Jesus Renova as Esperanças de João Batista
6 de dezembro de 2015
Texto Áureo
“Então, temerão o nome do SENHOR desde o poente, e a sua glória desde o nascente do sol; vindo o inimigo como uma corrente de águas, o Espírito do Senhor arvorará contra ele a sua bandeira”. Isaias 59.19
Verdade Aplicada
O Evangelho nos conduzirá a uma vida eterna e pacífica ao lado Daquele que um dia veremos face a face.
Textos de Referência.
Mateus 11.2-5, 11.
2 E João, ouvindo no cárcere falar dos feitos de Cristo, enviou dois dos seus discípulos,
3 A dizer-lhe: És tu aquele que havia de vir, ou esperamos outro?
4 E Jesus, respondendo, disse-lhe: Ide, e anunciai a João as coisas que ouvis e vedes:
5 Os cegos veem, e os coxos andam; os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho.
11 Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João Batista; mas aquele que é o menor no reino dos céus é maior do que ele.
Introdução
João Batista não foi isento de ser tomado pela incredulidade, pela dúvida e pelo medo. Sua prisão e seus últimos instantes de vida revelam que todos nós podemos oscilar diante de uma grande provação.
1. João Batista, preparador de caminhos.
A verdade pregada por João o levou para a prisão e, no cárcere, as esperanças de vida do profeta estavam por terminar (Lc 3.19,20). Sabendo que o tempo se findava, João envia seus discípulos a perguntar se Jesus era ou não o Messias (Mt 11.2,3).
1.1. João Batista, um profeta anunciado.
João não era um homem qualquer. Ele nasceu com a missão de preparar o caminho do Senhor e para isso teve que viver uma vida diferente, solitária e consagrada nos desertos de Israel (Is 40.3; Jo 1.23; Lc 1.76; 3.4). Durante toda a sua vida, João foi preparado espiritualmente para anunciar a salvação através do Messias e identifica-lo em Sua chegada, para depois sair de cena e deixar que Jesus realizasse Sua Missão (Lc 1.80; 19.10). Preparar o palco para que alguém possa brilhar não é tarefa fácil. João nasceu, viveu e morreu somente para esse fim. Jesus afirmou que entre os nascidos de mulher não houve homem igual a João Batista, isso devido a sua responsabilidade profética e submissão à vontade de Deus (Mt 11.11).
1.2. A mensagem profética de João.
Durante quatrocentos anos, a voz profética esteve interrompida e João fez com que essa voz renascesse outra vez. A mensagem de João era dura e denunciava intrepidamente o mal em qualquer lugar que o encontrasse (Mt 3.1-10). Se o rei Herodes pecava, contraindo um casamento ilegal e pecaminoso, João o reprovava. Se os saduceus e os fariseus, dirigentes da ortodoxia religiosa daquela época, estavam afundados em um formalismo ritualista, João os censurava. Se as pessoas comuns viviam afastadas de Deus, João lhes anunciava o arrependimento. João era uma luz acesa que denunciava a escuridão; uma cana agitada pelo vento do Espírito (Mt 5.14; 11.8).
1.3. A humildade de João Batista.
João apontava para além de si mesmo. Ele anunciava alguém maior que ele. João desfrutava de uma grande reputação e sua influência era enorme. Entretanto, dizia que não era digno sequer de desatar as sandálias daquele que havia de vir após ele, o que era o dever de um escravo (Mt 3.11). A atitude de João era negar-se a si mesmo e não atribuir a si mesmo glória. Sua única importância, tal como ele a entendia, era servir de indicador, isto é, anunciar a vinda daquele que havia de vir (Jo 1.19-23). João não somente era uma luz que iluminava o mal, uma voz que reprovava o pecado, mas, além disso, um sinal indicador do caminho para Deus.
2. A prisão de João Batista.
A prisão silencia a voz profética de João e surge uma grande dúvida em sua mente: Jesus é o Messias que havia de vir ou esperamos outro? João sabia que iria morrer e envia seus discípulos até Jesus para ter a certeza de que não lutou em vão.
2.1. A incrédula pergunta de João.
Quando jesus apareceu no Jordão, João disse: “Eis o cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo” (Jo 1.29). Logo em seguida, atestou: “eu não o conhecia, mas o que me mandou batizar com água, esse me disse: sobre aquele que vires descer o Espírito e sobre ele repousar, esse é o que batiza com Espírito Santo” (Jo 1.32, 33). Ele declara diante de todos que recebera de Deus um sinal para conhecer Jesus e não batizar o Messias errado. E, por fim, conclui: “E eu vi e tenho testificado que este é o Filho de Deus” (Jo 1.34). Pelo valor da pergunta feita em Mateus 11.3, podemos sentir a profunda escuridão que se apossava da alma de João naquele momento. Essa pergunta pôs à prova tudo o que havia vivido até então.
