PORTAL ESCOLA DOMINICAL
QUARTO TRIMESTRE DE 2014
INTEGRIDADE MORAL E ESPIRITUAL: o legado do livro de Daniel para a Igreja hoje
COMENTARISTA: ELIENAI CABRAL
PLANO DE AULA - EV. CARAMURU AFONSO FRANCISCO
ASSEMBLEIA DE DEUS - MINISTÉRIO DO BELÉM - SEDE - SÃO PAULO/SP
PLANO DE AULA Nº 11
LIÇÃO Nº 11 – O HOMEM VESTIDO DE LINHO
1º SLIDE INTRODUÇÃO
- Na sequência do estudo do livro do profeta Daniel, analisaremos hoje o capítulo dez.- No capítulo dez do livro de Daniel, aprendemos que não podemos ignorar a existência das hostes espirituais da maldade.
2º SLIDE I – DANIEL BUSCA A DEUS
- Neste capítulo dez, embora não tenhamos a descrição de uma visão profética específica, as circunstâncias mencionadas por Daniel trazem-nos importantes revelações e ensinos a respeito do mundo espiritual.
- Daniel começa este capítulo dizendo que, no terceiro ano de Ciro, rei da Pérsia, foi revelada uma palavra para o profeta, uma palavra verdadeira, que tratava de uma guerra prolongada, tendo ele entendido esta palavra (Dn.10:1).
3º SLIDE
- Neste terceiro ano do rei Ciro, Daniel já não se encontrava mais prestando serviço ao rei Ciro, já se encontrava “aposentado”, ante a sua idade bem avançada, pois, em Dn.1:21 está registrado que Daniel serviu ao rei Ciro até o seu primeiro ano, de modo que já fazia dois anos que Daniel se encontrava inativo.
- Segundo Edward Reese e Frank Klassen, esta visão se deu no ano de 537 a.C., dois anos depois da revelação das setenta semanas.
4º SLIDE
- O profeta Daniel estava triste. Por quê? Os estudiosos divergem:
a) por causa da oposição à construção do templo de Jerusalém feita pelos samaritanos, que tentava convencer conselheiros do rei Ciro a embargar o templo (Ed.4:1,5);
b) por causa das visões escatológicas que tivera, dando conta do sofrimento que ainda teria seu povo;
c) por causa da indiferença de muitos judeus em relação à Terra Prometida, pois aqueles que retornaram para Canaã era a minoria do povo.
5º SLIDE
- A nossa fidelidade a Deus não nos livra de ficarmos tristes. A tristeza é uma reação natural do ser humano. - Daniel ensina-nos, porém, que, diante da tristeza, devemos buscar a Deus com oração e jejum, a fim de que não desfaleçamos.
6º SLIDE
- Daniel foi buscar a Deus com oração e jejum. Fez o que se costuma chamar de “jejum parcial”, visto que afirma que “manjar desejável não comi, nem carne, nem vinho entraram na minha boca, nem me ungi com unguento, até que se cumpriram as três semanas” (Dn.10:3).
- O “jejum parcial” é bíblico. Trata-se de uma abstenção parcial de alimentos, mas este episódio de Daniel não é suficiente para que se criar uma “doutrina” ou para se banalizar a prática do jejum.
7º SLIDE
- Daniel usou do “jejum parcial” por causa de sua avançada idade, tanto que, dois anos antes, fizera jejum total (Dn.9:3), prova de que não se tratava o “jejum parcial” de uma prática corriqueira, mas excepcional.
- O “jejum parcial” não deve ser tomado como uma alternativa ao jejum, como um “jejum mais fácil”, mas, sim, como uma prática excepcional, plenamente justificada, quando houver alguma dificuldade ou impossibilidade para se praticar o jejum total, mas se tiver a necessidade de sua prática em vista de uma atitude de busca mais intensa ao Senhor.
8º SLIDE
- Daniel começou a orar e a praticar o “jejum parcial”, tendo-o feito por três semanas completas, ou seja, por vinte e um dias, tendo apenas cessado de buscar ao Senhor quando o Senhor lhe respondeu.
