"O Parlamento será acionado na quarta-feira sobre um projeto de lei prorrogando o estado de emergência por três meses", declarou Hollande, que também anunciou que a Constituição será revisada para permitir aos poderes públicos "agir contra o terrorismo de guerra".
Além disso, o chefe de Estado anunciou que irá encontrar nos próximos dias seus colegas americano e russo, Barack Obama e Vladimir Putin, para formar "uma grande e única coalizão" contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI), que reivindicou os atentados que fizeram ao menos 129 mortos na sexta-feira à noite na capital francesa.
Ainda sobre a luta contra o EI, Hollande anunciou que a França irá "intensificar suas operações na Síria", após os ataques realizados domingo à noite contra Raqa, reduto do EI.
Ele ressaltou que o presidente sírio, Bashar al-Assad, "não pode ser uma solução para o conflito, mas o nosso inimigo na Síria é o Daech".
"O porta-aviões Charles de Gaulle será enviado na quinta-feira ao leste do Mediterrâneo, o que triplicará nossas capacidades de ação. Não haverá hesitação e nenhuma trégua", acrescentou diante do Parlamento.
Além do encontro com Putin e Obama, Hollande também anunciou que irá pedir ao Conselho de Segurança da ONU uma resolução destacando "a vontade comum de lutar contra o terrorismo."
Os atentados de Paris, que fizeram ao menos 129 mortos e mais de 350 feridos, "foram decididos, planejados na Síria, preparados e organizados na Bélgica e perpetrados em nosso território com a cumplicidade de franceses", detalhou o presidente, enquanto cinco dos sete terroristas já foram identificados.
Face ao trauma desses novos atentados, dez meses após o choque dos atentados contra a revista satírica Charlie Hebdo e a um mercado kosher, o chefe de Estado pediu aos franceses "perseverança, união, lucidez, dignidade" após esses "atos de guerra" que fizeram vítimas de 19 nacionalidades.
Sobre ações concretas na França, ele anunciou a criação de cerca de 8.500 postos para reforçar as forças de ordem e a administração da justiça.
"Nós erradicaremos o terrorismo porque nós estamos comprometidos com a liberdade, com a influência da França no mundo", concluiu o presidente Hollande, muito aplaudido pelos parlamentares, que logo depois entoaram o hino nacional, La Marseillaise.
Os atentados de Paris são os mais graves já realizado em solo francês.
Correio Braziliensehttp://rembrandtcarvalho.blogspot.com.br/2015/11/francois-hollande-fara-coalizao-com.html