ORAÇÃO E RECOMENDAÇÕES ÀS MULHERES CRISTÃS - LB Adultos EBD/CPAD- Lição 03 - 3º Trim./ 2015 - Subsídio Teológico
Neste estudo do segundo capítulo de 1 Timóteo veremos alguns versículos chaves para a caminhada cristã. Este segundo capítulo de 1 Timóteo é curto em sua extensão, mas rico em seus ensinamentos, podemos tirar muitos estudos deste capítulo.
ORAÇÃO POR TODOS OS HOMENS
I Timóteo 2.1. “Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões, e ações de graças, por todos os homens;” (v.1).
Aqui notamos que a oração é uma serie de quatro palavras (Filipenses 4.6 tem três delas e Efésios 6.18, tem duas). E a forma como Paulo enfatiza de que a oração deve interpretar-se como favorecendo a todos os homens, e de forma particular aqueles que estão exercendo autoridade.
A oração deve ser praticada na vida e deve ser a vida praticada. A oração não está divorciada de toda a completude da existência humana (vs. 1-8). Somos vagarosos quanto à prática da oração por isso somos exortados a orar.
Os exercícios religiosos que o apóstolo aqui ordena mantêm e fortalecem em nós o culto sincero e o temor de Deus, bem como nutrem a consciência íntegra de que falamos anteriormente. O termo, portanto, é então perfeitamente apropriado, visto que essas exortações se deduzem naturalmente do encargo que ele pusera sobre Timóteo.
“antes de tudo…”
Esta expressão, quer nos indicar que como redimidos, pessoas alcançadas pelo evangelho, não podemos levar uma vida a parte de Deus, ou seja, devemos levar tudo a Deus em oração, pois isto, quer dizer que estamos agindo em conformidade com o ensinamento de Jesus Cristo quanto ao reino, que deve ser buscado em primeiro lugar, acima de qualquer um de nossos próprios interesses. Sem Jesus Cristo nada podemos fazer, “antes de tudo” significa que nossas vidas estão em comunhão com Deus, mediante Jesus Cristo, seu Filho e venha o que vier, o reino de Deus tem o melhor lugar em nossas vidas e existências. A oração deve ser a prática diária da devoção cristã, no culto a Deus.
Como Paulo enfoca a questão da oração?
Primeiramente, ele trata da oração pública e de sua regulamentação, a saber: que ela deve ser feita não só em favor dos crentes, mas em favor de todo o gênero humano. É possível que alguém argumente: “Por que devemos preocupar-nos com o bem-estar dos incrédulos, já que não mantêm nenhuma relação conosco? Não é suficiente que nós, que somos irmãos, oremos uns pelos outros e encomendemos a Deus toda a Igreja?” Paulo se põe contra essa perversa perspectiva, e diz aos efésios que incluíssem em suas orações todos os homens, e não as restringissem somente ao corpo da Igreja.
Proseucai (Proseuche) é o termo grego geral para todo e qualquer tipo de oração; e (deeseis) denota essas formas de oração nas quais se faz alguma solicitação específica. Portanto, essas duas palavras se relacionam como o gênero e a espécie. (Enteuxeois) é o termo usual de Paulo para as orações que oferecemos em favor uns dos outros, e o termo usado em latim é intercessiones, intercessões. Platão, contudo, em seu segundo diálogo intitulado, Albibíades, usa a palavra de forma diferenciada para denotar uma petição definida, expressa por uma pessoa em seu próprio favor.
“…exorto que se use a prática de súplicas,(deprecações) orações e intercessões, ações de graças por todos os homens…” Esta é uma grande verdade a ser reafirmada por cada crente em Jesus Cristo. A oração é uma prática vital na vida dos verdadeiros adoradores que adoram o Pai em espírito e em verdade. Não se pode pensar a vida com Deus sem a prática da oração, pois este é o meio pelo qual ele providenciou para que nos comuniquemos com este Deus que se revela e fala com o homem. É o nosso contato pessoal com a Trindade.
