Lição 6 - Santificarás o Sábado

Lição 6 - Santificarás o Sábado
Lições Bíblicas - 1º Trimestre de 2015 - CPAD - Para adultos
Tema: OS DEZ MANDAMENTOS - Valores Imutáveis Para Uma Sociedade Em Constante Mudança
Comentários: Pr. Esequias Soares
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva
Questionário
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
NÃO DEIXE DE LER O ESTUDO SOBRE ALIANÇA - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/alianca.htm
 
 
TEXTO ÁUREO"E disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem, por causa do sábado." (Mc 2.27)
 

VERDADE PRÁTICAO quarto mandamento envolve os aspectos espiritual e social, diz respeito ao relacionamento do homem com DEUS e ao mesmo tempo com o próximo.
 

LEITURA DIÁRIASegunda - Gn 2.2 DEUS descansou no sétimo dia da criação
Terça - Êx 16.29,30 O sábado é um presente de DEUS para o povo de Israel
Quarta - Êx 23.12 O sábado foi dado a Israel para descanso
Quinta - Rm 14.5,6 A fé cristã é isenta de toda forma de legalismo
Sexta - Cl 2.16,17 A lei, juntamente com o sábado legal, foi encravada na cruz
Sábado - Hb 4.8 O sábado institucional se cumpre na vida da Igreja
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Êxodo 20.8-11; 31.12-17
Êxodo 20.8-11
8 Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. 9 Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra, 10 mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu DEUS; não farás nenhuma obra, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro que está dentro das tuas portas. 11 Porque em seis dias fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto, abençoou o SENHOR o dia do sábado e o santificou.
 
Êxodo 31.12-17
12 Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: 13 Tu, pois, fala aos filhos de Israel, dizendo: Certamente guardareis meus sábados, porquanto isso é um sinal entre mim e vós nas vossas gerações; para que saibais que eu sou o SENHOR, que vos santifica. 14 Portanto, guardareis o sábado, porque santo é para vós; aquele que o profanar certamente morrerá; porque qualquer que nele fizer alguma obra, aquela alma será extirpada do meio do seu povo. 15 Seis dias se fará obra, porém o sétimo dia é o sábado do descanso, santo ao SENHOR; qualquer que no dia do sábado fizer obra, certamente morrerá. 16 Guardarão, pois, o sábado os filhos de Israel, celebrando o sábado nas suas gerações por concerto perpétuo. 17 Entre mim e os filhos de Israel será um sinal para sempre; porque em seis dias fez o SENHOR os céus e a terra, e, ao sétimo dia, descansou, e restaurou-se.

OBJETIVO GERALCompreender o significado do sábado para os cristãos.
OBJETIVOS ESPECÍFICOSAo lado, os objetivos específicos referem-se aos que o professor deve atingir em cada tópico.
Analisar o conceito do sábado.
Considerar a forma da instituição do sábado.
Explicar os aspectos legais e cerimoniais do sábado.
Destacar o preceito cerimonial.
Apresentar JESUS como o Senhor do Sábado.

INTERAGINDO COM O PROFESSORVivemos em um "mundo capitalista". Uma das características da sociedade moderna é a ansiedade e a sensação da falta de tempo. Parece que as pessoas não têm mais tempo para a sua família, o lazer ou, até mesmo, compromissos pessoais considerados banais. Quando o trabalho toma o tempo de DEUS, da família e da alma, está na hora de agirmos.
A lição desta semana falará do sábado do Senhor. Não deixe que a aula se transforme num campo de confronto entre doutrinas adventistas e cristãs históricas. O conteúdo da aula é o mais importante. Devemos resgatar a ideia de guardarmos um tempo para o descanso da mente e do corpo, da consagração a DEUS e do lazer. DEUS o abençoe!

Resumo da Lição 6 - Santificarás o Sábado
I. O SÁBADO DA CRIAÇÃO
1. O shabat.
2. DEUS concluiu a criação no dia sétimo.
3. A bênção de DEUS sobre o sétimo dia.
II. O SÁBADO INSTITUCIONAL1. Desde a criação.
2. Não era mandamento.
3. Os patriarcas não guardaram o sábado.
III. O SÁBADO LEGAL1. Significado.
2. O sábado do Decálogo.
3. Propósito.
IV. UM PRECEITO CERIMONIAL1. O sacerdote no Templo.
2. A circuncisão no sábado.
V. O SENHOR DO SÁBADO1. O sábado e a tradição dos anciãos.
2. JESUS é o Senhor do sábado (Mc 2.28).
3. Dia do culto cristão.
 
PONTO CENTRALEncarar o sábado não como a letra da Lei, mas um princípio dado por DEUS ao ser humano para desfrutar do descanso semanal.
CONHEÇA MAIS
*Patriarca
Título que descreve o chefe ou o fundador de uma família ou tribo do Israel Antigo. Três são os principais patriarcas de Israel: Abraão, Isaque e Jacó (Hb 7.4; At 7.8,9). Também se aplica aos 12 filhos de Jacó e ao rei Davi, devido à linhagem messiânica. Esses personagens remontam à era patriarcal da história de Israel.
Leia mais em História de Israel no Antigo Testamento.
 
SÍNTESE DO TÓPICO I´- A base institucional e legal do sábado foi a celebração de DEUS no sétimo dia, após a criação. O Criador abençoou e santificou esse dia.
SÍNTESE DO TÓPICO II - O sábado institucional se refere à necessidade de um período de descanso para a Criação e para o homem.
SÍNTESE DO TÓPICO III - O sábado legal é um dia de descanso, introduzido na cultura do povo judeu por meio da Lei.
SÍNTESE DO TÓPICO IV - Segundo JESUS CRISTO, a guarda do sábado é um preceito cerimonial.
SÍNTESE DO TÓPICO V - Em o Novo Testamento, JESUS é o Senhor do sábado e somente Ele tem autoridade sobre esta instituição.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"A questão do Sábado
A questão não é o sábado em si, mas o fato de que não estamos debaixo do Antigo Concerto: 'Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de um melhor concerto, que está confirmado em melhores promessas'(Hb 8.6). Leia os versículos seguintes até o 13. A Palavra profética previa a chegada do Novo Concerto: 'Eis que dias vêm, diz o SENHOR, em que farei um concerto novo com a casa de Israel e com a casa de Judá [...]' (Jr 31.31-33). Esse 'novo concerto' é mencionado pelo escritor aos Hebreus, 8.8-12.
O judeu convertido à fé cristã que quiser guardar o sábado por convicção religiosa pessoal não está desviado por isso, pois o apóstolo Paulo diz que uns fazem separação de dia, outros acham que podem comer de tudo. Veja Romanos 14.1-6. Convém lembrar que o apóstolo está falando aos judeus cristãos de Roma, por causa da sua cultura religiosa, e não aos gentios.
Ainda hoje muitos deles usam kipar e talit (solidéo e manto), observam o kash'rut (leis dietéticas prescritas por Moisés) e guardam o sábado. Isso o fazem meramente para não perderem sua identidade nacional, é uma questão cultural e não condição para salvação. Isso é diferente dos gentios convertidos a CRISTO, pois o apóstolo deixou claro que tais práticas são um retrocesso espiritual: 'Guardais dias, e meses e tempos, e anos. Receio de vós que haja trabalhado em vão para convosco'" (Gl 4.10,11)" (SOARES, Esequias. Manual de Apologética Cristã. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, pp.293-94).
Os quatro evangelhos registram os conflitos entre JESUS e os fariseus sobre a interpretação do sábado.

SUBSÍDIO APOLOGÉTICO“A palavra ‘domingo’, por si só, significa ‘Dia do Senhor’, pois, foi nesse dia que o Senhor JESUS ressuscitou. O primeiro culto cristão aconteceu num domingo: ‘Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou JESUS, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco!’ (Jo 20.19). O segundo culto também, pois a Bíblia diz que isso aconteceu ‘oito dias depois’ (Jo 20.26). Os cristãos se reuniam no primeiro dia da semana: ‘No primeiro dia da semana, ajuntando os discípulos para partir o pão, Paulo, que havia de partir no dia seguinte [...]’ (At 20.7). O mesmo pode ser visto em Corinto, quando o apóstolo manda levantar coletas para os irmãos pobres de Jerusalém. O texto sagrado diz que essa reunião de adoração se fazia nos domingos: ‘No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar [...]’ (1 Co 16.2). Assim, essa prática foi se tornando comum, sem decreto e sem imposição. Foi algo espontâneo. Constantino apenas confirmou uma prática já antiga dos cristãos. [...] O Decálogo fala sábado e isso acontece também em muitos lugares do Velho Testamento, mas o domingo não. Mas na Nova Aliança não há mandamento algum de guardar dias. Dizem que o ‘domingo’ é um dia pagão, porque em inglês Sunday significa ‘dia do Sol’. Nesse caso, todos os demais dias também seriam pagãos, porque os dias da semana, em inglês, são de origem céltica e homenageiam antigas divindades, inclusive o sábado, que é Saturday, ‘dia de Saturno’” (SOARES, Esequias. Manual de Apologética Cristã. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, pp.294-95).
Os cristãos se reuniam no primeiro dia da semana. Constantino apenas confirmou uma prática já antiga dos cristãos.
 
PARA REFLETIR
Sobre o Sábado:

Quando DEUS descansou no sétimo dia, Ele parou de trabalhar?
Não. A palavra usada na língua hebraica para "descansar" é o sinônimo de "terminar", "encerrar" e "concluir uma tarefa". A ideia, aqui, é a de que DEUS concluiu a criação, parou de criar, e não a de ficar ocioso. O Senhor JESUS disse que o Pai "trabalha até agora" (Jo 5.17).

