08 de março de 2015
Texto Áureo
“E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” 1Ts 5.23
Verdade Aplicada
Como cidadão do céu, o cristão tem obrigações para com Deus e os homens, que se evidenciam no viver fiel em todas as dimensões.
Textos de referência
1Co 4.2; Ap 2.10; Mt 25.21
1Co 4.2 Além disso, requer-se nos despenseiros que cada um se ache fiel.
Ap 2.10 Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.
Mt 25.21 E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.
INTRODUÇÃO
Fidelidade, do latim “fidelitate”, significa qualidade ou atitude de quem é fiel, de quem tem compromisso com aquilo que assume. Nesta lição, estudaremos sobre as duas dimensões da fidelidade: a espiritual e a social. Ambas são importantes e necessárias ao crente, pois a Bíblia diz que o salvo deve viver de maneira fiel e digna diante de Deus e dos homens (Rm 14.18).
1. Dimensão espiritual
O homem foi criado um ser racional, moral e espiritual, pois foi criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26, 27). Ele foi dotado de intelecto, emoções e vontades, para que pudesse conhecer, amar e obedecer a Deus. A fidelidade, na dimensão espiritual, se evidencia em atitudes que expressam nosso relacionamento e comunhão com o Senhor.
1.1 Crer e obedecer a Deus
Crer não é um mero assentimento intelectual (Ef 2.8). É uma operação do Espírito Santo mediante a qual a pessoa tem certeza na existência de Deus, o criador e sustentador do universo (Gn 1.1). Mas apenas crer em Deus não é suficiente (Tg 2.19), é necessário responder a Êle em ação de obediência e fidelidade, ou seja, a atitude de crer precisa acompanhada da obediência. A nossa maior ação para com Deus é a obediência, um aspecto fundamental da fé cristã (1Sm 15.22). Fé e obediência são inseparáveis entre si (Rm 1.5; 16.26). Qualquer forma exterior de culto a Deus sem obediência não passa de hipocrisia e de ritual religioso vazio (Is 1.11-17).
1.2 Amar a Deus
A fidelidade de Deus é uma forma positiva de demonstrarmos o nosso amor a Ele. O amor a Deus é a base do nosso relacionamento com Ele. A verdadeira fidelidade a Deus somente é possível quando brota de uma fé genuína em Deus e de um coração que O ama (Mt 10.37). Amar a Deus implica em amar também ao próximo e guardar Seus mandamentos (Mt 22.39; Jo 14.15, 23, 24). Esse amor deve abranger a totalidade do nosso ser e tudo o que possuímos e deve também nos capacitar a buscar a glorificação do seu nome e a realização da Sua vontade aqui na terra (Jo 21.17).
1.3 Confiar nas promessas de Deus
A verdadeira fidelidade não se caracteriza apenas pela fé na existência de Deus, mas também pela fé que Ele cumpre as Suas promessas. Nestes tempos de tantas incertezas e instabilidade, nós temos uma esperança que brota de uma fé vital no Cristo ressurreto (1Pe 1.3). O cristão deve andar por fé e não pelo que vê (2Co 5.7; Hb 11.1). Deus, por Sua própria natureza, é fiel às Suas promessas e tem poder para cumprir integralmente tudo aquilo que prometeu.SE alguém crê na existência de Deus, mas ao mesmo tempo duvida de Sua Palavra, O imputa como mentiroso (Nm 23.19; Tg 1.6, 7). Portanto para alcançarmos as Bençãos de Deus é necessário crer queEle é fiel para cumprir as suas promessas (Hb 10.23; 11.6: Jó 13.15).
2. Dimensão social
A Bíblia diz que tudo o que fizermos, devemos fazê-lo para a glória de Deus (1Co 10.31). Partindo dessa premissa, entendemos a dimensão social da fidelidade, caracterizada como fruto da obediência às leis e normas humanas, como atitudes que qualquer pessoa pode realizar. Para o cristão, entretanto, essa dimensão da fidelidade é também expressão de espiritualidade, pois, se evidencia em práticas que têm fundamentação bíblica. Existem muitas ações, contidas dentro dos princípios ético-cristãos, que devem ser praticadas pelo crente, pois são compatíveis com a dignidade da vida cristã: a obediência às autoridades constituídas, preocupação com o bem-estar do próximo, cuidado com o meio ambiente, etc.
2.1 O cristão e a obediência ao governo humano
A base de toda autoridade humana procede de Deus, de modo que o cristão deve prestar obediência às autoridades constituídas (Rm 13.1). Assim sendo, desobedecer às autoridades constitui-se desobediência ao próprio Deus, visto que foi Ele quem as estabeleceu (Rm 13.2). O próprio Senhor Jesus Cristo, como perfeito homem, submeteu-se ao poder do estado (Mt 17.24-27). As escrituras Sagradas nos levam a compreender que a presença da autoridade secular é necessária e indispensável na ordem das coisas aqui na Terra (Pv 8.15, 16). O único limite dessa obediência está na sujeição absoluta que o cristão tem com Deus, pois a lealdade a Ele é sempre prioritária sobre qualquer autoridade humana (At 5.29). A sujeição às autoridades legais faz parte de um elenco de princípios que devem ornar o caráter do crente como reflexo de sua obediência ao Senhor. Adoremos, pois, a Deus e sujeitemo-nos às autoridades constituídas por Ele (1Pe 2.13-17).
