Novos Céus e Nova Terra - Lição 12




“Porque eis que eu crio céus novos e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão” (Is 65.17).

No que concerne ao universo, os céus atuais darão lugar a “novos céus . A Terra que conhecemos será transformada em uma nova Terra . Deus criou “os céus”, ou o espaço sideral, com seus bilhões de corpos celestes, que incluem planetas, estrelas e galáxias, visíveis a olho nu ou através de potentíssimos instrumentos de observação, como os sofisticados telescópios. Diz a Bíblia: “Estas são as origens dos céus e da terra, quando foram criados; no dia em que o Senhor Deus fez a terra e os céus (Gn 2.4). “Quando vejo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que preparaste” (SI 8.3).
Os ímpios incrédulos, em sua arrogância, não admitem a existência de Deus (SI 10.4; 14.1). Mas a Palavra de Deus afirma, reafirma e confirma que “os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos” (SI 19.1). Não admitir ou não crer na existência de Deus é uma suprema loucura, que levará os ímpios à condenação eterna (Rm 1.20-22).
Mas esses céus , criados por Deus, de alguma forma, foram contaminados pela tragédia cósmica do pecado. O universo foi transtornado com a queda de Lúcifer, quando ele usou o livre-arbítrio concedido por Deus e se rebelou contra o Criador. A Terra, incluída nesse universo, foi a mais atingida, a ponto de se tornar “maldita” por causa da desobediência do ser humano, que deveria ser seu dominador e cuidador zeloso (Gn 3.17). Essa maldição decretada sobre a terra só será plenamente desfeita quando Deus instaurar os “novos céus e nova terra” (2 Pe 3.13).

I - Todas as Coisas Serão Renovadas

No plano divino, que a mente humana não pode entender nem alcançar pela inteligência ou sabedoria humana, está previsto que tudo o que foi transtornado pelo Diabo e pelo pecado será restaurado e transformado pelo poder de Deus, por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador. Essa restauração inclui a renovação de todas as coisas. “E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E disse-me: Escreve, porque estas palavras são verdadeiras e fiéis” (Ap 21.5 - grifo nosso). Os novos céus e a nova Terra serão destinados aos vencedores (Ap 21.5-7).

1. Deus Criou os Céus - O Espaço Sideral

Quando a Bíblia fala sobre “céus”, normalmente refere-se ao espaço sideral. No princípio, Ele criou “os céus”, mas o céu já existia. “Assim, os céus, e a terra, e todo o seu exército foram acabados” (Gn
2.1). Deus mandou Abraão olhar para “os céus” e contar as estrelas (Gn 15.5; ver Gn 19.24). Deus criou “os céus e a terra” em seis dias (Êx 20.11; ver Dt 4.19). Desse modo, há uma diferença entre “os céus”, do espaço sideral, e o céu, onde Deus habita, chamado de “os céus dos céus”. “Eis que os céus e os céus dos céus são do Senhor, teu Deus, a terra e tudo o que nela há” (Dt 10.14).