O sábado institucional resgata a ordem natural das coisas. Explique.
Significa que a instituição do sábado trouxe ao ser humano a ideia de que o campo precisa de descanso, as máquinas precisam parar para a manutenção, os animais também precisam descansar e assim por diante (Lv 25.4).

É pecado trabalhar no domingo, o dia do Senhor?
Não. Vivemos na perspectiva da graça. Isso, porém, não quer dizer que não se deve considerar a importância do domingo como o dia do Senhor. O nosso Senhor ressuscitou num domingo. A igreja do Novo Testamento reunia-se no domingo, o primeiro dia da semana, para comer o pão, beber o suco da vide e terem comunhão uns com os outros (Mc 16.16; At 20.7; 1 Co 16.2; Ap 1.10)

Quem não guardar o sábado pode perder a salvação?
De maneira nenhuma! A salvação é pela graça de DEUS (Ef 2.8-10).

Por que o domingo é "o dia do Senhor" para os cristãos?
Porque JESUS ressuscitou no domingo e a Igreja do Novo Testamento se reunia aos domingos.
 
VOCABULÁRIO
Céltico: Relativo a celta, isto é, povos indo-europeus da Antiguidade que, no segundo e primeiro milênios antes de CRISTO, habitavam um território que ia desde a Turquia central até as ilhas Britânicas.
 
CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 61, p.39.
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Comentários de vários autores com algumas observações do Ev. Luiz Henrique
SANTIFICARÁS O SÁBADO
A palavra "sábado" é um termo hebraico e significa "sétimo". O mandamento do descanso foi instituído por DEUS, em primeiro lugar, para que o ser humano pudesse descansar. Lembre de que o contexto do advento da lei era a libertação da escravidão de Israel no Egito.
Como escravos, os hebreus não tinham descanso, eram explorados diuturnamente a fim de produzir mais e mais para o império de Faraó. Este via os judeus como números ou objetos necessários para enriquecerem ainda mais o Palácio. O Faraó não via os hebreus como pessoas que precisavam descansar e recarregar as energias porque eram pessoas, gente que precisava de dignidade. Apesar de Faraó não ver os israelitas como seres humanos, o DEUS de Abraão, o DEUS de Isaque e o DEUS de Jacó contemplou todo esse processo de escravidão humana. E ouviu o clamor do seu povo!
 
Por razões culturais, religiosas e teológicas as três principais religiões monoteístas do mundo guardam um dia da semana como o significado de descanso e reverência a uma só divindade: os judeus, o Sábado; os árabes, a Sexta-Feira; os cristãos, o Domingo. Mais que discutir o dia do descanso, o importante é observarmos o sentido do Sábado, o seu descanso e a sua reverência para o Criador dos Céus e da Terra.
Ora, para nós, que confessamos JESUS como Salvador, o domingo é o dia do Senhor. Observamos o domingo porque foi o dia em que JESUS de Nazaré ressuscitou dos mortos, a Igreja Primitiva se reunia para comer o pão e confraternizar-se com alegria e singeleza de coração. Não é verdade que foi Constantino quem inventou o Domingo, o imperador romano apenas o legitimou e oficializou uma prática de mais de três séculos guardada pela comunidade cristã primitiva.
Não tenha esta pergunta como legalista, mas o que estamos fazendo com o dia do Senhor? Salva as exceções, o dia de descanso oficial no mundo ociidental é o domingo. Numa perspectiva bíblica e evangélica, neste dia deveríamos dedicar-nos a meditação espiritual, adoração ao Senhor com os irmãos, o convívio com a família e a visita aos enfermos. Um dia para se viver em comunidade! Não mero ativismo religioso onde pessoas se cansam mais do que no trabalho secular.
A lição desta semana não pode se deter apenas em assuntos periféricos, tais como "os adventistas estão certos ou errados" ou em "sermos ou não legalistas". O sentido desta lição é mais do que esse. É fazermos uma pergunta honesta: O que estamos fazendo com ! o dia do Senhor? E com a nossa vida e saúde?
 
Revista ensinador. Editora CPAD. pag. 39.
 
SÁBADO
1. Sabbaton ou sabbata. Sendo o ultimo termo, a forma plural, transliterado da palavra aramaica, que foi confundida com o plural; por conseguinte, o singular Sabbaton foi formado dela. A raiz significa “cessar. desistir” (em hebraico, shabatlv. cf. em árabe. sabata, “interceptar, interromper”): o duplo b em força intensiva implica uma cessação completa ou um fazer cessar, provavelmente o primeiro. A ideia não é de relaxamento ou repouso, mas cessação de atividade.
A observação do sétimo dia da semana, ordenada para Israel, era um sinal entre Deus e o Seu povo na terra, baseado no fato de que depois dos seis dias de operações criativas. Ele descansou (Ex 31.16,17, com Ex 20.8-11). Os regulamentos do Antigo Testamento foram desenvolvidos e sistematizados a uma extensão tal que se tomaram um fardo para o povo (que de qualquer forma, se alegrava no descanso proporcionado) e um provérbio de extravagância absurda. Dois tratados da Mishna (o Shabbath e o Erubin) eram inteiramente ocupados com regulamentos para a observância do sábado; o mesmo se dá com as discussões na Gemara a respeito de opiniões rabínicas. O efeito sobre a opinião corrente explica o antagonismo despertado pelas curas do Senhor Jesus feitas no “sábado” (por exemplo. Mt 12.9-13; Jo 5.5-16), e explica o fato de os doentes serem levados para serem curados num "sábado” depois do por do sol (por exemplo, Mc 1.32). De acordo com ideias rabínicas, o ato de os discípulos arrancarem espigas (Mt 12.1; Mc 2.23) e esfregarem-nas (Lc 6.1), quebra o “sábado” em dois pontos: arrancar era colher, e esfregar era malhar. A atitude do Senhor em relação ao “sábado” era a guisa de desembaraça-lo destes inquietantes acréscimos tradicionais, os quais se tomaram um fim em si mesmo, em vez de ser um meio para um fim (Mc 2.27).
Nas Epistolas, as únicas menções diretas estão em Cl 2.16 (“sábados”, que deveria estar corretamente no singular: veja o primeiro parágrafo, acima), onde faz parte de uma lista entre coisas que eram “sombras das coisas futuras” (ou seja, da era introduzida no Dia de Pentecostes), e em Hb 4 .4 -11, onde o sabhatismos perpetuo é designado para os crentes (DESCANSO).
Referencias dedutíveis encontram-se em Rm 14.5 e Gl 4 .9 -11. Durante os primeiros três séculos da era cristã, o primeiro dia da semana nunca foi confundido com o “sábado”: a confusão das instituições judaicas e cristãs foi devida ao declínio do ensino apostólico.
Notas:
(1 > Em Mt 12.1,2.11; 24.20; Mc 6.2; Lc 6.1: 14.3: Jo 9.14, era usado corretamente o singular, “sábado”; em Mt 12.5, o plural (veja acima). Quanto ao uso ou omissão do artigo, a omissão nem sempre exige a tradução “um sábado”; esta ausente, por exemplo, em Jo 9.14.
Em At 16.13, e literalmente, “no dia de sábados” (plural).
Quanto a Mt 28 .1, (TARDE).
Prosabbaton (Trpoaa00ciToi') significa “o dia antes do sábado” (fonado de pro. “antes de”, e o n° I ), e ocorre em Mc 15.42 (“a véspera do sábado”); alguns manuscritos tem prin. “antes de”, com o termo sabbaton separadamente.
Vine's Expository Dictionary o f Biblical Words - Casa Publicadora das Assembleias de Deus - Caixa Postal 331 - 20001-970, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
 
Êx 20.8 LEMBRA-TE DO DIA DO SÁBADO. O dia do Senhor no AT era o sétimo dia da semana. Santificar aquele dia importava em separá-lo como um dia diferente dos demais, cessando o labor para descansar, servir a Deus e concentrar-se nas coisas respeitantes à eternidade, à vida espiritual e à glória de Deus (vv. 9-11; Gn 2.2,3).
(1) A observância do dia do Senhor por Israel era um sinal de que ele pertencia a Deus (31.13).
(2) Lembrava-lhes o seu livramento da escravidão do Egito (Dt 5.15; ver Mt 12.1)
BEP - CPAD
Ne 13.17 PROFANANDO O DIA DE SÁBADO. O povo de Deus permitiu aqui que seus interesses comerciais e a busca de coisas materiais destruíssem sua obediência ao mandamento de Deus, no
tocante ao dia de descanso. Os crentes do NT devem sempre tomar cuidado contra a tentação de deixar que a busca de riquezas e sucesso suplante seu desejo de honrar e adorar a Deus, como
Ele estabeleceu. Devemos buscar "primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça" (Mt 6.33; ver 12.1).
BEP - CPAD
Am 8.5 O SÁBADO. Os comerciantes eram tão materialistas que ficavam ansiosos pelo término do sábado a fim de voltarem rapidamente aos seus negócios. Perguntemos a nós mesmos: "Estou tão
dedicado aos lucros que já não tenho nenhuma solicitude pela Palavra de Deus nem pela promoção do seu reino?" Segundo o próprio Jesus, não podemos servir a Deus e ao dinheiro ao mesmo
tempo (ver Mt 6.24).
BEP - CPAD
12.1 SÁBADO. O sábado semanal (gr. sabbaton, que significa repouso , cessação ) era o sétimo dia da semana, separado pela lei de Moisés como dia de descanso do trabalho normal, para repouso pessoal e adoração ao Senhor (Êx 20.10; Dt 5.14; ver Êx 20.8). Para o cristão, o sábado judaico já não é obrigatório. As exigências cerimoniais da lei foram canceladas na morte de Cristo (Cl 2.14, 16; Rm 14.5,6; Gl 4.9-11). Além disso, o sábado como dia fixo semanal de descanso foi parte do pacto entre Deus e Isaque, somente (Êx 31.13,17; Ez 20.12,20). Domingo foi o dia em que Jesus ressurgiu dentre os mortos, sendo chamado no NT de o dia do Senhor . O propósito espiritual de um dia de descanso em sete é benéfico ao cristão. No AT esse dia era visto como uma cessação do labor e ao mesmo tempo um dia
dedicado a Deus; um período para se conhecer melhor a Deus e adorá-lo; uma oportunidade para dedicar-se em casa e em público às coisas de Deus (Nm 28.9; Lv 24.8). Jesus nunca ab-rogou o
princípio de um dia de descanso para o homem. O que Ele reprovou foi o abuso dos líderes judaicos quanto à guarda do sábado (vv. 1-8; Lc 13.10-17; 14.1-6). Jesus indica que o dia de
descanso semanal foi dado por Deus para o bem-estar espiritual e físico do homem (Mc 2.27). 
BEP - CPAD
 
