Lição 06: O Papel do Marido na Família (Jovens)



O Altíssimo criou homem e mulher iguais em importância, bem como em direitos e deveres. E assim o é diante do Senhor. Não há um sexo que seja melhor que o outro. Cada um exerce seu papel decisivo no projeto do Criador. Aliás, pela Criação, vê-se que ambos são da mesma essência, com diferenças pontuais, por causa do propósito divino. Por outro lado, a liderança do homem, na família, sobre sua esposa e filhos, está bem delineada em todas as Escrituras. Isso, é bom repetir, não se trata de um gênero ser melhor que outro, ou mais relevante, porém somente de exercer função distinta dentro da unidade.
Jesus e o próprio Espírito Santo, voluntariamente, em amor, submetem--se à vontade do Pai, no seio da Trindade. Isso se chama, doutrinariamente, Subordinação. Esse é o maior modelo de submissão para as famílias.
Jesus é o Enviado do Pai. Interessante que, diante dessa situação, Jesus afirmou (Jo 14.28-31) que os discípulos deveriam se alegrar com a sua ida para o Pai, pois o Pai era maior do que Ele. Que maravilha! Apesar de Jesus ser um com o Pai (isso fala da sua divindade), Ele desejava que os discípulos exultassem, porque Ele submetia-se voluntariamente à vontade do Pai, que era maior que Ele.
Aliás, Jesus declarou em várias ocasiões que todo o seu prazer era fazer a vontade do Pai. Vê-se, dessa forma, na própria Trindade, um belo exemplo de Subordinação. O verdadeiro amor baseia-se, assim, no princípio da autoridade e submissão. Por outro lado, no lugar onde há o desejo de prevalecer sobre o outro, o perfeito amor já deixou de existir. E nisso Jesus nos deixou um exemplo perfeito dessa obediência em amor chamada submissão.
Jesus também enviou o Espírito Santo, o qual não fala de si mesmo (Jo 15.26,27), mas apenas testifica sobre a pessoa de Jesus. Isso caracteriza, portanto, uma sujeição, uma subordinação. Observe, porém, que o Pai, o Filho e o Espírito Santo vivem uma perfeita unidade e igualdade. Nenhum é superior ao outro enquanto Pessoa da Trindade, porém um submete-se ao outro em amor. Que coisa maravilhosa!
Isso deve acontecer, igualmente, nas famílias. O marido não é mais especial para o Eterno do que sua esposa e filhos. O preço de sangue que Jesus pagou foi o mesmo por todos. A diferença está na posição hierárquica que o Todo-Poderoso colocou cada um na família. Ocorre que, caso não exista submissão na família, não haverá família. Aliás, Jesus disse que uma casa dividida contra si não subsistiria (Mc 3.25).
Houve um homem que lutou contra a idolatria do Reino do Norte ao lado do rei Jeú. Este homem era Jonadabe (2 Rs 10.15). Ele se tornou muito influente politicamente (2 Rs 10.16,23). No entanto, seu nome ficaria gravado na história, sobretudo, pela forma como ele liderou sua família. Ele, pensando no futuro de seus descendentes, estabeleceu três regras básicas, que os guiaram por gerações: que eles não bebessem vinho, que morassem em tendas e que não se dedicassem à agricultura (Jr 35.6,7). Seus filhos, netos, bisnetos e demais gerações seguiram fielmente sua orientação (Jr 35.8-10). Que feito notável! Eles entenderam que a obediência era uma fonte de bênçãos e que haveria um futuro promissor para quem não fosse rebelde aos seus pais. Aliás, o obediente nunca perde.
Cerca de duzentos anos depois de o seu ancestral Jonadabe ter falecido, os seus descendentes, chamados recabitas, continuavam praticando as diretrizes ensinadas. Diante disso, Deus, contente com a fidelidade deles, fez-lhes promessas sobre o futuro (Jr 35.18,19).
Interessante que o nome deles não era “jonadabitas”, em homenagem a Jonadabe, e sim recabitas, em homenagem ao pai de Jonadabe, Recabe. Com isso, pode-se entender que o próprio Jonadabe era submisso ao seu genitor e preferiu, por tal razão, que o nome do clã familiar estivesse ligado ao patriarca mais antigo.
A liderança exercida por Jonadabe foi excepcional, porque incutiu na família a decisão de ser obediente, sobretudo a Deus, o que acarretou o cumprimento da bênção que o Altíssimo prometeu para os seus descendentes.

