4º Trim. 2014 - PRE ADOLESCENTES - Lição 12: A Igreja e a ação social

4º Trim. 2014 - PRE ADOLESCENTES - Lição 12: A Igreja e a ação social
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
PRE ADOLESCENTES – CPAD
4º Trimestre 2014
Tema: O pré adolescente e a Igreja
Comentaristas: Damaris  Ferreira da Costa
                            Verônica Araujo
                            Telma Bueno


 LIÇÃO   12 – A IGREJA E A AÇÃO SOCIAL

 Texto Bíblico   Atos 2.42,44,45    4.34,35
E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.
Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum.
Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade.
Não havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou
casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido e o depositavam aos pés dos
apóstolos.
E repartia-se a cada um, segundo a necessidade que cada um tinha.
Objetivos
Após a aula seu aluno deve compreender que a igreja tem um importante papel social a realizar, bem como valorizar o trabalho assistencial realizado pela igreja.

Introdução
Estaremos na lição 12 tratando da ação social desenvolvida na igreja, para tanto temos de definir este termo primeiramente.
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“Ação social cristã” é uma expressão imprecisa e genérica. Precisamos dar-lhe um conteúdo, dizer o que entendemos por ela. Uma tentativa de definição seria afirmar que consiste em toda atividade de cristãos individuais ou da igreja coletivamente no sentido de suprir necessidades materiais das pessoas, aliviar o sofrimento humano, atenuar ou eliminar males sociais que afligem indivíduos, famílias, comunidades e até mesmo a sociedade como um todo. Essa ação social é especificamente cristã, pois responde a motivações e princípios diretamente relacionados com as Escrituras e com o evangelho de Cristo.

O objetivo da ação social cristã é proporcionar às pessoas e comunidades condições de vida mais condignas, o suprimento básico das carências humanas fundamentais no plano material (moradia, alimentação, saúde, educação, trabalho). Quanto à sua amplitude de atuação, a ação social pode ir desde o atendimento de necessidades emergenciais, muitas vezes chamado de assistencialismo, até aquela atuação mais ampla que visa resolver os problemas de modo mais permanente e profundo.
Um exemplo disso seria não somente fornecer alimento para uma pessoa ou família, mas proporcionar-lhe meios de educação, capacitação profissional e oportunidade de trabalho para que ela mesma possa ganhar o seu sustento, libertando-se da dependência externa. O objetivo mais elevado e complexo da ação social cristã seria a transformação das estruturas sociais e econômicas do país, visando a eliminação das causas da pobreza, a correção das injustiças sociais, a melhor distribuição de renda e assim por diante. Nesse último caso, os cristãos e as igrejas precisam atuar junto ao poder público, a classe política e as diferentes instituições da sociedade.

Essas colocações mostram que, do ponto de vista cristão, a ação social é incompleta em si mesma para promover a plena dignidade humana, porque as necessidades humanas transcendem o plano meramente material. As pessoas e famílias têm também carências emocionais e espirituais. Daí falar-se no binômio evangelização-ação social como duas atividades complementares da igreja. Infelizmente, por razões históricas que serão abordadas posteriormente, muitos evangélicos fazem uma dicotomia entre esses dois elementos, considerando-os como mutuamente excludentes. Acham que a igreja deve preocupar-se apenas com atividades “espirituais” ou religiosas, como a evangelização, deixando a esfera social para outras instituições, principalmente o Estado.

Entendemos que a evangelização e a ação social são partes essenciais e complementares da missão da igreja no mundo. Cremos existirem abundantes argumentos bíblicos que apontam para o fato de que Deus quer dar plenitude de vida às suas criaturas, e essa plenitude inclui tanto o conhecimento de Deus e um relacionamento vital com ele, quanto o suprimento das necessidades humanas mais fundamentais no plano material. Não só o desconhecimento de Deus, mas também a fome, a doença, a ignorância e a violência são fatores que atentam contra a dignidade humana. Portanto, a evangelização e a ação social devem caminhar lado a lado, como dois aspectos integrais da missão e do testemunho da igreja junto à sociedade.