- Não devemos, por isso, fazer “oração e jejum” por um número determinado de dias, mas, se estivermos a buscar ao Senhor mais intensamente por força de alguma circunstância, devemos perseverar neste propósito até que venha a resposta do Senhor para nós.
9º SLIDE
- Daniel dá-nos outra lição importante: o jejum deve ser feito sem estardalhaço, sem que isto seja visto pelos homens, como, aliás, nos ensina o Senhor Jesus (Mt.6:16-18).
- Tanto assim é que, quando recebeu a resposta divina aos seus clamores, encontrava-se à borda do grande rio Hidequel, que é o rio Tigre (Dn.10:4), em plena atividade social.
10º SLIDE
- Daniel encontrava-se às margens do rio Hidequel, que é o rio Tigre, no dia vinte e quatro do primeiro mês, quando levantou o seus olhos e viu um homem vestido de linho. (Dn.10:6).
- Daniel teve, então, uma visão grandiosa, cuja grandiosidade foi tanta que, mesmo não tendo tido esta visão, os homens que estavam com ele foram tomados de um grande temor e fugiram, escondendo-se (Dn.10:7).
11º SLIDE
- Este “homem vestido de linho” outro não é senão o Senhor Jesus, pois a descrição que faz o profeta é muito similar a que João faz no primeiro capítulo do livro de Apocalipse, quando o Cristo glorificado se lhe apresenta (Ap.1:13-16).
- Daniel desfaleceu diante de tamanha manifestação (Dn.10:8,9), a mesma reação, aliás, que teve o apóstolo João na ilha de Patmos séculos depois (Ap.1:17).
12º SLIDE
- Esta reação do profeta Daniel não é sinal de “crescimento espiritual”, mas, sim, uma reação da natureza humana à manifestação da glória de Deus.
- Esta experiência que teve Daniel não pode ser considerada como um “respaldo bíblico” para o “cair no Espírito”, “cai-cai” ou “fanerose”, pois sua espiritualidade não aumentou por causa desta reação, mas, sim, pela revelação que se lhe deu o homem vestido de linho que, a propósito, fê-lo se levantar e se fortalecer (Dn.10:10,16,19).
13º SLIDE II – O HOMEM VESTIDO DE LINHO TRAZ REVELAÇÕES DO MUNDO ESPIRITUAL A DANIEL
- O homem vestido de linho, após ter levantado o profeta, reafirmou aquilo que o anjo Gabriel havia dito ao profeta na revelação das setenta semanas, ou seja, de que o profeta era “homem mui desejado” no céu.
- Daniel, durante todos aqueles mais de setenta anos no cativeiro, sempre havia se comportado de maneira a agradar ao Senhor, posi sempre se mantivera fiel. Nossa fidelidade agrada a Deus.
14º SLIDE
- Como era amado por Deus, a resposta à oração de Daniel saiu logo na primeira súplica, mas, ao contrário do que ocorreu na revelação das setenta semanas, desta feita a resposta demorou vinte e um dias para chegar.
- Esta circunstância mostra que não existe uma “rotina” no mundo espiritual, que não podemos nos basear em experiências passadas para poder discernir ou entender novas experiências ou situações que estejamos a passar.
15º SLIDE
- O homem vestido de linho revela a Daniel que, tendo sido destacado, desde o primeiro instante para que trouxesse a resposta às orações, diante dele se pôs o “príncipe do rei da Pérsia”.
- Miguel, um dos “primeiros príncipes” foi ajudar o homem vestido de linho, tendo, então, ficado este homem durante todo aquele tempo na companhia dos “reis da Pérsia” (Dn.10:13).
16º SLIDE
- Ao dar esta “satisfação” ao profeta, na verdade o homem vestido de linho estava a revelar ao profeta uma realidade do mundo espiritual, qual seja, a de que havia seres celestiais hierarquicamente estabelecidos, tanto a serviço de Deus, quanto a serviço do inimigo de nossas almas.
- Daniel ficou sabendo que, entre a Terra e o trono de Deus, existem “regiões celestiais” que são habitadas por seres celestiais malignos, cujo objetivo é impedir o pleno acesso dos homens a Deus, perturbar a obra do Senhor. (Ef.6:12; Ap.12:7-9).
