A Instituição da Família
03 de Abril de 2016
TEXTO DO DIA
SÍNTESE
A instituição da família foi o primeiro projeto plural de Deus para a humanidade; com ela, o Senhor estabeleceu as bases da vida em sociedade.
TEXTO BÍBLICO
Gênesis 2.18-25.
18 — E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele.
19 — Havendo, pois, o Senhor Deus formado da terra todo animal do campo e toda ave dos céus, os trouxe a Adão, para este ver como lhes chamaria; e tudo o que Adão chamou a toda a alma vivente, isso foi o seu nome.
20 — E Adão pôs os nomes a todo o gado, e às aves dos céus, e a todo animal do campo; mas para o homem não se achava adjutora que estivesse como diante dele.
21 — Então, o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas e cerrou a carne em seu lugar.
22 — E da costela que o Senhor Deus tomou do homem formou uma mulher; e trouxe-a a Adão.
23 — E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada.
24 — Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.
25 — E ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se envergonhavam.
INTRODUÇÃO
Em toda narrativa bíblica, quando o Todo-Poderoso decidiu fazer algo significativo, Ele formou uma equipe. O próprio Jesus, sendo Deus, poderia realizar qualquer coisa sem a cooperação de outros, entretanto preferiu convocar doze indivíduos para, juntos, anunciarem as Boas-Novas de salvação. Aliás, o próprio Deus é Triúno (Pai, Filho e Espírito Santo). Assim, quando o Eterno pensou na vida na Terra, resolveu estabelecer um projeto plural para o homem, o qual não deveria estar só. Por isso, criou Eva, não objetivando que ela fosse igual a Adão, uma concorrente, mas que o auxiliasse e o complementasse. Com o homem e a mulher Deus instituiu a família — o centro de todo o desenvolvimento dos seres humanos (Gn 1.28). O objetivo de Deus era que a sua presença, por intermédio da primeira família, se expandisse, pois nesse ambiente de preparação para a vida em sociedade, eles conheceriam o Senhor e aprenderiam os fundamentos espirituais, morais e sociais para a plena realização humana.
I. UM PROJETO CHAMADO FAMÍLIA
1. O problema de estar só.
Há momentos em que o homem necessita ficar só. Isso, porém, não significa passar toda a sua vida isolado das outras pessoas. Adão, por exemplo, viveu sua fase de isolamento antes da chegada de Eva. Deus certamente queria que ele aprendesse algumas coisas. Aliás, em Lamentações 3.27,28 está escrito que “bom é para o homem suportar o jugo de sua mocidade; assentar-se solitário e ficar em silêncio; porquanto Deus o pôs sobre ele”. Assim, ficar sozinho durante alguns instantes para refletir sobre a vida, para orar, não significa viver em isolamento indefinidamente. Afinal, como dizia o poeta e pastor inglês John Donne, “nenhum homem é uma ilha”. Aliás, quando Deus viu o homem vivendo algum tempo sem companhia, afirmou que isso não era bom (Gn 2.18).
2. A solução para quem está só.
Adão tinha grandes responsabilidades no Éden (Gn 1.15), vivia confortavelmente, desfrutava de plena saúde, mas precisava de uma adjutora que lhe fosse idônea. E ninguém faz nada significativo estando só. Para resolver esse drama, o Senhor — enquanto Adão dormia — criou Eva e, após, trouxe-a para ele (Pv 18.22; 19.14). Isso nos revela uma verdade: é Deus quem dá o cônjuge. Esse foi o primeiro casamento. O Senhor sabia da necessidade de complementação e companheirismo que Adão tinha e criou uma estratégia perfeita, da própria substância de Adão, não do pó da terra, extraiu um novo ser. Havia, portanto, identidade entre eles. E, como se sabe, é preciso existir identidade (não igualdade) para haver complementariedade. Diz um sábio ditado africano: “Se quiser ir rápido, vá sozinho; se quiser ir longe, vá com alguém”. Isso serve perfeitamente para a vida em família. Para se ir longe, precisa-se seguir com alguém. E a família é a melhor companhia. A força da união familiar traz vida longa (Sl 128.3,6) e faz dos filhos flechas nas mãos do valente (Sl 127.4). Além de livrar o homem da solidão, a família pode levar o homem a conquistas impressionantes (Dt 32.30). Glória a Deus pelo seu plano maravilhoso.