O Sábado que foi posto de lado já antes do nascimento da Igreja, isto é, antes da descida do Espírito Santo. "O sábado foi feito por causa do homem e não o homem por causa do sábado". (Mar. 2:27). Deus fez o sábado para descanso do homem, para que nesse dia, o homem, especialmente lhe rendesse culto, e os israelitas fizeram do sábado um verdadeiro ídolo, a ponto de, no tempo dos Macabeus, Aristóbulo ser vencido, por ter Pompeu, general romano, ganhado grandes vantagens, preparando suas máquinas de guerra contra os muros de Jerusalém em dia de sábado, sem que os judeus o atacassem, pela veneração em que tinham o sábado. Notemos que Jesus ao citar os mandamentos, nunca citou o quarto e que, apesar de se encontrarem todos os demais mandamentos inúmeras vezes no Novo Testamento, o quarto é ali completamente omitido. (Gal. 4:10,11; Col. 2:16).
Notemos ainda que é completo absurdo a guarda universal do sábado, em vista da rotação da terra. Se pretendêssemos que os crentes do mundo inteiro guardassem o sábado, haveríamos de verificar que enquanto o sábado estivesse sendo guardado aqui no Brasil por nós, os crentes que estivessem no Japão, nosso antípoda, só começariam a guardá-lo doze horas após e, em comparação conosco, guardariam uma parte do sábado e outra do domingo!
 