I. Hierarquização na Família
1. Uma decisão divina
Deus é expert em colocar as coisas em ordem. As regras do bem viver social, as normas da conivência pacífica em família e a prática da adoração com "ordem e decência” são mandamentos que o Senhor determinou na sua palavra. Nessa organização, inexoravelmente existe uma cadeia hierárquica. E, portanto, há hierarquia em todo agrupamento chancelado por Deus e, por conseguinte, na família.
A palavra hierarquia vem do grego hierós, que significa “sagrado” e archein, que é traduzido por “governar”. Dessa forma, o sentido original do termo é o “governo divino”, que foi modificado com o passar dos tempos e hoje diz respeito à organização sistematizada de qualquer administração instituída sobre grupos, classes, países, etc. O sentido primordial, entretanto, de "governo divino”, pode ser restaurado quando se fala de família, pois a ordem hierárquica foi estabelecida pelo próprio Criador no Jardim do Éden.
O homem é o cabeça do casal, e a esposa deve ser submissa a ele, o que não significa ser subserviente, que é um tipo de subjugação, de escravidão. Submissão, nos moldes bíblicos, é uma decisão voluntária e inteligente de obediência, sobretudo a Deus e à sua palavra. É renúncia à opinião pessoal, em prol da família. Inequivocamente, o ato de se submeter ao marido constitui-se em uma das mais belas características das mulheres cristãs, seguindo o modelo das santas mulheres do passado (1 Pe 3.5).
2. Benefícios
Essa hierarquização da família trouxe enormes benefícios para a vida em sociedade, em todos os tempos, pois se estabeleceram responsabilidades que foram vitais para o progresso humano. A hierarquização estabelece a ordem. Nas sociedades, nas famílias, nas igrejas, se não houver hierarquia, não haverá crescimento.
R. N. Champlin alude que a liderança masculina na família hebraica gerava inúmeras responsabilidades para o marido em relação à sua esposa, oriundas da Bíblia e, principalmente, dos códigos rabínicos, tais como: a) prover alimentos, vestiário e habitação (Ex 21.10); b) prover os direitos sexuais e conjugais; c) providenciar remédios para a esposa enferma; d) proteger a esposa e, caso fosse sequestrada, deveria libertá-la; e e) por fim, fazer um sepultamento digno, em caso de falecimento da esposa, com as devidas cerimônias.
Toda essa construção social e familiar só veio a existir em face da cadeia de autoridade criada no Éden. Sem ela, as famílias estariam fadadas à anarquia, que é o sistema baseado na negação do princípio da autoridade, e o caos se estabeleceria. Dessa forma, a ruína culmina quando pessoas se rebelam contra a ordem hierárquica estabelecida por Deus, em qualquer agrupamento social.
3. Resistência social
A cosmovisão pós-modernista, predominante no mundo atual, não admite um dos cônjuges se submeter ao outro, pois, com base no pensamento de não existir verdade absoluta e que cada pessoa deve fazer suas próprias escolhas sem se moldar, necessariamente, por algum paradigma já estabelecido, a ideia da cosmovisão judaico-cristã de hierarquia na família não se sustenta. Isso, inequivocamente, tem gerado uma série de problemas para as famílias modernas.
O escritor Stephen Adei entende o problema gerador dessa resistência social ligado à discriminação histórica contra as mulheres, o que levou alguns, no afã de corrigir essa distorção horrível, ao extremo de negar as diferenças entre os sexos e suas funções singularmente complementares. Esta circunstância pode ter estimulado a psicóloga americana Betty Friedan a escrever, em 1963, o livro “A Mística Feminina”, a qual passou dos limites ao criar o feminismo radical, movimento que, mesmo fraco em nossos dias, continua causando danos aos diversos estratos sociais.

II. A Arte da Liderança
1. Liderança espiritual
Exercer liderança espiritual é algo extremamente importante. Está escrito que os líderes espirituais da Igreja Primitiva tinham tanto cuidado pelas vidas dos seus liderados que se sentiam responsáveis pessoalmente pela salvação deles (Hb 13.17). Esse sentimento certamente está presente em cada líder constituído por Deus, pelo grande amor nutrido pelo rebanho. O chefe da família, portanto, deve se ocupar em liderar espiritualmente os que estão "à roda de sua mesa” (SI 128.3), com o mesmo padrão de Deus. A dificuldade acontece quando o líder não quer liderar como deve.
