Jesus Venceu a Tentação e o Tentador
24 de julho de 2016
Texto Áureo
Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. Hebreus 4.15
Verdade Aplicada
Jesus obteve vitória decisiva na tentação no deserto. Do mesmo modo, o cristão deve vencer suas tentações.
Textos de Referência.
Mateus 4.1-4; 11
1 Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo.
2 E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome;
3 E, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães.
4 Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.
11 Então o diabo o deixou; e eis que chegaram os anjos e o serviram.
Introdução
Através da narrativa da tentação de Jesus no deserto, podemos entender como se caracteriza as investidas do diabo com o intuito de fazê-lo pecar e desviá-lo assim do plano divino. Veremos, porém, como Ele venceu.
1. Conduzido à tentação.
Depois de receber o batismo de João, cumprindo assim a justiça de Deus, Jesus foi conduzido a preparar-se para o Seu ministério público.
1.1. Local da tentação.
O deserto foi o lugar da tentação. Foi um lugar literal que Jesus se dirigiu a fim de se preparar para o início de Seu ministério. Não se deve pensar que se tratou de uma luta interior do Senhor Jesus instigada pelo tentador, ou que tal lugar seja simbólico. Aquele lugar era de fato um lugar ermo, desabitado e solitário, para onde o Espírito Santo o dirigiu. Por outro lado, não se deve pensar que depois daquela provação o tentador o deixou definitivamente (Mt 16.23; Lc 4.13: Jo 6.70). Interessante é que o Servo de Javé foi tentado e triunfou no mesmo lugar em que buscou a Deus e por Ele foi orientado a permanecer algum tempo.
1.2. Tentação e tentador.
A tentação chegou para Jesus imediatamente ao término de Seu jejum de quarenta dias, quando ainda estava no deserto. Evidentemente, não existe tentação sem tentador, isto é, o elemento que vem para tentar. Percebe-se que a ida de Jesus ao deserto foi conduzida por Deus para um teste. Todavia, o tentador tinha um propósito: acabar com Jesus e o plano da redenção. Não é à toa que há certa ênfase na descrição do tentador como diabo, que significa mentiroso, caluniador. Porém, ele nada conseguiu com Jesus. Mesmo sofrendo diferentes tentações, Ele resistiu, pondo em fuga o tentador.
1.3. Instrumentos da tentação.
O diabo foi a Jesus assim que Ele sentiu fome. Podemos então concluir que o diabo pode tentar a qualquer pessoa, se aproveitando das suas carências físicas e apetites. Porém o seu alvo principal era pôr dúvida a identidade divina de Jesus: “Se tu és o Filho de Deus” (Mt 4.3, 6). O diabo, nosso adversário, sempre vai nos tentar em momentos de fragilidade, usando nossos apetites e tentando-nos com dúvidas. Ele não tem pressa, está sempre à espreita, aguardando o melhor momento para desferir o seu golpe, como fez com Eva, que caiu e levou seu marido à queda também. Porém, com vigilância, oração e autoridade, assim como Jesus venceu, nos venceremos também o tentador.
2. Esferas da tentação.
Não se deve confundir tentação com pecaminosidade. Ser tentado não é pecar, pois, caso fosse assim, Jesus teria pecado, mas não foi isso que aconteceu.
2.1. Carências de natureza física.
Jesus estava num lugar deserto. Ali, na solidão, não haveria testemunhas de que Ele houvesse pecado. O seu compromisso com Deus e com Sua missão permaneceu firme, apesar de toda a provação. Ele não pecou, mas recusou-se satisfazer a Sua fome ouvindo o diabo. Ao contrário, Jesus concentrou-se na Palavra de Deus e fez uso dela para combater a tentação, dizendo: “Esta escrito”. Jesus não entrou em discussão com o diabo, nem afirmou Sua fome ou a negou, porém disse: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”. O segredo para vencer a tentação é confessar a Palavra de Deus.
2.2. Prazer nas coisas religiosas.
Quando o diabo percebeu que, se fosse o caso, Jesus morreria de fome, mas não cederia, decidiu tentá-lo pelo uso das coisas religiosas, ou seja, pelo fanatismo. Nessa investida, o diabo se utiliza de seu próprio poder para transportá-lo ao pináculo do Templo de Jerusalém. Também se utiliza da passagem bíblica de Salmos 91.11-12 e insiste em que Ele prove que é o Filho de Deus. A expressão “Se tu és” tanto era para que Jesus provasse quem Ele era, quanto, para gerar dúvida. Jesus não tinha que provar nada ao diabo. Deus falara com Ele ao sair da água do batismo no Jordão. Isso por si só já basta para Sua própria convicção. Mesmo assim, Jesus respondeu ao tentador: “Não tentarás o Senhor teu Deus”.