SÁBADO
I. Os Termos
II. Caracterização Geral
III. Teorias da Origem
IV. Observações Bíblicas
V. Opiniões sobre a Obrigatoriedade
I. Os Termos
A palavra hebraica sabbat significa descanso ou cessação', provavelmente está relacionada à forma verbal sbt, que significa “trazer a un fim". Aiguns estudiosos supoem que a idéa do sábado surgiu na Babilônia e que o termo hebraico sabbat se relaciona à palavra acadiana (babilónica) sahpattu, que fala do dia de lua cheia. Esta teoria perdeu aceitação em anos recentes A palavra grega na Sectuaginta é a forma transliterada do hebraico sabbaton,que pode significar especificamente o sábado ou pode referir-se a uma semana inteira.
II. Caracterização Geral
O sétimo dia da semana era chamado de sábado e apenas esse dia tinha um nome. Os outros eram designados por números. Não há registro de que o sábado era observado na época patriarcal, embora o início “teolóico” esteja relacionado à criação divina de todas as coisas e ao descanso de Deus de seu trabalho (Gên. 2.2). O início histórico na Bíblia é associado ao Pacto Mosaico. Observar o sábado tornou-se o próprio sinal do Pacto Mosaico. Na teologia hebraica, esse dia sagrado comemorava a criação original e a redenção de Israel do Egito (Gên. 2.2; Êxo. 20.8,11; Deu. 5.15). No início era um dia de descanso, mas gradativamente assumiu outro significado relativo à devoção e piedade. O acúmulo de regras relacionadas ao sábado era sufocante na época de Jesus. O descanso oferecia a oportunidade de engajamento em louvor, estudo e, especialmente, na leitura das Escrituras. A sinagoga transformou o sábado em seu dia sagrado mais importante. Ele se inicia na sexta-feira às 18:00 h e perdura até o sábado, às 18:00 h. Em tempos modernos, a comemoração de modo geral inicia-se mais tarde, para permitir às pessoas que trabalham uma chance para chegar à casa de reuniões. As Escrituras são lidas, são pregados sermões e oferecidas orações. Embora haja teorias diversas quanto às origens (ver a seção III, a seguir), parece que essa era uma instituição exclusiva aos hebreus antes de a idéia propagar-se a outros povos.
III. Teorias da Origem
Afirmações Não-bíblicas
1. Teoria planetária. Não há dúvida de que o desenvolvimento do sábado teve relação com a semana, mas foi apenas no inicio da era cristã que os nomes dos planetas passaram a ser associados com dias específicos. Chamar os sete dias com os nomes dos sete planetas chegou tarde demais para ter alguma relação com o sábado hebreu. Não há evidência de que tal dia tivesse alguma coisa que ver com a veneração de um planeta, algo que seria contrário à teologia hebraica. Nem há evidências de um “emprétimo hebraico” que tivesse sofrido adaptaçõs para ajustar-se à sua cultura.
2. Teoria pambabilônica. Os tabletes cuneiformes babilónicos usam a palavra shabatum para designar o 15º dia do mês, à hora da lua cheia, e tal dia era considerado um dia de pacificação ou apaziguamento do seu deus(presumivelmente o deus-chefe). Outros dias do mês, especificamente o 7º, o 14º, o 21º e o 28º (as fases da lua) eram considerados dias do mal ou do azar. Nesses dias até mesmo o rei tinha sua vida limitada: ele não podia andar de carruagem, comer carne assada em fogo, mudar de roupa ou discutir os negócios do Estado. Sacrifícios eram oferecidos aos deuses para afastar acidentes e reversões de fortuna. O épico babilónico Ertuna elishdescreve esses e outros particulares, e lembramos, aqui e ali, o relato bíblico da criação, mas as diferenças são tão grandes que eliminam o possível apoio à teoria do “empréstimo direto”.
3. Teoria da festa lunar. O sábado hebraico era originalmente um antigo festival lunar? Alguns estudiosos acham que sim. A própria Bíblia ocasionalmente associa o sábado à lua nova (II Reis 4.23; Isa. 1.13; Amós 8.5). Um exame cuidadoso de Lev. 23.11.15 parece indicar que a palavra “sábado” pode referir-se ao dia dLua cheia. No paganismo, as fases da lua (lua nova, lua cheia, meia-lua, lua minguante) eram comemoradas com sacrifícios e orações, principalmente para afastar o mal. Os judeus tinham certos sábados fixos, que caiam no dia de lua cheia, a saber a Páscoa, o banquete dos Tabernáculos e o banquete de Purim. O sábado comum de todas as semanas, contudo, não era vinculado à lua e às fases da lua. Alguns insistem que observações das fases lunares, em um momento posterior, provocaram uma observação semanal que perdeu as conexões lunares originais, mas não há nenhuma evidência que sustente tal opinião.
Afirmações Bíblicas
1. O próprio Deus deu origem ao sábado, c dia de descanso, para comemorar seu descanso ca atividade de criação (Gên. 2.2). Os conservadores consideram a afirmação de Gênesis como o fim de todos os argumentos sobre a origem do sábado. Os liberais e os críticos, contudo, acreditam que essa é uma afirmação anacrônica que de fato repousava em eventos posteriores ocorridos na época de Moisés. Nesse caso, a doutrina de que o próprio Deus deu origem ao sábado, imediatamente após a criação, é “idealista” e “teolóica”, nã uma doutrina históica. Os críicos destacam que o sáado nã era observado na éoca patriarcal.
2. O sáado iniciou como um sinal do Pacto Mosaico (que descrevo na introdução a Êxo. 19, no Antigo Testamento Interpretado).
3. O sinal foi então transformado no quarto dos Dez Mandamentos (o Decálogo). Ver o artigo Dez Mandamentos. “Lembra-te do dia de sáado, para o santificar” (Êo. 20.8).
IV. Observações Bíblicas
Importantes observações bíblicas sobre o sábado são as que seguem. O originador deste dia como o dia de descanso foi Elohim, o Poder, o Deus universal e criador de todas as coisas (Gên. 2.2). A observação do sábado pelos homens, imitando a Deus, transformou- se um sinal do Pacto Mosaico e no quarto dos dez mandamentos (Êxo. cap. 19; 20.11). Embora originalmente fosse apenas um dia de descanso, o sábado tornou-se dia sagrado(Êxo. 16.23). Ele passou a ser associado a festas solenes, especialmente aquelas em dia de lua cheia (Amós 8.5; Osé. 2.13; Isa. 1.13). O dia era comemorado, provavelmente, como um dia de louvor, adoração e oração (Lev
23.1-3). Aqueles que se recusavam a observar o dia arriscavam possível apedrejamento até a morte (Núm. 15.32-36). Muitas vezes a celebração do sábado tornou-se uma formalidade sem que estivesse associada a isso qualquer fé religiosa sentida no coração. Tal degeneração foi denunciada pelos profetas (Isa. 1.12,13). Houve abusos do dia e de suas exigências, abusos que foram combatidos pelos profetas (Jer. 17.21, 22; Eze. 22.8). A assembléia sagrada do sábado exigia que as ofertas diárias fossem dobradas (Núm. 28.9 ss.). A manutenção do dia tornou-se um sinal da lealdade de Israel a Yahweh (o Deus Eterno), como vemos em Isa. 56.2; 58.13; Eze. 20.12,21. O dia deveria ser de deleito e felicidade, não um dia de obrigações infelizes (Núm. 10.10; Isa. 58.13; Osé. 2.11).
No período entre o Antigo e o Novo Testamento, ocorreu uma radicalização na celebração do sábado. Na época dos macabeus, muitos preferiam morrer a deixar de celebrar o sábado. Soldados recusavam-se a defender a si mesmos e ao próprio povo naquele dia (I Macabeus 2.32-38; II Macabeus 6.11). A tradição judaica posterior permitia que o dia deixasse de ser observado sob circunstâncias de vida ou morte. Perigos que ameaçassem à vida poderiam ser encarados de maneiras que violassem a manutenção da tradição sabática (Yoma 8.6). Mas nem todas as facções do judaísmo seguiram as diretrizes de liberalização. Materiais encontrados no Qumran mostram que os fazendeiros não podiam realizar no sábado atos que preservassem a vida de animais durante parturições complicadas. Se a mãe ou sua cria morresse, o acontecimento era considerado um ato de Deus.
Jesus, que vinha de uma região liberal da Galiléia, entrou em conflito direto com as autoridades judaicas por causa de sua aparente falha em cumprir as regras do sábado. De fato, isto aconteceu seis vezes, de acordo com os registros das Escrituras. Ver as referências a seguir: Mat. 12.1-4; 12.5; 12.8; João 5.1-18; 9.1-41; 9.40,41. A regra básica de Jesus era a de que o homem não havia sido feito para o sábado, mas, sim, o sábado havia sido feito para o homem (Mar. 2.27).
O ensinamento de Paulo era que, para o cristão, não há dias especiais. Por outro lado, um cristão tem a liberdade de tornar um dia sagrado se fizer isso “para o Senhor” (a fim de promover a espiritualidade), Rom. 14.1-6.
Depois do livro de Atos, a palavra sáado aparece apenas duas vezes no Novo Testamento (Col. 2.16; Heb. 4.4). Nesses versíulos, o sáado nã éapresentado nem promovido como um dia que devesse ser celebrado, mas como um dia tíico, como todos os outros que Cristo dáàueles que nEle acreditam.
V. Opiniões sobre a Obrigatoriedade
Batistas do setimo dia e adventistas do sétimo dia continuam a celebrar o sábado no sétimo dia da semana. Outros cristãos o transformaram no domingo, o primeiro dia da semana, ou seja, um “sáado cristã”. Como em todas as polêicas, devemos lembrar-nos de praticar o amor cristã, que éo maior princíio moral e espiritual de todos. Àparte de qualquer obrigaçã de manter a celebraçã do sáado que algué possa emprestar do Antigo Testamento, Paulo informa-nos que élegitimo uma pessoa celebrar dias especiais, se isso for de sua escolha. Por outro lado, a liberdade funciona de outra forma: uma pessoa pode optar por considerar todos os dias iguais (Rom. 14.5,6).
Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, apresento vários artigos que abordam esse tema, portanto minha cobertura aqui é muito breve. Ver o artigo Sabatismo e Observação de Dias EspeciaisSábado Cristão Sábado Puritano. Ver a exposição sobre certos versículos-chaves do Novo Testamento Interpretado: Rom. 14.5,6; Col. 2.16; Gál. 4.10.
Em Defesa da Observação do Sábado
1. Deus santificou o dia (Gên. 2.2).
2. O dia tornou-se um sinal do Pacto Mosaico e o quarto mandamento (Êxo. 19; 20.11).
3. Jesus e a igreja inicial praticavam a celebração, como demonstram várias referências das Escrituras em Atos. Ver Atos 2.46; 5.42; 9.20; 13.14; 14.1; 17.1,2,10; 18.4
4. A mudança do dia sagrado para o domingo fez parle da apostasia inicial da igreja, particularmente da Igreja Católica Romana.
5. A celebração do dia não é legalista, pois foi estabelecida antes da lei, por ato do próprio Deus, que foi o primeiro a observar o sábado.
A Crítica à Celebração do Sábado
1. Gên. 2.2 não estabelece uma regra para os cristãos, ou tal regra certamente teria sido reiterada no Novo Testamento de alguma forma óbvia e definitiva. Os liberais e os críticos apontam essa referência como uma inserção na história da criação, um fragmento anacrônico que foi emprestado da história de Moisés e inserido no relato da origem das coisas.
2. O simples fato de que o sábado era o sinal do Pacto Mosaico mostra que ele não pertence ao Novo Pacto. A celebração do sábado é uma forma de legalização que Paulo refutou, pois os crentes não estão sob a lei (Rom. 6.14; Gál. 3.10-23).
3. Naturalmente, a igreja inicial, especialmente na Palestina, celebrava o sábado, pois essa prática descendia das raizes judaicas. Houve um período de transição da antiga à nova ordem das coisas. À medida que a igreja se espalhava aos paises gentios, a celebração do sábado perdeu força e praticamente desapareceu. Apo. 1.10 mostra que, mesmo na época dos apóstolos, o domingo, dia do Senhor, substituía o sábado antigo. Ver sob Dia do Senhor, Domingo, na Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia.
4. Se uma mudança do sábado para o domingo como um dia especial (seja ou não este considerado o “sáado cristã”) foi um ato de apostasia, isso ocorreu muito antes da formaçã da Igreja Catóica Romana. O Didache (150 D. C.), uma espécie de manual de ética e doutrina do cristianismo inicial, fala sobre o domingo como o dia no qual os cristãos se reuniam para o louvor e a oração. O mesmo é real sobre os escritos de Hipólito (160 D. C.) e Clemente de Alexandria (200 D. C.).
5. Embora pareça correto falar sobre a celebração do sábado como anterior à Lei, não sendo ela, portanto, uma prática legal, os versículos de Rom. 14.5,6; Col. 2.16 e Gál. 4.10 parecem colocá-la em tal classe. A celebração do sábado era de extrema importância para os hebreus, um verdadeiro sine qua non da condição de ser hebreu/judeu; de fato, era o sinal do Pacto Mosaico, e isso diz tudo. Algo tão importante assim dificilmente deixaria de ser reforçado vigorosamente caso se esperasse que os cristãos devessem celebrá-lo.
Deixo ao leitor a consulta dos artigos mencionados na seção V para discussões mais detalhadas. Quaisquer discussões desse tipo devem ser deixadas no Altar do Amor, e não representar um teste de espiritualidade ou retidão. Muitos cristãos judeus hoje continuam a observar uma variedade de festas e feriados judeus. Se fizerem isso “para o Senhor”, com vistas a ampliar sua espiritualidade, nã devem ser criticados por aqueles que consideram todos os dias iguais. Por outro lado, aqueles que nã seguem tais celebraçõs (incluindo aqui o sábado) nã devem ser criticados. Certamente não merecem a designação de “hereges” ou apóstatas. A verdadeira espiritualidade não reside em manter nem em ignorar o sábado.
Russell Norman Champlin, Ph. D. -  O Antigo testamento Interpretado Versículo Por versículo - EDITORA HAGNOS - Rua Belarmino Cardoso de Andrade, 108 Cidade Dutra - São Paulo - SP - CEP 04809-270 - 2001
 
INTRODUÇÃO
O quarto mandamento é uma ponte que liga os mandamentos teológicos com os mandamentos éticos. Os três primeiros preceitos do Decálogo dizem respeito à responsabilidade do homem com o Criador; os demais falam sobre o compromisso do homem com o seu próximo. A guarda do sábado fica entre esse dois grupos, pois a lei é clara em mostrar seu caráter social e humanitário e também sua função religiosa.
As controvérsias em torno deste mandamento se referem à sua interpretação. O que acontece é que existe o sábado institucional e o sábado legal, e quem não consegue separar estas duas instituições terminam radicalizando indo aos extremos. Esse é o principal problema dos sabatistas da atualidade, como os adventistas do sétimo dia. Todos os mandamentos do Decálogo dependem de definições e de como aplicá-los na vida diária, e essas instruções são dadas no próprio sistema mosaico. Mas as definições nem sempre são conclusivas. Por exemplo, o que a Bíblia define como trabalho? O mandamento de santificar o sábado é mais bem compreendido quando se analisa o propósito pelo qual ele foi dado.
Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 61-62. 
 
I. O SÁBADO DA CRIAÇÃO
1. O SHABAT.
O substantivo hebraico shabbat,6B "sábado", ou sábbaton,66 em grego, "sábado, semana", indica no calendário de Israel o sétimo dia da semana marcado pelo descanso do trabalho para cerimônias religiosas especiais, além de significar um período de sete dias, uma semana (BAUER, 2000, p. 909). O termo shabbãtôn significa "sabatismo, guarda ou observância do sábado", pois a desinência ôn é característica de substantivo abstrato. Ele aparece no relato da criação: "E, havendo Deus acabado no dia sétimo a sua obra, que tinha feito, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito.
Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 62. 
 
2. DEUS CONCLUIU A CRIAÇÃO NO DIA SÉTIMO. 
E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra, que Deus criara e fizera" (Gn 2.2, 3).
Deus celebrou o sétimo dia após a criação e abençoou este dia e o santificou. Gênesis é o livro das origens de todas as coisas, dos céus e da terra, do homem e do pecado, do sacrifício e da promessa de redenção, do casamento, da família, das nações, das línguas, da nação de Israel, do sábado e da semana. O sábado e a semana tiveram a sua origem em Deus. A divisão hebdomadária do tempo aparece desde os dias pré-diluvianos e no período patriarcal (Gn 7.4, 10; 8.10, 12; 29.27, 28). Mas a semana na Mesopotâmia seguia as fases da lua, por isso nem sempre o sábado coincidia com o sétimo dia. A semana dos egípcios era de dez dias.
Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 62-63.
 