3. A vida a dois.
Após um período solitário de espera, Adão foi presenteado com uma linda esposa. Eva complementava Adão física, emocional, intelectual e espiritualmente. No texto de Gênesis 2.23,24, pode-se perceber a alegria de Adão ao recebê-la. Ele agradeceu a Deus em forma de poesia, ao mesmo tempo em que fez uma declaração de amor eterno a Eva! Adão esperou em Deus (“dormia”) e isso valeu muito a pena. Você está disposto a esperar em Deus?
Pense!
Como resolver o problema humano da necessidade de companhia? Vale à pena esperar pelo tempo de Deus?
Ponto Importante
Há momentos em que é preciso estar sozinho, mas Deus nunca projetou uma vida inteiramente sem companhia para ninguém. Afinal, não é bom que o homem esteja só.
II. EM QUE CONSISTE A FAMÍLIA
1. A família é o ponto de convergência entre Deus e os homens.
Paulo compara o casamento entre homem e mulher à união entre Cristo e a Igreja (Ef 5.23-32) e isso ele faz porque a família é o ponto de convergência entre céu e terra. A constituição da família, no Éden, realizou um novo milagre na criação humana. Deus, de um (Adão), fez dois (Adão e Eva) e, com o casamento, de dois o Senhor tornou a fazer um (Gn 2.24 — o casal). Assim, uma vez unidos matrimonialmente, eles voltaram a ser vistos pelo Senhor como “uma só carne”. Deus estava firmando uma aliança com eles e Ele mesmo faria parte daquilo (1Co 7.39). Sua glória estaria presente. A partir da família, Deus trataria com os homens. Afinal, todos os projetos significativos de Deus são plurais. Envolvem a formação de uma equipe. É, pois, através da família que o Senhor ordena a bênção ao mundo.
2. A família é o campo de treinamento de Deus.
Observa-se claramente nas Escrituras que a família é o campo de treinamento usado por Deus para preparar o ser humano para as experiências da vida. A família é o microcosmo da vida social (Êx 2.7-9,11,12; Jz 11.1-3,11). Analisando cuidadosamente, vê-se que as experiências vivenciadas no seio familiar são preparações para o viver em sociedade.
Os conflitos familiares de José, por exemplo, foram indispensáveis para fazer dele um “sucesso” na casa de Potifar, na prisão e, por fim, no governo egípcio. A mesma coisa pode ser dita em relação a Isaque, Jacó, Davi, Paulo, eu e você. Que tal agradecer a Deus pela magnífica experiência de viver em família, mais especificamente, de viver na sua família?
3. A família é a única possibilidade de realização total do homem.
O rapaz e a moça jamais serão totalmente felizes se não estiverem em família. Deus mandou Jacó voltar para sua terra para poder reparar os erros do seu passado (Gn 31.3); o filho pródigo, também teve que retornar, a fim de curar as feridas familiares (Lc 15.17-19). De outra forma eles nunca seriam felizes, pois não existe felicidade solitária. Como o homem é um ser imperfeito, carente de complemento, ninguém conseguirá ser feliz fechando-se numa redoma de emoções egoístas. Como se sabe, não há peixes no mar morto porque ele apenas recebe água, mas nunca partilha o que tem. Em outras palavras, é preciso morrer para si mesmo, renunciar às paixões da alma, a fim de viver em prol de um projeto plural de Deus chamado família, para que o homem não fique só, parafraseando a ideia de Jesus em relação à semente (Jo 12.24). Da mesma forma que o crente não pode viver fora do corpo de Cristo, não existe realização pessoal total fora da família. Seja na casa dos pais, enquanto solteiro, ou no momento de criar um novo núcleo familiar, quando deverá ter o seu próprio espaço geográfico (casa), o jovem somente alcançará o centro da vontade de Deus se estiver vivendo em família, dentro dos princípios traçados pelo Senhor.