17º SLIDE
- Quando o homem vestido de linho saiu para consolar o profeta, um anjo da alta hierarquia maligna, denominado aqui de “príncipe do reino da Pérsia” se posicionou diante do homem de linho por vinte e um dias (Dn.10:13).
- Esta oposição não é sinal de “fraqueza” do homem vestido de linho, mas uma atitude deste “homem” para que Daniel não só soubesse a realidade do mundo espiritual, como também ficasse a saber da existência de Miguel, o anjo que cuida dos filhos de Israel.
18º SLIDE
- Nesta revelação, ficamos a saber que, na disposição hierárquica existente no mundo espiritual, certos seres são escalados para cuidar de assuntos relacionados com determinadas regiões do planeta.
- O sistema gentílico de poder é um sistema de rebeldia contra Deus e, como tal, se encontra imerso no maligno, pois é, propriamente, o que a Bíblia denomina de “mundo” (I Jo.5:19).
19º SLIDE
- Esta passagem foi a base da criação da “doutrina da batalha espiritual”, defendida, entre outros, por Peter Wagner e que se baseia na ideia de “espíritos territoriais”. - Segundo este falso ensinamento, os espíritos malignos atuam por “território” e devemos, portanto, expulsar os “espíritos territoriais” para que alcancemos vitória sobre as hostes espirituais da maldade.
20º SLIDE
- Tudo isto, é pura fantasia e que não deve ser acolhida pelos fiéis servos do Senhor.
- O inimigo escala anjos caídos para cuidar de assuntos relacionados a determinada região ou sistema governamental, mas isto, de modo algum, nos autoriza fazer “batalha espiritual” contra tais seres, pois tal sistema de rebeldia contra Deus somente será debelado por ocasião do estabelecimento do reino milenial de Cristo.
21º SLIDE
- Vivemos em contínua batalha contra as hostes espirituais da maldade, mas esta vitória não se dá por conquista de “territórios” neste mundo, até porque o reino de Cristo não é deste mundo (Jo.18:36).
- Toda a batalha se empreendeu no mundo espiritual, sem qualquer participação de Daniel no episódio, que orava e jejuava por causa da tristeza que tivera, não por causa da oposição que o homem vestido de linho tivera diante do príncipe do reino da Pérsia.
22º SLIDE
- Depois de vinte e um dias, Miguel veio ajudar o homem vestido de linho e o impedimento foi retirado, tendo, então, o homem vestido de linho se manifestado a Daniel a fim de lhe fazer entender o que haveria de acontecer com o povo de Israel nos derradeiros dias (Dn.10:14).
- Daniel, ao receber tamanhas revelações, abaixou o seu rosto e emudeceu, pois estava deveras enfraquecido, não tinha forças nele, mas o homem vestido de linho tocou os seus lábios, com “algo que se parecia com a mão de um homem e, diante deste toque, Daniel pôde recobrar as suas forças e dizer que não conseguia falar porque lhe faltara forças (Dn.10:16).
23º SLIDE
- Os três toques do homem em Daniel mostram-nos que aquele ser celestial era, sim, o Senhor Jesus, porque é Ele o nosso Consolador (Jo.14:16).
- Daniel foi fortalecido pelo homem vestido de linho e, diante deste fortalecimento e conforto, pôs-se à disposição para as novas revelações que se seguiriam. O profeta agora dizia ousadamente: “Fala, meu Senhor, porque me confortaste” (Dn.10:19).
24º SLIDE
- O homem vestido de linho, então, diz a Daniel que tornaria a pelejar contra o príncipe dos persas e, saindo ele, viria o príncipe da Grécia, mas isto não impediria de declarar ao profeta o que estava escrito na escritura da verdade e que ninguém além de Miguel iria se esforçar com o homem vestido de linho contra aquelas forças espirituais malignas (Dn.10:20,21).
- A luta espiritual prosseguiria, a batalha espiritual entre os anjos fiéis e os anjos malignos continuaria, mas isto seria irrelevante para o profeta, porquanto o desígnio divino de lhe revelar o futuro de seu povo não seria impedido pelas hostes espirituais da maldade.
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