3. A BÊNÇÃO DE DEUS SOBRE SÉTIMO DIA.
Deus abençoou e santificou o sétimo dia como um repouso contínuo, a dispensação da inocência, interrompido por causa do pecado. Agostinho de Hipona lembra que não houve tarde no dia sétimo, pois Deus o santificou para que ele permanecesse para sempre: "Ora o sétimo dia não tem crepúsculo. Não possui ocaso porque Vós o santificastes para permanecer eternamente" [Confissões, Livro XIII.36). Adão e Eva viveram esse repouso durante a inocência até a Queda: "Foi o princípio e o tipo de repouso ao que a criação, depois que caiu da comunhão com Deus pelo pecado do homem, recebeu a promessa de que uma vez mais seria restaurada pela redenção, em sua consumação final" (KEIL & DELITZSCH, tomo 1, 2008, p. 41). O sábado da criação aponta para o descanso de Deus para o mundo inteiro no fim dos tempos: "Portanto, resta ainda um repouso para o povo de Deus" (Hb 4.9).
O sábado legal não foi instituído aqui. Isso só aconteceu com a promulgação da lei. O sétimo dia é o fundamento da guarda do sábado dada aos israelitas, visto que este dia foi santificado desde o princípio do mundo. O sábado institucional é para toda a humanidade e por isso Deus o santificou antes de estabelecê-lo como mandamento para Israel. "A santificação do sábado institui uma ordem para a humanidade segundo a qual o tempo é dividido em tempo e tempo sagrado... Por santificar o sétimo dia, Deus instituiu uma polaridade entre o dia a dia e o solene, entre dias de trabalho e dias de descanso, a qual deveria ser determinante para a existência humana" (WESTERMANN, 1994, p. 171). O sábado institucional não é necessariamente o sétimo dia da semana, mas um a cada seis dias.
Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 65-66. 
 
II. O SÁBADO INSTITUCIONAL
1. DESDE A CRIAÇÃO.
Aqui está a base do sábado institucional e do sábado legal. Deus completou a sua obra da criação no sétimo dia. Duas vezes o texto sagrado declara que Deus "descansou" ou seja, cessou, esse é o significado do verbo hebraico usado aqui, shãbat, cessar, desistir, descansar" (Gn 8.22; Jó 32.1; Ez 16.41). Descansar é sinônimo de cessar de criar. Esse repouso indica a obra concluída e não ociosidade, pois Deus não para nem se cansa (Is 40.28; Jo 5.17). Ele continua sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder (Hb 1.3). O Senhor Jesus também assentou-se à destra de Deus depois de concluir a obra da redenção (Hb 8.1; 10.12). A expressão "acabado no sétimo dia” parece indicar que houve mais alguma atividade de Deus na criação nesse dia. É o que pensam muitos expositores da atualidade. Deus terminou a sua obra no dia sexto: segundo a Septuaginta, en tê hêméra tê hektê, "no dia sexto", e também no Pentateuco Samaritano, bayyôm hashishi,7 "no dia sexto". A Peshita segue também essa linha, mas tudo indica que se trata de alguma emenda deliberada. Segundo Umberto Cassuto, um estudo cuidadoso desse versículo mostra que "sétimo dia" é a forma correta (1998, p. 61).
O substantivo hebraico shabbat, "o dia de sábado", não aparece aqui; sua primeira ocorrência acontece no relato do maná (Êx 16.23). Mas este termo vem da raiz do verbo "descansar", shãbat. Há quem afirme que essa omissão foi intencional porque o shãbat é o término da semana e há fortes evidências da identificação filológica do termo aqui com o acádico shabatu[m] ou shapattu, que aparece nas inscrições babilônicas como o dia da lua cheia. Trata-se do 15° dia de um mês lunar, dedicado à adoração do deus lua, Sin-Nanar e a outros deuses. Este dia se chamava também üm nüch libbi, "dia de descanso do coração" (ORR, vol. IV, 1996, p. 2630). Outros afirmam que se trata mais de um dia de expiação ou pacificação, e não necessariamente de um dia de descanso. No entanto, foram descobertos tabletes em que revelam o shabatu, como os dias 7o, 14°, 21° e 28°, que segundo o registro dessas inscrições ocupavam espaço destacado no calendário mesopotâmio. Neles havia restrições a diversos tipos de trabalho, já que o dia era dedicado aos deuses (TENNEY, vol. 5, 2008, p. 267). O sábado dos israelitas era o dia de descanso reservado a cada seis dias de trabalho para todo o povo; entretanto, o shabatu era computado com base nas quatro fases da lua.
Há muitas discussões sobre a relação do shabatum com o sábado dos israelitas, e Umberto Cassuto explica o que está por trás de tudo isso. Os críticos liberais insistem em afirmar que os israelitas copiaram o sábado dos mesopotâmios e com isso querem associar o sábado de Israel com as quatro fases da lua. Cassuto questiona a existência da proibição de trabalho nos dias 7, 14, 21o e 28 do mês do luna na Babilônia e na Assíria. Segundo esse autor, o pensamento da Torá é justamente o oposto ao sistema babilônico e desvincula completamente o sábado da adoração aos astros: "O dia de sábado de Israel não será como o sábado das nações pagãs; não será o dia da lua cheia, ou outro dia conectado com as fases da lua, nem ligado, em conseqüência, com a adoração da lua, mas será o sétimo dia" (1998, p. 68). É um sábado completamente desassociado de sinais nos céus, das hostes celestiais e de qualquer conceito astrológico, "mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR teu Deus" (Êx 20.10). Assim, o propósito da omissão do termo hebraico shabbat, "sábado", no relato da criação é evitar sua identificação com o shabatu dos mesopotâmios.
Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 63-65. 
 
2. NÃO ERA MANDAMENTO.
O sétimo dia da criação não era mandamento, mas revela a necessidade natural do descanso de toda natureza, homem, animal, máquina, agricultura. O repouso noturno de cada dia não é suficiente para isso. Deus abençoou e santificou esse dia não somente para comemorar a obra da criação, mas para que nesse dia todos cessem o trabalho tendo em vista o descanso físico e mental e também o culto de adoração a Deus. É importante que todos os seres humanos possam refletir que o universo foi criado por um Deus pessoal, Todo-poderoso, sábio e transcendente, que planejou todas as coisas que foram criadas. Parece que esse dia foi logo esquecido pelo gênero humano, mas há resquício dele em muitos povos da antiguidade.
Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 63-65. 
 
3. OS PATRIARCAS NÃO GUARDARAM O SÁBADO.
O livro de Gênesis não menciona os patriarcas Abraão, Isaque e Jacó observando o sábado. Segundo Justino, o Mártir, Abraão e seus descendentes até o Sinai agradaram a Deus sem o sábado (Diálogo com Trifão 19.5). Irineu de Lião diz que Abraão, "sem circuncisão e sem observância do*sábado, acreditou em Deus e lhe foi imputado a justiça e foi chamado amigo de Deus" (Contra as Heresias, Livro IV, 16.2). O sábado institucional não era mandamento nem havia imposição sobre a sua observância; talvez, seja essa a razão de aos poucos ter caído no esquecimento. A linguagem do quarto mandamento "Lembra-te do dia de sábado" (Êx 20.8) reforça a ideia de que não se trata de uma instituição nova, mas existente desde a criação.
Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 68. 
 
III. O SÁBADO LEGAL
1. SIGNIFICADO.
O sábado legal é exclusividade dos israelitas e nenhum povo da terra recebeu tal responsabilidade, nem mesmo a Igreja (Êx 31.13- 17). A adoração no tabemáculo acontecia semanalmente e isso justifica a instrução da lei do sábado na presente seção que aborda a ordem do culto e demais serviços no tabemáculo. O tema do sábado havia sido tratado por ocasião do maná (Êx 16.23-30) e no quarto mandamento (Êx 20.8-11); no entanto, Javé retoma o assunto aqui para que o presente preceito seja observado de maneira apropriada.
A observância do sábado legal é perpétua, sob pena de morte para quem violar (vv. 14-6) e isso por se tratar de um sinal entre Javé e Israel (Êx 31.13, 17). Não é mandamento para todos os povos nem para a Igreja. É o segundo sinal para os israelitas, que já tinham a circuncisão como primeiro sinal desse concerto (Gn 17.10-14). Ao longo dos séculos, os judeus trataram esses dois preceitos com a mesma atenção. O Decálogo registrado em Deuteronômio apresenta o sábado como memorial da saída dos israelitas do Egito: "Porque te lembrarás que foste servo na terra do Egito e que o SENHOR, teu Deus, te tirou dali com mão forte e braço estendido; pelo que o SENHOR, teu Deus, te ordenou que guardasses o dia de sábado" (Dt 5.15). O sábado legal é mandamento exclusivo para o povo de Israel.
Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 68-69. 
 