Súplicas
A oração como súplica, não é a oração do almoço, “curta e breve”, esta é a oração do gemer da alma diante de Deus, é a oração do Getsêmani, onde o crente está na prensa de azeite perante o Senhor. Nesta oração, a alma convulsiona-se em dores pelo pecado, pelo sofrer que a tentação provoca, em apertos por causa da doença, da escassez, até mesmo pela própria consciência privada da presença de Deus. É uma oração da qual não se tem pressa de sair até que Deus atenda o suplicante. Esta foi a oração de Ana, Davi (Sl 51), de Cristo no Getsêmani.
Intercessões
São orações onde nos colocamos na brecha por uma vida, e ali diante de Deus você clama e se doe por aquele vida. Isso também retrata o próprio amor de Cristo por nós pecadores, ele se colocou na brecha por nós e por isso é nosso mediador.
Ações de graças: são orações de agradecimento a Deus. Muitas vezes chegamos diante de Deus só para pedir, mas aqui Paulo lembra a importância de ser grato a Deus por todas as coisas.
Ações de graças
Sobre o significado de ações de graças não há nada de obscuro, pois ele não só nos incita a orar a Deus pela salvação dos incrédulos, mas também a render graças por sua prosperidade e bem-estar. A portentosa benevolência que Deus nos demonstra dia a dia, ao fazer “seu sol nascer sobre bons e maus”, é digna de todo o nosso louvor; e o amor devido ao nosso próximo deve estender-se aos que dele são indignos.
A oração como ações de graça não se limita ao “muito obrigado pelo pão de cada dia”, por isso e por aquilo, mas é a oração, na qual, o filho de Deus se faz grato ao Senhor por quem Ele é, não pelo que ele pode conceder para a manutenção da existência humana, quer física, quer espiritual.
“por todos os homens”. O termo “todos” aparece quatro vezes entre os versículos 1-6, o qual demonstra tanto a extensão das orações como do amor de Deus.
Essas orações devem ser feitas por todos os homens e por reis (o que hoje seriam presidentes e governantes também) e todos que exercem algum tipo de autoridade. Essas orações serão bem recebidas por Deus em nosso favor, e nos ajudará a ter uma vida mais tranquila, com piedade e respeito.
Todos os magistrados daquele tempo eram ajuramentados inimigos de Cristo, de modo que se poderia concluir que eles não deviam orar em favor de pessoas que viviam devotando toda a sua energia e riquezas em oposição ao reino de Cristo, enquanto que, para os cristãos, a extensão desse reino, e de todas as coisas, é a mais desejável. O apóstolo resolve essa dificuldade e expressamente ordena que orações sejam oferecidas em favor deles.
A SALVAÇÃO DE TODOS
“Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade.” (v.3,4). Nestes versos, podemos ver que Deus deseja salvar pecadores. “…o qual deseja que todos os homens sejam salvos…”.
Isto é agraça, inaudita, imensurável, inexplicável graça pela qual os pecadores são salvos, redimidos, reconciliados com Deus por Cristo Jesus, o salvador. Este é um argumento que parte de um efeito observado em direção à sua causa. Pois se “o evangelho é o poder de Deus par a salvação
de todo aquele que crê [Romanos 1:16], então é justo que todos aqueles a quem o evangelho é proclamado sejam convidados a nutrir a esperança da vida eterna.
A MANEIRA DE SE VESTIR DAS MULHERES CRISTÃS
I Timóteo 2.9 e 10 –“Quero que as mulheres se vistam de maneira decente, com simplicidade e bom senso...”. Nestes versos que seguem, Paulo instrui Timóteo quanto ao proceder e comportamento da mulher, no culto e na vida. Quanto ao vestuário o apóstolo ensina a modéstia, a simplicidade e o bom senso, no entanto, estas instruções dizem respeito ao combate da sensualidade e da exposição da mulher nas matérias de sexualidade, ou seja, o comportamento da mulher, tal como seu falar, proceder devem estar resguardados de qualquer cunho sensual e que venha enveredar-se pela sexualidade pagã.