A maioria dos pais da atualidade, por exemplo, preocupam-se com o futuro dos seus filhos; por isso, fazem a matrícula deles em escolas públicas ou privadas, desde a mais tenra idade, sem permitir que faltem às aulas. Essa regra é correta. O que não está certo é o fato de muitos pais cristãos não se esforçarem para que os filhos frequentem a escola dominical, a fim de adquirirem conhecimento bíblico. Essa liderança espiritual no lar, ao que tudo indica, por esse singelo aspecto, pode estar prejudicando o futuro dos filhos no aspecto espiritual, que é o mais relevante para a vida!
Outra característica funesta de nossos dias é que os pais querem os filhos sendo engenheiros, médicos, advogados, etc., porém não os estimulam para seguir a carreira ministerial: ser pastor. É óbvio que o filho deve ter qualificação intelectual e profissional seculares. Entretanto, cabe aos pais impregnarem o anelo pelo santo ministério cristão, pois é uma das vocações mais excelentes que existe (1 Tm 3.1)!
O materialismo reinante nestes tempos pós-modernos tende, porém, a essa inclinação carnal de levar a família a buscar prosperidade somente em relação às coisas desta vida. Onde fica o chamado de Deus? A obra missionária? Os pais, líderes espirituais de suas famílias, não podem impedir seus filhos de usufruírem fortes experiências espirituais com o Todo-Poderoso. É preciso ter fé e introduzir esse sentimento na prole, pois a fé é o portão do futuro da família.
2. Liderando a esposa
Liderar a quem se ama é um exercício sacrificial de amor, e não um mandato autocrático. Nos textos em que a Bíblia narra a liderança masculina no lar há, por isso, o dever para o marido amar sua mulher. Assim, cabe ao marido exercer a liderança em amor, o que não significa subjugação, e sim companheirismo e cumplicidade.
O Dr. Stephen Adei aduz:
"A Bíblia convoca os homens a liderar suas esposas (Ef 5.22-33) no contexto das famílias cristãs. Esse chamado não é para uma posição de domínio, mas de serviço, seguindo o exemplo de Jesus. (...) O líder bíblico é, antes e mais nada, um líder servil; este é o modelo que Jesus nos deu (Jo 13.1-17)”.
Há, ademais, um último dever do marido em relação à sua esposa (aliás, esse dever é recíproco) e diz respeito à sexualidade. Paulo escreveu em 1 Coríntios 7.3: “O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher, ao marido”. Dessa forma, há a obrigação, na constância da relação matrimonial, da existência de atividade sexual entre os cônjuges. A exceção mencionada no mesmo texto é quando existir consentimento mútuo por algum tempo: "(...) e, depois, ajuntai-vos outra vez, para que Satanás vos não tente pela vossa incontinência” (v.5b). A ausência de cuidado do respeito do marido em relação à sua mulher, assim, inclusive, pode ensejar o bloqueio das orações do marido (1 Pe 3.7). Observa-se, dessa forma, a importância de liderar sacrificialmente em amor! A quem muito se dá, muito se cobrará (Lc 12.48).
3. Liderando os filhos
A Bíblia diz que o pai deve exercer liderança sobre os filhos (Ex 20.12; Dt 21.18-21; Mt 15.4; 19.19; Mc 7.10; Ef 6.2) e que eles são como flechas nas mãos do valente (SI 127.4). Isso conduz a duas conclusões: 1) O pai precisa ser valente para exercer a liderança, pois deverá deixar herança para seus filhos (Pv 13.22; 2 Co 12.14) — e, principalmente, um bom nome, a maior herança (Pv 22.1); também deverá ser valente para protegê-los (Lc 11.21), para suprir suas necessidades materiais (Lc 11.11; 15.17), para cuidar deles quando estiverem doentes (Mc 9.17-24; Lc 8.40-42), bem como para interceder por eles e instruí-los no caminho do Senhor (1 Sm 1.27; Jó 1.5; Pv 22.6; Ef 6.4). 2) Em segundo lugar, a liderança do "valente” deve ser capaz de "lançá-los” bem mais longe que os pais foram; afinal de contas, são como "flechas nas mãos do valente”, que seguem adiante. As flechas sempre vão além do arqueiro, rumo a um alvo que este não consegue alcançar. Isso fala sobre o futuro.
