Judas Iscariotes, Um Apóstolo Dominado Pela Carne
1 de novembro de 2015
Texto Áureo
“Ora, tudo isso lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos”. 1 Corintios 10.11
Verdade Aplicada
Existem pessoas que começam bem, mas terminam mal. O importante não é como começamos, mas como iremos terminar a nossa trajetória nesta vida.
Textos de Referência.
16 Homens irmãos, convinha que se cumprisse a Escritura que o Espírito Santo predisse pela boca de Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam a Jesus;
17 Porque foi contado conosco e alcançou sorte neste ministério.
18 Ora, este adquiriu um campo com o galardão da iniquidade; e, precipitando-se, rebentou pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram.
19 E foi notório a todos os que habitam em Jerusalém; de maneira que na sua própria língua esse campo se chama Aceldama, isto é, Campo de Sangue.
Introdução
Judas foi o escolhido por Jesus para ser um dos doze. Desfrutava da comunhão, expulsava demônios e curava os enfermos (Mc 6.7). Mas, seu coração foi vencido por Satanás, passando da condição de herói à de vilão (Lc 22.3).
1. Judas, o traidor.
Judas foi um privilegiado. Ele fez parte do seleto grupo escolhido por Jesus. Mas durante a sua caminhada algo terrível aconteceu. Judas passou a roubar, tornou-se ganancioso e foi contado como o maior traidor da história.
Um fator nos é obscuro no Novo Testamento é o momento da vocação de Judas como discípulo de Jesus, visto que seu nome figura sempre o último nas listas apostólicas, como que em repúdio à sua vergonhosa carreira (Mt 10.4). Acredita-se que o traidor tenha conhecido Jesus quando este anunciava o Evangelho pela Judeia. Talvez ele estivesse nas proximidades do Jordão na ocasião do batismo de Jesus. É possível também que Judas tenha sido despertado e atraído pela fama de Jesus. Ou até mesmo, que tenha conhecido o Mestre ao buscar um de Seus milagres. Todas essas suposições são plausíveis. Porém, as Escrituras não nos fornecem o registro do momento em que Judas foi vocacionado como discípulo, apenas que era um dos doze (Mt 10.4; Jo 6.70).
1.2. As reais convicções de Judas.
Como explicar o desiquilíbrio pessoal de Judas, se ele durante três longos anos testemunhara tanto as riquezas dos ensinamentos quanto a sublimidade dos milagres realizados por Jesus? Judas possuía profundas convicções de que Jesus não era um mentiroso, nem tampouco um impostor (Mt 26.1, 2). Alguns expositores afirmam que Judas se decepcionou e, por esse motivo, traiu o Mestre. Esperava um Messias de acordo com a ideologia de seu povo e, no princípio, até se admirou dele. Porém, essa admiração passou com o tempo e assim, o vendeu para os judeus.
1.3. Por que Jesus escolheu a Judas?
Se Jesus sabia que Judas iria traí-lo, por que o chamou? Deus nunca obrigará ninguém a servi-lo ou obedecê-lo. Ele dá as opções e nós tomamos as decisões (Dt 30.19). Não somos robôs ou máquinas sem capacidade de pensar ou agir. Ele nos fez seres inteligentes e racionais, Ele deu a cada um de nós a capacidade de escolha (livre arbítrio). Até mesmo quando Ele nos escolhe e comissiona, deixa a nosso critério a fidelidade ou a traição. Temos a capacidade de observar o mal e dele não fazer parte. Ninguém nasce perdido, ninguém nasce obrigado a fazer o que não quer, todos fazem suas opções. Jesus não se enganou a respeito de Judas. Foi Judas quem se enganou a respeito de Jesus (Jo 6.70; 13.24-30).
2. Quando o profano vence o santo.
A Bíblia nos fornece a resposta da transformação radical no caráter de Judas: a entrada de Satanás em sua vida (Lc 22.3). O que nos resta agora é procurar por onde Satanás penetrou; qual parte de sua vida não estava selada e por onde Satanás encontrou legalidade para atuar e destruir sua vida.
2.1. Entrou, porém, Satanás.
Satanás entrou e essa declaração diz tudo. É difícil acreditar como uma pessoa que dormia ao lado de Cristo se deixou possuir inteiramente por Satanás, Mas, infelizmente, esta é a única palavra que explica uma traição tão absurda como a de Judas. Quando Satanás penetra em uma vida, nada mais é como antes. E ele só precisa de uma pequena brecha para entrar (1Pe 5.8). Primeiro, ele matou as certeiras convicções de Judas, depois, roubou sua simplicidade e santidade, e, por fim, conduziu Judas ao extremo de eliminar a própria vida (Jo 10.10).