2. Por que os Céus Serão Renovados

Os “céus”, criados com a Terra, em seis dias, terão que passar por uma renovação divina. Qual o motivo? Por que Deus fará tamanha transformação no espaço sideral, em seus bilhões de corpos celestes, objeto da curiosidade e pesquisa dos astrônomos, astrofísicos e astronautas? A resposta pode ser extraída da revelação de Deus através de sua Palavra.
1) Por causa da ação do Diabo. Leiamos o que diz a Bíblia: “E, vindo outro dia, em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor, veio também Satanás entre eles apresentar-se perante o Senhor. Então, o Senhor disse a Satanás: De onde vens? E respondeu Satanás ao Senhor e disse: De rodear a terra e passear por ela” (Jó 2.1,2). Desde que foi expulso do céu, Satanás não tem onde pousar. Nem a chave de sua morada ele tem (Ap 1.18). Vive com seus anjos caídos, no espaço sideral, e tem predileção pelo planeta Terra, cenário de sua ação deliberada e maléfica contra Deus e contra o homem, sua “imagem e semelhança”. Satanás opera na esfera espiritual, em meio ao ambiente cósmico e entre os homens sem Deus. “E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados, em que, noutro tempo, andastes, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que, agora, opera nos filhos da desobediência” (Ef 2.1,2).
O Diabo é “o príncipe das potestades do ar”, e seu exército é numeroso, constituído de “principados”, “potestades”, “príncipes das trevas” e “hostes espirituais da maldade”, que são os protagonistas da “guerra espiritual” contra os filhos de Deus (Ef 6.12) e são responsáveis pelas tragédias espirituais, morais e físicas, contra o ser humano, provocando guerras, conflitos, violência, doenças, destruição de famílias, de casamentos, de lares, libertinagem, depravação e tudo o que é maléfico, na Terra. Mas sua ação abrange o cosmos, que inclui todos os planetas e estrelas. Dessa forma, “os céus” estão contaminados pelos efeitos espirituais maléficos da ação do Diabo. E precisam ser purificados.
2) Satanás será expulso do universo. Não é por acaso que Satanás procura incutir na mente das pessoas, inclusive de cientistas e pesquisadores, que existem seres “extraterrestres”, “mais evoluídos” que os homens; “discos voadores”, OVNIs, “civilizações” muito superiores à nossa! E os fazem gastar bilhões de dólares em pesquisas inúteis, em busca de “vida inteligente” em planetas distantes do nosso sistema solar. Com tais distrações científicas, ele consegue afastar mais ainda as pessoas da verdade emanada da revelação de Deus. Mas a ação do Diabo, com permissão de Deus, terá fim. Seu destino e habitação eternos já estão preparados (Ap 20.10). Jesus garantiu o destino do Diabo e seus seguidores caídos: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25.41).
3. A Renovação Divina dos Céus
Pelas razões descritas acima, os céus, ou o cosmos, precisam ser renovados pelo poder purificador de Deus, que irá restaurar todo o universo, expurgando os efeitos da presença do Diabo e seus anjos. Os “céus” atuais serão mudados: “Desde a antiguidade fundaste a terra; e os céus são obra das tuas mãos. Eles perecerão, mas tu permanecerás;todos eles, como uma veste, envelhecerão; como roupa os mudarás, e ficarão mudados" (SI 102.25,26 - grifo nosso). Certamente, o universo não será destruído, como entendem alguns eruditos. Mas passará por um processo de mudança, livre dos efeitos da ação maligna. “E todo o exército dos céus se gastará, e os céus se enrolarão como um livro, e todo o seu exército cairá como cai a folha da vide e como cai o figo da figueira” (Is 34.4). Orando Boyer assim descreve essa renovação: “Haverá um novo céu e uma nova terra, não no sentido de haver outro céu e outra terra, mas a nossa terra e os céus serão feitos novos. Como se diz acerca do pecador salvo: “E uma nova criação; passou o que era velho, eis que se fez novo” (2 Co 5.17), assim se dirá de tudo: As primeiras coisas são passadas [...] eis que faço novas todas as coisas (w. 4, 5 - Ap 21. 4,5)”.1
Haverá uma extraordinária transformação e processo purificador sem igual no universo: “Mas os céus e a terra que agora existem pela mesma palavra se reservam como tesouro e se guardam para o fogo, até o Dia do Juízo e da perdição dos homens ímpios. [...] Mas o Dia do Senhor virá como o ladrão de noite, no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela há se queimarão” (2 Pe 3.7,10 - grifo nosso). No Dilúvio, Deus enviou a grande catástrofe hídrica sobre o planeta. Na restauração cósmica, após o Juízo Final e prisão eterna de Satanás, Ele fará uma renovação, transmutando os elementos químicos que formam a terra e os planetas por meio do fogo divino. No início, na Criação, houve o “fiat lux”; no final, “os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão”. Assim, sem a presença do Diabo e seus anjos caídos, no espaço sideral, e principalmente sobre a Terra, os céus serão plenamente restaurados ao seu estado original.

II - Os Novos Céus e a Nova Terra

1. Em Cristo, Céus e Terra Serão Congregados

No plano de Deus para a Terra, Ele resolveu criar os seres humanos (Gn 1.27; 5.2). Em meio à imensidão do universo, o pequenino planeta, criado por Deus, foi o habitat escolhido pelo Criador para a existência do homem com propósitos maravilhosos. Mas, por causa da desobediência, não só o ser humano foi transtornado e prejudicado pelo pecado; os céus e o planeta também sofreram as conseqüências. A Terra foi a mais prejudicada, a ponto de tornar-se “maldita” (Gn 3.17). O homem, que deveria ser dominador, passou a ser dominado. Mas no plano glorioso para o planeta, Deus previu que essa maldição seria eliminada, quando da instauração dos “novos céus e nova terra” (2 Pe 3.13). Paulo demonstra que Deus, “segundo o seu beneplácito”, tomou a decisão “de tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra” (Ef 1.10 - grifo nosso). Certamente, não poderia ser diferente, pois “todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (Jo 1.3). E tudo é dEle, todas as coisas foram feitas por Ele e foram feitas para Ele (Rm 11.36).