As mulheres também devem refletir a santidade em suas vidas. A mulher não deve chamar atenção para si com a sua aparência física, mas pelas suas boas obras deve mostrar a sua piedade (2:9-10; veja 1 Pedro 3:1-6).
Acerca das mulheres cristãs
Como cristãos, nosso comportamento define o tom de como os outros nos veem e dão valor a nossa fé. Sendo modesto em nossa aparência é tão grande testemunha para aqueles que nos rodeiam como as nossas ações e as nossas palavras.
O principal desejo da mulher cristã não é colocar seu corpo em exposição, mas para refletir seus valores cristãos. Sua aparência e vestido não deveria dizer: “Olhe para mim, me admirem”, mas sim, “Cristo vive em mim e me mudou de dentro para fora”. Se essa mudança ocorreu, então não há necessidade de chamar a atenção imprópria à aparência externa.
Praticamente todos nós somos influenciados pelas aparências, mas precisamos manter a aparência em perspectiva.
As mulheres cristãs de qualquer idade precisam pensar em como elas se vestem e da maneira que elas interagem com aqueles que as rodeiam, especialmente com os homens.
Os homens são estimulados pela visão. É por isso que Jesus disse aos homens do Seu tempo, “Eu, porém, vos digo que todo aquele que olhar para uma mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela.” (Mateus 5:28).
Será que Paulo estava sendo muito durão com as mulheres?
Pode parecer que Paulo esta sendo preconceituoso em relação as mulheres, mas não é verdade, pois em algumas passagens bíblicas o próprio Paulo aconselha as mulheres a ensinarem a outras mulheres, e Paulo também foi grande amigo de Priscila,que trabalhou com seu marido ajudando Paulo a divulgar o evangelho de Cristo (Tito 2.3-5; Atos 18.26).
Porém se analisarmos estas duas passagens de Tito e Atos, em Tito as mulheres estavam sendo aconselhadas a ensinarem jovens mulheres casadas e em Atos, Priscila ajudou, auxiliou, seu marido Áquila a ensinar sobre o caminho (Jesus Cristo), para um homem que pregava a palavra com ousadia, porém lhe faltava o verdadeiro conhecimento da fé em Cristo Jesus Salvador.
A lei do silencio feminino.
“A mulher aprenda em silêncio com toda a sujeição. Pois não permito que a mulher ensine, nem tenha domínio sobre o homem, mas que esteja em silêncio. Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva. E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão; salvar-se-á, todavia, dando à luz filhos, se permanecer com sobriedade na fé, no amor e na santificação.” (1 Timóteo 2:11-15).
Muitos entendem que o conteúdo deste texto deve ser entendido à luz de um contexto sócio cultural e religioso muito particular. Outros veem neste texto uma orientação universal de Paulo, no âmbito da igreja, aplicável a todas as mulheres, de todos os tempos e de todos os lugares.
O que Paulo tinha em mente quando escreveu estas palavras? Quais eram as preocupações? Em que contexto foi escrito? Como é que este texto se integra no restante ensino bíblico acerca do mesmo tema?
A realidade da cidade de Éfeso – Onde Timóteo pastoreava.
Sabemos que, em Éfeso, cidade onde Timóteo se encontrava, havia mulheres sacerdotisas que lideravam rituais idólatras impregnados de imoralidade sexual, dos quais, o culto à deusa Artemis era o mais predominante. Não é difícil imaginar que falsos ensinos procedentes destes cultos pagãos tenham sido introduzidos na igreja, pelo que Paulo fez questão de estabelecer princípios que distinguissem claramente o procedimento das mulheres crentes do das anteriores. Este era, portanto, um problema muito concreto daquela igreja, naquele contexto cultural e religioso.