Entretanto, os pais não devem irritar os filhos (Cl 3.21), querendo que os filhos realizem os projetos que os pais não conseguiram atingir, ou exigindo condutas que não concretizaram. É de se observar, igualmente, que a autoridade sobre os filhos deve ser exercida em amor, com comedimento, sem humilhações.
Além do mandamento anterior, ainda há outra recomendação complementar imprescindível. Está escrito: "E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor” (grifo acrescido - Ef 6.4). A parte final do versículo mostra pesar sobre os pais, o sacerdócio do lar, ou seja, os pais não podem ser um "barril de pólvora” na família. Todavia, como sacerdotes, devem ofertar uma educação de qualidade aos seus filhos, baseada na Palavra de Deus, e também possuem a obrigação de repreender (admoestar) os desobedientes.
Neste quadrante, o Altíssimo fala sobre a necessidade de correção aos filhos. Está escrito: "Além do que, tivemos nossos pais segundo a carne, para nos corrigirem, e nós os reverenciamos (...)”. (Hb 12.9). Disciplinar, então, é um ato de amor e obediência à Palavra de Deus.
Mas qual é o limite da disciplina dos pais? A correção do filho deve ser correspondente ao erro... justa, portanto. A disciplina deve ser sentida, porém não pode ferir, pois isso seria pecado do pai ou da mãe. O mandamento de "amar ao próximo" alcança também os filhos.
Outro aspecto relevante é a compreensão do filho em relação à justeza da disciplina aplicada. Caso contrário, os pais poderão apenas irritar o repreendido, o que não seria útil; afinal, sentimento de injustiça gera revolta, e não aprendizado.
Ê bom ressaltar, por fim, que, enquanto estiverem em casa, os filhos deverão ser totalmente obedientes aos pais, no Senhor. Quando se casarem, porém, "deixarão pai e mãe”. O que não significa abandoná-los, como já visto no capítulo anterior.
III. Contrastes de Lideranças
1. Ineficaz
a) Adão:
Uma liderança ineficaz gera indiferença espiritual familiar. Esse foi o problema de muitas pessoas na Bíblia. O primeiro foi Adão, um péssimo líder em seu lar. A insubmissão de Eva (que será estudada no próximo capítulo) não aconteceu por acaso: deu-se pela lacuna da liderança de Adão. Eva não podia ser tratada como um dos animais do jardim. Ela precisava de intimidade com Adão e com o Altíssimo. Ela precisava entender quem era o líder, quem decidia. Se ela soubesse disso antes de optar em comer o fruto proibido, teria conversado com seu marido. Por outro lado, se ele tivesse estabelecido o padrão divino de liderança em sua família, não teria aceitado desobedecer tão facilmente. Não é à toa que o Altíssimo disse: “Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher (...)” (Gn 3.17). O Senhor estava dizendo que Adão errou na sua liderança no lar.
Por outro lado, quando o apóstolo Pedro disse que a mulher era o vaso mais frágil (1 Pe 3.7), praticamente absolveu Eva da culpa exclusiva pela Queda. Como ela era mais frágil, cabia a Adão, seu líder, protegê-la! Adão teria, em relação ao pecado de Eva, então, a denominada culpa in vigilando. Isso é, ele também é culpado pelo pecado de Eva, por não a ter defendido, ou criado os mecanismos de integração necessários para que eles não pecassem. Eva achava-se autossuficiente, e Adão concordava com isso! Em um casamento, ninguém pode agir com autossuficiência, pois todas as decisões devem ser conjuntas. Por fim, após a Queda, Adão “assinou” o “atestado de liderança ineficaz” quando acusou a Eva e a Deus pelo pecado. Esse era o último detalhe que faltava para demonstrar a total inabilidade de Adão para liderar. Deus o considerou culpado, por isso amaldiçoou a terra por causa dele (Gn 3.17).
b) Davi:
É impressionante como a Bíblia não poupa nenhum dos seus heróis. Deus não esconde o erro, não compactua com o pecado, não usa de evasivas ou de subterfúgios; Todavia, apresenta com transparência a história de todos. Um dia, igualmente, os atos dos homens e mulheres desta geração serão desnudados diante da sua augusta presença. O Senhor fez isso com Davi. Deus o humilhou, expondo a podridão de suas entranhas morais e familiares. Ele foi um pai egoísta, desatento às necessidades de sua família, não a protegeu, não a amou, não cuidou dela devidamente, não a abraçou e beijou com a intensidade e frequência devidas, não a considerava, não se importava com os destinos que cada um tomava na vida. Davi, portanto, era um grande rei, porém um péssimo pai e marido.