2. O SÁBADO DO DECÁLOGO.
O quarto mandamento é o mais longo do Decálogo e difere dos três primeiros, cuja formulação é negativa. O versículo 8 introduz o mandamento positivo que impõe a obrigação de santificar o sábado, e o versículo 9 fala sobre a obrigação de trabalhar seis dias. Isso se repete no sistema mosaico (Êx23.12; 31.13-17; 34.21; Lv 23.3), mas aqui aparece também a formulação negativa. Quando Moisés no seu discurso em Deuteronômio repete o Decálogo substitui o verbo hebraico usado para "lembrar" zãchor,n "recordar, lembrar", por outro, "guardar", shãmôr,72 "guardar, cuidar, vigiar", quando diz: "Guarda o dia de sábado" (Dt 5.12). Os dois verbos estão no infinitivo absoluto, que tem função de um forte imperativo, bastante comum em leis e mais próximo de um futuro cominatório, ameaçador. O propósito do uso deste verbo "lembrar" aqui em Êxodo é manter o sábado como dia santo. Isso mostra que o povo já conhecia esse dia, mas parece que a sua observância não era levada a sério antes da revelação do Sinai. As palavras "como te ordenou o SENHOR, teu Deus" (Dt 5.12b) não aparecem em Êxodo e são uma referência ao Sinai, quando a lei foi promulgada, visto que Moisés está relatando um fato acontecido no passado.
Fica evidente que houve um sábado antes da promulgação da lei. Muitos acreditam que o verbo "lembrar" se refere ao relato do maná no deserto (Êx 16.22-30). Isto fica claro pelo fato de que "a maneira incidental em que a matéria é introduzida e a repreensão do Senhor pela desobediência do povo sugerem que o sábado já era previamente conhecido" (TENNEY, vol. 5, 2008, p. 267). No entanto, segundo o rabino Benno Jacob, "lembrar" aqui não tem conotação de "não esquecer", como aconteceu com o evento do maná, mas de um "memorial do passado para estabelecer um relacionamento especial para o futuro" (1992, p. 563).
Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 67. 
 
3. PROPOSITO.
A instituição do sábado legal no Decálogo tinha o propósito duplo, social e espiritual, de cessar os trabalhos a cada seis dias de labor para dar descanso aos seres humanos e aos animais e dedicar um dia inteiro para adoração a Deus:
8 Lembra-te do dia do sábado, para o santificar.
9 Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra,
10 mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro que está dentro das tuas portas.
11 Porque em seis dias fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo que neles há e ao sétimo dia descansou; portanto, abençoou o SENHOR o dia do sábado e o santificou (Êx 20.8-11).
Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 66. 
 
IV. UM PRECEITO CERIMONIAL
1. O SACERDOTE NO TEMPLO.
 
MATEUS 12.5-7
Vamos examinar Mt 12.5-7 onde Jesus declara: “Ou não tendes lido na lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado, e ficam sem culpa? Mas, se vós soubésseis o que significa: “Misericórdia quero, e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes. Porque o Filho do homem até do sábado é Senhor.”
Aí está a palavra clara, inequívoca do Senhor Jesus quanto à natureza do sábado como preceito cerimonial ou ritual, não tendo natureza moral como reivindicam os sabatistas.

INVERTENDO AS PERGUNTAS

Invertemos as perguntas que nos fazem os sabatistas quando lêem mandamento por mandamento do decálogo, com a pergunta repetida se cada um deles pode ou não ser violado.
Podemos então indagar ao sabatista:
“Podiam os sacerdotes no templo ter outros deuses diante de Deus“. (Ex 20.3) e ficar sem culpa? A resposta óbvia dos adventistas é:“não!”.
“Podiam os sacerdotes no templo fazer imagem de escultura…”“ e se encurvar a elas “? (Ex 20.4,5) e ficar sem culpa? A resposta deles é: não!
“Podiam os sacerdotes no templo tomar o nome do SENHOR em vão e ficar sem culpa? A resposta dos sabatistas é: não. 
“Podiam os sacerdotes no templo desonrar pai e mãe e ficar sem culpa? A resposta dos sabatistas é: não.
“Podiam os sacerdotes no templo matar no templo e ficar sem culpa? A resposta dos sabatistas é: não. 
“Podiam os sacerdotes no templo adulterar e ficar sem culpa? A resposta dos sabatistas é: não.
“Podiam os sacerdotes no templo furtar e ficar sem culpa? A resposta dos sabatistas é: não.
“Podiam os sacerdotes no templo dizer falso testemunho e ficar sem culpa? A resposta dos sabatistas é: não. 
“Podiam os sacerdotes no templo cobiçar a mulher do próximo e ficar sem culpa? A resposta dos sabatistas é: não.

E VIOLAR O SÁBADO?
SIM. OS SACERDOTES PODIAM VIOLAR O SÁBADO NO TEMPLO E FICAR SEM CULPA. Com isto não concordam, naturalmente, os adventistas que se curvam à autoridade de sua profetisa Ellen Gould White. Ela escreveu:“Santificar o sábado ao Senhor importa em salvação eterna” (Testemunhos Seletos, vol. III, p. 22 – 2a edição, 1956).
http://www.cacp.org.br/podemos-violar-o-sabado/
2. A CIRCUNCISÃO NO SÁBADO. 

João – 7.21-24
 Ora, se um homem recebe a circuncisão no sábado, para que a lei de Moisés não seja violada, como vos indignais contra mim, porque no sábado tornei um homem inteiramente são? 
Freqüentemente Jesus enfrentava polêmica com os judeus por causa do sábado. Os judeus eram ferrenhos guardadores do sábado e sempre estavam discutindo com Jesus sobre o assunto.O que é admirável no texto é Jesus afirmar que a guarda do sábado fica subordinada à circuncisão. Uma criança que devesse ser circuncidada no oitavo dia do seu nascimento (Gn 17.10; Lv 12.3; Jo. 7:21-24) para que a Lei não ficasse invalidada, colocava a guarda do dia em posição inferior à circuncisão. Se a circuncisão é de valor secundário, inexpressivo, e nenhum cristão hoje a pratica, como terá a guarda do sábado como preceito? Os adventistas e sua profetiza ensinavam que a guarda do sábado implicava em salvação. O ensino de Jesus sobre o sábado é diferente, Ele é Senhor do Sábado.
V. O SENHOR DO SÁBADO
1. O SÁBADO E A TRADIÇÃO DOS ANCIÃOS.
A observância do sábado nos dias do ministério terreno de Jesus havia se tornado externa e formal. As autoridades religiosas de Israel haviam criado muitas restrições e estabeleceram regras meticulosas. A Mishnah, antiga literatura religiosa dos judeus, nos tratados Shabbat e Erub, registra minúcias de como o sábado deve ser observado. A tradição dos anciãos criou 39 proibições concernentes ao sábado. Por essa razão, o Senhor Jesus entrou diversas vezes em conflito com os escribas e fariseus. Uma delas aconteceu quando ele defende os seus discípulos por colherem espigas no sábado (Mt 12.1-5).
1 Naquele tempo, passou Jesus pelas searas, em um sábado; e os seus discípulos, tendo fome, começaram a colher espigas e a comer. 2 E os fariseus, vendo isso, disseram-lhe: Eis que os teus discípulos fazem o que não é lícito fazer num sábado. 3 Ele, porém, lhes disse: Não tendes lido o que fez Davi, quando teve fome, ele e os que com ele estavam? 4 Como entrou na Casa de Deus e comeu os pães da proposição, que não lhe era lícito comer, nem aos que com ele estavam, mas só aos sacerdotes? (Mt 12.1-4).
A passagem paralela aparece em Marcos 2.23-26 e Lucas 6.1-4. Em todas elas, o Senhor Jesus mencionou um trecho do Antigo Testamento em que Davi comeu o pão da proposição na casa do sacerdote Abiatar, quando estava sob a perseguição de Saul (1 Sm 21.6). Assim, ele colocou a guarda do sábado na mesma categoria do preceito cerimonial. A lei proibia que estranhos comessem do pão sagrado da proposição, o qual era restrito aos sacerdotes (Êx 29.33; Lv 22.10). Jesus foi além e disse que os sacerdotes no templo podiam violar o sábado e ficar sem culpa (Mt 12.5). Um mandamento moral é obrigatório por sua própria natureza. Não existe concessão para preceitos morais; aqui, a vida está acima do sábado.
Em outra ocasião, o Senhor Jesus torna a considerar o sábado um preceito cerimonial com base na própria lei de Moisés. Ele nem precisou reivindicar a sua autoridade de Filho de Deus e Messias, ao lembrar às autoridades religiosas que a circuncisão de uma criança pode ser feita num dia de sábado. A lei prescreve que o menino deve ser circuncidado no oitavo dia de seu nascimento (Lv 12.3). Jesus disse que a circuncisão pode ser feita mesmo quando o oitavo dia coincide com sábado (Jo 7.22, 23).
Jesus declarou: "O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem, por causa do sábado" (Mc 2.27). Muitos comparam essas palavras a uma frase do Talmude creditada ao rabi Simeon ben Menasya, cerca de 180 d.C.: "O sábado foi dado a vocês, não vocês entregues a ele". A interpretação judaica diz respeito à permissão da quebra do sábado em casos especiais, como a vida em perigo. Mas o que Jesus disse significa que os seres humanos não foram criados para observar o sábado, mas que o sábado foi criado para o benefício humano. Ele não disse que o sábado foi feito por causa dos judeus ou de Israel, mas por causa de todos os seres humanos. O sábado legal, do Decálogo, foi dado a Israel como sinal entre Javé e os israelitas (Êx 31.13, 17; Dt 5.15; Ez 20.12). Aqui, o Senhor Jesus se refere ao sábado institucional que Deus estabeleceu para o bem-estar e gozo de todos os seres humanos, e isto está acima de observância meticulosa do sábado.
Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 69-71. 
 