2.2 O cristão e a solidariedade
O cristão é também chamado a ter solicitude e responsabilidade social. O descuido com as necessidades sociais representa o abandono de inúmeras recomendações bíblicas dirigidas ao povo de Deus. A Bíblia declara que a salvação do homem é dádiva de Deus mediante a fé, e não fruto de obras meritórias (Ef 2.8, 9), mas as boas obras são uma consequência natural da salvação (2Co 9.8; Ef 2.10). A dimensão da fidelidade do autêntico cristão não se esgota na verticalidade espiritual, mas se estende na horizontalidade que alcança seus semelhantes em atitudes que tenham como base o pulsar de um coração transformado pela Palavra de Deus e enriquecido pela presença do Espírito Santo. Quem usa a preocupação vertical como meio de esquivar de suas responsabilidades está negando o amor de Deus pelo mundo. A solidariedade não é outra coisa senão o cumprimento da lei do amor. Aliás, todas as obrigações morais da Lei cumprem-se na lei do amor (Rm 13.10). O cristão, como ser social, deve denunciar as injustiças sociais, bem como agir com sabedoria, buscando cooperação e bom relacionamento com todos, sempre objetivando servir ao próximo, usando inclusive dos seus próprios recursos, ajudando a minorar o sofrimento das pessoas, principalmente os domésticos da fé (Gl 6.10; Tg 2.17).
2.3 O cristão e o meio ambiente
A primeira ordem de Deus ao homem foi para cuidar da natureza (Gn 2.15). Essa incumbência retrata não só a necessidade do homem preservar o objeto do seu usufruto próprio, mas também a criação de Deus. Embora o homem seja coroa da criação (Gn 1.26-28). Deus não lhe deu o direito de abusar da natureza e nem dos animais. Pelo contrário, Ele atribuiu ao homem a responsabilidade pela utilização adequada dos recursos naturais e pela preservação das espécies. A Bíblia apresenta várias passagens nas quais vemos Deus instruindo o homem a lidar adequadamente com a Sua criação (Êx 22.6; Lv 25.1-7; Dt 22.6; Is 45.18). Nessa perspectiva, o cuidado com o meio ambiente é uma exigência divina, sendo responsabilidade de cada Cristão o cuidado com a manutenção da vida na Terra (Gn 1.26). Para o crente, preservar a natureza não é apenas uma questão de sobrevivência. É também reconhecer que Deus é o Senhor da criação, pois, só Ele é soberano sobre todas as coisas (Sl 24.1). A visão bíblica de como devemos nos relacionar com a natureza é uma visão equilibrada, ou seja, não devemos deificá-la, como os panteístas o fazem (Rm 1.15), agentes de destruição daquilo que Deus criou.
3. Resultados provenientes da fidelidade
Fidelidade é mais do que uma virtude humana, é fruto do Espírito Santo. Mesmo em seu aspecto social, onde a fidelidade está mais relacionada à observância de regras e preceitos humanos, para o cristão, ser fiel é sempre uma questão de espiritualidade e motivo de recompensa da parte de Deus (Sl 58.11).
3.1 Na dimensão espiritual
A recompensa de Deus para os fiéis diz respeito à vida neste tempo e à vida eterna (Mt 19.27-30; Mc 10.28-30). Aliás, a suprema recompensa que o cristão receberá pela vida de fidelidade a Deus é a vida eterna. Quem tiver deixado “tudo” por amor a Cristo, receberá já no presente também tudo, mas com perseguições; e no futuro, a vida eterna (Mc 10.30). Na expressão: “com perseguições” fica claro que a nossa fidelidade a Deus não nos isenta das perseguições e aflições neste mundo, mas, sem dúvida alguma, nos dá certeza de vitória (Jo 16.33).
3.2 Na dimensão social
Demonstramos nossa espiritualidade ao sermos fieis em todas as dimensões da nossa vida. Quando assim procedemos, estamos obedecendo à Palavra de Deus, como resultado da nossa obediência, Deus nos abençoa com paz e alegria no nosso homem interior (Sl 119.165; Rm 7.22).
3.3 Na dimensão natural
As recompensas de uma vida de fidelidade a Deus podem ser compreendidas no sentido de que colheremos, na dimensão social da nossa vida, mais estabilidade e justiça social, minimização dos sofrimentos humanos e vida mais saudável, dentre muitos outros benefícios. Servir a Deus e ao próximo com amor é certeza de que seremos galardoados aqui e no porvir.
CONCLUSÃO
As leis universais da colheita e da semeadura valem para todas as situações e aspectos da vida humana (Gl 6.7b). Ninguém deve brincar com as leis de Deus; pois Ele não as alterará em nosso benefício. O que um homem colhe é o resultado inevitável do que ele semeia. Assim sendo, devemos ser fiéis em toda a nossa maneira de viver para que possamos colher os bons frutos dessa semeadura aqui na Terra e na eternidade.
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