Ele, enfim, procurou dominar sua família, ao invés de servi-la. Foi, também, desrespeitoso com suas esposas, conforme se observa no episódio do adultério com Bate-Seba (2 Sm 11.1-27). Indiferente, deu pouca importância à influência negativa do seu sobrinho Jonadabe, um rapaz maligno, sobre seu filho primogênito Amnom (2 Sm 13.3), o qual planejou o estupro de Tamar. Depois disso, ele ainda continuou com livre trânsito na casa do rei (2 Sm 13.35). Davi, em regra, não tinha tempo para falar com seus Filhos, e os sofrimentos deles não era percebido pelo pai ausente (2 Sm 14.24, 33). Quando morreu, Davi deixou um legado de mágoas e sangue (1 Rs 2.6,8).
c) Eli:
Tratar com leniência (frouxidão) o pecado dos membros da família é algo muito grave. O Altíssimo nunca faz isso. Ele trata o pecado como pecado, e o líder de uma família necessita ser austero com o mal. Não se pode admitir que os filhos e filhas tragam seus namorados e namoradas para dormirem na casa paterna. Não se convém que, no lar de um cristão, compactue-se com a venda de drogas ou qualquer outra coisa ilícita. Esse tipo de conduta traz maldição para o lar e pode acarretar consequências terríveis. Era isso que acontecia com Eli, que acobertava os pecados de seus filhos (1 Sm 2.22-24).
O fim da família dele foi muito triste. Poderia ter sido diferente. O Altíssimo disse que nunca perdoaria seus pecados. Todos eles morreram em um mesmo dia. Foi-se a glória de Israel (1 Sm 3.14; 4.18-22).
d) Um homem rico:
O homem rico da história do mendigo Lázaro também foi um personagem bíblico que exercia liderança ineficaz em seu lar (Lc 16.19-31). Ele sabia o que a palavra de Deus dizia e é possível que frequentasse alguma sinagoga. O tempo foi passando, e nada de ruim acontecia com ele e sua família. Assim, ele se vestia com as melhores e mais caras roupas e se banqueteava diariamente, sem se importar com a sua condição espiritual, o que era refletido pela forma como ele tratava os semelhantes. Após a sua morte, do Inferno, ele pediu que Lázaro voltasse à Terra a fim de pregar para sua família, mas o Todo-Poderoso não permitiu.
O homem rico, no desespero, queria que sua família se convertesse ao Senhor, porém “Abraão” lhe disse que a incredulidade dos seus corações era intransponível. Mesmo se houvesse uma ressurreição, eles permaneceriam inertes espiritualmente. O materialismo lhes cegara os olhos. Aquele rico se preocupou com a espiritualidade de sua família tarde demais!
2. Eficaz
No início do capítulo, foi tratado sobre a liderança eficaz de Jonadabe. Serão analisados mais dois exemplos:
a) Anrão:
Anrão é um herói da fé (Hb 11.23). Ele, mesmo na condição de escravo, soube conduzir sua família triunfantemente pela vida. Prova disso é que seus três filhos lideraram, por quarenta anos, o maior êxodo do povo de Deus em todos os tempos. Apresenta-se bastante significativo o lato de Deus, ao falar com Moisés da sarça ardente, tenha se identificado, primeiramente, como sendo o "Deus de teu pai" (Êx 3.6). Certamente que a educação oferecida a Moisés por seus pais foi fundamental para ele ter se transformado no líder excepcional descrito na Bíblia.
b) Pais de Daniel, Misael, Ananias e Azarias.

Daniel e seus três amigos são os personagens centrais do Livro de Daniel. Entretanto, nada se diz acerca de seus genitores. È impressionante, porém, como eles souberam educar seus filhos no caminho do Senhor, ainda tão jovens. Certamente, os pais exerceram a liderança familiar com excelência, e os jovens não quiseram, sequer, se contaminar com os manjares do rei. Deve-se ressaltar, também, que os jovens eram cultos e instruídos. Isto demonstra que seus pais investiram, desde cedo, em vários aspectos do crescimento deles. É um exemplo e tanto para esta geração de pais deste tempo pós-moderno, que precisam levar seus filhos a um patamar de excelência, quer seja intelectual, cultural, profissional e, sobretudo, espiritual.


Autor: Reynaldo Odilo