugares. Hoje, mais do que nunca, com o esfriamento do amor e a multiplicação da iniquidade (cf. Mt 24.12), a Igreja do Senhor JESUS necessita de mais poder, de mais unção, de “mais demonstração do ESPÍRITO e de poder” (1 Co 2.4). Os teólogos cessacionistas, que ensinam que os dons espirituais cessaram com o fechamento do Cânon do Novo Testamento, e não há mais necessidade deles, cometem equívoco elementar em sua exegese sobre a atualidade dos dons. O fechamento do Cânon nada tem a ver com doutrina. Quer dizer que não se pode acrescentar mais nenhum livro ao Novo Testamento. No que concerne aos dons espirituais, os ensinos cessacionistas não se firmam na boa interpretação da Bíblia, porque carecem de fundamento escriturístico. Eles se baseiam em premissas equivocadas, que aprenderam com seus mentores, nos seminários, ou em seus tratados teológicos. Para esses teólogos, suas conclusões cessacionistas tornaram-se dogmas, a exemplo do que ocorreu na teologia católica. São postulados intocáveis, sagrados, infalíveis. Eles defendem, corretamente, o postulado da “Sola Scriptura”, fundamento da Reforma, mas, em seus estudos, valorizam mais a opinião dos teólogos do que a própria Palavra de DEUS. Em nenhum lugar, na Bíblia, está escrito que os dons espirituais deixaram de operar na igreja. Os dons espirituais, hoje, são mais necessários do que no tempo dos apóstolos. Há uma “frente fria”, passando pelos seminários, por faculdades teológicas, e por muitas igrejas, em que não se vê a presença de DEUS, através dos dons espirituais, ou dos sinais do poder de DEUS, na vida das pessoas. Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 155. Ap 3.15,16 - Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca.
TEXTO ÁUREO
1- Complete:
“Para que, agora, peia __igreja__, a __multiforme__ sabedoria de DEUS seja conhecida dos principados e potestades nos __céus__” (Ef 3.10).
VERDADE PRATICA
2- Complete:
A __multiforme__ sabedoria de DEUS vai além da __compreensão__ humana e é demonstrada ao mundo pela __Igreja__ de CRISTO.
I - OS DONS ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS
3- São diversos os dons espirituais, onde os encontramos no Novo Testamento?
( ) Na passagem bíblica de 1 Coríntios 12.8-10 são mencionados nove dons do ESPÍRITO SANTO.
( ) Há outros dons espirituais noutras passagens da Bíblia já mencionados em lições anteriores deste trimestre.
( ) Em Romanos 12,6-8; 1 Coríntios 12.28-30; 1 Pedro 4.10,11 e Hebreus 2.4. São dons na esfera congregacional.
( ) Em Efésios 4.7-11 e 2 Timóteo 1.6 vemos dons espirituais na esfera ministerial da igreja.
4- A sabedoria de DEUS é multiforme e plural, onde ela é manifesta?
( ) Em seus dons espirituais e ministeriais nas mais variadas comunidades cristãs espalhadas pelo mundo.
5- Cite pelo menos 3 excelentes dádivas de DEUS dispensadas à sua Igreja para comunicar o Evangelho. Complete:
a) A dádiva do __amor__.
A grande manifestação de __amor__ do Altíssimo para com a humanidade foi enviar o seu Filho Amado para __salvar__ o mundo (Jo 3.16). Este __amor__ dispensado por DEUS desafia-nos a que __amemos__ aos nossos inimigos e ao próximo, isto é, qualquer ser humano carente da graça do Pai (Jo 1.14).
b) A dádiva da __filiação__ divina.
DEUS torna um filho das trevas em __filho__ de DEUS (Jo 1.12; 1 Pe 2.9). É a graça do Pai indo ao encontro da pessoa, tornando-a __membro__ da família de DEUS (Ef 2.19).
c) O ministério da __reconciliação__.
O apóstolo Paulo explica o __milagre__ da salvação como resultado do “ministério da __reconciliação__” (2 Co 5.19). Todo ser humano pode ter a esperança de salvação eterna, mas de __salvação__ agora também. Quem está em CRISTO é uma __nova__ criatura e o resultado disto é que DEUS faz tudo __novo__ em sua vida (2 Co 5.17).
II - BONS DESPENSEIROS DOS MISTÉRIOS DIVINOS
6- Como o obreiro administra com sobriedade e vigilância?
( ) O despenseiro deve administrar a igreja local, retirando da “despensa divina” o melhor alimento para o rebanho.
( ) Paulo destaca a sobriedade e a vigilância do candidato ao episcopado como habilidades indispensáveis ao exercício do ministério (1 Tm 3.2).
( ) Por isso, o apóstolo recomenda ao obreiro não ser dado ao vinho, pois bebida traz confusão, contenda e dissolução (1 Tm 3.2 cf. Ef 5.1 8).
( ) O fiel despenseiro é o oposto disso. Nunca perde a sobriedade e a vigilância em relação ao exercício do ministério dado por DEUS.
7- Como o obreiro administra com amor e hospitalidade?
( ) Os despenseiros de CRISTO têm um “ardente amor uns para com os outros, porque o amor cobrirá a multidão de pecados” (1 Pe 4.8).
( ) Mediante a graça de DEUS, o obreiro pode demonstrar sabedoria e amor no trato com as pessoas.
( ) Amar sem esperar receber coisa alguma é parte do chamado de DEUS para os relacionamentos (1 Jo 3.16).
( ) Esta atitude é a verdadeira identidade daqueles que se denominam discípulos do Senhor JESUS (Jo 1 3.34,35).
( ) Aqui, também entra o caráter hospitaleiro do obreiro, recomendado pelo apóstolo Pedro (1 Pe 4.9).
( ) Isso se torna possível para quem ama incondicionalmente, pois a hospitalidade é acolhimento, bom trato com todas as pessoas — crentes ou não, pobres ou ricas, cultas ou não etc.
( ) Este é o apeio que o escritor aos Hebreus faz a todos os crentes (Hb 13.2,3).
8- Como o despenseiro deve administrar com fidelidade?
( ) A graça derramada sobre os despenseiros de CRISTO tem de ser administrada por eles com zelo e fidelidade.
( ) A Palavra de DEUS nos adverte: “Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de DEUS” (1 Pe 4.10).
( ) Pregando, ensinando ou administrando o corpo de CRISTO, tudo deve ser feito para a glória do Senhor, a quem realmente pertence a majestade e o poder (1 Pe 4.11).
( ) Paulo ensina-nos ainda que devemos ser vistos pelos homens como “ministros de CRISTO e despenseiros dos mistérios de DEUS” (1 Co 4.1; Cf 1.26,27).
( ) Por isso, os despenseiros de DEUS devem ser fiéis em tudo; "para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de DEUS seja conhecida dos principados e potestades nos céus” (Ef 3.10).
III - OS DONS ESPIRITUAIS E O FRUTO DO ESPÍRITO
9- Qual a necessidade dos dons espirituais, na atualidade?
( ) Os dons espirituais são indispensáveis à Igreja.
( ) Uma onda de frieza e mornidão tem atingido muitas igrejas na atualidade, as quais não estão vivendo a real presença e o poder de DEUS para salvar, batizar com ESPÍRITO SANTO e curar enfermidades (Ap 3.15-20).
( ) Em tal estado, os dons do ESPÍRITO são ainda mais necessários.
( ) É no tempo de sequidão que precisamos buscar mais e mais a face do Senhor, rogando-lhe a manifestação dos dons espirituais para o desperta- mento espiritual dos crentes em JESUS (Hb 3.2).
10- Complete segundo os dons espirituais e o amor cristão:
Paulo termina o capítulo sobre os dons espirituais, dizendo: “Portanto, procurai com zelo os melhores __dons__; e eu vos mostrarei um caminho ainda mais __excelente__” (1 Co 1 2.31). Em seguida abre o capítulo mais belo da Bíblia Sagrada sobre o amor— 1 Coríntios __13__. Como já dissemos, não é por acaso que o tema do __amor__ está entre os assuntos espirituais (capítulos 12 e 14). Ali, o apóstolo dos gentios refere-se a vários dons, ensinando que sem o __amor__ nada adianta tê-los.
11- Qual a necessidade do fruto do ESPÍRITO?
( ) Uma vida cristã pautada pela perspectiva do fruto do ESPÍRITO (Gl 5.22) — o amor — é o que o nosso Pai Celestial quer à sua Igreja.
( ) Uma igreja cheia de poder, que também ama o pecador.
( ) Cheia de dons espirituais, mas que também acolhe o doente.
( ) Zelosa da boa doutrina, mas em chamas pelo amor fraterno que, como diz Paulo, “é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal” (1 Co 13.4,5).
( ) O caminho do amor é mais excelente que o dos dons espirituais (1 Co 12.31).
CONCLUSÃO
12- A __multiforme__ sabedoria de DEUS manifesta-se na igreja através da intervenção __sobrenatural__ do ESPÍRITO SANTO e a partir dos __dons__ de DEUS necessários ao crescimento espiritual dos crentes. Sejam quais forem os __dons__, aqueles que os possuem devem usá-los com humildade e fidelidade, não buscando os __interesses__ próprios, mas sobretudo o __amor__, pois sem __amor__ de nada adianta possuir dons. Estes são para a __edificação__ dos salvos em CRISTO JESUS.
RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO EM http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
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O NOVO DICIONÁRIO DA BÍBLIA – Edições Vida Nova – J. D. Douglas
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http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/ - Pb Alessandro Silva fonte /www.apazdosenhor.org.
Comentário: Pr. Elinaldo Renovato de Lima
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva Questionário NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm Veja - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao7-ada-1tr11-assistenciasocialimportantenegocio.htm TEXTO ÁUREO “Para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de DEUS seja conhecida dos principados e potestades nos céus” (Ef 3.10). VERDADE PRATICA A multiforme sabedoria de DEUS vai além da compreensão humana e é demonstrada ao mundo pela Igreja de CRISTO. LEITURA DIÁRIA Segunda - Pv 2.6 DEUS dá sabedoria Terça - Pv 9-10 O princípio da sabedoria Quarta - Rm 11.33 A insondável sabedoria divina Quinta - Rm 11.34-36 Quem compreendeu o intento divino Sexta - 1 Co 1.24 CRISTO, a Sabedoria de DEUS Sábado - Ef 1.17 O espírito de sabedoria e revelação LEITURA BÍBLICA EM CLASSE Efésios 3.8-10; 1 Pedro 4.7-10 Efésios 3.8 - A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de CRISTO 9 - e demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que, desde os séculos, esteve oculto em DEUS, que tudo criou; 10 - para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de DEUS seja conhecida dos principados e potestades nos céus, 1 Pedro 4 7 - E já está próximo o fim de todas as coisas; portanto, sede sóbrios e vigiai em oração. 8 - Mas, sobretudo, tende ardente amor uns para com os outros, porque o amor cobrirá a multidão de pecados, 9 - sendo hospitaleiros uns para os outros, sem murmurações. 10 - Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de DEUS. INTERAÇÃO Uma das coisas mais maravilhosas quando estudamos a teologia da Santíssima Trindade é identificar como o Pai, o Filho e o ESPÍRITO SANTO estão em pleno relacionamento numa unidade perfeita. É isto mesmo! A Santíssima Trindade mostra-nos uma perfeita unidade. Portanto, não poderíamos esperar outra forma de DEUS agir pela Igreja, se não pela expressão da sua multiforme sabedoria em trabalhar no mundo através do Corpo de CRISTO. Para isso, DEUS disponibilizou ao seu povo dons de revelação, dons de poder, dons de expressão e dons ministeriais. Que o Senhor nos use como instrumentos em suas mãos. OBJETIVOS - Após a aula, o aluno deverá estar apto a; Conhecer o caráter diverso dos dons espirituais e ministeriais. Estudar as qualidades dos bons despenseiros dos mistérios divinos. Correlacionar os dons espirituais com o fruto do ESPÍRITO. ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA Professor, para introduzir a última lição do trimestre reproduza na lousa o esquema da página seguinte. Em seguida, faça uma revisão dos assuntos tratados ao longo do trimestre. Cite e comente cada dom estudado. O propósito desta revisão é para que fique claro ao aluno o caráter múltiplo de DEUS em lidar com a sua amada Igreja. Por isso, podemos perceber através dos estudos dos dons a multiforme sabedoria do Pai sobre o seu povo. Boa aula! PALAVRA-CHAVE Multiforme: Várias formas; diversas maneiras; numerosos estados. Resumo da Lição 13 - A Multiforme Sabedoria de DEUS I - OS DONS ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS 1. São diversos. 2. São amplos. 3. Dádivas do Pai. a) 4 dádiva do amor. b) A dádiva da filiação divina. c) O ministério da reconciliação. II - BONS DESPENSEIROS DOS MISTÉRIOS DIVINOS 1. Com sobriedade e vigilância. O 2. Amor e hospitalidade. 3. O despenseiro deve administrar com fidelidade. III - OS DONS ESPIRITUAIS E O FRUTO DO ESPÍRITO 1. A necessidade dos dons espirituais. 2. Os dons espirituais e o amor cristão 3. A necessidade do fruto do ESPÍRITO. SINOPSE DO TÓPICO (1) - Os dons espirituais e ministeriais são diversos e amplos. SINOPSE DO TÓPICO (2) - Os bons despenseiros dos mistérios divinos devem apresentar sobriedade, vigilância, amor, hospitalidade e fidelidade ao Senhor. SINOPSE DO TÓPICO (3) - Os dons espirituais são ligados ao amor cristão, o mais autêntico fruto do ESPÍRITO. AUXILIO BIBLIOGRÁFICO Subsidio Teológico “SABEDORIA Embora Paulo não tenha pregado de acordo com a sabedoria do mundo, todavia ele pregou a sabedoria oculta de DEUS que só pode ser discernida quando DEUS dá ao homem a direção e a ajuda do ESPÍRITO SANTO (1 Co 2.7-1 4). DEUS deseja que o homem tenha e conheça sua sabedoria (Tg 1.5). Ela é espiritual e consiste no conhecimento de sua vontade (Cl 1.9; Ef 1.8,9). Ela é ‘do alto’ e é contrastada com a sabedoria terrena e humana deste mundo, que pode até ser inspirada pelos demônios (Tg 3.1 3-1 7; cf, Cl 2.23; 1 Co 3.1 9,20; 2 Co 1.1 2). A sabedoria de DEUS deve ser revelada ou 'dada’ aos homens (Rm 11.33,34; 2 Pe 3,15; Lc 21.15). Isto pode ser conferido pela Palavra de DEUS e pelo ensino humano dela (Cl 3.16; 1.28; Ap 13,18; 1 7.9)” (PFEIFFER, Charles F.; REA, John; VOS, Howard F. (Eds.). Dicionário Bíblico Wycliffe. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 1712). BIBLIOGRAFIA SUGERIDA MENZIES, William W.; HORTON, Stanley M. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé. 5. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005. HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 10. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007. DONS ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS Dons de Revelação - Palavra de Sabedoria; Palavra da Ciência; Discernimento de Espíritos. Dons de Poder - Dom da Fé; Dons de Curar; Operação de Maravilhas. Dons de Expressão - Dom de Profecia; Variedade de Línguas; 1 Interpretação das Línguas. Dons Ministeriais - Apóstolos; Profetas; Evangelistas; Pastores; Doutores. Revista Ensinador Cristão CPAD, n° 58, p.42. Dons Espirituais e Dons Ministeriais: Revelação - sabedoria, conhecimento e discernimento de ESPÍRITO; Poder - fé, dons de curar e operação de maravilhas; Elocução - profecia, variedades de línguas e interpretações de línguas; Apóstolos; Profetas; Evangelistas; Pastores; Doutores. Quantas dádivas a serviço da Igreja de CRISTO! Quantas formas de DEUS trabalhar pelo seu povo! Diversidade na unidade! Unidade na diversidade! Por isso, o nosso Pai Celestial age de acordo com a sua multiforme graça e sabedoria. Além de divina, a Igreja de CRISTO é humana e terrena. Ela está alocada num tempo, cultura e realidades sociais bem distintas uma das outras. As igrejas locais são a expressão da Igreja Invisível. Esta é composta por todos os seres humanos dos quatro cantos da Terra que têm em comum a fé centralizada em JESUS como Senhor e Rei: África, Ásia, América Central, América do Norte, América do Sul, Europa, Oceania e Antártida. Logo, os dons espirituais e ministeriais são dados por DEUS a homens e mulheres objetivando servir o próximo, edificar a igreja local e fazê-la atingir o estado perfeito de amor: "Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, CRISTO, do qual todo o corpo, bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor" (Ef 4.15,16) Precisamos compreender os dons espirituais e ministeriais, não como superstição, mas realização em DEUS para o serviço e bem-estar da Igreja de CRISTO espalhada pelo mundo. Para isso que o Pai concede uns para apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores. Enquanto mune a todos os crentes com dons de profecia, discernimento de espíritos, cura, e tantos outros. Tudo para demonstrar que, como na Santíssima Trindade, a relação do Pai com a sua Igreja dar-se nos termos da diversidade e da multiforme graça e sabedoria divina. Após estudar um trimestre sobre dons espirituais e ministeriais, instiga os alunos a buscarem essas dádivas de nosso Senhor para instrumentalizá-los ao ponto de serem pessoas espirituais reconhecidas pela prática do amor. COMENTÁRIO - INTRODUÇÃO Após o estudo sobre os dons de DEUS, podemos constatar que sua sabedoria transcende a tudo o que se pode entender com a limitada percepção do homem. Enquanto a sabedoria humana é compartimentada ou segmentada em áreas do conhecimento, a sabedoria de DEUS é multiforme. Ele a manifestou desde a criação, quando sua mente divina imaginou trazer à realidade as coisas criadas, incluindo o universo imenso, formado de planetas e estrelas, bem como o homem e os seres vivos da natureza, numa demonstração de planejamento perfeito, jamais alcançado pela mente humana. O salmista teve a visão da sabedoria e do poder criador de DEUS, ao exclamar: “O Senhor, quão variadas são as tuas obras! Todas as coisas fizeste com sabedoria; cheia está a terra das tuas riquezas” (SI 104.24). Só o homem incrédulo, em sua arrogância e presunção, não percebe que a grandeza do universo, ou do macrocosmo, bem como a imensa complexidade do microcosmo, observado nos microuniversos das células ou das moléculas dos elementos da natureza, não podem ter sido fruto do acaso cego, mas de uma mente sobrenatural, dotada de sabedoria e inteligência além da imaginação limitada do homem. O sábio Salomão, em suas reflexões sobre o universo, declarou: A MULTIFORME SABEDORIA DE DEUS “O Senhor, com sabedoria, fundou a terra; preparou os céus com inteligência” (Pv 3.19). A sabedoria de DEUS e sua inteligência divina sempre agiram juntas para que o Eterno alcançasse seus objetivos e propósitos, ao criar todas as coisas. Mas foi no plano espiritual, que transcende às coisas materiais do universo, que DEUS demonstrou sua multiforme sabedoria de forma tão elevada, que é considerada um verdadeiro mistério que só a revelação divina pôde trazer à luz, ao conhecimento do homem, por meio do ESPÍRITO SANTO. Paulo diz que esse mistério foi revelado de maneira muito especial, por misericórdia e bondade de DEUS, pelo ESPÍRITO SANTO, “aos seus santos apóstolos e profetas”, bem como à Igreja do Senhor: Essa multiforme sabedoria de DEUS, que tudo criou pelo poder sobrenatural de sua palavra, a ponto de trazer à existência todas as coisas, a partir de sua Palavra (Hb 11.3), transformou-se em uma relação de amor para com o homem. Mesmo sabendo de antemão que o homem iria cair em desobediência, em seu plano divino, por sua graça e misericórdia, DEUS enviou JESUS, para salvar o homem da tragédia do pecado. E CRISTO manifestou-se como a encarnação da sabedoria de DEUS: “Mas, para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a CRISTO, poder de DEUS e sabedoria de DEUS” (1 Co 1.24 — grifo nosso). A Igreja — o Corpo de CRISTO, reúne os “chamados, tanto judeus como gregos” ou gentios, para proclamar a salvação de DEUS à humanidade. Por ser a representante de DEUS na Terra, ela é alvo dos mais terríveis ataques do Inimigo de DEUS, que, mesmo condenado em última instância, no Tribunal Divino, e sabendo que seu fim é o lago de fogo, procura destruir a comunidade dos salvos e remidos por CRISTO. Diante dessa realidade, DEUS tem concedido à igreja recursos especiais, que são os dons espirituais e os dons ministeriais, já estudados nos capítulos anteriores, para edificação e força para cumprir a sua missão. Os dons concedem parte da multiforme sabedoria de DEUS a seus servos para que saibam como agir, como viver, como proceder e atuar em amor, diante da missão que lhes foi confiada de proclamar o evangelho por todo o mundo a toda a criatura. Os dons ministeriais fazem parte da capacitação de DEUS a homens chamados e preparados para exercer a liderança nas igrejas que reúnem os salvos em CRISTO JESUS, até à sua vinda em glória para reinar para sempre. Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 148-149. SABEDORIA DE DEUS Esboço: I. Ideias Gerais II. DEUS Fez de JESUS CRISTO Essa Sabedoria III. Referências e Ideias. A Sabedoria de DEUS IV. A Multiforme Sabedoria de DEUS se Torna Conhecida (Ef 3.10) I. Ideias Gerais 1. Essa sabedoria é um dos atributos divinos (ver I Sm 2.3); é insondável (ver Rm 11.33); e é a base de toda a bondade humana, sobretudo do bem-estar espiritual, particularizando-se a salvação (ver Ef 1.8). 2. O evangelho contém os tesouros da sabedoria divina (ver I Co 2.7). 3. Paulo fez contraste entre a sabedoria humana (ensinada na filosofia) e a sabedoria de DEUS (que se manifesta na mensagem do evangelho). A sabedoria humana gera o orgulho; a sabedoria divina conduz à salvação da alma. 4. A sabedoria divina se manifesta em CRISTO. 5. O próprio CRISTO é a personificação da sabedoria divina, conforme ensinado em I Co 1.30. É CRISTO quem proporciona aos homens os benefícios prometidos pela sabedoria divina. Tudo quanto os homens podem conhecer acerca da verdadeira sabedoria, precisam conhecer em CRISTO; pois, para os homens, CRISTO é a sabedoria de DEUS. A sabedoria de DEUS é demonstrada no seu plano, relativo à redenção da humanidade, plano esse que concretiza algo que a sabedoria humana sob hipótese nenhuma poderia concretizar. A palavra ou a mensagem da cruz é o tema central dessa sabedoria (ver I Cor. 1.18). Por igual modo, essa sabedoria é a única que permanecerá de pé sob o teste do juízo divino (ver I Co 1.19). Através da sabedoria de DEUS é que o mundo inteiro pode ser potencialmente salvo (ver I Cor. 1:31). Tudo isso pode parecer um escândalo, uma insensatez e uma pedra de tropeço para os homens (ver I Co 1.22-23), mas JESUS CRISTO é a própria personificação da sabedoria de DEUS (ver I Co 1.24,30). A grande verdade é que a sabedoria de DEUS, que tantos homens reputam como insensatez, é mais sábia que a sabedoria humana, porquanto cumpre aquilo que o engenho humano está impossibilitado de fazer (ver I Co 1.25). Mas esse cumprimento só se verifica no caso de homens humildes, que reconhecem sua ignorância espiritual; pois DEUS dá iluminação espiritual a esses, mas resiste aos soberbos (ver I Co 1.26-28). Sim, CRISTO é a verdadeira sabedoria de DEUS, fazendo violento contraste com a falsa sabedoria humana. II. DEUS Fez de JESUS CRISTO Essa Sabedoria 1. Mediante os seus decretos, baixados desde a eternidade. 2. Mediante a encarnação do Filho de DEUS. 3. Mediante o ministério terreno de JESUS CRISTO. 4. Mediante a sua exaltação à mão direita de DEUS Pai, onde foi feito Senhor e CRISTO, e de onde brande toda a autoridade, nos céus e na terra, segundo também lemos em Mt 28.18. Ora, todos esses aspectos estavam designados de antemão com o propósito de produzir a redenção humana. III. Referências e Ideias. A Sabedoria de DEUS 1. A sabedoria de DEUS é um de seus atributos (ver I Sm 2.3 e Jó 9.4). 2. A sabedoria de DEUS é descrita como perfeita (ver Jó 36.4 e 37.16). 3. É poderosa (ver Jó 36.5). 4. É universal (ver Jó 28.24; Dn 2.22 e Atos 15.18). 5. É infinita (ver Sl 147.5 e Rm 11.3). 6. É insondável (ver Is 40.28 e Rm 11.33). 7. É maravilhosa (ver Sl 139.6). 8. Ultrapassa a compreensão humana (ver Sl 139.6). 9. É incomparável (ver Is 44.7 e Jr 10.7). 10. Não é derivada (ver Jó 21.22 e Is 40.44). 11.O evangelho contém os tesouros da sabedoria divina (ver I Co 2.7). 12. A sabedoria dos santos é derivada da sabedoria de DEUS (ver Ed 7.25). 13. Toda a sabedoria humana deriva da sabedoria divina (ver Dn 2.2). IV. A Multiforme Sabedoria de DEUS se Torna Conhecida (Ef 3.10) A palavra multiforme deriva do termo grego polupoikilos, em forma adjetivada encontrada somente aqui em todo o Novo Testamento, cujo significado é «variegado», «multilateral», usado para indicar quadros, flores e vestimentas de várias cores. Na versão da Septuaginta (tradução do original hebraico do Antigo Testamento para o grego, completada cerca de duzentos anos antes da era cristã), a capa de «muitas cores» presenteada por Jacó a José é descrita por esta palavra (ver Gn 37.3). Esse vocábulo pinta a sabedoria divina como algo que tem muitíssimas facetas com os mais variados modos de manifestação e expressão, por ser algo que é digno de ser contemplado, devido a suas muitas e excelentes variações e realizações. Gregório de Nissa (ver Hom. viii, sobre Cantares de Salomão) nos fornece uma notável interpretação, a que - vários expositores - aludem. Diz ele: «Antes da encarnação de nosso Salvador, os poderes celestiais conheciam a sabedoria de DEUS como algo simples e uniforme, que efetuava maravilhas de modo consoante com a natureza de cada coisa. Nada havia nada de poikilon (multiforme, multicolorido). Mas agora, por meio da oikonomia (dispensação, plano) que diz respeito à igreja e à raça humana, a sabedoria de DEUS não é mais conhecida como algo uniforme, e, sim, como algo polupoikilos (multiforme, variegado), produzindo contrários por meio de contrastes, mediante a morte, a vida, a desonra, a glória, o pecado e a retidão; mediante a maldição e a bênção; mediante a fraqueza e o poder. O invisível se manifestou em carne. Veio para remir cativos, sendo ele mesmo o adquiridor, e sendo ele mesmo o preço» (lD lB LAN NTI). CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 6. Editora Hagnos. pag. 9-10. I - OS DONS ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS 1. São diversos. Os dons espirituais são variados, como recursos usados pelo ESPÍRITO SANTO para manifestar o poder de DEUS e sua multiforme sabedoria, através de instrumentos humanos, usados para a edificação e o fortalecimento espiritual da igreja. Os dons devem ser buscados com humildade e discernimento, sabendo que DEUS os concede por sua graça. “Assim, também vós, como desejais dons espirituais, procurai sobejar neles, para a edificação da igreja” (1 Co 14.12). NO SENTIDO ESTRITO Normalmente, quando se tratam dos dons espirituais, entende-se que eles são em número de nove. Essa conclusão baseia-se na contagem dos dons, com base em 1 Coríntios 12: “Porque a um, pelo ESPÍRITO, é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo ESPÍRITO, a palavra da ciência; e a outro, pelo mesmo ESPÍRITO, a fé; e a outro, pelo mesmo ESPÍRITO, os dons de curar; e a outro, a operação de maravilhas; e a outro, a profecia; e a outro, o dom de discernir os espíritos; e a outro, a variedade de línguas; e a outro, a interpretação das línguas” (1 Co 12.8-10). De fato, a relação acima indica que há nove tipos de dons espirituais, ou dons do ESPÍRITO SANTO. Sua existência certamente denota a vontade de DEUS para que seu povo tenha saúde e qualidade de vida. Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 150. I Cor 12.8-11 a palavra da sabedoria, é uma declaração espiritual, num dado momento, pelo ESPÍRITO, sobrenaturalmente revelado a mente, o propósito e o caminho de DEUS aplicado a uma situação específica. A palavra da ciência é uma revelação sobrenatural de informação relativa a uma pessoa ou acontecimento, feita a um propósito específico, normalmente peculiar tendo a ver com uma necessidade imediata. O dom da fé é uma forma de fé que vai além da fé natural e da fé para salvação. Ela confia sobrenaturalmente e não duvida em relação aos assuntos específicos envolvidos. Os dons de curar são aquelas curas que DEUS realiza sobrenaturalmente pelo ESPÍRITO. A operação de maravilhas é uma manifestação de poder além do curso normal da lei natural. E uma permissão divina para se fazer algo que não poderia ser feito naturalmente. Profecia é uma revelação divina em nome do ESPÍRITO, uma revelação edificante do ESPÍRITO para o momento (14.3), um discernimento súbito do ESPÍRITO, sugerindo exortação e conforto (14.3,30). Discernir os espíritos é a capacidade de discernir o mundo do espírito e, especialmente, detectar a verdadeira fonte das circunstâncias ou motivos das pessoas. Variedade de línguas é o dom de falar sobrenaturalmente em uma língua não conhecida ao indivíduo e em outras línguas conforme o ESPÍRITO conceder. O plural permite diferentes formas, algumas designadas especialmente para orar e cantar no ESPÍRITO, na maior parte para adoração. A interpretação das línguas é o dom de transmitir a mensagem transracional (mas não irracional) significativa do ESPÍRITO para os outros, quando exercido em público. Não é a tradução de uma língua estrangeira. PLENITUDE. Bíblia de Estudo Plenitude. Editora Sociedade Bíblica, do Brasil. pag. 1139. 2. São amplos. A sabedoria de DEUS é “multiforme”, e seu poder é ilimitado, de igual forma ele concede à Igreja a sua “multiforme” graça. Após ensinar sobre os dons espirituais, no capítulo 12 de 1 Coríntios, o apóstolo Paulo dirige sua doutrina para a “excelência do amor fraternal”, no capítulo seguinte. Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 151. Observação minha - Ev. Luiz Henrique - Os dons devem ser movidos pelo amor daqueles que os possuem para que se manifestem, caso contrário não haverá manifestação de DEUS. É o desejo de ajudar aos outros que move os crentes possuidores de dons a se deixarem ser usados pelo ESPÍRITO SANTO. O amor é a mola impulsora e propusora dos dons. 3. Dádivas do Pai. 1) O dom do amor. A maior manifestação do amor de DEUS foi o ter enviado a JESUS CRISTO para salvar o perdido. Ele próprio declarou de modo solene e incisivo: “Porque DEUS amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigénito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16 — grifo nosso). Esse amor, traduzido como o amor “ágape”, é a mais profunda demonstração de DEUS, que se doou, em CRISTO, para redimir o homem da sua constrangedora situação como caído e longe do criador. CRISTO é o amor encarnado, que se “fez carne e habitou entre nós” (Jo 1.14). 2) O dom da filiação divina. Através da fé em CRISTO, DEUS torna o pecador seu filho, integrando-o na família de DEUS. João registrou esse fato: “Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de DEUS-, aos que creem no seu nome” (Jo 1.12 — grifo nosso). Ninguém pode conquistar esse poder (ou direito). E resultado da graça e do amor de DEUS. “Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos Santos e da família de DEUS” (Ef 2.19). 3) O dom do batismo com o ESPÍRITO SANTO. Na casa de Cornélio, enquanto Pedro ministrava a palavra, o ESPÍRITO SANTO caiu sobre os que ali estavam, conforme Pedro afirmou: “como nós no princípio”; sem dúvidas com o sinal exterior de línguas estranhas (cf. At 2.4). “Portanto, se DEUS lhes deu o mesmo dom que a nós, quando cremos no Senhor JESUS CRISTO, quem era, então, eu, para que pudesse resistir a DEUS?” (At 11.17; At 1.5; 1 Ts 4.8). 4) O dom do crescimento. Doutrinando a igreja em Corinto, Paulo reprovou a atitude de certos grupos que se levantaram na congregação, causando dissensão, divisões internas e partidarismo em torno dos apóstolos. Havia, certamente, quem atribuía a Pedro, a Apolo e a Paulo a preeminência pelo sucesso da evangelização. Mas Paulo, como bom servo de DEUS, lhes afirmou: “Eu plantei, Apolo regou; mas DEUS deu o crescimento. Pelo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas DEUS, que dá o crescimento” (1 Co 3.6,7). Esse crescimento é acima de tudo espiritual. 5) O ministério da reconciliação. Em sua segunda carta aos coríntios, Paulo, escrevendo sobre a nova vida do salvo em CRISTO, explica que o milagre da salvação, que inclui a regeneração, a justificação e a santificação, “provém de DEUS”, que nos concedeu o “ministério da reconciliação”. “Assim que, se alguém está em CRISTO, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. E tudo isso provém de DEUS, que nos reconciliou consigo mesmo por JESUS CRISTO e nos deu o ministério da reconciliação, isto é, DEUS estava em CRISTO reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação” (2 Co 5.17-19 — grifo nosso). 6) O espírito de fortaleza, de amor e de moderação. Podemos dizer que DEUS nos dá o equilíbrio espiritual, quando nos submetemos à sua vontade. De um lado, concede o “espírito de temor”, para que o sirvamos com profundo respeito e reverência (SI 128.1); de outro, dá-nos o “espírito de fortaleza”, ou de poder; mas, para que esse poder não fique sem controle, concede o “espírito de amor e de moderação” (cf. 2 Tm 1.7). Nenhum dom espiritual, no sentido estrito ou amplo, tem seu exercício aprovado por DEUS, se não for por amor e com a devida e sábia moderação. Quando isso não acontece, o detentor do dom tende a aproveitar-se dele para sua promoção pessoal. O ESPÍRITO SANTO não autoriza a glória para ninguém, exceto para CRISTO, o que é a sua missão (Jo 16.14). Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 151-152. Jo 3. 16. Porque DEUS amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (16). Esta é a primeira menção ao amor de DEUS neste Evangelho. E um tema dominante no livro, embora pouco se fale até o capítulo 13. DEUS amou o mundo de tal maneira. Aqui, novamente, está a ideia do alcance universal. O evangelho é para todos os homens. Nenhum deles está excluído. Isto descreve por que DEUS fez o que fez. Ele amou! A palavra em grego é egapesen. Este é o amor que se move pelos interesses do outro, sem pensar nos próprios interesses. É um amor que deseja arriscar tudo por alguma vantagem para outra pessoa, que não considera nenhum preço muito alto se outra pessoa puder receber algum benefício. O tempo aoristo do verbo indica que o ato de amor de DEUS não é limitado pelo tempo e simultaneamente é único e completo. É o amor absoluto! Deu o seu Filho unigênito. Embora este ato seja muito mais frequentemente descrito pelo verbo “enviar” (e.g., 3.17,34; 6.29,38-40), aqui a ideia enfatizada é a do presente de DEUS para o homem (cf. 4.10). Outra vez, o tempo do verbo dar se refere a um ato absoluto e completo (cf. Hb 10.14). Ele deu o seu Filho unigênito, ou seja, a Dádiva que era mais preciosa, e o título "unigênito" é acrescentado para destacar este conceito. ... Todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. As alternativas estão definidas. Elas são a vida e a morte! A Dádiva de DEUS tornou possível que o homem faça a escolha, a resposta da fé. Os verbos perecer e ter estão em tempos diferentes no original. O primeiro está em aoristo e significa “de uma vez por todas”, expulso para a escuridão exterior. O último está no presente, indicando uma vida eterna presente, duradoura, eterna. William M. Greathouse. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 8. pag. 51-52. Jo 3.16 O Evangelho inteiro encaminha-se para esse versículo. O amor de DEUS não está dirigido somente a certo grupo de indivíduos, ele é oferecido ao mundo. O amor de DEUS não é estático ou egoísta, mas se propaga e atrai outros para si. Aqui os atos de DEUS definem o padrão do verdadeiro amor, a base de todos os seus relacionamentos: quando você ama alguém está disposto a se sacrificar, com ternura e de boa vontade, por essa pessoa. O amor sacrificial também é a prática de procurar formas de atender às necessidades daqueles que são amados. No caso de DEUS, esse amor é infinitamente prático, pois se dispõe a salvar aqueles que não têm a esperança de se salvarem sozinhos. Mas DEUS pagou um preço muito alto para nos salvar; Ele ofereceu o seu único Filho, o maior preço que Ele podia pagar. Essa oferta foi feita a todo aquele que nele crê. “Crer” é mais do que aceitar intelectualmente que JESUS é DEUS. Significa colocar a nossa fé e confiança naquele que é o único que pode nos salvar. Significa eleger a CRISTO como o responsável pelos nossos planos atuais, e pelo nosso destino eterno. Crer é ter certeza de que suas palavras são seguras, e confiar nele para receber o poder de mudar. JESUS aceitou o nosso castigo e pagou o preço pelos nossos pecados para evitar a nossa morte. Aqui a palavra perecer (ou morte) não significa a morte física, pois todos nós iremos morrer algum dia, mas se refere a uma eternidade longe de DEUS. Aqueles que creem receberão essa bênção, a nova vida que JESUS comprou para nós, a vida eterna com DEUS. Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 1. pag. 503. Ef 2.19 - Os gentios não são mais estrangeiros nem forasteiros. Estas palavras descrevem pessoas que vivem em um país que não é o seu, sem qualquer dos direitos de cidadania daquele país. Os gentios eram “estrangeiros” em relação aos judeus, bem como a qualquer esperança (sem CRISTO) de um relacionamento com DEUS (2.12). Esta era a sua antiga posição. Por causa de CRISTO, entretanto, os gentios tornaram-se cidadãos, com todos aqueles que haviam sido chamados para serem os concidadãos dos Santos. Os judeus e os gentios que depositam a sua fé em JESUS CRISTO como seu Salvador tornam-se membros da família de DEUS. (Veja Fp 3.20; Hb 3.2-6.) Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 328. Neste ponto, o apóstolo volta a falar sobre o estado dos gentios e repete o linguajar do versículo 12. Por CRISTO, eles não são mais estrangeiros (xenoi) — “visitantes estrangeiros sem direitos na comunidade” — e forasteiros (paroikoi) — “residentes estrangeiros com direitos temporários e limitados”. A atual relação com DEUS na qualidade de redimidos do Senhor não é nem um pouquinho inferior aos judeus. “Concidadãos dos Santos” (19a) Nesta metáfora, retirada da vida citadina, o apóstolo garante aos gentios que “os seus nomes estão inscritos no mesmo rol cívico com todos a quem ‘o Senhor contará quando somar as pessoas”’. Antigamente, os judeus eram os santos, cidadãos da cidade de DEUS, e os gentios eram os estrangeiros. A situação não é mais esta. Os crentes gentios fazem parte do novo Israel (G1 6.16), que é formado por todos os cristãos. Eles compartilham todos os direitos e privilégios deste novo povo. Willard H. Taylor. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag. 142-143. II Cor 5.18,19 Esta renovação de vida não é nenhuma obra humana. O próprio DEUS já iniciou o trabalho. Somente DEUS pode permitir que as pessoas se aproximem dele. Somente DEUS pode satisfazer as suas exigências de justiça. Somente DEUS pode salvar. DEUS é o Autor e o Consumador da salvação (veja Hb 12.2). DEUS reconciliou seu povo consigo mesmo por JESUS CRISTO. Quando confiam em CRISTO, os crentes já não são mais inimigos de DEUS. Por meio da obra expiatória de CRISTO na cruz, DEUS tornou os crentes parte da sua família. JESUS morreu no nosso lugar para que nós pudéssemos desfrutar da comunhão com DEUS (1 Co 15.3). Como nós, os crentes, fomos reconciliados com DEUS, recebemos o ministério da reconciliação, para levar as pessoas a se reconciliarem com Ele. Como Paulo tinha se reconciliado por intermédio de CRISTO, tornou-se a sua missão pregar aquela mensagem. Caso os coríntios tivessem se esquecido do ponto central da mensagem de Paulo para eles, o apóstolo o repetiu; DEUS estava em CRISTO reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados. DEUS, por intermédio da morte de CRISTO na cruz, estava trazendo de volta todas as pessoas - judeus e gregos, igualmente - que tinham pecado (Rm 5.10; Ef 2.14-17). Embora fôssemos inimigos de DEUS, CRISTO nos alcançou e nos salvou da destruição certa. Ele até mesmo nos lavou para que pudéssemos nos aproximar de DEUS com corações limpos (Cl 1.21,22). Esta é verdadeiramente uma mensagem maravilhosa. Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 215. A reconciliação, com uma dupla noção: 1. Como um privilégio inquestionável (w. 18,19). A reconciliação pressupõe a ruptura de uma amizade. O pecado causou essa ruptura. Ele quebrou a amizade entre DEUS e o homem. O coração do pecador é preenchido de inimizade contra DEUS, e DEUS é ofendido verdadeiramente pelo pecador. No entanto, existe a possibilidade da reconciliação; o DEUS ofendido do céu está disposto a se reconciliar. E perceba: (1) Ele apontou o Mediador da reconciliação. Ele nos reconciliou consigo por meio de JESUS CRISTO (v. 18). DEUS deve ser reconhecido do início ao fim na tarefa e cumprimento do Mediador. Todas as coisas relacionadas à nossa reconciliação com JESUS CRISTO vêm de DEUS, que pela mediação de JESUS CRISTO reconciliou o mundo consigo mesmo. Ele colocou-se na condição de ser reconciliado com os ofensores, sem causar qualquer agravo ou insulto à sua justiça ou santidade. Ele não imputa ao homem as suas transgressões e desiste do rigor do primeiro concerto, que foi quebrado, não insistindo na vantagem que Ele poderia ter legitimamente contra nós pela quebra da aliança. Ele está disposto a formar um novo pacto, uma nova aliança de graça, e, de acordo com o teor dela, Ele está livre para perdoar todos os nossos pecados e justificar livremente, pela sua graça, todo aquele que crer. (2) Ele estabeleceu o “...ministério da reconciliação” (v. 18). Pela inspiração de DEUS, foram escritas as Escrituras, que contêm a palavra da reconciliação, mostrando-nos que a paz foi feita pelo sangue da cruz, que a reconciliação foi operada, e nos orientou em como podemos estar interessados por ela. Ele estabeleceu o ofício do ministério, que é o ministério da reconciliação. Os ministros devem abrir e proclamar aos pecadores os termos da misericórdia e reconciliação e persuadi-los a concordar com eles. 2. A reconciliação é entendida aqui como nosso dever indispensável (v. 20). Da mesma forma que DEUS está pronto a ser reconciliado conosco, nós também devemos nos reconciliar com Ele. E é o grande alvo e plano do evangelho que a palavra da reconciliação prevaleça contra os pecadores para que abandonem a sua inimizade contra DEUS. Ministros fiéis são embaixadores de CRISTO, enviados parar tratar com os pecadores acerca de paz e reconciliação: Eles vêm em nome de DEUS, com suas súplicas, e agem em nome de CRISTO, fazendo aquilo que Ele fez quando esteve nesta terra e o que Ele deseja que seja feito agora que está no céu. Que condescendência maravilhosa! Embora DEUS não possa ser considerado um perdedor na disputa ou desavença, nem um ganhador na paz, no entanto, pelos seus ministros Ele suplica para que os pecadores abandonem a sua inimizade e aceitem os termos que Ele oferece, para que possam ser reconciliados com Ele, com todos os seus atributos, com todas as suas leis, e com todas as suas providências, e creiam no Mediador, e aceitem a redenção e concordem com todo o seu evangelho. Para nos encorajar a fazer isso, o apóstolo acrescenta o que deveria ser bem entendido e devidamente considerado por nós (v. 21), a saber: (1) A pureza do Mediador: Ele “...não conheceu pecado”. (2) O sacrifício que ofereceu: Ele foi feito “...pecado por nós”; não um pecador, mas pecado, isto é, uma oferta pelo pecado, um sacrifício pelo pecado. (3) O fim e desígnio de tudo isso: “...para que, nele, fôssemos feitos justiça de DEUS” e justificados livremente pela graça de DEUS pela redenção que está em CRISTO JESUS. Observe: [1] Como CRISTO, que não conheceu pecado, foi feito pecado por nós, para que nós, que não temos justiça própria, fôssemos feitos nele justiça de DEUS. [21 Nossa reconciliação com DEUS somente ocorre por meio de JESUS CRISTO e pelo seu mérito. Portanto, devemos somente confiar nele e na sua justiça. HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 525. Para Paulo e para os coríntios a reconciliação foi realizada. O caminho agora está aberto para todos, e ao apóstolo foi confiado o ministério da reconciliação. Este é o clímax da passagem e a razão final pela qual ele não pode viver para si mesmo (13-15). A sua tarefa é anunciar a novidade aos homens, isto é (“neste sentido”), DEUS estava em CRISTO reconciliando consigo o mundo. Nenhuma vírgula deve ser colocada depois de CRISTO (cf. ASV, RSV), pois o que Paulo quer destacar é o que DEUS fez em CRISTO. O elo (Rm 5.9-10) entre a reconciliação e a justificação (12) é mostrado na palavra imputando (“levando em conta”, ASV; cf, Rm 4.3-8). A obra da reconciliação, no entanto, não está completa no que diz respeito ao mundo, pois DEUS pôs (“depositou”, Weymouth) em Paulo a palavra da reconciliação (cf. 1 Co 1.18). A palavra (logos), segundo Cullmann, “é a revelação final e definitiva como tal”. A palavra da reconciliação é a essência do ministério da reconciliação. A palavra qualifica plenamente todas as fases do ministério. Este ministério não trata basicamente de dar bons conselhos, mas sim de comunicar aos homens as boas-novas do que DEUS fez em CRISTO pelo mundo. Frank G. Carver. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 8. pag. 435-436. II - BONS DESPENSEIROS DOS MISTÉRIOS DIVINOS 1. Com sobriedade e vigilância. Despenseiros são as pessoas que tomam conta da despensa de uma casa, ou do lugar onde são guardados os alimentos e outros itens necessários à manutenção da família. O apóstolo Pedro exorta os destinatários da sua primeira carta, quanto à iminente vinda de JESUS, fazendo solene advertência sobre como os cristãos devem comportar-se, “como bons despenseiros da multiforme graça de DEUS” (1 Pe 4.10). O DESPENSEIRO DEVE SER SÓBRIO E VIGILANTE Deve guardar a sobriedade e vigilância, em oração (1 Pe 4.7); essa advertência refere-se à simplicidade que deve caracterizar um servo de DEUS, sobretudo aquele que tem a liderança, na casa do Senhor. Fala da constante vigilância sobre a vida cristã, ante os ataques diuturnos do Adversário. Ele anda como leão, buscando destruir vidas preciosas. O que administra o rebanho de DEUS deve saber retirar da “despensa” de DEUS o melhor alimento. E vigiar por suas vidas. É Pedro quem dá idêntica advertência em sua primeira carta: “Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pe 5.8; Mt 26.41). Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 152-153. SÓBRIO ou SOBRIEDADE 1. A palavra grega nepho, com suas derivadas, significa ser livre da embriaguez e de todas as formas de excesso; consequentemente, ser calmo, moderado, sereno, ter autocontrole e ser tranquilo no pensamento e nas ações (1 Ts 5.6,8; 1 Tm 3.2,11; 2 Tm 4.5; Tt 1.8; 2.2; 1 Pe 1.13; 4.7; 5.8). 2. A palavra grega sophroneo, com suas derivadas, significa estar em seu juízo perfeito, ser razoável ou sensato, agir prudente ou cuidadosamente (Mc 5.15; 1 Tm 3.2; Tt 1.8; 2.2,12; 1 Pe 4.7). É a antítese de existente, "estar fora de si" (2 Co 5.13); portanto significa exercer autocontrole não se entregando a paixões desenfreadas (Tt 2.6) nem ao orgulho (Rm 12.3). Sua forma nominal, sophrosyne, "sobriedade" (1 Tm 2.9,15) tem o sentido de moderação, e consequentemente modéstia e castidade (cf. Tt 2.5). PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 1845. «...temperante...» No grego é «nephalios», que significa «temperado» especialmente no uso do vinho, «sóbrio». Noutros pontos do N.T., essa palavra é usada em I Tim. 3:11 e Tito 2:2; mas é usada sob forma diferente, a forma verbal, em I Tes. 5:6,8; II Tim. 4:5; I Ped. 1:13; 4:7 e 5:8. Esse termo pode significar «ajuizado», sem qualquer vinculação à ideia de bebidas alcoólicas, embora se possa pensar em um uso temperado de bebidas fortes. Contudo, a fim de ser evitada a má aparência do mal, bem como da tentação ao alcoolismo, talvez seja melhor a abstinência total. (Ver o trecho de Efé. 5:18 quanto à nota expositiva geral contra o «alcoolismo»). Notar as palavras existentes no terceiro versículo deste capítulo, «...não dado ao vinho...», que reforça o que é dito neste versículo. Todo o pastor deveria evitar as leviandades da juventude. «...sóbrio...» é tradução de «sophron», vocábulo grego que quer dizer «prudente», «previdente», «autocontrolado», ao passo que, quando aplicado a mulheres, esse adjetivo significava «casta», «decente», «modesta». Em todo o N.T. é usado somente aqui e em Tito 1:8 e 2:2,5, isto é, dentro das «epístolas pastorais». Trata-se de um dos cento e setenta e cinco termos usados exclusivamente nas «epístolas pastorais», e não no restante do N.T.. « ...modesto...» No grego é «kosmos», que significa «digno», «bem comportado», «sereno», palavra usada exclusivamente aqui e em I Tim. 2:9. Portanto, é uma daquelas cento e setenta e cinco palavras usadas somente nas «epístolas pastorais», em todo o N.T.. Seu significado básico é «ordeiro». O «kosmos» (palavra correlata) é a «beleza organizada» da criação de DEUS. A forma verbal, «kosmeo», significa «ordenar», «arranjar» ou «adornar», mas também «dirigir». Um líder espiritual, sobretudo um pastor ou «supervisor» deveria ser autocontrolado, ordeiro, dono de boa conduta e de boa reputação. CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 309. 2. Amor e hospitalidade. O DESPENSEIRO DEVE SER AMOROSO Em segundo lugar, o despenseiro de CRISTO deve ter “ardente amor uns para com os outros, porque o amr cobrirá a multidão de pecados” (1 Pe 4.8); todo crente fiel deve ser despenseiro de DEUS; mas, como já refletimos, o obreiro, pastor, dirigente, ou líder de uma igreja, pastoreia ovelhas que não são suas. E cada ovelha é diferente da outra, em temperamento, formação, visão das coisas, e nem sempre é dócil e obediente. Há crentes que dão muito trabalho aos líderes. Como despenseiro da graça de DEUS, o obreiro deve demonstrar amor em todas as ocasiões, no trato com todo o tipo de ovelha. Com as mais fracas, deve ser mais compreensivo; com as mais fortes, deve ser incentivador de sua fé e testemunho; com as feridas, deve ter sempre o bálsamo do amor e da compreensão; e com as que pecam, fazer uso da disciplina com amor, sem abuso de autoridade. Enfim, em qualquer situação o despenseiro deve ter amor. É característica do verdadeiro discípulo de JESUS (Jo 13.34,35). O DESPENSEIRO DEVE SER HOSPITALEIRO Deve ter hospitalidade para com “os outros, sem murmurações” (1 Pe 4.9); já foi visto que hospitalidade é acolhimento, bom trato com todas as pessoas, na administração da igreja local; ou do crente com seus irmãos, familiares, amigos e pessoas em geral. “Não vos esqueçais da hospitalidade, porque, por ela, alguns, não o sabendo, hospedaram anjos” (Hb 13.2). Há quem faça acepção de pessoas, discriminando os mais humildes ou menos favorecidos na vida humana. Essa não é atitude do despenseiro da casa de DEUS. Esse deve ser sempre atencioso com todos, ajudando-os em suas necessidades espirituais emocionais e físicas, dentro de suas possibilidades. Não agir assim, é pecado (Dt 16.19; Tg 2.9). Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 153-154. I Ped 4.8 O amor, o apoio e o incentivo mútuos também seriam uma grande defesa. Nenhum cristão é uma ilha; ninguém está sozinho. Quando os crentes sentem o profundo amor da comunhão, eles têm a rede de apoio que pode ajudá-los em meio a qualquer crise. A mesma ideia de que a caridade cobrirá a multidão de pecados é encontrada em Provérbios 10.12: “O ódio excita contendas, mas o amor cobre todas as transgressões”. Pedro pode ter citado este provérbio, ou um provérbio da sua época que se baseava ligeiramente neste versículo. Isto não significa que o amor ignore, não preste atenção, ou tente esconder o pecado. Na verdade, Pedro provavelmente estava pensando novamente nas suas palavras de 4.1,2, de que os crentes devem viver o resto de sua vida de acordo com a vontade de DEUS, e não conforme os desejos humanos. Sendo crentes, eles devem deixar de pecar. A “cobertura dos pecados”, portanto, é a capacidade que os crentes têm de perdoar uns aos outros, porque CRISTO os perdoou. A caridade age como um amortecedor, suavizando as irritações e os solavancos que são causados pelos companheiros de fé. I Ped 4.9 Ser hospitaleiro é diferente de receber bem; é diferente de um entretenimento social. Receber bem concentra-se no anfitrião - a casa deve estar impecável; a comida deve estar bem preparada e ser abundante; o anfitrião deve parecer relaxado e ter um bom temperamento. Ser hospitaleiro, por outro lado, é algo que se concentra nos convidados. As suas necessidades - sejam um lugar onde se hospedar, alimentos, um ouvido atento, ou aceitação — são a principal preocupação. Isto pode acontecer em uma casa desarrumada; pode acontecer ao redor de uma mesa de jantar em que o prato principal é uma sopa. Os crentes não devem hesitar em compartilhar os seus recursos com aqueles que precisam de uma refeição ou de um alojamento somente por estarem muito ocupados, ou por não terem condições de receber bem. A hospitalidade é uma forte expressão de amor e caridade, que Pedro já havia ordenado que os crentes demonstrassem (4.8). Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 728-729. Demonstrando Hospitalidade, 4.9,10 Onde houver um viver vigilante haverá um viver digno. Isso significa que cada um deve usar aquilo que possui, embora seja modesto e escasso, para suprir as necessidades dos companheiros cristãos. Nos dias de Pedro isso podia ter significado aqueles que haviam sido forçados a sair de suas casas pela perseguição ou estavam fazendo uma longa jornada. Os cristãos devem ser hospitaleiros [...] sem murmurações, mesmo que isso signifique um peso adicional para eles. Reclamar do preço rouba as bênçãos de compartilhar com nossos irmãos. O motivo por trás dessa generosidade é o amor: amor ao irmão necessitado e amor ao Pai celestial, de quem recebemos toda boa dádiva (cf. 1 Co 4.7). Nossos dons e talentos não são para uso próprio. Eles são uma responsabilidade de DEUS para serem usados como Ele intenta, como bons despenseiros (10) devem usá-los: para abençoar outros. Esse serviço é um ministério, quer seja de talentos, dinheiro, influência ou outras bênçãos que DEUS concedeu de maneira tão abundante; e todos receberam dons que podem ser compartilhados (cf. Rm 12 e 1 Co 12). Roy S. Nicholson. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 239. Nos dias de Pedro, os hotéis eram raros e distantes uns dos outros. As hospedarias eram caras e imorais. Os crentes em viagem encontravam abrigo nos lares de seus irmãos na fé. Não há que duvidar que o acolhimento a pregadores e crentes em viagem se tomou uma carga que podia ser sentida pesadamente pelos crentes. Agravando mais ainda a situação, visto que os edifícios eclesiásticos eram poucos, os lares eram usados como lugar de comunhão e culto. De fato, a causa missionária, tanto no passado como no presente, deve uma soma incalculável àqueles cujos lares foram abertos e que, em amor persistente e duradouro, praticaram a hospitalidade sem murmuração... Nosso Senhor deu novo sentido a tal hospitalidade, relacionando-a consigo mesmo: , ...era forasteiro e me hospedastes... sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes' (Mat. 25:35,40)». (Homrighausen, in loc.). ·De fato, sem a prática literal dessa virtude, as missões da igreja cristã teriam sido impossíveis». (Bigg, in loc.). O crente que aceita a hospitalidade de outro deve ser suficientemente sábio para não permanecer por tempo demais. O trecho de Eclesiástico 29:25-28 descreve como um estranho que exagera da hospitalidade recebida, primeiramente recebe trabalhos manuais para fazer, e então é expulso. É sinal de amor e consideração, da parte do hospedado, não exigir uma benevolência exagerada de seu hospedeiro. O judaísmo e o cristianismo primitivo enfatizavam grandemente a importância das esmolas. A "religião pura" é definida como a visita aos órfãos e às viúvas, em suas aflições, isto é, mediante a ministração às suas necessidades, além de conservar-se o crente imaculado do mundo. Tal ministração é a prática da regra áurea de CRISTO, uma duplicação do seu amor. Portanto, esse "ministério" é apenas a concretização da lei do amor, mencionada no oitavo versículo deste capítulo. Todo crente é um mordomo, e não um proprietário daquilo que possui. O mordomo deve mostrar-se ativo no uso de seus bens em favor de outrem, e não na tentativa de juntar mais ainda para si mesmo. ·...despenseiros...· Cada pessoa é ímpar e tem uma missão sem igual, agora e na eternidade. Ele recebe habilidades necessárias para o exercício apropriado de sua missão. Também recebe os meios financeiros para poder realizar sua obra. Todos os dons de DEUS se originam em sua graça. Essa é a fonte de tudo de bom que possuímos. Portanto, quando ministramos a outros, em qualquer sentido que seja, meramente espalhamos ao redor a graça de DEUS, do modo que nos foi apontado. Se nos recusarmos a contribuir, logo deixaremos de receber. Quando o povo de Israel ficou cobiçoso e recolheu mais maná do que era mister para o suprimento de um dia, o maná se estragou e soltou mau cheiro, tomando-se inútil. Assim, o homem que recebe, mas não dá logo se tornará inútil como despenseiro da graça do DEUS, e sua alma será estragada, perdendo toda a similaridade com a natureza espiritual de CRISTO. O próprio CRISTO veio para servir, e não para ser servido. (Ver Mat. 20:28). «...multiforme graça...» No grego, o adjetivo é ·poikilos·, «diversificado», «de muitas espécies>>. A graça divina se manifesta de muitos modos e se concretiza na vida humana de muitas maneiras. Cada crente recebeu tal graça, e está na obrigação moral de concedê-la a outros. ·...graça...» (Efé. 2:8). O que possuímos que não tenhamos recebido de DEUS? Pois quem é que te faz sobressair? O que tens tu que não tenhas recebido? E se o recebeste, por que te vanglorias, como se o não tiveras recebido?» (I Cor. 4:7). Alguns agem como se o que têm fora produzido por eles mesmos. Concede-nos graça tal que possamos cumprir tua vontade E proferir tuas palavras e andar diante de teu rosto. CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 6. pag. 156-157. Heb 13.2 Um incentivo adicional a este tipo de hospitalidade vem do registro bíblico de que, com a sua hospitalidade, alguns, não o sabendo, hospedaram anjos. Isto aconteceu com Abraão (Gn 18.1-14) e Ló (Gn 19.1- 3). A hospitalidade estendida aos anjos e recebida por eles mostra a importância da hospitalidade que os cristãos devem oferecer uns aos outros. E melhor oferecer hospitalidade generosamente do que perder a oportunidade de receber anjos. Heb 13.3 A terceira instrução concentra-se nos presos. Já houve uma alusão a esta recomendação em 10.32-34. Os crentes devem se compadecer dos prisioneiros, especialmente de (mas sem se limitar a) cristãos aprisionados pela sua fé. JESUS disse que os seus seguidores seriam seus representantes quando visitassem pessoas na prisão (Mt 25.36). Outros que eram maltratados - espancados, assaltados, atacados, ou humilhados – também precisavam ser lembrados. Os crentes devem sofrer com eles e compartilhar a sua tristeza (veja também 1 Co 12.26; 2Tm 1.16). Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 643. Devemos ser atenciosos com todos que sofrem adversidades, de qualquer tipo, como se nós mesmos estivéssemos sendo maltratados no corpo. Se no momento não estamos passando por tribulações semelhantes isto não deve ser motivo de presunção e, certamente, nenhuma evidência de favoritismo divino; nem é uma garantia para o futuro. Estar no corpo é ser igualmente exposto a todos os riscos que pertencem à vida na terra. Os cristãos muitas vezes são protegidos sobrenaturalmente, mas nem sempre. Eles não estão imunes a doenças ou isentos de sofrimento. Por que DEUS permitiu que Tiago fosse morto por Herodes, mas poupou Pedro de maneira miraculosa? Por que Ele permite todas as outras injustiças aparentes? Isto é um mistério que está escondido em sua soberania inescrutável e perfeita. Richard S. Taylor. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 123. 3. O despenseiro deve administrar com fidelidade. O DESPENSEIRO DEVE ADMINISTRAR BEM A GRAÇA DE DEUS Aqui, entendemos que cada crente é um despenseiro de DEUS. Pedro adverte quanto a sua mordomia, dizendo: “Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de DEUS. Se alguém falar, fale segundo as palavras de DEUS; se alguém administrar, administre segundo o poder que DEUS dá, para que em tudo DEUS seja glorificado por JESUS CRISTO, a quem pertence a glória e o poder para todo o sempre. Amém” (1 Pe 4.10, 11). O DESPENSEIRO DEVE SER FIEL Escrevendo aos coríntios, Paulo ensina que devemos ser vistos pelos homens, todos os crentes, como “ministros de CRISTO e despenseiros dos mistérios de DEUS” (1 Co 4.1). A palavra ministro vem de diáconos, ou servo. Diante de DEUS, cada um deve ser servo a serviço da igreja e de sua missão na Terra. Tendo em vista sua grande missão, diante de DEUS, da Igreja e dos homens, os despenseiros devem ser fiéis em tudo. Os “mistérios de DEUS” não têm nada a ver com coisas ocultistas, esoteristas ou místicas. A Bíblia nos declara que significa esse mistério. Paulo, aos colossenses, diz: “o mistério que esteve oculto desde todos os séculos e em todas as gerações e que, agora, foi manifesto aos seus santos-, aos quais DEUS quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é CRISTO em vós, esperança da glória (Cl 1.26,27). Aí, temos “o mistério” revelado: “CRISTO em vós, esperança da glória”! Esse mistério foi revelado “para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de DEUS seja conhecida dos principados e potestades nos céus” (Ef 3.10). Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 154. I Ped 4.10 Muitos crentes receberam um ou mais dons espirituais da parte de DEUS - um talento ou uma habilidade concedidos pelo ESPÍRITO SANTO que podem ser usados no ministério da igreja. Os dons espirituais ajudam o povo de DEUS a servir e amar uns aos outros (4.8) e a prosseguir em sua tarefa de divulgar o Evangelho. Alguns destes dons tão variados estão listados em Romanos 12.6-8, I Coríntios 12.4-11,27-31, e Efésios 4.11,12. Quando os crentes reconhecem humildemente a sua parceria no corpo de CRISTO, os seus dons podem ser usados de maneira eficaz. Quando os crentes usam os seus dons no serviço humilde aos outros, a graça de DEUS pode fluir deles. Os dons que DEUS dá aos crentes são tão variados e multifacetados quanto os próprios crentes. Assim como a graça de DEUS varia ao tratar as pessoas, os dons de DEUS (dados devido à sua graça) também variam na administração da sua graça como corpo de CRISTO na terra. Administrá-los bem significa não ocultar os dons, mas usá-los como devem ser usados - para servir e edificar o corpo de CRISTO. I Ped 4.11 Pedro encorajou os crentes para que usassem os seus dons (4.10). Os homens e mulheres que falam devem ser responsáveis pelo que dizem, falando segundo as palavras de DEUS. Da mesma maneira, aqueles que foram dotados com habilidades que se centram em ajudar aos outros também têm uma responsabilidade - não servir com as suas próprias forças, mas segundo o poder que DEUS dá. Se os crentes servirem unicamente com as suas próprias forças, ou para parecerem bons aos olhos dos outros, eles começarão a pensar que servir é uma tarefa exaustiva. Mas servir com o poder de DEUS significa ser capaz de fazer mais do que é pedido, e fazê-lo com um único objetivo: para que DEUS seja glorificado por JESUS CRISTO. Quando os crentes usarem os seus dons como DEUS ordena (para ajudar os outros e edificar a igreja), os outros verão a JESUS CRISTO neles e glorificarão ao Senhor pela ajuda que receberam. Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 729. (1) A regra é que, qualquer que seja o dom, comum ou extraordinário, quaisquer que sejam o poder, a habilidade ou a capacidade para fazer o bem que nos foram dados, devemos administrar, ou servir, uns aos outros com eles, não nos considerando senhores, mas somente “...bons despenseiros da multiforme graça”, ou dos diversos dons de DEUS. Aprenda: [1] Seja qual for a habilidade que tivermos para fazer o bem, precisamos reconhecê-la como um dom de DEUS e atribuí-lo à sua graça. [2] Quaisquer dons que tenhamos recebido, devemos considerá-los como recebidos para o uso uns aos outros. Não podemos tomá-los para nós mesmos, nem escondê-los num lenço, mas servir com eles aos outros da melhor maneira que conseguirmos. [3] Ao recebermos os multiformes dons de DEUS, precisamos considerar-nos apenas despenseiros, e agir de acordo com isso. Os talentos que nos são confiados são bens do nosso Senhor, e precisam ser empregados de acordo com a orientação dele. E se exige de um despenseiro que seja encontrado fiel. (2) O apóstolo exemplifica as suas orientações acerca dos dons em dois aspectos particulares: falar e administrar, acerca dos quais ele dá estas regras: [1] “Se alguém, seja um ministro em público, seja um cristão numa reunião particular, falar ou ensinar, precisa fazê-lo segundo as palavras de DEUS”, que nos orientam acerca dos assuntos da nossa fala. O que os cristãos em particular ou os ministros em público ensinam e falam precisa ser a pura palavra e os oráculos de DEUS. Acerca da maneira de falar, precisa ser com seriedade, reverência e solenidade, que convém à santa e divina palavra. [2] “Se alguém administrar, ou como um diácono, distribuindo donativos da igreja e cuidando dos pobres, ou como pessoa particular, por meio de dádivas e contribuições de caridade, administre segundo o poder que DEUS dá”. Aquele que recebeu abundância e habilidades de DEUS deve administrar com abundância, e de acordo com sua habilidade. Essas regras devem ser seguidas e praticadas para este fim, “...para que em tudo, em todos os seus dons, ministrações e serviços, DEUS seja glorificado” (v.11), “...para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus” (Mt 5.16), “...por JESUS CRISTO” (v. 11), que obteve e concedeu esses dons aos homens (Ef 4.8), e unicamente por meio de quem nós e nossos serviços são aceitáveis a DEUS (Hb 13.15), a quem, JESUS CRISTO, “...pertence a glória e o poder para todo o sempre. Amém.” Aprenda que, em primeiro lugar, é dever dos cristãos em particular e dos ministros em público falar uns aos outros das coisas de DEUS (Ml 3.16; Ef 4.29; SI 145.10-12). Em segundo lugar, importa seriamente a todos os pregadores do evangelho manter-se próximos da palavra de DEUS, e tratar essa palavra como os oráculos de DEUS. Em terceiro lugar os cristãos não devem somente cumprir com as suas obrigações, mas precisam cumpri-las com vigor e de acordo com as suas melhores habilidades. Em quarto lugar, em todos os deveres e serviços da vida devemos almejar a glória de DEUS como o nosso propósito principal; todas as outras coisas precisam ser submetidas a isso, que vai santificar nossos atos e coisas comuns (1 Co 10.31). Em quinto lugar, DEUS não é glorificado por nada do que fazemos se não oferecermos isso a Ele por meio da mediação e dos méritos de JESUS CRISTO. Em tudo DEUS seja glorificado por JESUS CRISTO, que é o único caminho para o Pai. Em sexto lugar, a adoração que o apóstolo presta a JESUS CRISTO e o fato de lhe atribuir louvor e domínio eternos provam que JESUS CRISTO é o DEUS Altíssimo, bendito acima de tudo para sempre. Amém. HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 879-880, O ministro é um mordomo fiel (4.1-6) Paulo ainda está corrigindo o mesmo problema identificado desde o capítulo 1, a divisão na igreja em virtude do culto à personalidade. O mundo estava entrando na igreja de Corinto e a filosofia do mundo conduzia os seus assuntos internos. Corinto era uma cidade grega e o grande hobby dessa cidade era ir para a praça, a ágora, a fim de escutar os grandes filósofos e pensadores discutirem suas idéias e exporem a maneira como viam o mundo ao seu redor. Eles se identificavam com um ou outro líder, com esse ou aquele filósofo. Eles acabavam se tornando seguidores