Existem outros termos e expressões que são aplicados a essa atividade cristã, mas nem todos são muito felizes nas suas implicações. É o caso, por exemplo, de “assistência social” e “beneficência”, com suas conotações assistencialistas. Melhor seria falar em “responsabilidade social” ou “serviço cristão”, este último tendo forte conteúdo bíblico. Outros termos bíblicos aplicáveis são “socorros” (1 Co 12.28), “exercício da misericórdia” (Rm 12.8), “fazer o bem” (Gl 6.9-10), “prática do bem” (Hb 13.16) e “ministração” (2 Co 9.13).
Fonte: http://www.mackenzie.br

I-A igreja primitiva e a solidariedade
Cristo e os apóstolos mantiveram implicitamente a mensagem social do Antigo Testamento. A ética de Jesus preserva e torna mais exigentes os requisitos da Lei, revelando a sua intenção mais profunda (Mt 5.17,20). A prática do bem deve estender-se também aos que não pertencem à família de Deus (Mt 5.43-45; 6.1-4). Essas passagens mostram que as motivações dos discípulos de Cristo devem ser a imitação de Deus e a reverência para com ele. Outra motivação fundamental é o amor altruísta expresso no serviço desinteressado e até mesmo sacrificial, conforme exemplificado pelo próprio Cristo (Mc 10.45; Jo 13.12-15).

Cristo proferiu muitos ensinos sobre a prática da justiça e da misericórdia (Mt 5.6-7; 19.21; 23.23), especialmente através de suas parábolas (Mt 25.34-40). Acima de tudo, ele exerceu misericórdia, socorrendo continuamente os sofredores (Mt 4.23; 9.2,6,36; 12.9-13; 14.14,19; 15.30). À semelhança do Antigo Testamento, Jesus insistiu que meras palavras e atos externos de religiosidade não são suficientes na vida com Deus (Mt 7.21-23), e sim os frutos, a prática da fé (vv. 16-20,24).

O Evangelho de Lucas dá uma ênfase especial aos sofredores, aos excluídos, aos membros mais frágeis da sociedade, como as mulheres, as crianças, os enfermos e outras categorias. Diversas parábolas e episódios do ministério de Jesus que revelam o seu interesse pelos marginalizados são exclusivos do terceiro evangelho (o filho da viúva de Naim: 7.11-15; a mulher com hemorragia: 8.43-48; o bom samaritano: 10.29-37; o filho pródigo: 15.11-24; os dez leprosos: 17.11-19). Outro tema importante para Lucas é pobreza e riqueza (1.52-53; 4.18-19; 6.20-21,24; 12.13-21; 14.12-14; 16.19-31).

Como era de se esperar, a temática social continua presente no outro livro atribuído a Lucas. Atos dos Apóstolos mostra como a vida da comunidade cristã original era caracterizada pelo compartilhamento dos bens de modo igualitário – o chamado comunismo cristão primitivo (2.42-47; 4.32-35). Ainda que esse não fosse um modelo para todos os tempos e lugares, apontava para a importância da solidariedade e generosidade entre os seguidores de Cristo. O discurso de Pedro na casa de Cornélio destaca a prática da misericórdia no ministério de Jesus (10.38).

Muito cedo a igreja sentiu a necessidade de estruturar as suas atividades caritativas através da eleição de homens especialmente voltados para esse mister, aqueles que a tradição considera como os primeiros diáconos (6.1-6). A instituição do diaconato passou a ser um eloqüente testemunho da preocupação da igreja com a assistência aos necessitados (Fp 1.1; 1 Tm 3.8-13).
Fonte: http://www.mackenzie.br

II-A união e generosidade
Não há outro texto bíblico mais esclarecedor do que o registrado em Atos, para exemplificar, a união e generosidade na igreja.
E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.
Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum.
Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade.
Não havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou
casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido e o depositavam aos pés dos
apóstolos.
E repartia-se a cada um, segundo a necessidade que cada um tinha.
Isto define com clareza, e detalhes a forma e maneira como a igreja deveria agir na questão social, este exemplo tivemos na igreja primitiva. Havia sim problemas, mas a união e generosidade do que serviam a Cristo  prevalecia.
Infelizmente nos dias atuais o quadro é lamentável, poucos servem a Jesus de verdade, assim, não há muita união entre os crentes, e conseqüentemente em  relação a acão social, a generosidade desaparece.
As pessoas estão cada vês mais egoístas e apegadas aos bens materiais, são poucos os que tem o desejo de repartir com o necessitado o que tem, e isto ate mesmo entre o povo de Deus.

