As Mudanças dos Valores Morais
23 de Agosto de 2015
TEXTO DO DIA
“Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos instruir, juízes da terra” (Sl 2.10).
SÍNTESE
Acima das leis humanas, está a Lei de Deus. Quando as primeiras atropelam a segunda, a Igreja precisa sempre obedecer ao Senhor, e não aos homens.
TEXTO BÍBLICO
Romanos 13.1-7.
1 — Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus.
2 — Por isso, quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação.
3 — Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela.
4 — Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus e vingador para castigar o que faz o mal.
5 — Portanto, é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente pelo castigo, mas também pela consciência.
6 — Por esta razão também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo sempre a isto mesmo.
7 — Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra.
INTRODUÇÃO
As leis que visam regulamentar a prostituição como atividade profissional e tornar a “união civil entre pessoas do mesmo sexo” reconhecida pelo Estado não pretendem outra coisa senão uma mudança na concepção dos valores morais.
O proselitismo homossexual, inclusive com o patrocínio do Estado, já é uma realidade. O que será das novas gerações? Quais valores morais orientarão a vida das futuras famílias? A lição de hoje tem como objetivo discutir o papel da igreja em relação a esse contexto.
I. A EXISTÊNCIA DOS VALORES MORAIS DESDE O PRINCÍPIO
1. O ilusório sonho de um mundo sem valores morais.
A mentalidade moderna acostumou-se à ideia de que um mundo melhor só será possível quando não mais houver nenhum valor moral, nenhuma regra e quando cada um puder andar conforme os seus caprichos. Já houve um tempo assim na história de Israel e, podemos seguramente dizer, não deu certo (Jz 21.25). Nessa época houve a necessidade de o Senhor levantar os juízes para orientar o povo (Jz 2.10-23).
2. A existência dos princípios em um mundo perfeito.
Ainda no Éden, em meio a um mundo perfeito, o Criador orientou o casal progenitor, oferecendo-lhe uma constituição que é básica para qualquer sociedade até os dias atuais:
a) Deveres: “E tomou o Senhor Deus o homem e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar”.
b) Direitos: “E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim comerás livremente,”
c) Restrições/Proibições: “mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás;”
d) Punições: “porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás”.
Adão e Eva não foram deixados à mercê da sorte ou de suas vontades próprias, mas receberam, da parte do Senhor, as necessárias normas para o seu viver e agir (Gn 2.15-17).
3. A luta humana contra a inclinação para o mal.
Ao primeiro assassino da história humana, disse o Senhor: “Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta, o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo” (Gn 4.7b — ARA). Séculos depois, o apóstolo Paulo falou de uma luta interior constante que existia em seu ser, de forma que mesmo querendo fazer o bem, não conseguia fazê-lo. Trata-se do poder do pecado, inerente à natureza humana (Rm 7.7-24).
Inclinados naturalmente ao mal, todas as nossas tentivas de livrarmo-nos, por nós mesmos e com mecanismos e exercícios puramente humanos, da maldição do pecado, é como tentar fugir da própria sombra. Precisamos do auxílio do Espírito Santo de Deus que nos ajuda e acompanha-nos em nossas fraquezas (Rm 8.26; 2Co 12.9). Na realidade, as práticas religiosas que têm como objetivo “proteger” as pessoas do pecado, redundam em fracasso e, invariavelmente, transformam muitos em orgulhosos que vivem a contar vantagem, pois acreditam ser eles mesmos a causa de seu próprio processo de santificação.
Pense!
Sendo o homem perfeito, como se explica o fato de Deus ter concedido um breve código legislativo a ele, mesmo antes da Queda?
Ponto Importante
Inclinados ao mal, precisamos da graça de Deus que, através do sacrifício de Jesus Cristo e da companhia do Espírito Santo, nos capacita a viver em santidade.
II. ALGUNS EXEMPLOS DAS ABSURDAS “NOVAS LEIS”
1. União civil entre pessoas do mesmo sexo.
Totalmente à revelia da própria Carta Magna, a constituição federal (que fala acerca do casamento ser entre um homem e uma mulher), ativistas políticos e judiciais propõem uma flexibilização no texto constitucional, conferindo status de família à união civil entre pessoas do mesmo sexo.
Para a aceitação popular da ideia, os programas, seriados e folhetins televisivos, sob o patrocínio do próprio Estado, fazem uma ampla divulgação, transformando-se em um verdadeiro proselitismo homossexual. Tal perversão é condenada na Bíblia do Antigo ao Novo Testamento (Gn 18.17-19.29; Lv 18.22; 1Co 6.10).
A aprovação do casamento homossexual visa institucionalizar o pecado, como se a legalidade pudesse fazer dessa atitude algo admirável. Nesse caso, a Palavra de Deus não apenas reprova quem pratica tais atos, mas inclui nessa mesma reprovação, os que os aprovam (Rm 1.32).
2. A homofobia.
O que eles denominam crime de homofobia é a aversão à homossexualidade. O cristão evangélico não tem aversão às pessoas, e sim aos seus pecados. Biblicamente, o homossexualismo é algo imoral e pecaminoso (Rm 1.26-32). Não podemos chamar o mal de bem (Is 5.20; 1Co 6.10,11). Não obstante, nossa condenação da prática do homossexualismo, é prudente lembrar que a incitação ao ódio e outras posturas de reconhecido teor de violência, não devem ser vistas entre aqueles que foram chamados por Deus e aceitaram a Palavra do Evangelho.