de homens. Centrando-se em seus líderes, os coríntios estavam prestando fidelidade a homens; homens de DEUS é verdade, mas apenas homens. Essa era a maneira que o mundo se comportava e ensinava. Sempre que a igreja segue os grandes nomes e gira em torno de homens, está imitando o mundo. Uma vez que eles estavam acostumados a vivenciar isso no mundo, queriam, agora, fazer o mesmo dentro da igreja. Por isso, diziam: Eu sou de Paulo, eu de Apolo, eu de Cefas e eu de CRISTO. Como Paulo combate essa idéia do culto à personalidade? Após afirmar que os obreiros da igreja são apenas servos ou diáconos, ele prossegue em seu argumento, dizendo que eles são escravos condenados à morte que trabalham sob as ordens de um superior (4.1). Vamos examinar alguns pontos importantes: Em primeiro lugar, o obreiro é um escravo sentenciado à morte. Paulo escreve: “Assim, pois, importa que os homens nos considerem como ministros de CRISTO” (4.1). A palavra “ministro” na língua portuguesa representa o primeiro escalão do governo. O ministro é uma pessoa que ocupa uma alta posição política, de grande projeção na liderança, e tem em suas mãos um grande poder e autoridade. Se olharmos a palavra “ministro” no campo religioso, estaremos falando de alguém que exerce a função de líder na igreja local. Todavia, a palavra usada pelo apóstolo Paulo para definir o ministro nos dá uma idéia totalmente contrária. A palavra grega usada é huperetes, que significa um remador de galés (navios). Essa palavra era utilizada para a classe mais simples de servos. Os ministros são meros servos de CRISTO. Eles não têm autoridade procedente deles mesmos. A palavra huperetes só aparece aqui em todo o Novo Testamento. Nos grandes navios romanos existiam as galés, que eram porões onde trabalhavam os escravos sentenciados à morte. Aqueles escravos sentenciados à morte prestavam um serviço antes de morrer. Eles tinham os seus pés amarrados com grossas correntes e trabalhavam à exaustão sob o flagelo dos chicotes até à morte. Paulo diz que o ministro não deve ser colocado no pedestal como o dono da igreja ou como o capitão do navio, antes deve ser visto como um escravo que serve ao capitão até à morte. Paulo está dizendo para não colocarmos os holofotes sobre um homem, porque importa que os homens nos considerem como huperetes e não como capitães do navio. O obreiro da igreja é um escravo já sentenciado à morte, que deve obedecer as ordens do capitão do navio, o Senhor JESUS CRISTO. Em segundo lugar, o obreiro é um mordomo que obedece as ordens do seu Senhor (4.1). Paulo usa agora uma nova figura. Ele diz que o obreiro é um despenseiro ou mordomo. A palavra grega usada por Paulo é oikonomos, de onde vem a nossa palavra mordomo. O ministro é um despenseiro, aquele que toma conta da casa do seu senhor. Em relação ao dono da casa, o mordomo era um escravo, mas em relação aos outros serviçais, ele era o superintendente. Sua função era cuidar dos interesses do seu senhor. Ele cuidava da alimentação da casa. Ele prestava contas, não aos seus colegas, mas ao seu senhor. Os mistérios de DEUS representam aqui o evangelho, a Palavra de DEUS. O mordomo ou oikonomos era a pessoa que cuidava da despensa, da dieta, da alimentação de toda a família. O oikonomos era um administrador, mordomo, dirigente de uma casa, com freqüência um escravo de confiança que era encarregado de todos os negócios do lar. A palavra enfatiza que a pessoa recebe uma grande responsabilidade, pela qual deve prestar contas. O que isso nos sugere? a) Não era competência do mordomo prover o alimento para a família; essa era uma responsabilidade do dono, do senhor da casa. O ministro do evangelho não tem de prover o alimento, porque esse já foi providenciado. Esse alimento é a Palavra de DEUS. Compete ao ministro dar a Palavra de DEUS ao povo. O ministro não é o provedor, ele é o garçom que serve as mesas. Ele não coloca alimento na despensa, mas prepara o alimento e o serve. Ele não pode sonegar o alimento que está na despensa, ou adulterá-lo nem substituí-lo por outro. Ele precisa ser íntegro e fiel, dando ao povo o mesmo alimento que o dono da casa proveu para a família. Sabemos, porém, que é possível ter na despensa os melhores alimentos e, mesmo assim, ter na mesa a pior refeição. A competência do mordomo era pegar a riqueza do alimento que estava na despensa, que é a Palavra de DEUS, e preparar uma refeição gostosa, saborosa, e balanceada: Leite para a criança, alimento sólido para aqueles que podem suportá-lo. Não é conveniente preparar a mesma refeição todos os dias. O ministro precisa ensinar todo o desígnio de DEUS. Paulo diz: “Toda a Escritura é inspirada por DEUS é útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de DEUS seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2Tm 3.16, 17). b) Nao era função do mordomo buscar nova provisão ou servir qualquer alimento que não fosse provido pelo senhor. A Palavra de DEUS deve ser ensinada de formas variadas. Paulo diz para ensinarmos todo o conselho de DEUS (At 20.27). Ainda temos profetas e apóstolos como tinham as igrejas primitivas! Eles pregavam mensagens de revelação. Quando os profetas diziam Assim diz o Senhor, eles estavam recebendo uma mensagem inspirada, inédita, e nova da parte de DEUS. Nem sempre essa mensagem iria fazer parte do cânon das Escrituras. Mesmo que um anjo descesse do céu e pregasse outra mensagem que vá além daquela que está nas Escrituras, deve ser prontamente rejeitada e considerada como anátema! (G11.6-9). c) A função do mordomo era servir as mesas com integridade. O ministro não é um filósofo que cria a sua própria filosofia. Não é assim o despenseiro. Ele não cria uma doutrina, uma teologia ou uma idéia a fim de aplica-la e ensiná-la. Cabe a ele transmitir o que recebeu. E Paulo sempre usa essa expressão: “[Eu] vos entreguei o que também recebi” (ICo 15.3). O despenseiro não pode entregar o que não recebeu. E o que é que ele recebeu? E o que está na Palavra! Sendo assim, o despenseiro não podia mudar o alimento. De igual forma, nós não podemos mudar a mensagem. Também o despenseiro não podia adulterar o alimento, ou seja, ele não podia mudar o conteúdo, a substância, e a essência do alimento. Nós não podemos mudar nem diluir a Palavra de DEUS. Ainda, o despenseiro não podia acrescentar nenhum alimento no cardápio além daquele que estava na despensa. Nós não podemos pregar o evangelho e mais alguma coisa. E o evangelho, somente o evangelho e, todo o evangelho. Finalmente, o despenseiro não podia reter as iguarias que o senhor da casa havia provido para toda a casa, para toda a família. Ele tinha de distribuir todo o alimento que o seu senhor providenciara para a família e para o restante da casa. E isso significa dizer que o despenseiro precisa pregar para a igreja todo o conselho de DEUS. Não pode pregar apenas as doutrinas da sua preferência. A melhor maneira de fazer isso é pregando expositivamente, livro por livro. Essa é a maneira mais adequada de se colocar na mesa todas as iguarias providenciadas pelo Senhor. LOPES, Hernandes Dias. 1 Coríntios Como resolver conflitos na Igreja. Editora Hagnos. pag. 69-74. III - OS DONS ESPIRITUAIS E O FRUTO DO ESPÍRITO 1. A necessidade dos dons espirituais. No capítulo 2, vimos o Propósito dos Dons Espirituais. Neste item, podemos identificar a necessidade dos dons para as igrejas em todos os tempos e lugares. Hoje, mais do que nunca, com o esfriamento do amor e a multiplicação da iniquidade (cf. Mt 24.12), a Igreja do Senhor JESUS necessita de mais poder, de mais unção, de “mais demonstração do ESPÍRITO e de poder” (1 Co 2.4). Os teólogos cessacionistas, que ensinam que os dons espirituais cessaram com o fechamento do Cânon do Novo Testamento, e não há mais necessidade deles, cometem equívoco elementar em sua exegese sobre a atualidade dos dons. O fechamento do Cânon nada tem a ver com doutrina. Quer dizer que não se pode acrescentar mais nenhum livro ao Novo Testamento. No que concerne aos dons espirituais, os ensinos cessacionistas não se firmam na boa interpretação da Bíblia, porque carecem de fundamento escriturístico. Eles se baseiam em premissas equivocadas, que aprenderam com seus mentores, nos seminários, ou em seus tratados teológicos. Para esses teólogos, suas conclusões cessacionistas tornaram-se dogmas, a exemplo do que ocorreu na teologia católica. São postulados intocáveis, sagrados, infalíveis. Eles defendem, corretamente, o postulado da “Sola Scriptura”, fundamento da Reforma, mas, em seus estudos, valorizam mais a opinião dos teólogos do que a própria Palavra de DEUS. Em nenhum lugar, na Bíblia, está escrito que os dons espirituais deixaram de operar na igreja. Os dons espirituais, hoje, são mais necessários do que no tempo dos apóstolos. Há uma “frente fria”, passando pelos seminários, por faculdades teológicas, e por muitas igrejas, em que não se vê a presença de DEUS, através dos dons espirituais, ou dos sinais do poder de DEUS, na vida das pessoas. Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 155. Ap 3.15,16 - Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca.
Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente!
Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca.Apocalipse 3:15-16
Esta alusão ao abastecimento de água de Laodicéia é uma metáfora adequada para as atividades desta igreja. Laodicéia sempre tinha tido um problema com o seu abastecimento de água. A cidade de Hierápolis, a noroeste, era famosa pelas suas fontes minerais de águas quentes. Um aqueduto tinha sido construído para trazer água das fontes à cidade. Mas, quando a água chegava à cidade, ela não estava nem quente nem refrescante - somente morna e cheia de minerais (impura), de maneira que tinha um sabor terrível. De acordo com CRISTO, estes crentes não eram nem frios nem quentes, mas mornos, tão insípidos quanto a água morna que chegava à cidade.
Muitos pensaram que as palavras “quente” e “frio” se referem à espiritualidade, e que CRISTO preferiria ter pessoas “frias” (sem nenhuma fé, ou sem nenhum tipo de crescimento) a crentes “mornos” (que tinham um pouco de fé). Eles interpretaram a palavra “frio” como sendo negativa, e “quente”, como sendo positiva, com a palavra “morno” como um meio-termo entre estes dois estados. Na verdade, tanto “frio” quanto “quente” devem ser interpretados como estados positivos. CRISTO desejava que aquela igreja tivesse uma pureza refrescante (fria), ou um valor terapêutico (quente), mas ela não tinha nada disso.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 848-849.
Laodicéia Não É Quente Nem Fria (Ap 3.15-17)
Encontravam- se num perigoso estado intermediário - a mornidão espiritual. Não estavam mais desejosos de corresponder ao movimento do ESPÍRITO, nem estavam frios o suficiente para perceber quão grandes eram suas necessidades. Além de nada fazerem à obra de DEUS, não respondiam ao seu chamado ao arrependimento. Por isso, JESUS deseja que fossem frios ou quentes, pois, assim, poderia fazer alguma coisa por eles.
O Senhor aquieta-se quando lida com um povo a quem não pode usar nem abençoar. Os de Laodicéia não se opunham ao Senhor, mas também não se aproximavam dEle. Como água morna não serve para se beber, de igual modo os crentes mornos jamais se tornarão aptos a seguir a CRISTO.
Por isso, Ele os "cuspirá" (literalmente, "vomitar"), ou rejeita-los-á.
HORTON. Staleym. M. Serie Comentário Bíblico Apocalipse As coisas que Brevemente devem acontecer. Editora CPAD.
Ap 3.15 O inquérito judicial trata essa igreja como um bloco único. Não há os demais (Ap 2.24) ou alguns (Ap 3.4 [BLH]) que se mantêm fiéis. Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Água fervente ou fria tem utilidade. Contudo, a quem fortaleceria ou refrescaria água morna? Nessa passagem, ela está sendo oferecida a CRISTO, pois ele a degusta em sua boca (v. 16). Ela o repugna. Ele é hóspede em Laodicéia e, com a maior tranqüilidade, os anfitriões servem-lhe água morna. Servem-no com seu serviço lerdo, com seus cultos sonolentos, com orações de ladainhas e com seu cuidado pastoral negligente. Conheço, diz o Senhor diante dessa atividade. Obviamente ele o sabe, pois ele tem de experimentá-lo. Toda a mornidão na comunidade, toda atitude lerda e desligada, também diante das pessoas, fere a ele. O que é feito a um de seus mais humildes irmãos, é praticado contra ele.
Não somente CRISTO, também Satanás conhece a maré espiritual baixa da comunidade (cf. o comentário a Ap 3.1). Por isso ele os deixa integralmente em paz. Por isso não se informa nada sobre tentação e perseguição, negação, apostasia ou abalos. Tudo está intacto e tudo se realiza. O quadro de membros não dá razão para preocupações. Sim, os membros mornos consideram o Senhor JESUS CRISTO tão inócuo, que nem sequer se desligam.
Quem dera fosses frio ou quente! Essa exclamação denota uma avaliação definida. O grau mais alto é quente, p. ex., nos termos de Rm 12.11: sede fervorosos de espírito. Depois segue-se na escala de valores a rejeição clara e fria. No nível mais baixo, porém, está a mornidão. É nele que se abafa de modo suave, mas determinado, o ardor e rugir do ESPÍRITO, evitando-se de toda forma ser um adversário. Normalmente, esse caminho intermediário entre os extremos é considerado o equilíbrio áureo. Contudo, o cristão nem a favor nem contra na verdade não se encontra no meio, mas sim em queda livre, no ponto mais baixo da escala de valores.