2.3. Ambição pelo poder.
O diabo estrategicamente deixou por último a maior tentação: a ambição pelo poder. O tentador oferece a Jesus os reinos do mundo e a glória deles como se pertencessem a ele em troca de adoração. Jesus não discorda de Satanás, mas sabe que se trata de um blefe. O Filho de Deus jamais aceitaria qualquer coisa que viesse das mãos do seu adversário, muito menos receber poder temporal. Além do mais, seria inconcebível Jesus se prostrar diante de qualquer criatura. Por isso, Ele o expulsa da Sua presença imediatamente, citando a Escritura (Dt 6.13). Ao contrário de Jesus, outros caíram nesse pecado como Adão e Eva (Gn 3.1-7).
3. O triunfo sobre a tentação.
Ser tentado não significa pecar contra Deus, mas sim um estado incômodo que precisa ser vencido. A seguir, veremos que os passos que conduziram a Jesus à vitória foram descritos por Tiago (Tg 4.7).
3.1. Sujeitando-se a Deus.
Sujeitar-se a Deus é submeter-se a Ele. É obedecê-lo como servo dócil. Foi dessa maneira que Jesus se colocou, isto é, na condição de servo obediente de Deus, como profetizando acerca dele por Isaias (Is 42.1). O Servo de Deus operaria com prudência, seria elevado e mui sublime (Is 52.13). Embora o Jesus seja o Filho amado de Deus, condicionou-se a si mesmo à posição de servo até Deus o exaltá-lo. Assim, Jesus deixou o exemplo, para que seguíssemos as Suas pegadas (Mt 3.17; Fp 2.5-11).
3.2. Resistindo ao diabo.
A provação de Jesus não se restringiu ao deserto, mas durou todo o período em que aqui esteve. Tratou-se de uma provação diferenciada, que precedeu o início de Seu ministério público. O diabo foi insistente, mas Jesus o resistiu e não cedeu um centímetro sequer à vontade do seu adversário. De igual modo, devemos resistir ao diabo, permanecendo firme em nossa fé, pois as mesmas tentações também sucedem aos servos de Deus ao redor do mundo (1Pe 5.8-9). Assim como Jesus venceu o diabo e as tentações, se determinarmos em nossos corações, venceremos as tentações de cada dia e isso já basta até chegarmos ao céu.
3.3. Ser servido pelos anjos.
O que significa Jesus ser servido pelos anjos ao término da tentação? Sabemos que os anjos de Deus operam as causas de Deus juntos aos Seus servos de diversas maneiras. Ao fim daquela provação especial, Jesus estava faminto e fraco, então os anjos de Deus trataram de servi-lo em Suas necessidades. Aquela manifestação angelical vem significar o cuidado de Deus para com aqueles que o servem. Lembremos que Jesus estava em missão. É muito possível que também os anjos trouxessem para Ele alguma mensagem de Deus, pois anjo significa “mensageiro” e ali foram enviados alguns. A presença dos anjos naquele deserto com Jesus não era absoluto uma recompensa pela Sua resistência viril ao diabo, mas uma assistência para que Jesus continuasse a Sua missão. Com isso, aprendemos que se formos fiéis a Deus, teremos a assistência de Seus anjos (Hb 1.14).
Conclusão.
Ao longo da narrativa do livro de Mateus, vemos como Jesus venceu o tentado, deixando-nos o Seu exemplo. O tentador procurou desviá-lo do propósito divino da redenção, mas Ele o venceu, permanecendo irredutível, até chegar a cruz e descer ao inferno, mas Deus o exaltou soberanamente.
Questionário.
1. Quem conduziu Jesus ao deserto?
2. Quando o tentador se apresentou a Jesus?
3. Qual foi o alvo principal do diabo em relação à identidade de Jesus?
4. Cite pelo menos duas esferas da tentação.
5. Como Jesus sujeitou-se a Deus, Seu Pai?http://marcosandreclubdateologia.blogspot.com.br/2016/07/escola-dominical-betel-conteudo-da_18.html