O governo de Obama, chafurdando em insolência e arrogância, de forma imprudente agravou a crise ucraniana transformando-a numa crise com a Rússia. Quer de modo intencional ou estúpido, as propagandas mentirosas do governo americano estão levando a crise a uma guerra. Sem mais disposição de dar atenção às ameaças absurdas do governo dos EUA, o governo russo não mais aceita ligações telefônicas de Obama e elevadas autoridades dos EUA.
Em vez de perceber seu erro, o governo de Obama está incentivando as marionetes que ele instalou em Kiev para usar violência contra os cidadãos nas regiões que falam russo e que estão fazendo manifestações por referendos de modo que eles possam votar para voltar à Rússia. O governo de Obama vem incentivando violência apesar de que o presidente Putin já declarou claramente que as forças armadas russas não ocuparão a Ucrânia, a menos que os manifestantes sofram violência.
Podemos seguramente concluir que o governo dos EUA ou não quer escutar ou deseja violência.
Pelo fato de que o governo dos EUA e a OTAN não estão numa posição neste momento para mobilizar grandes contingentes militares na Ucrânia para confrontar os exércitos russos, por que o governo de Obama está tentando provocar os militares russos? Uma resposta possível é que o plano do governo dos EUA de expulsar a Rússia de sua base naval no Mar Negro deu errado. Agora o plano B do governo de Obama é sacrificar a Ucrânia para uma invasão russa de modo que o governo americano possa demonizar a Rússia e forçar um grande aumento nos gastos militares e na mobilização de tropas da OTAN.
Em outras palavras, a recompensa do plano B será uma nova guerra fria e trilhões de dólares em lucro para a enorme indústria militar dos EUA.
Um número pequeno de tropas e aviões que o governo americano enviou para “reassegurar” os governos incompetentes dessas regiões de constantes problemas para o Ocidente — a Polônia e os Países Bálticos — e os vários navios equipados com mísseis enviados ao Mar Negro não equivalem a nada, a não ser provocações simbólicas.
Sanções econômicas aplicadas a autoridades russas individuais não são sinal de nada, exceto da impotência do governo de Obama. Sanções reais prejudicariam os governos fantoches da OTAN e EUA muito mais do que prejudicariam a Rússia.
É evidente que o governo dos EUA não tem intenção nenhuma de trabalhar soluções com o governo russo. As exigências do governo americano tornam essa conclusão inevitável. O governo dos EUA está exigindo que o governo russo tire todo apoio das populações que estão se manifestando no leste e sul da Ucrânia e force as populações russas na Ucrânia a se submeterem às marionetes do governo americano em Kiev. O governo de Obama também está exigindo que a Rússia volte atrás na reunificação com a Crimeia e a entregue ao governo de Obama de modo que avance o plano original do governo americano de expulsar a Rússia de sua base naval do Mar Negro.
Em outras palavras, a exigência do governo de Obama é que a Rússia faça algo impossível: pegue de volta o leite derramado e o entregue a Washington.
Essa exigência é tão fantasiosa que ultrapassa o sentido da arrogância. O Tolo da Casa Branca está dizendo a Putin: “Fiz a maior trapalhada aplicando um golpe no seu quintal. Quero que você corrija essa situação para mim e garanta o sucesso da ameaça estratégica que eu tive a intenção de trazer ao seu quintal.”
A imprensa prostituta ocidental e os governos fantoches europeus estão apoiando essa exigência ilusória. Consequentemente, os líderes russos perderam toda confiança nas palavras e intenções do Ocidente, e é desse jeito que as guerras começam.
Os políticos europeus estão colocando seus países em grande perigo e em troca do quê? Os políticos europeus estão sendo chantageados, ameaçados, subornados com malas de dinheiro, ou estão tão acostumados a seguir as ordens do governo americano que não conseguem fazer mais nada? De que modo a Alemanha, a Inglaterra e a França se beneficiam de serem forçados a confrontar a Rússia por incitação do governo dos EUA?
A arrogância do governo dos EUA não tem precedentes e é capaz de levar o mundo à destruição. Onde está o senso de auto-preservação da Europa? Por que a Europa não providenciou mandados de prisão para todos os membros do governo de Obama? Sem a ajuda da Europa e da imprensa prostituta, o governo americano jamais conseguiria levar o mundo à guerra.
Paul Craig Roberts foi vice-ministro do Ministério da Fazenda durante o governo de Ronald Reagan. Ele foi também um dos editores do jornal Wall Street Journal e colunista no Business Week, Scripps Howard News Service e Creators Syndicate.
Traduzido por Julio Severo do artigo: Moving Closer To War
Fonte: www.juliosevero.com