Desemprego em alta, competitividade acirrada, prazos cada vez mais exíguos para cumprir tarefas complexas… As pressões diárias do mercado estão consumindo a saúde do trabalhador, dizem pesquisadores. Há tempos encontrou-se uma relação entre o estresse laboral e o aumento da incidência de males cardíacos. Agora, cientistas da Universidade Médica de Gangzhou, na China, constataram também uma forte associação com derrame, incluindo o acidente vascular cerebral (AVC).
O estudo, publicado na revista Neurology, da Academia Americana de Neurologia, foi feito com dados de 138.782 pessoas que participaram de seis pesquisas epidemiológicas realizadas na Suécia, na Finlândia, no Japão e nos Estados Unidos. Ao longo de três a 17 anos, elas foram acompanhadas e seus registros médicos, coletados. Os cientistas, então, classificaram os empregos em quatro grupos, baseados no nível de controle que os trabalhadores tinham sobre suas atividades e a dificuldade que enfrentavam, como prazos apertados e desgaste mental. Horas de trabalho e demandas físicas não entraram na conta.
As categorias criadas foram: trabalho passivo (baixa demanda e baixo controle, como artesãos e zeladores), baixo nível de estresse (baixa demanda e grande nível de controle, como cientistas e arquitetos), alto nível de estresse (alta demanda e pouco controle, como garçons e enfermeiros) e trabalhos ativos (alta demanda e alto controle, como médicos, professores e engenheiros). Nos seis estudos epidemiológicos avaliados, entre 11% e 27% dos participantes encaixaram-se na categoria de alto nível de estresse.
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