III- Jesus o modelo de ação social
Jesus Cristo fez ação social em Seu ministério terreno?
- A resposta é afirmativa. Em todos os instantes que vemos o Senhor Jesus agindo, vemos que a ação social estava presente, fazia parte do Seu ministério. Já no limiar do Seu ministério, quando estava sendo tentado pelo diabo, em resposta ao Tentador, o Senhor citou o livro de Deuteronônio: “nem só de pão viverá o homem, mas de toda a Palavra que procede da boca de Deus” (Mt.4:4b).
- A frase de  Cristo é muito utilizada para mostrar a importância e supremacia da Palavra de Deus, mas contém também um ensino que é, por vezes, negligenciado. Jesus, com todas as letras, diz que o homem precisa do pão material, embora sua vida não se reduza a isto. Estava, sim, a passar fome no deserto, pois havia um propósito divino para tanto (Jesus estava em jejum para poder enfrentar e vencer o diabo), mas isto não queria dizer que o homem não precisa de pão material para sobreviver. Muito pelo contrário, nas duas multiplicações de pães, Jesus mostrou a Sua preocupação com a alimentação da multidão que O ouvia (Mt.14:15,16; 15:32). Vemos, pois, que, em Seu ministério, Jesus sempre demonstrou cuidado para com a satisfação das necessidades físicas dos que O cercavam.
- Em Nazaré, cidade onde foi criado, em Sua pregação na sinagoga, depois de ter sido tentado pelo diabo, revela este lado “material” de Seu ministério terreno. Disse que havia sido ungido para evangelizar os pobres, a curar os quebrantados do coração, a apregoar liberdade aos cativos e dar vista aos cegos, a pôr liberdade os oprimidos e anunciar o ano aceitável do Senhor (Lc.4:18,19). Em todas estas atividades, embora haja um sentido espiritual evidente, não se pode, também descartar o aspecto material.
- Jesus, em muitas ocasiões, referiu-Se aos pobres e não só no sentido espiritual da palavra, ou seja, aqueles que se fazem dependentes de Deus, carentes de Deus e aceitam a Sua soberania, mas também no sentido material da expressão, pois, se assim não fosse, como entender que Jesus possuía uma bolsa para os pobres (Jo.12:6; 13:29), bem como mulheres que contribuíam financeiramente para este serviço (Lc.8:3)?
- Outra demonstração de que o ministério de Jesus também abrangia a ação social vemos no próprio comportamento dos discípulos que, nos tempos apostólicos, sempre cuidaram dos necessitados, particularmente das viúvas, como nos atestam textos como At.2:45; 6:1; II Co.9; I Tm.5:3-5. Vemos, portanto, que, se os discípulos assim procediam é porque assim havia sido o procedimento do seu Mestre e Senhor, a quem imitavam.
- O ensino de Jesus a respeito do amor ao próximo, que foi tão bem ilustrado na parábola do bom samaritano, é mais uma demonstração de que não é possível um verdadeiro e genuíno cristianismo sem uma “ação social”. Amar o próximo, como ensina nessa parábola, é superar todas as barreiras culturais e fazer o bem ao semelhante, de modo desinteressado e incondicional. Aliás, o apóstolo Pedro, ao sintetizar o ministério de Cristo, disse que Ele andava “fazendo bem” (At.10:38), a demonstrar, pois, que a “ação social” era um dos sustentáculos do ministério terreno do Senhor.
 Fonte: Dr. Caramuru Afonso Francisco