Pense!
O que fazer quando não estamos gostando da vida em família? Ir embora ou permanecer sendo moldado por Deus?
Ponto Importante
A família é o campo de treinamento que Deus usa para nos preparar para a vida. É o microcosmo da vida social.
III. ENSINAMENTOS RECEBIDOS NA FAMÍLIA
1. É na família que se cresce enquanto ser humano.
Nesse grande laboratório divino, o homem conhece a si mesmo. É ali que as aptidões são desenvolvidas. Jesus, certamente, tornou-se carpinteiro por causa da profissão de seu pai José. A mesma coisa deve ter acontecido com os filhos de Zebedeu, Tiago e João, que eram pescadores. Com o crescimento pessoal, aprende-se a ser forte, bem como a superar os obstáculos da vida. Esse processo aconteceu com João Batista (Lc 1.80), com Jesus (Lc 2.39,40,52) e também acontece com cada pessoa. Esse é o projeto de Deus.
Para existir crescimento, porém, é necessário admitir as tensões. Se nos lares houvesse apenas “paz e amor”, as pessoas entrariam em choque com a realidade da vida “exterior”. Por tal razão, nas famílias sempre existem conflitos interpessoais. Alguns crônicos, outros não, pois é na ambiência da tempestade que as árvores fincam mais fortemente suas raízes no solo.
2. É na família que aprendemos a depender dos semelhantes.
É interessante como o bebê humano somente sobrevive se houver intervenção dos pais. Ele precisa aprender com outra pessoa a fazer quase tudo, diferentemente do que acontece com os animais irracionais, os quais, em regra, sobrevivem praticamente sozinhos, pois foram dotados de estrutura genética e psicológica distinta. Na família aprende-se o mandamento de que precisamos do outro para viver (Ec 4.9,10). Impressionante como Caim se esqueceu disso, pois em Gênesis 4.9 Deus perguntou a ele sobre Abel, ao que respondeu: “[...] não sei; sou eu guardador do meu irmão?”. Ele era exatamente o guardador de Abel, mas a rivalidade o cegara. Todos nós somos guardadores uns dos outros. Para isso Deus nos colocou em família.
3. É na família que conhecemos a Deus.
Deus estabeleceu a família como o primeiro lugar de adoração. Um lugar em que se conhece o Senhor (Dt 11.18,19; 2Tm 1.5; 3.15). O ponto de partida de Deus para a realização do seu projeto, que começou no Éden, é a família. Deus tratou também com a família de Noé, por exemplo, e salvou a raça humana da extinção. Com a linhagem (família) de Abraão e de Davi, Deus se fez conhecer e dela nasceu o Messias (Mt 1.1,2). É óbvio que hoje o homem moderno deturpou esse sentido original (2Tm 3.1-4). Muitas das famílias atuais levam as crianças a um total desconhecimento do Criador, ensinando mentiras, levando-as ao hedonismo e ao materialismo, porém cabe ao cristão fazer a vontade de Deus — ser um diferencial nesta geração. Talvez não se consiga, com isso, mudar a cosmovisão relativista da sociedade, nem suas práticas pecaminosas, mas certamente os fiéis serão um luzeiro na escuridão (Fp 2.15). E isso faz toda a diferença.
Pense!
Até que ponto minha família tem cumprido o propósito de Deus?
Ponto Importante
Por intermédio de uma vida familiar equilibrada, o homem cresce saudável em todos os sentidos.
CONCLUSÃO
Viver em família é a mais emocionante aventura da vida. Conviver com pessoas diferentes e suportá-las em amor é, sem dúvida, um exercício extraordinário de fé e obediência.http://marcosandreclubdateologia.blogspot.com.br/
A Instituição da Família
03 de Abril de 2016
TEXTO DO DIA
SÍNTESE
A instituição da família foi o primeiro projeto plural de Deus para a humanidade; com ela, o Senhor estabeleceu as bases da vida em sociedade.