3. Entorpecentes e aborto generalizado.
Lamentavelmente, todos os dias, milhares de pessoas destroem suas vidas por causa das drogas. Portanto, a legalização de entorpecentes, como a maconha, por exemplo, é uma perversão total dos bons valores. É institucionalizar a destruição do próprio corpo (1Co 3.16,17). A prática criminosa do aborto é claramente condenada na Palavra de Deus (Êx 20.13), pois a vida pertence ao bondoso Criador (Dt 32.39; Ne 9.6; Jó 33.4),
A ilusória promessa de que o uso de drogas e a prática do aborto darão liberdade às pessoas, não leva em conta a questão do pecado e muito menos os efeitos físicos e psicológicos que tais abominações produzem. São muitos os prejuízos decorrentes desses crimes.
Pense!
É possível ser combativo em relação ao pecado sem incorrer na chamada homofobia?
Ponto Importante
As novas leis que tramitam no Congresso soam, a muitos desavisados, como um avanço social, mas na verdade subjugam o ser humano ao levá-lo a cometer crimes que, mesmo dentro da legalidade humana, continuarão sendo pecados graves.
III. A IGREJA PREPARADA PARA ENFRENTAR UM MUNDO DE VALORES INVERTIDOS
1. As autoridades como “ministros de Deus”.
Paulo fala sobre a submissão às autoridades, e afirma que elas foram constituídas por Deus (Rm 13.1-7). Evidentemente que o Criador não poderia deixar uma humanidade, divorciada dEle, fazer o que achasse correto (Gn 6.5; Rm 3.10). Assim, as autoridades foram instituídas por Deus — Paulo utiliza a expressão “ministro”, querendo dizer que elas são instrumentos do Senhor — para o bem da sociedade e, ao mesmo tempo, para punir o mal(Rm 13.4).
É nessa perspectiva que o apóstolo dos gentios instrui-nos a sermos obedientes às autoridades, até mesmo na questão tributária (Rm 13.6,7). Em outras palavras, Paulo fala de representantes do poder público que têm compromisso com o bem-estar social, com a manutenção da ordem, e servem para correção divina na terra (Rm 13.1,2).
Não obstante, fica a dúvida: E quando a “lei” humana contraria a vontade de Deus? Nesse caso específico, a nossa atitude deve ser a mesma dos apóstolos diante das autoridades religiosas, pois não se acovardaram quando lhes proibiram de pregar, antes responderam: “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens” (At 5.29b). Assim agiram também em relação às autoridades políticas (At 24.1—26.32). Aliás, o fato de padecerem perseguições era motivo de alegria para os primeiros crentes (At 5.40,41).
2. A inversão dos papéis pelos legisladores.
Pelos poucos exemplos das leis absurdas que citamos concluímos que, infelizmente, os que deveriam servir como “ministros de Deus” preferiram desobedecer tal chamado e passaram a defender o indefensável. Nesse particular, a igreja não pode curvar-se à imoralidade, ainda que essa tenha sido institucionalizada (Dn 3.1-30; 6.1-27).
Infelizmente esse é o cenário que temos diante de nós ainda nesse início de século. O que será das gerações futuras? Qual referência de família elas terão? Como podemos ajudá-las?
3. Uma real e dolorosa conclusão.
Diante do exposto, perguntamos: “Será que, em vez de ficarmos unicamente tentando evitar que determinadas leis sejam aprovadas — uma vez que mais cedo ou mais tarde elas acabarão sendo uma realidade —, não deveríamos ensinar a igreja a lidar com tais situações?”.
Tal raciocínio está não apenas correto, mas também é bíblico, pois o próprio Cristo disse: “bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós” (Mt 5.11,12). Tal constatação leva-nos a refletir acerca da verdade de que, mesmo lutando contra o pecado, não poderemos deter a marcha insana do mal no mundo (Sl 11.3). O que podemos fazer?
Para enfrentarmos os tempos trabalhosos prenunciados pelo apóstolo dos gentios (2Tm 3.1-5; 4.1-5), uma das medidas mais eficazes consiste em solidificar nossos valores cristãos, através de um vigoroso e qualitativo programa de educação cristã na igreja local (At 2.42; 5.42; 15.35; 16.4,5: Ef 4.11-16; 6.4; 2Tm 2.2; 3.14-17).
Pense!
Enquanto cristãos, como proceder caso tais leis sejam aprovadas?
Ponto Importante
A conclusão de que, cedo ou tarde, tais leis serão aprovadas, leva-nos a pensar em formas de, ainda que não aceitando, conviver com tais práticas pecaminosas.
CONCLUSÃO
Precisamos, independentemente das circunstâncias, estar preparados até mesmo a sofrer prisões e outros tipos de crueldade por amor a Cristo (Jo 16.2; Fp 1.29). Demonstremos amor pelas pessoas que não servem a Deus, mas sejamos rigorosos com os atos imorais, pois para isso nos chamou o Senhor (Ef 5.11).
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