No sábado, Rekha, de 22 anos, submeteu-se a uma cirurgia de esterilização numa clínica do governo num vilarejo próximo dali, em Pendari. À noite, em casa, tomou o remédio que lhe fora indicado. Começou, então, a vomitar.
"Eu não sei como Rekha morreu", diz Anjani. "Assim que ela tomou a pílula, ela começou a vomitar".
Acredita-se que 83 mulheres teriam sido submetidas a operações desse tipo que, segundo moradores, foram realizadas por apenas um médico em apenas seis horas.
Rekha só chorava, diz Anjani. "Rekha dizia, 'Vou morrer. Não vou viver. Me salve, por favor, me leve ao médico'".
"Ela, então abraçou seu bebê de quatro meses, me entregou ele e pediu para que eu cuidasse dele".
"Não entendo como isso aconteceu. Eu fiz essa mesma cirurgia três anos atrás e eu estou bem".
A outra irmã, Nandini, deveria ter ido com Rekha para fazer a mesma operação. Mas a avó disse que seria trabalhoso cuidar das duas ao mesmo tempo.
"Por isso eu não fui com a minha irmã. Eu também poderia ter morrido. Agora, após a tragédia, estou tão assustada que não posso nem pensar nessa operação, pelo menos nos próximos quatro ou cinco anos", disse Nandini.
"Só vou pensar na esterilização se eu tiver quatro ou sete bebês".
Ela disse que Rekha colocou o filho no seu colo e disse: "cuide dele até eu voltar".
Agora, as crianças serão criadas pela bisavó, já que a avó - mãe das irmãs - também já morreu.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/11/141112_india_esterilizacoebr
http://portrasmidiamundial.blogspot.com.br/2014/11/reducao-populacional-tres-irmas-e-tres.html