IV- A igreja realizando as boas obras
O Pastor Antonio José do Nascimento  Filho é feliz ao mostrar que a ação social é uma conseqüência inevitável e indispensável de algumas doutrinas bíblicas, o que demonstra a sua necessidade no cotidiano da Igreja. Para o referido estudioso das Escrituras, a ação social é conseqüência das seguintes doutrinas bíblicas:
a) Doutrina de Deus – Ao efetuar “ação social”, a Igreja mostra aos homens que Deus é justo e misericordioso, visto que a “ação social” visa instituir a justiça e é uma demonstração da misericórdia, atributos divinos por excelência.
b) Doutrina de Cristo – Ao efetuar “ação social”, a Igreja mostra que Jesus veio para servir e não para ser servido. O Cristo, Servo do Senhor, que ama e tem compaixão de toda a humanidade é mostrado quando a Igreja pratica “ação social”.
c) Doutrina do Reino de Deus – Ao efetuar “ação social”, a Igreja, desde já, adianta o que é o Reino de Deus, torna realidade, ainda que parcial e tênue, o que está a pregar e a esperar com a vitória final sobre o mal e o pecado a ser realizada pelo seu Rei, o Senhor Jesus.
d) Doutrina do Homem – Ao efetuar “ação social”, a Igreja mostra o devido valor que Deus dá ao homem e a posição singular dada ao homem na ordem cósmica. A Igreja, ao praticar a “ação social”, realça a dignidade da pessoa humana.
e) Doutrina da Igreja – Ao efetuar “ação social”, a Igreja mostra ao mundo que é um povo especial, zeloso de boas obras, a agência do reino de Deus na Terra. Comprova, com fatos (e contra fatos, não há argumentos), que Jesus ama e veio salvar a humanidade.
- Podemos, ainda, ante a “ação social” da Igreja, vermos características de outras doutrinas bíblicas, a saber:
f) Doutrina do Espírito Santo – A “ação social” da Igreja mostra, claramente, que a Igreja tem, dentro de Si, o Espírito Santo, o Consolador, aquele que vem dar alívio e conforto aos homens.
g) Doutrina da Salvação – A “ação social” da Igreja mostra o que é a salvação em Cristo Jesus, uma salvação que não se circunscreve a partes do homem, mas ao homem integral: corpo, alma e espírito.
h) Doutrina do Pecado – A “ação social” da Igreja leva os homens a perceber a injustiça reinante na sociedade e que isto é resultado do pecado, efeito nefasto da rebelião do homem contra Deus.
- Como se verifica, pois, a “ação social” da Igreja é uma atividade que muito colabora para não só a evangelização, como também para o próprio aperfeiçoamento dos santos, pois, com estas “boas obras”, vemos claramente que os homens são levados a glorificar ao nosso Pai que está nos céus.
Fonte;Dr. Caramuru Afonso Francisco

V-A compaixão pelos necessitados é o fruto do amor
A “ação social” da Igreja é uma necessidade é que é ela a demonstração do próprio “amor ao próximo”, que Jesus considerou como sendo um dos dois mandamentos a que se resumia a lei e os profetas (Mt.22:39,40).
-  Sendo o amor  uma característica indispensável para quem diz ser filho de Deus, é como se fosse o próprio DNA espiritual do cristão sincero e verdadeiro, devemos observar que este amor não é apenas a essência da comunhão entre Deus e o homem, o próprio núcleo da vida espiritual, mas é, como afirma Paulo, o primeiro “gomo” do fruto do Espírito (Gl.5:22), ou seja, necessariamente este amor tem de se traduzir em atitudes, em ações, tem de se manifestar fora do indivíduo.
- O amor a Deus é pressuposto para que se tenha amor ao próximo. Não é possível amar o próximo sem que antes se ame a Deus. Daí porque não podermos confundir o amor ao próximo com o mero exercício de filantropia, com dó ou qualquer outro sentimento que tenha em vista a ajuda circunstancial a outrem, como, aliás, defendem aqueles que acham que as boas obras de alguém ocasionam a este alguém algum progresso espiritual.
- Quem ama a Deus, ama o próximo, mas quem não ama a Deus, não ama o próximo. É mentira a afirmação de alguém que diz que está evoluindo espiritualmente pelo simples fato de ajudar os necessitados com esmolas ou com trabalho voluntário. Estas atitudes de benemerência não significam amor ao próximo, pois o verdadeiro amor ao próximo é decorrência do amor a Deus e, portanto, é resultado da obediência à Palavra de Deus.
- Amar o próximo não é dizer a alguém que o ama, mas um amor que se mostra por atitudes concretas, por ações efetivas, por obras. Amor ao próximo não é amor de palavra nem de língua, mas amor por obras e em verdade (I Jo.3:18).
- Amar o próximo é sentir compaixão por ele, ou seja, sentir a sua dor, como se fosse nossa e, assim, suprir as necessidades imediatas do nosso semelhante, lembrando que ele é tão imagem e semelhança de Deus quanto nós. O próximo é qualquer ser humano, como bem nos explicitou Jesus na parábola do bom samaritano, e este amor supera todo e qualquer preconceito, toda e qualquer barreira, toda e qualquer tradição.
Fonte :Dr Caramuru Afonso Francisco

Conclusão
- A ação social da Igreja deve ser vista como um “importante negócio” (At.6:3), pois é assim que as Escrituras nos dizem ser tal atividade da Igreja. Trata-se de uma tarefa tão importante que os apóstolos criaram até uma função específica para dela cuidar, qual seja, a de “diácono” (At.6:3,5,6), palavra que, em grego, significa “servidor”, vez que deveriam eles servir às mesas, ou seja, cuidar da assistência aos necessitados.
Fonte: Dr. Caramuru Afonso Francisco

 Colaboração para Portal Escola Dominical – Prof. Jair César S. Oliveira