2. JESUS É O SENHOR DO SÁBADO (MC 2.28).
A frase "Assim, o Filho do Homem até do sábado é senhor" (Mc 2.28) e as passagens paralelas (Mt 12.8; Lc 6.5) são disputadas pelos expositores do Novo Testamento. Há duas linhas principais de interpretação: a) a autoridade sobre o sábado foi conferida aos seres humanos, e b) trata-se do próprio Senhor Jesus. A primeira nos parece menos aceitável porque Deus nunca delegou autoridade sem limites aos humanos e, também, porque a expressão grega ho huios tou anthrõpos, "o Filho do Homem", no singular, é título messiânico e não relativo a humanos. Está claro que Jesus se referia a si mesmo. Esta é a melhor interpretação. Ele revelou seu poder e sua autoridade sobre as enfermidades, sobre a natureza, sobre todos os poderes das trevas, sobre a morte e o inferno; assim, nada mais natural ser mesmo o Senhor do sábado. O sábado veio de Javé e somente ele tem autoridade sobre a instituição. Então, não há outro no universo investido de tamanha autoridade, senão o Filho de Deus.
Mais uma vez, o Senhor Jesus Cristo apresenta o profeta Oseias como autoridade para fundamentar seu ensino (Mt 12.7; Os 6,6). Ele acrescentou ainda que é "lícito fazer bem nos sábados" (Mt 12.12). Isso o próprio Jesus o fez (Mc 3.1-5; Lc 13.10- 13; 14.1-6; Jo 5.8-18; 9.6, 7, 16), e nós também devemos fazer o bem, não importa qual seja o dia da semana. Como o sábado do relato da criação, não é regra legal opressiva; é chamado de sábado institucional que se transferiu para o domingo por causa da ressurreição de Jesus, mas não como mandamento.
Assim, como nada há no Novo Testamento que indique a sua observância, isso por si só mostra que o quarto mandamento não é um preceito moral. Esta interpretação é corroborada pelo fato de nem Jesus nem os apóstolos ensinarem a guarda do sábado. O sábado não foi mencionado quando Jesus citou os mandamentos para o moço rico (Mt 19.17-19). Toda a lei se resume no amor a Deus e ao próximo (Mt 7.12; 22.40; Mc 12.31; Rm 13.10).
O apóstolo Paulo omitiu o quarto mandamento (Rm 13.9). Ele considerava retrocesso espiritual guardar dias, meses e anos (G1 4.10, 11). Os primeiros cristãos eram judeus de origem e era natural para eles observar os serviços da sinagoga; ainda hoje, muitos judeus que são convertidos à fé cristã preferem não abrir mão de sua identidade judaica, principalmente aqueles que residem em Israel. É mais uma questão cultural. Paulo via o sábado e os preceitos dietéticos, o kashrut, como mera opção pessoal. E, mesmo não havendo prova de que o apóstolo distinguisse preceitos morais e cerimoniais, aqui ele coloca o sábado e o kashrut na mesma categoria (Rm 14.1-6). Segundo Paulo, o antigo concerto foi abolido (2 Co 3.7-14) , incluindo o sábado (Os 2.11). De fato, isso já era anunciado desde o Antigo Testamento (Jr 31.31-34).
Paulo disse que Jesus riscou na cruz "a cédula que era contra nós nas suas ordenanças" (Cl 2.14). O substantivo grego para "cédula" é cheirgraphon, um hapax legomenon, literalmente, "escrito à mão”. É um documento escrito à mão usado aqui metaforicamente. O termo aparece na literatura grega extrabíblica com vários significados: "lei mosaica, obrigação escrita, contrato (ROBINSON, 2012, p. 984); "registro de uma conta financeira, conta, registro de dívida" (LOUW & NIDA, 2013, pp. 352, 353). É um certificado de dívida, uma nota promissória. A ordenança, ou dogma, significa "decreto, ordenança, edito", um termo usado também em referencia à lei de Moisés (Ef 2.15). É esse o sentido aqui, pois Jesus disse que a lei nos acusa (Jo 5.45). O pensamento paulino revela o aspecto condenatório da lei mosaica (Dt 27.26; 1 Co 15.56; Gl 3.10) e também o padrão divino para a vida humana (Rm 7.13, 14).
A acusação da lei contra nós foi cancelada na cruz do Calvário, e aí o apóstolo inclui o sábado. O apóstolo emprega os dois termos "cédula" e "ordenança" metaforicamente para dizer que fomos perdoados e estamos livres de legalismo: "Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo" (Cl 2.16, 17). Com exceção do sangue (At 15.20, 28), as restrições dietéticas de Levítico foram removidas, pois Deus purificou os animais cerimonialmente imundos (At 10.12-15). Nenhum alimento é imundo por si mesmo (Rm 14.14, 20; 1 Tm 4.3, 4). O que contamina o ser humano é o que sai dele, não o que entra (Mt 15.11-20).
O sábado cerimonial é um termo para designar os festivais de Israel que englobam as festas anuais, mensais e semanais (1 Cr 23.31; 2 Cr 2.4; 8.13; 31.3; Ez 45.17). O sábado cerimonial já está incluído na expressão "dias de festa". Assim, a "lua nova", refere-se à festa mensal e a expressão "dos sábados" diz respeito aos sábados semanais. O novo concerto nos isenta de todas essas coisas. Paulo parece empregar uma linguagem platônica no tocante ao mundo real e ao mundo das ideias no v. 17. A sombra é temporária e identifica com imperfeição o objeto que a projetou, sendo portanto inferior a ele. O apóstolo afirma nesta metáfora que a lei é uma projeção, uma sombra da realidade, que é o corpo de Cristo.
Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 71-74. 
 
3. DIA DO CULTO CRISTÃO.
O SÁBADO CRISTÃO
O sábado legal do Decálogo foi estabelecido para Israel se lembrar da escravidão no Egito (Dt 5.15). Há certa analogia com o sábado cristão, o domingo, que, sem precisar de imposição legal, passou a ser o dia de adoração cristã coletiva em memória à ressurreição de Cristo que ocorreu num domingo (Mc 16.1-6; Lc24.1-6). Éosábado institucional. Isso está claro em três passagens do Novo Testamento: "No primeiro dia da semana, ajuntando os discípulos para o partir do pão" (At 20.7). Era um domingo, "talvez 24 de abril de 57 d.C.", segundo F. F. Bruce (apud STOTT, 1994, p. 360). O "partir do pão" é um termo usado para a Ceia do Senhor (At 2.42; 1 Co 10.16; 11.20-26). Segundo o autor citado, essa passagem "é a evidência inequívoca mais primitiva que temos da prática cristã de reunir-se para a adoração nesse dia". Isso se confirma mais adiante no Novo Testamento: "No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que se não façam as coletas quando eu chegar" (1 Co 16.2). Temos aqui outra prova de que o primeiro dia da semana era o dia de culto regular. O apóstolo recomendou que nessas reuniões se levantasse uma coleta para socorrer os irmãos pobres de Jerusalém.
O apóstolo João foi arrebatado no dia do Senhor: Eu fui arrebatado em espírito, no dia do Senhor, e ouvi detrás de mim uma grande voz, como de trombeta" (Ap 1.10). A expressão dia do Senhor" não é escatológica, pois a construção grega aqui, en tê kyriakê hêmera, se refere ao domingo. Versões católicas como Figueiredo, Matos Soares e a Bíblia do Peregrino empregam "num dia de domingo" para traduzir a referida frase. Esta tradução é aceitável porque está de acordo com o contexto bíblico e histórico.
A palavra kyriakê significa "domingo" ainda hoje na Grécia. O termo "domingo", literalmente quer dizer, "dia do senhor , do latim, dominus, "senhor", e dies, "dia". Inácio de Antioquia usa a mesma frase grega do apóstolo João em Apocalipse, para indicar o primeiro dia da semana: "Aqueles que viviam na antiga ordem de coisas chegaram à nova esperança, e não observam mais o sábado, mas o dia do Senho em que a nossa vida se levantou por meio dele e da sua morte" (Magnésios 9-1, Coleção Patrística 1, Padres Apostólicos). Inácio foi o terceiro bispo de Antioquia e conheceu os apóstolos Paulo e João. Preso em 110 no reinado de Trajano, foi levado a Roma e atirado às feras. Trata-se de alguém da segunda geração dos apóstolos.
Outra razão que confirma essa interpretação é o fato de a Septuaginta usar uma forma diferente para o "dia do Senhor escatológico, hêmera tou kyriou ou hêmera kyriou. E o mesmo acontece nas cinco vezes que a frase aparece no Novo Testamento grego (At 2.20; 1 Co 5.5; 2 Co 1.14; 1 Ts 5.2; 2 Pe 3.10).
Os primeiros pais da Igreja mostram que nos três primeiros séculos da história da Igreja o domingo continuava sendo o dia de reunião dos cristãos. Além de Inácio de Antioquia, isso pode ser ainda visto na Epístola de Barnabé (que não era o Barnabé citado do Novo Testamento). Trata-se de um documento da primeira metade do século 2, que declara: "Eis por que celebramos como festa alegre o oitavo dia, no qual Jesus ressuscitou dos mortos e, depois de se manifestar, subiu aos céus" (Epístola de Barnabé, 15.9).
Herdamos dos dias apostólicos essa prática que foi perpetuada pelo tempo. Os preceitos cerimoniais não desobrigam os seres humanos de cultuarem a Deus, mas estes não precisam de rituais e nem lhes é exigido irem a Jerusalém. Da mesma forma, o sábado não precisa ser o sétimo dia da semana. Os adventistas do sétimo estão equivocados quando afirmam que o imperador Constantino substituiu o sábado pelo domingo, e sua doutrina não tem sustentação bíblica. É um erro teológico e histórico.
Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 74-76.
http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/2015/01/6-licao-1-trimestre-2015-santificaras-o.html
ELABORADO: Pb Alessandro Silva (http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/) com algumas modificações do Ev. Luiz Henrique.
 