2. Deus Criará Novos Céus e Nova Terra

“Porque eis que eu crio céus novos e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão” (Is 65.17). A História da humanidade, na Terra, é muito mais marcada pelas tragédias do que pelos êxitos e coisas boas. O período em que os homens eram dominados pela “lei do mais forte”, nos tempos passados, quando imperadores e reis tinham o poder de vida e de morte sobre todas as pessoas, quantas injustiças foram perpetradas! Quanto a Igreja de Jesus sofreu, na perseguição pelos judeus, após a ascensão de Cristo; como foi terrível a perseguição dos imperadores romanos; a perseguição pelas religiões, inclusive a Igreja Católica, que exterminou inocentes pelo fato de crerem em Cristo como Salvador, nas famigeradas “santas inquisições”! No século passado, a igreja de Jesus sofreu a perseguição cruel do comunismo ateu, que matou mais de 100 milhões de pessoas; do nazismo satânico, que exterminou milhões de judeus e de cristãos por causa de sua fé. Mas a igreja não se encurvou. O comunismo foi derrotado em sua própria terra. Só existe na cabeça de intelectuais materialistas, usados pelo Diabo para restaurar o regime mais tirânico que o mundo já viu.
O autor aos Hebreus resumiu o sofrimento cruel por que passaram os que iniciaram a igreja: “E outros experimentaram escárnios e açoites, e até cadeias e prisões. Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos a fio de espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados,aflitos e maltratados (homens dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, e montes, e pelas covas e cavernas da terra. E todos estes, tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa” (Hb 11.36- 39). Porém, com a restauração de todas as coisas, nos novos céus e na nova terra, não haverá lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão.
João viu o panorama divino e maravilhoso da nova realidade do universo e da terra: “E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe” (Ap 21.1). Uma das características que farão a diferença entre a terra atual e a “nova terra” é que não haverá mais oceanos. Os navios não serão mais necessários nem sua estrutura portuária. As águas não separarão mais os continentes. A topografia da terra voltará a ser como antes do Dilúvio. A ciência diz que só havia um continente, a “Pangeia”, ou Terra global. Os mares eram reduzidos. Certamente, haverá rios, lagos, lagoas, fontes, etc. Mas não haverá mais necessidade de mares. Glórias a Deus pelo seu poder insuperável no controle de todas as coisas.

III - As Duas Jerusaléns

Além de “novos céus e nova terra”, haverá também novas cidades, que serão as metrópoles-polo do novo governo universal, quando Deus implantará o “perfeito estado eterno”, que substituirá para sempre todas as chamadas “ordens mundiais” criadas pelo homem ou inspiradas pelo Diabo.