TEXTO BÍBLICO
Gênesis 2.18-25.
18 — E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele.
19 — Havendo, pois, o Senhor Deus formado da terra todo animal do campo e toda ave dos céus, os trouxe a Adão, para este ver como lhes chamaria; e tudo o que Adão chamou a toda a alma vivente, isso foi o seu nome.
20 — E Adão pôs os nomes a todo o gado, e às aves dos céus, e a todo animal do campo; mas para o homem não se achava adjutora que estivesse como diante dele.
21 — Então, o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas e cerrou a carne em seu lugar.
22 — E da costela que o Senhor Deus tomou do homem formou uma mulher; e trouxe-a a Adão.
23 — E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada.
24 — Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.
25 — E ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se envergonhavam.
INTRODUÇÃO
Em toda narrativa bíblica, quando o Todo-Poderoso decidiu fazer algo significativo, Ele formou uma equipe. O próprio Jesus, sendo Deus, poderia realizar qualquer coisa sem a cooperação de outros, entretanto preferiu convocar doze indivíduos para, juntos, anunciarem as Boas-Novas de salvação. Aliás, o próprio Deus é Triúno (Pai, Filho e Espírito Santo). Assim, quando o Eterno pensou na vida na Terra, resolveu estabelecer um projeto plural para o homem, o qual não deveria estar só. Por isso, criou Eva, não objetivando que ela fosse igual a Adão, uma concorrente, mas que o auxiliasse e o complementasse. Com o homem e a mulher Deus instituiu a família — o centro de todo o desenvolvimento dos seres humanos (Gn 1.28). O objetivo de Deus era que a sua presença, por intermédio da primeira família, se expandisse, pois nesse ambiente de preparação para a vida em sociedade, eles conheceriam o Senhor e aprenderiam os fundamentos espirituais, morais e sociais para a plena realização humana.
I. UM PROJETO CHAMADO FAMÍLIA
1. O problema de estar só.
Há momentos em que o homem necessita ficar só. Isso, porém, não significa passar toda a sua vida isolado das outras pessoas. Adão, por exemplo, viveu sua fase de isolamento antes da chegada de Eva. Deus certamente queria que ele aprendesse algumas coisas. Aliás, em Lamentações 3.27,28 está escrito que “bom é para o homem suportar o jugo de sua mocidade; assentar-se solitário e ficar em silêncio; porquanto Deus o pôs sobre ele”. Assim, ficar sozinho durante alguns instantes para refletir sobre a vida, para orar, não significa viver em isolamento indefinidamente. Afinal, como dizia o poeta e pastor inglês John Donne, “nenhum homem é uma ilha”. Aliás, quando Deus viu o homem vivendo algum tempo sem companhia, afirmou que isso não era bom (Gn 2.18).
2. A solução para quem está só.
Adão tinha grandes responsabilidades no Éden (Gn 1.15), vivia confortavelmente, desfrutava de plena saúde, mas precisava de uma adjutora que lhe fosse idônea. E ninguém faz nada significativo estando só. Para resolver esse drama, o Senhor — enquanto Adão dormia — criou Eva e, após, trouxe-a para ele (Pv 18.22; 19.14). Isso nos revela uma verdade: é Deus quem dá o cônjuge. Esse foi o primeiro casamento. O Senhor sabia da necessidade de complementação e companheirismo que Adão tinha e criou uma estratégia perfeita, da própria substância de Adão, não do pó da terra, extraiu um novo ser. Havia, portanto, identidade entre eles. E, como se sabe, é preciso existir identidade (não igualdade) para haver complementariedade. Diz um sábio ditado africano: “Se quiser ir rápido, vá sozinho; se quiser ir longe, vá com alguém”. Isso serve perfeitamente para a vida em família. Para se ir longe, precisa-se seguir com alguém. E a família é a melhor companhia. A força da união familiar traz vida longa (Sl 128.3,6) e faz dos filhos flechas nas mãos do valente (Sl 127.4). Além de livrar o homem da solidão, a família pode levar o homem a conquistas impressionantes (Dt 32.30). Glória a Deus pelo seu plano maravilhoso.