Entre a acusação e a palavra de ameaça normalmente encontra-se o chamado ao arrependimento. Na presente missiva, porém, precipita-se uma ira tão incandescida sobre a situação da comunidade que a ameaça é acrescentada no mesmo fôlego. Isso não significa que não seja mais possível o arrependimento, pois mais adiante segue-se o convite para ele. Antes significa que diante da igreja amornada não se apresenta nenhum Senhor morno. Seu ardor é esperança para todos os mornos.
16 Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca. Com vistas a quatro igrejas o Senhor dissera: Tenho algo contra ti! Agora é declarado: Tu me repugnas! Esse é o ápice da condenação. Ainda assim – ele ainda suporta os insuportáveis por algum tempo. Justamente nesse ponto segue-se uma palavra de arrependimento extraordinária, um lutar e requestar por Laodicéia.
Adolf Pohl. Comentário Esperança Apocalipse. Editora Evangélica Esperança.
2. Os dons espirituais e o amor cristão.
No capítulo 12, de sua primeira Carta aos Coríntios, o apóstolo Paulo discorre de maneira inigualável sobre os dons espirituais. Ele termina o capítulo sobre os dons, dizendo: “Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelente” (1 Co 12.31). Na sequência do tema dos dons espirituais, ele continua seu ensino, demonstrando o valor do amor em ação, ou da caridade, no uso dos dons espirituais. E prova, de modo cabal, que os dons sem o amor de DEUS não significam nada. O amor, no exercício dos dons espirituais, é o “caminho mais excelente”.
No capítulo 13 de Coríntios, sobre a “excelência do amor”, Paulo refere-se a vários dons espirituais, afirmando que sem amor de nada adianta ter tais dons (1 Co 13.1-3).
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 153-154.
I Cor 12.31 Um caminho ainda mais excelente não é uma comparação negativa entre dons e amor, visto que o advérbio ainda indica a continuação do assunto. Todas as manifestações do ESPÍRITO devem, ao mesmo tempo, manifestar o lado do amor, pois o amor é a questão definitiva que está por trás de todas as coisas.
PLENITUDE. Bíblia de Estudo Plenitude. Editora Sociedade Bíblica, do Brasil. pag. 1190.
1Co 12.31b Em 1Co 12.31a - Paulo incentivou os coríntios a buscar com zelo os dons especialmente valiosos do ESPÍRITO. A essa solicitação ele poderia ter acrescentado sem problemas as explanações de 1Co 14. Pois ali fala do valor dos dons espirituais. No entanto, ele interrompe seu raciocínio para dizer aos coríntios algo decisivo. “Muito além disso eu vos mostro um caminho” [tradução do autor]. Não sabemos se o muito além disso deve ser ligado ao verbo, como em 2Co 1.8; 4.17 ou se pertence, como adjetivo, ao caminho. De acordo com a construção da frase ambas as alternativas são possíveis. Na primeira opção o próprio Paulo estaria sob a impressão de que neste momento sua instrução à igreja ultrapassa amplamente tudo o que disse até agora, atingindo aqui seu verdadeiro ápice. No segundo caso estaríamos sendo lembrados de que a expressão caminho – sobretudo em Atos – é usada para designar o cristianismo propriamente dito (At 9.2; 24.14; mas também 13.10; 16.17; 18.25). Paulo está mostrando aos coríntios em que consiste a essência do cristianismo e porque ele é um “caminho” tão inusitado, que sobrepuja a tudo.
Segue-se o cântico dos cânticos sobre o amor. Porém 1Co 13 não tem nada de efusão lírica! Esse capítulo não tem nada a ver com um cântico. Ele é um dos ensinamentos mais sérios exatamente diante das aflições da vida da igreja de Corinto. É uma poderosa palavra de condenação e ao mesmo tempo uma palavra sobre derradeiras e vívidas certezas.
Paulo escreve sobre o amor. Este é realmente o conceito central. Mas precisamente por isso Paulo tem um receio perceptível de falar a esse respeito. Parece até que ele já está vendo com que facilidade essa palavra pode ser mal-compreendida. Também na carta aos Romanos o amor de DEUS, que está em CRISTO JESUS, nosso Senhor é a certeza definitiva e que sustenta a tudo. Porém Paulo seleciona primeiramente a dura palavra da justiça de DEUS, fazendo com que todo o capítulo seja dominado por esse tópico, antes de colocar o amor de DEUS diante da igreja em Rm 5.5ss e Rm 8.35-39. De igual maneira ele mencionou o amor pela primeira vez na presente carta apenas em 1Co 8.1. E agora, em 1Co 13, ele o coloca no centro, obviamente com uma intensidade e determinação incomparáveis.
Como todo o NT, ele escolhe o termo agape para amor, que praticamente não era usado no mundo em que vivia o cristianismo. Ele conhecia o eros, o amor desejoso, que obviamente no caso de alguém como Platão também podia conter o mais nobre anseio, mas que ainda assim não deixa de ser um amor desejoso, voltado para o próprio eu. Com agape, no entanto, o primeiro cristianismo designava a experiência maravilhosa que tivera a partir de DEUS em CRISTO: um amor que não quer nada para si, mas entrega e sacrifica tudo, especialmente para indignos, culpados, inimigos, para pessoas que não podem retribuir nada nem agradecer realmente. Por isso esse agape é em primeiro lugar e em sua origem o amor de DEUS (1Co 13.13; 1Jo 4.16), o amor de CRISTO (2Co 5.14; Gl 2.20), o amor do ESPÍRITO (Rm 15.30). Ele não é uma possibilidade humana, não é a maior virtude. Muito menos ele é o que corriqueiramente entendemos por amor, até mesmo por amor cristão. Até mesmo o mundo é muito bem capaz de produzir, sem o cristianismo, um pouco de cordialidade e disposição para ajudar. O costumeiro amor cristão verdadeiramente ainda não seria o caminho para “muito além disso”. Ele ainda não é o fazer a mais de que JESUS falou em Mt 5.43-48. O agape somente pode ser proporcionado em CRISTO por intermédio do ESPÍRITO SANTO (Rm 5.5b) como uma realidade radicalmente nova, oposta à velha natureza egocêntrica. Assim, porém, ele é o que importa no ser cristão agora e na eternidade.
Werner de Boor. Comentário Esperança Cartas aos I Corinto. Editora Evangélica Esperança.
3. A necessidade do fruto do ESPÍRITO.
Este estudo não estaria consistente, se não fosse abordado, ainda que resumidamente, o tema do fruto do ESPÍRITO SANTO na vida dos salvos.
O fruto do Espirito — O amor (G1 5.22) — é o que faz a diferença entre um crente corrto e um crente que trabalha, mas não produz o que DEUS espera dele. O que tem dons de DEUS, ou dons do ESPÍRITO SANTO, necessita ser coberto pelo amor de DEUS em seu coração, e em suas ações. Por isso, Paulo diz que “A caridade [o amor, em outras versões] é sofredora, é benigna; a caridade não é invejosa; a caridade não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal” (1 Co 13.4,5 — colchete inserido).
A prática da caridade, ou do amor em ação, age no caráter do crente. Não admite inveja, irresponsabilidade, orgulho, indecência, e “não busca seus interesses”, ou seja, não é egoísta (1 Co 13.5), “não se irrita”, ou seja, não permite que o crente viva irritado com os outros, o tempo todo, e não dá lugar a suspeitas infundadas, como o texto citado em evidencia. O dom do ESPÍRITO deve ser exercido com amor e humildade, sem presunção ou orgulho (1 Co 13.4).
O uso dos dons deve dar lugar a um exercício constante em busca da maturidade cristã. A falta de maturidade leva os detentores de dons a serem carnais e infantis na fé. A igreja de Corinto possuía em seu seio todos os dons, mas os crentes não estavam maduros na fé. Diz Paulo: “E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em CRISTO. Com leite vos criei e não com manjar, porque ainda não podíeis, nem tampouco ainda agora podeis; porque ainda sois carnais, pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois, porventura, carnais e não andais segundo os homens? (1 Co 3.1-3 — grifo nosso).
Exortando a igreja, Paulo diz da necessidade de deixarem de ser meninos na fé. “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino” (1 Co 13.11). A prática do fruto do ESPÍRITO, aliada ao exercício dos dons, é o que evita a meninice espiritual, e leva o crente a alcançar a maturidade espiritual, como diz Paulo: “logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino”. É a falta do fruto do ESPÍRITO da temperança, da bondade, da benignidade e acima de tudo do amor, que tem sido causa de escândalos e decepções nas igrejas.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 156-157.
5.22-23 Essas virtudes são caracterizadas como fruto em contraste a "obras". Somente o ESPÍRITO SANTO pode produzi-las, e não nossos próprios esforços. Um outro contraste é que, enquanto as obras da carne são mais de uma, o fruto do ESPÍRITO é um e indivisível. Quando o ESPÍRITO controla completamente a vida de um crente, ele produz todas essas graças. As três primeiras dizem respeito à nossa atitude em relação a DEUS, a segunda tríade lida com os relacionamentos sociais, e o terceiro grupo descreve os princípios que guiam a conduta de um cristão.
PLENITUDE. Bíblia de Estudo Plenitude. Editora Sociedade Bíblica, do Brasil. pag. 1220.
Gl 5.22,23 A apresentação da palavra “fruto”, por Paulo, está cheia de significado. Com ela, Paulo queria transmitir o significado de uma colheita cheia de virtudes. O fruto é um subproduto; leva tempo para crescer e requer cuidado e cultivo. O ESPÍRITO produz o fruto; a nossa função é entrar em sintonia com o ESPÍRITO. Os crentes exibem o fruto do espírito, não porque eles trabalham nele, mas simplesmente porque o ESPÍRITO controla as suas vidas. O fruto do ESPÍRITO separa os cristãos do mundo mau e sem DEUS, revela o seu poder dentro deles, e os ajuda a serem mais parecidos com CRISTO na sua vida cotidiana. Em contraste com a lista que se segue, Paulo não descreveu estas características como sendo óbvias. As primeiras residem em nós; as outras vêm como resultado da presença do ESPÍRITO.
Mais uma vez, as características classificam-se em categorias. As três primeiras são interiores e só podem vir de DEUS:
• Caridade (ou amor) - este é o amor como demonstrado por JESUS, que é auto-sacrificial e imutável, e como demonstrado por DEUS, que enviou seu Filho para morrer pelos pecadores (Rm 5.5). O amor forma a base para todas as demais características do fruto aqui listadas. Em outra passagem, Paulo subdivide o amor em vários componentes (veja 1 Co 13), para que o “amor” (ou caridade) passe a ter pouca semelhança com o significado emocional tão frequentemente atribuído à palavra.
• Gozo - uma alegria interior que persiste apesar das circunstâncias externas. Esta característica tem pouco a ver com felicidade e pode existir em tempos de infelicidade. É uma satisfação profunda e saudável que continua mesmo quando uma situação na vida parece vazia e insatisfatória. O relacionamento com DEUS, por meio de CRISTO, preserva-se mesmo nos desertos e vales da vida.
• Paz - uma tranquilidade interior e uma fé na soberania e na justiça de DEUS, mesmo face a circunstâncias adversas. É um profundo concordar com a verdade de que DEUS, e não nós, é quem está a cargo do universo.
As três seguintes dizem respeito ao relacionamento de cada crente com os demais:
• Longanimidade (ou paciência, de acordo com a versão NTLH) – suportar pacientemente as pessoas que nos irritam continuamente. A obra do ESPÍRITO SANTO em nós aumenta a nossa tolerância.
• Benignidade - agir com delicadeza, com benevolência com relação aos outros, como DEUS fez conosco. A benignidade toma a iniciativa de responder às necessidades das outras pessoas.
• Bondade — estender a mão para fazer o bem aos outros, mesmo que eles não o mereçam. A bondade não reage ao mal, mas absorve a ofensa e reage com ações positivas.
As três últimas apresentam traços mais gerais de caráter, que deveriam guiar a vida de todo crente:
• Fé (ou fidelidade, de acordo com a versão RA) - a pessoa que é confiável, digna de confiança.
• Mansidão - a pessoa é humilde, considera os demais, sujeita-se a DEUS e à sua Palavra. Mesmo quando a ira é a resposta adequada, como quando JESUS limpou o Templo, a mansidão conserva a expressão da ira orientada na direção correta. A mansidão aplica até mesmo a força na direção correta.
• Temperança (ou domínio próprio, de acordo com a versão RA) - o domínio sobre os desejos humanos pecaminosos e a sua falta de controle. Ironicamente, os nossos desejos pecaminosos, que prometem auto-realizaçáo e poder, inevitavelmente nos levam à escravidão.
Quando nos rendemos ao ESPÍRITO SANTO, inicialmente sentimos como se tivéssemos perdido o controle, mas Ele nos leva a exercer o autocontrole que seria impossível somente com as nossas próprias forças. DEUS deu a lei para tornar as pessoas conscientes dos seus pecados e restringir o mal. Mas ninguém faria uma lei contra as características deste fruto (virtudes), pois elas não são nem pecaminosas nem más. Na verdade, uma sociedade onde todas as pessoas agissem assim precisaria de poucas leis. Como DEUS, que enviou a lei, também enviou o ESPÍRITO, os subprodutos da vida cheia do ESPÍRITO harmonizam-se perfeitamente com o objetivo da iei de DEUS. Uma pessoa que exibe o fruto do ESPÍRITO satisfaz a lei muito melhor do que uma pessoa que mantém os rituais, mas tem pouco amor no seu coração.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 297-298.