1. Nova Jerusalém

Será uma cidade celeste, preparada no céu, para ser morada dos salvos, redimidos por Cristo, depois de passarem pelo Tribunal de Cristo e as Bodas do Cordeiro. Eles virão com Cristo, na sua vinda em glória, participarão do Juízo Final ao lado do Supremo Juiz e viverão para sempre com Ele na eternidade. A “nova Jerusalém” tem aracterísticas jamais vistas na Terra.
1) Ela é preparada no céu. Sua arquitetura e estrutura são especiais, projetadas por Deus. “E eu, João, vi a Santa Cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido” (Ap 21.2); e será lugar de comunhão e relacionamento com Deus, dos que entrarem para o estado eterno. “E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus” (Ap 21.3). Os que forem arrebatados, na vinda de Jesus, não precisarão de moradas terrestres, com aposentos para as pessoas em estado natural. Não haverá cozinha, banheiro, quarto para dormir, quintais, nem casas muradas ou gradeadas, pois não haverá ne- nhum mal nem ímpios na gloriosa cidade. Os salvos terão corpos espirituais, semelhantes ao de Jesus ressuscitado (Fp 3.21). Quem for fiel até à morte terá o privilégio de conhecer e viver na Cidade Santa.
2) É uma cidade literal. Como um satélite, que pairará sobre a Terra, a nova Jerusalém desce do céu (Ap 21.10,24). Expressa uma realidade divina. Trata-se de uma grande cidade” (Ap 21.10), com um aspecto estético glorioso, jamais visto pelo homem. Ela “tinha a glória de Deus. A sua luz era semelhante a uma pedra preciosíssima, como a pedra de jaspe, como o cristal resplandecente” (Ap 21.11). Observemos o advérbio de modo como , sugerindo o aspecto dos “materiais” usados na construção da cidade. Nela há uma linda praça, no meio da qual atravessa o “rio da vida , com a árvore da vida em suas margens: No meio da sua praça e de uma e da outra banda do rio, estava a árvore da vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a saúde das nações” (Ap 22.2). “E disse-me mais: Está cumprido; Eu sou o Alfa e o Omega, o Princípio e o Fim. A quem quer que tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida (Ap 21.6). Há crentes, aqui, que nunca saíram de seu povoado. Lá desfrutarão das belezas celestiais.
3) Ela tem muro e doze portas. “E tinha um grande e alto muro com doze portas, e, nas portas, doze anjos, e nomes escritos sobre elas, que são os nomes das doze tribos de Israel. Da banda do levante, tinha três portas; da banda do norte, três portas; da banda do sul, três portas; da banda do poente, três portas” (Ap 21.12,13). O Supremo Arquiteto esmerou-se em dar beleza à construção da Cidade. “E as doze portas eram doze pérolas: cada uma das portas era uma pérola; e a praça da cidade, de ouro puro, como vidro transparente” (Ap 21.21). “E a fábrica do seu muro era de jaspe, e a cidade, de ouro puro, semelhante a vidro puro” (Ap 21.18). A cidade tem perímetro quadrado, com três portas de cada lado. São encimadas pelos nomes das doze tribos de Israel, numa prova de que Deus tem o cuidado de manter eternamente o pacto feito com Abraão, com Isaque e com Jacó. No final, o remanescente de Israel, representando toda a sua história e todo o povo eleito, será salvo (cf. Rm 9.27; 11.29). Governos e povos que são contra Israel estão sob maldição.
E os que o apoiam terão a bênção de Deus (Gn 12.3; Nm 24.9).
4) Os doze fundamentos da cidade. O muro tem bases significativas em termos proféticos. “E o muro da cidade tinha doze fundamentos e, neles, os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro” (Ap 21.14). Os nomes dos apóstolos nos fundamentos representam a Igreja de Cristo como “coluna e firmeza da verdade” (1 Tm 3.15), através da doutrina dos apóstolos” (At 2.42), que representa a mensagem do evangelho de Cristo. Como tudo na cidade santa tem a glória de Deus, os fundamentos também refletem essa glória. “E os fundamentos do muro da cidade estavam adornados de toda pedra preciosa. O primeiro fundamento era jaspe; o segundo, safira; o terceiro, calcedônia; o quarto, esmeralda; o quinto, sardônica; o sexto, sárdio; o sétimo, crisólito; o oitavo, berilo; o nono, topázio; o décimo, crisópraso; o undécimo, jacinto; o duodécimo, ametista” (Ap 21.19,20). A beleza da cidade é fora de tudo o que se pode imaginar. Só chegando lá é que poderemos ver o cuidado do Arquiteto divino em projetar tanto brilho e fulgor da cidade divina.
5) As dimensões da cidade. A cidade tem formato cúbico. E a cidade estava situada em quadrado; e o seu comprimento era tanto como a sua largura. E mediu a cidade com a cana até doze mil estádios; e o seu comprimento, largura e altura eram iguais. E mediu o seu muro, de cento e quarenta e quatro côvados, conforme a medida de homem, que é a de um anjo” (Ap 21.16,17). Doze mil estádios equivalem a 2.400 quilômetros. O comprimento, a largura e a altura da cidade têm a distância equivalente ao percurso de Recife a São Paulo. Quem desejar, pode calcular a sua área. As três dimensões iguais indicam a perfeição da cidade.
6) Na nova Jerusalém, não haverá mais tristeza. “E Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas (Ap 21.4). Desde sua criação, o motivo mais forte para a tristeza é a morte. Nas grandes cidades, ou nos pequenos lugarejos, sempre existe um cemitério, onde entes queridos são enterrados. Mas, na nova Jerusalém, a morte não mais existirá (Ap 20.14; 1 Co 15.26). Ninguém terá motivos para chorar. Hoje, há mais lágrimas do que riso. O sofrimento humano causado pelo pecado ultrapassa o suportável. Guerras, injustiças, violência, doenças, perseguições são alguns dos motivos porque tantos choram. Mas, na nova cidade, não haverá mais lágrimas.
7) Lá, não haverá templo. O “seu templo é o Senhor, Deus Todo -Poderoso, e o Cordeiro” (Ap 21.22). Aqui, os templos servem de lugar de adoração a Deus, onde os crentes se congregam. Na nova Jerusalém, todos estarão em sua presença por toda a eternidade. Deus e Jesus serão ao mesmo tempo o foco do louvor, não havendo limitação de espaço físico.
8) Não haverá “nem sol, nem lua”, nem noite (Ap 21.23). “E a cidade não necessita de sol nem de lua, para que nela resplandeçam, porque a glória de Deus a tem alumiado, e o Cordeiro é a sua lâmpada” (Ap 21.23). Será tamanha a glória de Deus, que, em toda a parte se verá sua luz, sem necessidade de sol, de lua ou de estrelas. Todo o espaço sideral será transformado. “E as suas portas não se fecharão de dia, porque ali não haverá noite” (Ap 21.25).
9) A Cidade pairará como um satélite. Ela descerá do céu (Ap
21.2); e servirá de fonte permanente de luz para as nações que restarão, no Milênio, aqui na Terra. “E as nações andarão à sua luz, e os reis da terra trarão para ela a sua glória e honra. [...] E a ela trarão a glória e honra das nações (Ap 21.24,26). Só quando estivermos na Cidade poderemos ver como as nações da terra se curvarão ante o poder, a autoridade e a majestade de Deus e do Cordeiro.
10) Lá, não haverá pecado. “E não entrará nela coisa alguma que contamine e cometa abominação e mentira, mas só os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro” (Ap 21.27); não haverá maldição contra ninguém (Ap 22.3); os corruptos já estarão no inferno; só os salvos viverão na Santa Cidade; todos os ímpios ficarão de fora (Ap
22.15). Diz o apóstolo Paulo: “Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o Reino de Deus” (1 Co 6.10). Todos os que praticam atos indignos aos olhos de Deus não terão acesso à nova Jerusalém. Seu lugar e destino é o inferno (ler SI 9.17).