“A mulher aprenda em silêncio com toda a sujeição”. V. 11
A palavra traduzida como “silêncio”, não significa silêncio absoluto. Trata-se de um termo que implica tranquilidade e calma. Ou seja, sem alvoroço, sem desordem. Também noutro texto, Paulo faz eco da preocupação com a ordem e tranquilidade na igreja quando, diz: “faça-se tudo decentemente e com ordem”, sendo que esta exortação se aplicava, sem qualquer dúvida, tanto a homens como a mulheres (1 Coríntios 14:40). Portanto, a referência direta às mulheres, neste texto, parece dar a entender que a perturbação da ordem e calma teria origem no comportamento de algumas mulheres da própria igreja.
Mulheres no Novo Testamento e no ministério de Jesus.
Em um comentário anterior, eu escrevi sobre as mulheres que ajudaram a Jesus, e vou repetir um parágrafo aqui. “Os homens dominam a história do cristianismo. Passando pelos 12 apóstolos, que não incluíam uma mulher sequer, e culminando com Jesus, Filho e não filha.
Curiosamente, porém, são as mulheres que não só participaram como protagonizaram boa parte dos momentos cruciais da vida de Cristo. Da concepção à crucificação, enquanto homens traíam ou fingiam não conhecer o Messias, elas não se acovardaram diante das dificuldades.
Mas quem são essas mulheres e por que elas são importantes?
Como exemplo, pode ser citado At. 16:14, que trata da primeira conversão ao Evangelho ocorrida na Europa: “Certa mulher, chamada Lídia, vendedora de púrpura da cidade de Tiatira, e que servia a Deus, nos ouvia, e o Senhor lhe abriu o coração para que estivesse atenta ao que Paulo dizia”. Lídia e sua família foram grandes colaboradores de Paulo no ensino e na pregação da palavra.
Versículo 12: “Pois não permito que a mulher ensine, nem tenha domínio sobre o homem, mas que esteja em silêncio”.
Alguns estudiosos da Bíblia defendem que Paulo não está a falar de duas ações distintas –ensinar e exercer autoridade – mas a referir-se ao ensino como sendo um exercício de autoridade. Embora esta linha de interpretação seja a menos comum no tipo de construção gramatical que consta neste versículo, creem que, se não se interpretar dessa forma e considerarmos as duas ações de forma separada, como absolutos, surgirão dificuldades de coerência com o restante registo bíblico, nomeadamente no que respeita à possibilidade das mulheres ensinarem (David P. Kuske).
No entanto, se considerarmos que Paulo está referindo-se a duas ações diferentes, proibindo ambas, no âmbito circunscrito daquela igreja, naquela época e cultura, não é levantada qualquer dificuldade de coerência com o restante ensino bíblico. Quando, por outro lado, se pretende atribuir um caráter universal a estas proibições, aí sim, sente-se a necessidade de forçar a interpretação de que Paulo está falando sobre exercer autoridade através do ensino. O que, na minha opinião, também não faz jus aos demais registros bíblicos relativo à função do ensino e até mesmo da liderança.
A mulher na dispensação da graça
Foi Cristo quem restituiu à mulher a dignidade humana que lhe fora tirada, o direito de ter exigências espirituais. A partir dele, o lugar da mulher não se limitou mais ao lar doméstico.
Por isso, no grupo dos seus seguidores mais íntimos vemos muitas mulheres, principalmente galiléias.
Prof. Pr. Adaylton de Almeida Conceição – (Th.B.Th.M.Th.D.)
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BIBLIOGRAFIA
Adaylton de Almeida Conceição – Em Mulheres que ajudaram a Jesus
Davi Coelho – Estudo em 1 Timóteo.
João Calvino – 1 Timóteo capitulo 2
Ruben Couto – Consagração das mulheres ao pastorado
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