Jennifer LeClaire
O Papa Francisco tem sido uma lufada de ar fresco para muitos católicos em busca de maior liberdade e uma preocupação crescente para os cristãos conservadores que discordam de seus comentários sobre a homossexualidade e outras questões culturais.
Papa Francisco conduz a audiência semanal na Praça de São Pedro, no Vaticano, quinta-feira. O papa enviou um polêmico tuíte terça-feira que viola as Escrituras. (Reuters / Alessandro Bianchi) |
“O cristão que não sente que a Virgem Maria é a sua mãe é um órfão”, tuitou o Papa Francisco. A partir do momento em que eu escrevi nesta coluna o tuíte tinha sido “retuittado” cerca de 4.000 vezes e muitas das respostas foram indelicadas.
Alguns sugeriram que o pontífice é “completamente maluco”, enquanto outros lhe perguntaram se ele tinha inalado muito incenso e ainda outro disse ao jesuíta argentino que se confinasse ao seu pacifismo. Fica pior a partir daí, mas não é apropriado atacar o homem pelo seu tuíte anti-bíblico. É mais apropriado compartilhar a verdade.
Maria é a Mãe do Mundo?
Primeiro, vamos examinar como o papa expandiu sua exaltação de Maria. Durante seu discurso semanal em Roma, o papa colocou a Igreja Católica Romana na posição de “mãe” do mundo e encorajou os católicos a seguirem Maria como exemplo da maternidade divina.
“Em nossas catequeses, temos notado, muitas vezes, que não nos tornamos um cristão por conta própria, mas por termos nascido e sido alimentados na fé no meio do povo de Deus, que é a igreja. Ela é uma verdadeira mãe que nos dá a vida em Cristo e, na comunhão do Espírito Santo, nos leva a uma vida comum com nossos irmãos e irmãs”, disse o papa.
“O modelo da maternidade para a igreja é a Bem-Aventurada Virgem Maria que, na plenitude dos tempos, concebeu através do Espírito Santo e deu à luz o Filho de Deus. Sua maternidade continua através da igreja, que traz filhos e filhas por meio do batismo, a quem ela nutre por meio da Palavra de Deus”.
E Quanto a Romanos 8:14-17?
Então, vamos começar a dissipar esse erro com as Escrituras. Romanos 8:14-17 ilumina a questão dos órfãos em Cristo — não há órfãos em Cristo:
“Porquanto, todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Pois vós não recebestes um espírito que vos escravize para andardes, uma vez mais, atemorizados, mas recebestes o Espírito que os adota como filhos, por intermédio do qual podemos clamar: ‘Abba, Pai!’ O próprio Espírito testemunha ao nosso espírito que somos filhos de Deus. Se somos filhos, então, também somos herdeiros; herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, se realmente participamos dos seus sofrimentos para que, da mesma maneira, participemos da sua glória”. (KJA)
Em nenhuma parte esses versos fazem menção de Maria. Em vez disso, vemos o Pai, Cristo e o Espírito Santo em ação na vida de um crente. É o que está na Bíblia. Se isso não for suficiente, o próprio Jesus afirmou claramente: “Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós” (João 14:18 KJA). Eu não quero dizer isso de uma maneira sarcástica, de forma alguma, mas por favor, note que Jesus não disse que Maria viria a eles, ou que Ele traria Maria para eles, ou que Maria estaria orando por eles, ou que eles deveriam orar para Maria.
Há muitas questões na religião católica que não se alinham com a Bíblia, mas sugerir que “O cristão que não sente que a Virgem Maria é a sua mãe é um órfão” é uma afirmação obviamente herética que barateia a nossa salvação. Os cristãos são justificados pela fé (Rm 5:1) — pela Justiça de Deus em Cristo (2 Cor 5:21). Maria foi um instrumento abençoado que Deus escolheu para trazer o Messias ao mundo, mas Jesus não a exaltou e nem nós deveríamos.
Jennifer LeClaire é editora de notícias da revista Charisma. Ela também é diretora do Awakening House of Prayer (Casa de Oração Despertar) em Fort Lauderdale, Flórida, e autora de vários livros.
Traduzido por Dionei Vieira do artigo da revista Charisma: Pope Francis, Mary Is Not My Mother, and I Am Not an Orphan
Fonte: www.juliosevero.com