O Fruto do ESPÍRITO (5.22,23)
O contraste entre a carne e o ESPÍRITO atinge um clímax adequado quando Paulo faz a lista do fruto do ESPÍRITO (22). No âmago de sua exortação há o apelo para que o crente seja atraído pelo fruto ao mesmo tempo em que é repelido pelas “obras”. Embora Paulo aceitasse a opinião prevalecente na igreja primitiva, que dizia que a presença e atividade do ESPÍRITO eram evidenciadas pelos dons sobrenaturais, ele reconhecia que estas não eram necessariamente prova de caráter moral. Por conseguinte, deu o mais sublime valor e destaque ao fruto do ESPÍRITO, que se relaciona diretamente às qualidades éticas e morais.
Dos versículos 22 e 23, Alexander Maclaren analisa “O Fruto do ESPÍRITO”. Ele mostra:
1) Os três elementos do caráter; 2) A unidade do fruto; 3) A cultura da árvore; 4) Este é o único fruto digno.
A escolha de Paulo do termo fruto é importante quando comparado com “obras”. “Uma obra é algo que o homem produz para si mesmo; um fruto é algo que é produzido por um poder que não é dele mesmo. O homem não pode fazer o fruto.” É frequente a observação de que o fruto está no singular. Embora indique a unidade das virtudes cristãs, não devemos dar muito foco a esse quesito, porque Paulo usa constantemente a forma singular quando o termo tem um significado figurativo.
a) Amor (5.22). Paulo está dizendo que estes produtos são resultado do ESPÍRITO divino operando no espírito humano. A lista do apóstolo começa necessariamente com agape (caridade; “amor”, ACF, AEC, BAB, BJ, BV, CH, NTLH, NVI, RA), porque este é a maior de todas as virtudes (cf. 1 Co 13.13), é o manto que une tudo com perfeição (cf. Cl 3.14). O amor cristão é uma categoria abrangente e fonte exclusiva dos outros frutos, no mesmo sentido em que o tronco sustenta os galhos, ou o prisma quando reflete as cores da luz. Considerados desta perspectiva, os frutos que se seguem são amor em ação e expressões descritivas do agape (ágape, amor, amor-caridade).
A palavra grega agape é um termo distintamente cristão, criado da necessidade de descrever adequadamente o evangelho da nova criatura. Mais adiante, o termo agape é usado primariamente para se referir ao amor que os indivíduos têm, ou deveriam ter, uns pelos outros, que é reflexo do amor de DEUS por eles. Eles devem fixar seu padrão de acordo com o padrão do Senhor. A definição de Barclay é concisa e abrangente: ‘Agape é benevolência inconquistável, boa vontade imbatível”. Como tal, é uma preocupação compartilhada e uma identificação generosa com as necessidades dos outros. Esta preocupação abrange tudo, embora as pessoas que a recebem sejam indignas; resulta na transformação de quem é amado e de quem ama. Agape por vezes é mal-entendido e confundido com o conceito de amor aceito hoje em dia. Mas há uma diferença. Em vez de ser um sentimento impulsivo pelo qual a pessoa é levada, agape é a resposta da pessoa inteira envolvendo a vontade, o sentimento e o intelecto. Não é fraco e nocivamente permissivo, mas forte e disciplinado.
Talvez a melhor definição de agape seja o que ele faz e o que ele é. Este tipo de amor tem de agir com generosidade e perdão expansivos. O amor cumpre a lei (14), proporcionando atmosfera que caracteriza e motiva a totalidade da vida cristã (cf. Ef 5.2). Ele habilita a verdade — que frequentemente dói — para que seja falada como pedido e não como ofensa (cf. Ef 4.15). É o laço que une o corpo de CRISTO (cf. Cl 2.2); evitando que a liberdade se transforme em licenciosidade (13) e edificando os membros do povo de DEUS (cf. 1 Co 8.1; Ef 4.16), enquanto vivem juntos em paciência (cf. Ef 4.2; Rm 14.15).
Não surpreende a conclusão de Paulo de que agape deva ser a “busca” do crente. Ele não deve se satisfazer com recompensa menor. Contudo, isto não é algo que parte dele próprio. Compreensivelmente, o “caminho ainda mais excelente” (cf. 1 Co 12.31) não é opção fácil. Talvez alguém pergunte: “Quem poderá, pois, salvar-se?” (Mc 10.27). A resposta não poderia ser mais apropriada: Para os homens é impossível, mas não para DEUS, porque para DEUS todas as coisas são possíveis”! Pelo visto, este é o fato mais importante sobre agape. No uso cristão, veio a representar uma qualidade divina. DEUS não só nos ama, Ele ama através de nós (13), “porquanto o amor de DEUS está derramado em nosso coração pelo ESPÍRITO SANTO que nos foi dado” (Rm 5.5). O amor é o finito do ESPÍRITO.
b) Alegria e paz (5.22). Os próximos dois frutos do ESPÍRITO têm relação vital um com o outro. Gozo (chara) é a “alegria” (BJ, BV, CH, NTLH, NVI, RA) ou felicidade que irradia da vida do crente — uma expressão externa de paz interior. Em si, a alegria é vista e conhecida pelos outros. Esta é a atmosfera do Novo Testamento. O cristão basicamente infeliz é uma contradição. O Reino de DEUS é caracterizado por alegria (gozo), junto com justiça e paz (cf. Rm 14.17).
A forma comum de saudação no grego secular era “regozijai” (chairein). Ainda que isto não tenha significado mais específico que o moderno “Como vai?”, deve ter havido nova significação para os alegres homens de fé. Embora não seja saudação distintamente cristã, era usada de vez em quando no Novo Testamento. Barclay captura o espírito de tal saudação com: “Que a alegria esteja com você”.
A alegria acrescenta brilho a todas as virtudes cristãs, e ilumina toda experiência de vida, mas em nenhum momento brilha mais intensamente do que nas adversidades. Uma das primeiras lições que o novo crente deve aprender é que a alegria não depende das circunstâncias; pelo contrário, as provações são transformadas pela alegria. Não basta suportar ou até vencer as tribulações, pois sem alegria o triunfo está incompleto (cf. Cl 1.11). Não é surpresa que alegria e aflição estejam quase sempre juntas quando o homem de fé sofre alegremente por amor a JESUS.
Esta alegria cristã não é efervescência superficial, mas jorra de fontes profundas e interiores da vida cheia do ESPÍRITO. É um fruto do ESPÍRITO! A alegria é a manifestação externa da paz (eirene) interna. Esta paz não é mera ausência de dificuldade, ansiedade e preocupação. Trata-se de serenidade que é o resultado de viver numa relação certa com DEUS, com os homens e consigo mesmo. Pela fé em CRISTO, o homem encontra paz com DEUS (cf. Rm 5.1), e esta nova relação se torna o fundamento para uma vida de paz nas outras duas dimensões.
Na saudação tipicamente cristã, havia paz: “Graça a vós e paz”. Embora a paz seja dom do “DEUS de paz”, esta não deve ser mal-entendida. Não é questão de pouca monta viver em paz, sobretudo com certas pessoas! Paulo precisou exortar: “Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens” (Rm 12.18). O crente tem de procurar o prêmio da paz (cf. 1 Pe 3.11; Hb 12.14), a qual só será encontrada quando ele andar pelo ESPÍRITO, porque a paz é fruto de uma vida cheia do ESPÍRITO.
c) Longanimidade (5.22). A “paciência” (makrothumia, BV, CH, NTLH, NVT) é seguramente o fruto que torna o homem semelhante a DEUS. Como ocorre com outros termos, esta é característica de DEUS; e do homem, segundo DEUS quer que ele seja. Como DEUS é paciente com os homens, então eles são pacientes nele, tanto quanto em relação a seus semelhantes; pois as circunstâncias e os acontecimentos estão nas mãos de DEUS.
Esta virtude bíblica vital não deve ser confundida com mera disposição tranqüila, que permanece impassível diante de toda e qualquer perturbação. Tal modo de vida é mais uma característica nativa da personalidade do que uma qualidade do espírito. Longanimidade é exatamente o que a palavra sugere: ânimo longo, firmeza de ânimo, constância de ânimo, alguém que permanece animado por muito tempo sem se deixar abater. Sua essência primária é a perseverança (Desistir? Nunca!), suportando as pessoas e as circunstâncias. Como DEUS é longânimo para conosco (cf. 1 Tm 1.12-16), assim devemos ser longânimos para com nossos semelhantes (Ef 4.2), nunca admitindo a derrota por mais que os homens sejam irracionais e difíceis (cf. 1 Ts 5.4). E este tipo de paciência que reflete verdadeiramente o amor cristão (agape; cf. 1 Co 13.4). Tal amor paciente não é nossa realização. É o trabalho de DEUS no coração dos homens, pois é o fruto do ESPÍRITO.
d) Benignidade (5.22). Os crentes não devem ser longânimos em um ambiente de isolamento moral. O homem de fé deve expressar benignidade (chrestotes), talvez mais bem traduzida por “amabilidade” (NVI). No Novo Testamento, a bondade de DEUS não é uma qualidade moral apavorante que repele o homem; trata-se de amabilidade acompanhada de paciência (Rm 2.4). Mas quando é imposta, com esta benignidade há a severidade (Rm 11.22). A amabilidade de DEUS tem o propósito de levar ao arrependimento, de forma a poder expressar-se em perdão (cf. Rm 2.4). Vemos melhor esta amabilidade nos homens quando perdoamos os outros assim como CRISTO nos perdoou (cf. Ef 4.32). Esta é a maior bondade que o homem pode ter, contudo, poucos são perdoadores por natureza. É o fruto do ESPÍRITO.
e) Bondade (5.22). O próximo fruto é bondade (agathosyne). Está estritamente ligada a benignidade; mas, da lista de Paulo, bondade é a que fornece a definição menos precisa. A conclusão de Barclay é que significa uma generosidade sincera que é imerecida, mais que uma justiça relutante ou até mesquinhamente conferida ainda que merecida e digna. É certo que tal generosidade amplia o significado de “amabilidade que perdoa”, e é realmente fruto do ESPÍRITO.
f) Fé (5.22). A fé (pistis) é o fruto mais mal-entendido de todos. Esta é uma das raras ocasiões em que o termo grego é mais ambíguo que o equivalente em nosso idioma. Ao longo do Novo Testamento, pistis refere-se principalmente à ação do crente depender totalmente da obra de CRISTO. O fruto do ESPÍRITO são virtudes éticas que lidam primariamente com as relações interpessoais. Em poucos exemplos, o termo grego pistis tem o significado ético de “fidelidade”, que é obviamente como devemos entendê-lo aqui. Em si, descreve lealdade, probidade e confiança. Como se dá com bondade, o padrão humano da fidelidade é não menos que o próprio DEUS (cf. Rm 3.3). Como DEUS é fiel, assim seus mordomos devem ser (cf. 1 Co 4.2).
Fidelidade não diz respeito somente a manter-se fiel a DEUS diante das provas e coações, mas também a ser leal ao próximo. O elogio de Paulo aos seus colaboradores fiéis (1 Co 4.17; Ef 6.21) e aos santos fiéis (Ef 1.1; Cl 1.2) certamente engloba tal confiança nas relações humanas. Muito corretamente, a fidelidade representa o nível mais alto de responsabilidade entre o marido e a mulher (cf. 1 Tm 3.11). “Não há igreja ou casamento que permaneça, a menos que esteja fundamentado na lealdade.” É mais que virtude humana, é fruto do ESPÍRITO!
g) Mansidão (5.22). Este fruto é um dos mais difíceis de definir, principalmente porque é impossível traduzir prautes (mansidão) por um único termo em nosso idioma. Ser manso não tem a conotação de ser “desalentado, desanimado, mole, fraco ou destituído de energia ou força moral”. Mansidão é a combinação de força e suavidade. “Quando temos prautes, tratamos todas as pessoas com cortesia perfeita, reprovamos sem rancor, argumentamos sem intolerância, enfrentamos a verdade sem ressentimento, iramos, mas não pecamos, somos gentis, mas não fracos.”
A mansidão tem de estar associada com a verdadeira humildade (cf. Mt 11.29; Cl 3.12), o contrário de orgulho e arrogância. Este é o melhor tipo de força, e inspira o enlevo de DEUS. Mansidão é uma qualidade de Moisés (Nm 12.3), que de modo magnífico harmonizou força e suavidade em seu difícil papel. O maior exemplo é aquele que era maior que Moisés, JESUS CRISTO. Mansidão é a própria essência do caráter daquele que é capaz de limpar o Templo e perdoar uma infeliz adúltera. E este “jugo” que o discípulo é convidado a tomar sobre si (cf. Mt 11.19), pois é supremamente característico da semelhança com CRISTO. O crente possui mansidão apenas como fruto do ESPÍRITO.
h) Temperança (5.22). O último fruto é temperança (egkrateia), mais bem traduzida por “autocontrole”. Embora este fruto descreva a coibição de todas as paixões e desejos do homem (1 Co 9.25), também tem a aplicação específica de ser sexualmente moderado (1 Co 7.9). Isto é compreensível no mundo daquela época, como também no nosso. A pureza moral era virtude distintamente cristã, e tende a sê-lo hoje. O propósito de DEUS é que seus filhos vivam no mundo, mas permaneçam puros da depravação moral que há no mundo. Isto é possível quando o crente anda pelo ESPÍRITO, porque autocontrole é fruto do ESPÍRITO. Este autocontrole, ou melhor, controle do ESPÍRITO, atinge todas as áreas da vida cotidiana.
R. E. Howard. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag. 73-77.
ELABORADO: Pb Alessandro Silva com algumas modificações de Ev. Luiz Henrique.
Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca.Apocalipse 3:15-16
Questionário da Lição 13 - A Multiforme Sabedoria de DEUS
Responda conforme a revista da CPAD do 2º Trimestre de 2014 - Para jovens e adultos
Tema: Dons Espirituais e Ministeriais - Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário
Complete os espaços vazios e marque com "V" as respostas verdadeiras e com "F" as falsas.
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