A discussão sobre calvinismo e arminianismo faz parte da atual agenda pentecostal assembleiana, e isso acontece em razão da influência da teologia reformada no contexto pentecostal assembleiano brasileiro.
O grave, como já escrevemos, é que com a falta de um posicionamento teológico denominacional mais claro e específico, os próprios órgão oficiais das Assembleias de Deus no Brasil difundem e apresentam a teologia reformada com o endosso do Conselho de doutrina da CGADB (Convenção Geral Geral Geral das Assembleias de Deus no Brasil), causando no mínimo mais confusão nas mentes imaturas e indefinidas teologicamente, que acabam por ouvir um discurso oficial que não é coerente com as publicações oficiais.
O Dicionário Bíblico Wycliffe, publicado pela CPAD com sua 1ª Edição em 2006, é um clássico exemplo desta realidade. Em seu verbete sobre "eleição", "eleito" e "salvação" fica evidente sua linha teológica reformada. Observe algumas citações da obra:
"A eleição não é uma simples previsão, nem depende dela. Ela inclui a previsão de Deus quanto àquilo que o homem irá fazer com sua própria liberdade, mas depende, para sua realização da graça soberana de Deus. As Escrituras ensinam que Deus aceita o que o homem fará com sua própria liberdade, acrescentando que Ele fará através de sua graça para salvá-lo" (p. 623)
"Da mesma maneira, quando Deus nos 'escolhe' na eternidade (Ef 1.4) está igualmente evidente que Ele não escolhe a todos" (p. 624)
"Esses que 'foram dados' são 'atraídos' a Cristo por uma compulsão divina (Jo 3.37, 44, 47). (p. 624)
"Aqueles que Cristo conheceu como suas ovelhas 'nunca perecerão' (Jo 10.14, 27ss). Aqueles que foram chamados eternamente nunca será separados 'do amor de Deus' (Rm 8.30, 33, 35-39). (p. 624)
Eleição incondicional, graça irresistível e perseverança dos santos são aspectos da soteriologia reformada, reafirmadas nas citações acima.
Citando o teólogo reformado e calvinista J. I. Packer, a salvação é ensinada no Dicionário Bíblico Wycliffe como algo que o homem recebe em absoluta passividade, ou seja, mais uma apologia a doutrina da graça irresistível, onde a liberdade de decisão humana é absolutamente neutralizada, e que não se alinha a doutrina arminiana da graça preveniente.
Fica aqui mais uma vez o alerta geral, e a crítica para um maior cuidado na análise e publicações de obras por parte dos órgão oficiais das Assembleias de Deus no Brasil.
No amor de Cristo,
http://www.altairgermano.net/
Altair Germano.