3. A vida a dois.
Após um período solitário de espera, Adão foi presenteado com uma linda esposa. Eva complementava Adão física, emocional, intelectual e espiritualmente. No texto de Gênesis 2.23,24, pode-se perceber a alegria de Adão ao recebê-la. Ele agradeceu a Deus em forma de poesia, ao mesmo tempo em que fez uma declaração de amor eterno a Eva! Adão esperou em Deus (“dormia”) e isso valeu muito a pena. Você está disposto a esperar em Deus?
Pense!
Como resolver o problema humano da necessidade de companhia? Vale à pena esperar pelo tempo de Deus?
Ponto Importante
Há momentos em que é preciso estar sozinho, mas Deus nunca projetou uma vida inteiramente sem companhia para ninguém. Afinal, não é bom que o homem esteja só.
II. EM QUE CONSISTE A FAMÍLIA
1. A família é o ponto de convergência entre Deus e os homens.
Paulo compara o casamento entre homem e mulher à união entre Cristo e a Igreja (Ef 5.23-32) e isso ele faz porque a família é o ponto de convergência entre céu e terra. A constituição da família, no Éden, realizou um novo milagre na criação humana. Deus, de um (Adão), fez dois (Adão e Eva) e, com o casamento, de dois o Senhor tornou a fazer um (Gn 2.24 — o casal). Assim, uma vez unidos matrimonialmente, eles voltaram a ser vistos pelo Senhor como “uma só carne”. Deus estava firmando uma aliança com eles e Ele mesmo faria parte daquilo (1Co 7.39). Sua glória estaria presente. A partir da família, Deus trataria com os homens. Afinal, todos os projetos significativos de Deus são plurais. Envolvem a formação de uma equipe. É, pois, através da família que o Senhor ordena a bênção ao mundo.
2. A família é o campo de treinamento de Deus.
Observa-se claramente nas Escrituras que a família é o campo de treinamento usado por Deus para preparar o ser humano para as experiências da vida. A família é o microcosmo da vida social (Êx 2.7-9,11,12; Jz 11.1-3,11). Analisando cuidadosamente, vê-se que as experiências vivenciadas no seio familiar são preparações para o viver em sociedade.
Os conflitos familiares de José, por exemplo, foram indispensáveis para fazer dele um “sucesso” na casa de Potifar, na prisão e, por fim, no governo egípcio. A mesma coisa pode ser dita em relação a Isaque, Jacó, Davi, Paulo, eu e você. Que tal agradecer a Deus pela magnífica experiência de viver em família, mais especificamente, de viver na sua família?
3. A família é a única possibilidade de realização total do homem.
O rapaz e a moça jamais serão totalmente felizes se não estiverem em família. Deus mandou Jacó voltar para sua terra para poder reparar os erros do seu passado (Gn 31.3); o filho pródigo, também teve que retornar, a fim de curar as feridas familiares (Lc 15.17-19). De outra forma eles nunca seriam felizes, pois não existe felicidade solitária. Como o homem é um ser imperfeito, carente de complemento, ninguém conseguirá ser feliz fechando-se numa redoma de emoções egoístas. Como se sabe, não há peixes no mar morto porque ele apenas recebe água, mas nunca partilha o que tem. Em outras palavras, é preciso morrer para si mesmo, renunciar às paixões da alma, a fim de viver em prol de um projeto plural de Deus chamado família, para que o homem não fique só, parafraseando a ideia de Jesus em relação à semente (Jo 12.24). Da mesma forma que o crente não pode viver fora do corpo de Cristo, não existe realização pessoal total fora da família. Seja na casa dos pais, enquanto solteiro, ou no momento de criar um novo núcleo familiar, quando deverá ter o seu próprio espaço geográfico (casa), o jovem somente alcançará o centro da vontade de Deus se estiver vivendo em família, dentro dos princípios traçados pelo Senhor.