Questionário da Lição 6 - Santificarás o Sábado
Lições Bíblicas - 1º Trimestre de 2015 - CPAD - Para adultos
Tema: OS DEZ MANDAMENTOS - Valores Imutáveis Para Uma Sociedade Em Constante Mudança
Comentários: Pr. Esequias Soares
Complete os espaços vazios e marque com "V" as respostas Verdadeiras e com "F" as Falsas
 
TEXTO ÁUREO
1- Complete:
"E disse-lhes: O __sábado__ foi feito por causa do __homem__, e não o homem, por causa do __sábado__." (Mc 2.27)

VERDADE PRÁTICA
2- Complete:
O __quarto__ mandamento envolve os aspectos __espiritual__ e social, diz respeito ao __relacionamento__ do homem com __DEUS__ e ao mesmo tempo com o próximo.

I. O SÁBADO DA CRIAÇÃO
3- O que é shabat e sabbaton?
(    ) DEUS celebrou o sétimo dia após a criação e abençoou este dia e o santificou (Gn 2.2,3).
(    ) Aqui está a base do sábado institucional e do sábado legal.
(    ) O sábado legal não foi instituído aqui; isso só aconteceu com a promulgação da lei.
(    ) O substantivo shabbat, "sábado", não aparece aqui, na criação.
(    ) Surge pela primeira vez no evento do maná (Êx 16.22, 23).
(    ) A Septuaginta emprega a palavra sabbaton, "sábado, semana", a mesma usada no Novo Testamento grego.

4- O que significa “DEUS concluiu a criação no dia sétimo”?.
(    ) DEUS completou a sua obra da criação no sétimo dia.
(    ) DEUS "descansou" ou seja, cessou, é o significado do verbo hebraico usado aqui, shabat, "cessar, desistir, descansar" (Gn 8.22; Jó 32.1; Ez 16.41).
(    ) Esse descanso é sinônimo de cessar de criar, e indica a obra concluída.
(    ) Não se trata de ociosidade, pois DEUS não pára e nem se cansa (Is 40.28; Jo 5.17).

5- Qual a bênção de DEUS sobre o sétimo dia?
(    ) Ele abençoou e santificou o sétimo dia como um repouso contínuo, na dispensação da inocência, mas isso foi interrompido por causa do pecado.
(    ) Agostinho de Hipona lembra que não houve tarde no dia sétimo, e afirma que DEUS o santificou para que esse dia permanecesse para sempre (Confissões, Livro XIII, 36).
(    ) O sábado da criação aponta para o descanso de DEUS ao mundo inteiro no fim dos tempos: "Portanto, resta ainda um repouso para o povo de DEUS" (Hb 4.9).

II. O SÁBADO INSTITUCIONAL
6- Como é o sábado institucional desde a criação?
(    ) É o sábado para descanso de todos os povos.
(    ) É uma questão moral que DEUS estabeleceu para a raça humana ao comemorar a criação.
(    ) Tornou modelo e uma forma natural para toda a raça humana.
(    ) É a ordem natural das coisas: os campos precisam de repouso, as máquinas necessitam parar para manutenção e assim por diante (Lv 25.4).
(    ) O sábado institucional, portanto, não se refere ao sétimo dia da semana; pode ser qualquer dia ou um período de descanso (Hb 4.8).

7- O Sábado institucional não era mandamento?
(    ) O sétimo dia da criação não era mandamento, mas revela a necessidade natural do descanso de toda a natureza.
(    ) O repouso noturno de cada dia não é suficiente para isso.
(    ) DEUS abençoou e santificou esse dia não somente para comemorar a obra da criação mas para que, nesse dia, todos cessem o trabalho e assim descansem física e mentalmente para oferecer o seu culto de adoração a DEUS.

8- Os patriarcas não guardaram o sábado?
(    ) O livro de Gênesis não menciona os patriarcas* Abraão, Isaque e Jacó observando o sábado.
(    ) Segundo Justino, o Mártir, Abraão e seus descentes até o Sinai agradaram a DEUS sem o sábado (Diálogo com Trifão 19.5).
(    ) Irineu de Lião diz que Abraão, "sem circuncisão e sem observância do sábado, “acreditou em DEUS e lhe foi imputado a justiça e foi chamado amigo de DEUS" (Contra as Heresias, Livro IV, 16.2).

III. O SÁBADO LEGAL
9- Qual o significado do sábado legal?
(    ) É o sétimo dia da semana no calendário judaico, marcado para repouso e adoração.
(    ) Foi introduzido no mundo pela lei; é o sábado legal dado aos israelitas no Sinai.
(    ) Nenhum outro povo na história recebeu a ordem para guardar esse dia; é exclusividade de Israel (Êx 31.13, 17). (    ) O sábado e a circuncisão são os dois sinais distintivos do povo judeu ao longo dos séculos (Gn 17.11).

10- Como é o sábado do Decálogo?
(    ) A expressão "Lembra-te do dia do sábado, para o santificar" (Êx 20.8), remete a uma reminiscência histórica e, sem dúvida alguma, Israel já conhecia o sábado nessa ocasião.
(    ) Mas parece não ser referência ao sábado da criação.
(    ) Ele aparece na promulgação da lei (Êx 20.11), contudo, essa reminiscência não reaparece em Deuteronômio (Dt 5.12-15).
(    ) Trata-se, com certeza, do sábado que o povo não levou a sério no deserto (Êx 16.22-29).

11- Qual o propósito da instituição do sábado legal no Decálogo?
(    ) Tinha um propósito duplo: social e espiritual.
(    ) Cessar os trabalhos a cada seis dias de labor era dar descanso aos seres humanos e aos animais e dedicar um dia para adoração a DEUS.
(    ) É um memorial da libertação do Egito (Dt 5.15).
(    ) Duas vezes é dito que o sábado é um sinal distintivo entre DEUS e a nação de Israel (Êx 31.13,17).

IV. UM PRECEITO CERIMONIAL
12- O que disse JESUS sobre a violação do sábado?
(    ) O Senhor JESUS CRISTO disse mais de uma vez que a guarda do sábado é um preceito cerimonial.
(    ) Ele colocou o quarto mandamento na mesma categoria dos pães da proposição (Mt 12.2-4).
(    ) Veja ainda a que JESUS se referia quando falou a respeito desse ritual mencionado em Êxodo 29.33, Levítico 22.10 e 1 Samuel 21.6.
(    ) Disse igualmente que "os sacerdotes no templo violam o sábado e ficam sem culpa" (Mt 12.5), ao passo que não existe concessão para preceitos morais.

13- 
Complete segundo a circuncisão no sábado:
Se o __oitavo__ dia da circuncisão do menino coincidir com um __sábado__, ela tem que ser feita no sábado, nem antes e nem depois. Assim, JESUS mais uma vez declara o __quarto__ mandamento como preceito __cerimonial__ e coloca a circuncisão acima do sábado (Jo 7.22,23 cf. Lv 12.3). Um mandamento __moral__ é obrigatório por sua própria natureza.

V. O SENHOR DO SÁBADO
14- Como é o sábado e a tradição dos anciãos?
(    ) Os quatro evangelhos registram os conflitos entre JESUS e os fariseus sobre a interpretação do sábado.
(    ) A tradição dos anciãos criou 39 proibições concernentes ao sábado, mas o Senhor JESUS disse que é "lícito fazer bem no sábado" (Mt 12.12).
(    ) Isso Ele fez (Mc 3.1-5; Lc 13.10-13; 14.1-6; Jo 5.8-18; 9.6,7,16) e, por isso, nós devemos fazer o bem, não importa qual seja o dia da semana.

15- JESUS é o Senhor do sábado (Mc 2.28)?
(    ) O sábado veio de DEUS e somente Ele tem autoridade sobre essa instituição.
(    )  Não há outro no universo investido de tamanha autoridade, senão o Filho de DEUS.
(    ) A expressão "o Filho do Homem", no singular, é título messiânico, não é usual ou comum às outras pessoas.
(    ) Está claro que JESUS se referia a Ele mesmo.
(    ) JESUS disse que os seres humanos não foram criados para observar o sábado, mas que o sábado foi criado para o benefício deles (Mc 2.27).

16- Qual era o dia do culto cristão na igreja primitiva?
(    ) O primeiro culto cristão aconteceu no domingo e da mesma forma o segundo (Jo 20.19,26).
(    ) Nesse dia o Senhor JESUS ressuscitou dentre os mortos (Mc 16.16).
(    ) O dia do Senhor foi instituído como o dia de culto, sem decreto e norma legal, pelos primeiros cristãos desde os tempos apostólicos (At 20.7; 1 Co 16.2; Ap 1.10). É o "sábado" cristão!
(    ) O sábado legal e todo o sistema mosaico foram encravados na cruz (Cl 2.16,17), foram revogados e anulados (2 Co 3.7-11; Hb 8.13).
(    ) O Senhor JESUS cumpriu a lei (Mt 5.17,18), agora vivemos sob a graça (Jo 1.17; Rm 6.14).

CONCLUSÃO
17- Complete:
A palavra profética anunciava o fim do __sábado__ legal (Jr 31.31-33; Os 2.11). Isso se cumpriu com a chegada do novo __concerto__ (Hb 8.8-12). Exigir a guarda do __sábado__ como condição para a __salvação__ não é cristianismo e caracteriza-se como doutrina de uma seita.
 
RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO EM http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm 
 
Referências Bibliográficas (outras estão acima)
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.
Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. Texto bíblico Almeida Revista e Corrigida.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes. Revista e Corrigida, Edição de 1995, Flórida- EUA: CPAD, 1999.
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.
VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
www.ebdweb.com.br
www.escoladominical.net
www.gospelbook.net
www.portalebd.org.br/
http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/ Pb Alessandro Silva
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/alianca.htm