Judas esteve aos pés de Jesus vivendo um verdadeiro clima celestial. Quando Jesus proferia Suas parábolas, ele fazia parte do grupo que as compreendia (Mt 13.11). Mas a verdade não criou raízes em sua vida como na de seus companheiros (Jo 14.6). Da mesma maneira Satanás tramou na eternidade, ele seduziu Judas a tramar na Terra. O diabo não se firmou no céu ao lado de Deus e Judas não se firmou na Terra ao lado de Jesus. Judas mentia, roubava e tramava contra o Mestre. Ele, desde o princípio, também não se firmou na verdade.
2.3. A porta de entrada de Satanás.
João denuncia que Judas era ladrão. Jesus sabia, mas talvez esperasse que Judas caísse em sie tomasse uma posição quanto àquilo que minava sua vida espiritual (Jo 12.6). É certo que entre os doze deveria surgir o traidor, mas não significava que fosse Judas (Jo 13.21). Mas foi exatamente esse que Satanás conquistou, alimentando sua fútil ganância pelo dinheiro e foi por dinheiro que ele vendeu seu mestre (Mt 26.14-16). É interessante, mas ele vendeu a única pessoa que poderia comprá-lo. Judas jamais permitiu que os ensinamentos de Jesus moldassem seu caráter. Mesmo convivendo diariamente com a verdade, ele conseguia viver de mentira! Mesmo andando com a vida, ele se mantinha morto. Estando ele andando no caminho, ainda assim se desviou dele.
Durante muito tempo, Judas foi alimentado pelo sucesso de estar ao lado da maior figura em destaque de sua época. Mas não o entendeu, não assimilou Seus ensinamentos e se deixou vencer pela cobiça (Jo 12.6). Porém, ao cair em si e ver o quanto estava errado, Judas ainda poderia ir ao Mestre, mas o peso de sua traição e a acusação do inimigo contra si foi tão grande que a única porta que encontrou para escapar foi a da morte (Mt 27.5; Jo 10.9).
3.1. O pior negócio da história.
Ludibriado por Satanás, Judas abriu mão da única pessoa que poderia perdoá-lo e ajuda-lo (1Jo 14.6). Judas vendeu Jesus por trinta moedas que jamais usou. Sua ficha só caiu quando as moedas estavam em suas mãos. Ele até tentou desfazer o negócio, pois entendeu que aqueles religiosos eram falsos e enganadores, mas eles pioraram sua situação dizendo: “Que nos importa? Isso é contigo” (Mt 27.4) Satanás age assim. Ele usa pessoas para nos influenciar nas áreas que nos domina e depois, quando erramos, ele usa esse erro para nos envergonhar e nos escravizar.
3.2. O prêmio da iniquidade.
Não podemos esquecer que iremos colher o que semeamos, seja bom ou mau (Gl 5.16). Judas recebeu o prêmio de sua insanidade (At 1.17, 18ª). É isso que o inimigo promove na vida daqueles que se deixam seduzir por ele. Não existe recompensa alguma na traição. O galardão da iniquidade é a perda total da moralidade. Judas não ficou com Jesus, não usufruiu o dinheiro e sequer teve apoio dos judeus (Mt 27.3-5).
3.3. Um alerta para quem serve a Deus.
Em Provérbios 30.19, Agur nos fala sobre o caminho da cobra na penha. Uma representação de um coração duro (penha – pedra), onde a cobra (Satanás) passeia livremente. A cobra é um animal debilitado de visão e, para se orientar usa a língua como um sensor. Essa saliva deixa um odor que marca o território onde passou. Para retornar, ela se guia por esse odor e, se o local por onde passou estiver limpo, ela jamais encontrará o caminho de volta. Judas foi escolhido por Jesus, mas foi Satanás que entrou em sua vida. Por que? Ele não limpou o terreno de sua alma. Havia nele uma marca de Satanás, a mentira, e foi por aí que Satanás não somente retornou, mas tomou posse dele por inteiro (Mt 12.43, 45).
Conclusão.
O que Judas tanto cobiçou não teve valor algum quando esteve em seu poder. Esta pode ser a surpresa de muitas pessoas que se deixam enredar pelos desvarios da própria alma. Judas começou bem, mas terminou muito mal. O importante não é como começamos, mas como iremos terminar.