Pense!
O que fazer quando não estamos gostando da vida em família? Ir embora ou permanecer sendo moldado por Deus?
Ponto Importante
A família é o campo de treinamento que Deus usa para nos preparar para a vida. É o microcosmo da vida social.
III. ENSINAMENTOS RECEBIDOS NA FAMÍLIA
1. É na família que se cresce enquanto ser humano.
Nesse grande laboratório divino, o homem conhece a si mesmo. É ali que as aptidões são desenvolvidas. Jesus, certamente, tornou-se carpinteiro por causa da profissão de seu pai José. A mesma coisa deve ter acontecido com os filhos de Zebedeu, Tiago e João, que eram pescadores. Com o crescimento pessoal, aprende-se a ser forte, bem como a superar os obstáculos da vida. Esse processo aconteceu com João Batista (Lc 1.80), com Jesus (Lc 2.39,40,52) e também acontece com cada pessoa. Esse é o projeto de Deus.
Para existir crescimento, porém, é necessário admitir as tensões. Se nos lares houvesse apenas “paz e amor”, as pessoas entrariam em choque com a realidade da vida “exterior”. Por tal razão, nas famílias sempre existem conflitos interpessoais. Alguns crônicos, outros não, pois é na ambiência da tempestade que as árvores fincam mais fortemente suas raízes no solo.
2. É na família que aprendemos a depender dos semelhantes.
É interessante como o bebê humano somente sobrevive se houver intervenção dos pais. Ele precisa aprender com outra pessoa a fazer quase tudo, diferentemente do que acontece com os animais irracionais, os quais, em regra, sobrevivem praticamente sozinhos, pois foram dotados de estrutura genética e psicológica distinta. Na família aprende-se o mandamento de que precisamos do outro para viver (Ec 4.9,10). Impressionante como Caim se esqueceu disso, pois em Gênesis 4.9 Deus perguntou a ele sobre Abel, ao que respondeu: “[...] não sei; sou eu guardador do meu irmão?”. Ele era exatamente o guardador de Abel, mas a rivalidade o cegara. Todos nós somos guardadores uns dos outros. Para isso Deus nos colocou em família.
3. É na família que conhecemos a Deus.
Deus estabeleceu a família como o primeiro lugar de adoração. Um lugar em que se conhece o Senhor (Dt 11.18,19; 2Tm 1.5; 3.15). O ponto de partida de Deus para a realização do seu projeto, que começou no Éden, é a família. Deus tratou também com a família de Noé, por exemplo, e salvou a raça humana da extinção. Com a linhagem (família) de Abraão e de Davi, Deus se fez conhecer e dela nasceu o Messias (Mt 1.1,2). É óbvio que hoje o homem moderno deturpou esse sentido original (2Tm 3.1-4). Muitas das famílias atuais levam as crianças a um total desconhecimento do Criador, ensinando mentiras, levando-as ao hedonismo e ao materialismo, porém cabe ao cristão fazer a vontade de Deus — ser um diferencial nesta geração. Talvez não se consiga, com isso, mudar a cosmovisão relativista da sociedade, nem suas práticas pecaminosas, mas certamente os fiéis serão um luzeiro na escuridão (Fp 2.15). E isso faz toda a diferença.
Pense!
Até que ponto minha família tem cumprido o propósito de Deus?
Ponto Importante
Por intermédio de uma vida familiar equilibrada, o homem cresce saudável em todos os sentidos.
CONCLUSÃO
Viver em família é a mais emocionante aventura da vida. Conviver com pessoas diferentes e suportá-las em amor é, sem dúvida, um exercício extraordinário de fé e obediência.http://marcosandreclubdateologia.blogspot.com.br/