2.2. A poderosa resposta de Jesus.
Quando Jesus foi informado acerca do questionamento de João, não forneceu resposta direta, nem tentou convencê-lo de Sua divindade, Ele simplesmente respondeu com milagres e falou para os discípulos informa-lo acerca de tudo o que estava realizando (Mt 11.4, 5). Jesus sabia que João corria o perigo de ser vencido pela dor da incerteza. Sabia que mesmo sendo um homem de nível elevado de unção, João ainda estava sujeito a todos os sentimentos e paixões que são comuns a todos nós (Hb 4.15; Tg 5.17). A resposta de Jesus foi sobrenatural e é assim que Ele nos responde em tempos de grandes aflições (Jó 37.5).
2.3. Heranças do pecado adâmico.
O medo, a vergonha e a timidez são reações do pecado adâmico que se refletem em todos nós, seres humanos (Gn 3.8-10). Segundo os psicólogos, essas reações geralmente afloram nas horas de angústias e intensas dificuldades. O Medo pode gerar dúvida; e a dúvida, a incredulidade; e quando esta penetra, distorce toda a verdade das coisas espirituais (Hb 11.6). Não estamos falando da vida de um homem devotado, que viveu todo tempo em consagração, aguardando o momento certo de se revelar e cumprir sua missão. João sabia que Jesus era o Cristo, mas a prisão e a certeza da morte foram tão fortes que ele buscou ter a certeza de que não havia apresentado ao mundo um homem errado (Jo 1.29).
3. Renovando nossas convicções.
Quando as expectativas não acontecem de acordo com os planos, a frustração tenta se apossar e criar uma brecha para que o inimigo bombardeie a mente com pensamentos que contrariem os credos.
3.1. Lutando contra a esperança.
Entre a promessa e o cumprimento está a provação; ela é inevitável (Mt 6.34). Precisamos estar preparados para surpresas. Porque existem provações tão, difíceis que poderão abalar os alicerces de nossas vidas. A meta de Satanás é plantar uma semente de dúvida em nossa vida. João estava solitário e foi minado naquele cárcere. Por um momento, João se esqueceu de quem era e dos sinais que Deus lhe havia revelado (Jo 1.32-34). Quando estamos vulneráveis, somos alvos fáceis nas mãos do inimigo e ele não respeita pessoas ou lugares santos, sua meta é adulterar a verdade que recebemos de Deus. Devemos lutar por nossas convicções, mesmo que tudo diga o contrário (Rm 4.18).
3.2. O cumprimento de uma missão.
O cumprimento de uma missão poderá envolver sofrimento e morte (Jo 16.33). Temos muitos exemplos como: Jó, José, Daniel e seus três amigos, e muitos heróis da fé (Hb 11.37). Todos eles venceram, mas andaram por caminhos que jamais imaginariam. Servir a Deus e andar em conformidade com a verdade pode ser uma missão suicida. João hoje está na glória, mas aqui terminou o ministério com a cabeça em uma bandeja (Mc 6.7-29). Talvez João pudesse pensar que Jesus o salvasse sobrenaturalmente da prisão, mas isso não aconteceu. João terminou seu ministério, mas pagou um preço altíssimo pela verdade que anunciava.
3.3. Um Deus que nos conhece.
Quando Deus compra uma vida, já sabe até o seu último pecado. Deus não compra ninguém enganado (Jr 17.10). Deus vê o futuro, conhece nosso amanhã. Somos tolos em ficar prostrados pensando que tudo acabou. O diabo tem surrado muitas vidas com setas de culpa, pondo dúvidas nos corações e desestimulando a sua fé (Mt 13.19). Deus não pode ser enganado, nem tampouco compra uma mercadoria sem saber seu conteúdo e valor. Deus espera que nos coloquemos de pé e caminhemos em Sua direção (Mt 11.28).
Conclusão.
Seja qual for o problema, jamais esqueçamos que foi Ele quem nos formou e conhece nos mínimos detalhes (Sl 139.14-16). Um fabricante dá a garantia de um produto porque conhece os defeitos. João recorreu ao fabricante, reclamou sua garantia e Jesus não o decepcionou com a resposta (Mt 11.5).