2. A Jerusalém Terrestre

Como vimos, no capitulo 10, Jerusalém será a capital de Israel, e também a capital do mundo (Is 2.1-3; Is 60.3). Praticamente todas as leis e constituições têm sido influenciadas pelos conceitos materialistas da cosmovisão que despreza a Palavra de Deus. A partir do Milênio, todas as legislações perderão sua validade, e os povos terão que submeter-se à Lei de Deus.
As nações do mundo, para sobreviverem, terão que buscar o apoio de Israel, em sua capital eterna (Zc 14.16,17). Naturalmente, as nações se dirigirão a Jerusalém, por intermédio de representantes ou delegados credenciados para isso. Cumprir-se-á o que diz a Bíblia: Dizei entre as nações: O Senhor reina! O mundo também se firmará para que se não abale. Ele julgará os povos com retidão. Alegrem-se os céus, e regozije-se a terra: brame o mar e a sua plenitude. Alegre-se o campo com tudo o que há nele; então, se regozijarão todas as árvores do bosque, ante a face do Senhor, porque vem, porque vem a julgar a terra; julgará o mundo com justiça e os povos, com a sua verdade” (SI 96.10-13).
Diz um belo hino da Harpa Cristã: “Metade da glória celeste jamais se contou ao mortal”. De fato, tudo o que escrevemos em palavras humana é insuficiente para expressarmos a grandeza e a glória dos “novos céus” e da “nova terra . O que a Bíblia revela, afastando um pouco o véu da eternidade, não é a expressão plena da realidade que se descortinará aos olhos dos salvos em Cristo Jesus, que com Ele reinarão na nova Jerusalém. Por isso, vale a pena ser crente fiel, santo e dedicado a fazer a vontade de Deus.

Bibliografia

1 BOYER, Orlando. A visão de Patmos, p. 177.


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