Jesus e o preço do discipulado
11 de setembro de 2016
Texto Áureo
"Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz e siga-me;" Mateus 16.24
Verdade Aplicada
O discípulo não é de graça, tem um preço, e é preço de renúncia: é tomar a cruz sobre si.
Textos de Referência.
Mateus 8.19-22;
19 E, aproximando-se dele um escriba, disse-lhe: Mestre, aonde quer que fores, eu te seguirei.
20 E disse Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.
21 E outro de seus discípulos lhe disse: Senhor, permite-me que, primeiramente, vá sepultar meu pai.
22 Jesus, porém, disse-lhe: Segue-me e deixa aos mortos sepultar os seus mortos.
Mateus 9.9
9 E Jesus, passando adiante dali, viu assentado na alfândega um homem chamado Mateus e disse-lhe: Segue-me. E ele, levantando-se, o seguiu.
Introdução
Veremos nesta lição o modo de trabalhar de Jesus no que tange ao discipulado. Debruçaremos sobre duas principais bases: o Seu programa de seleção de discípulos e o Seu próprio exemplo em relação ao ministério da Palavra.
1. O mestre seleciona discípulos.
Apesar da grande popularidade e de ter muitos discípulos (Mt 9), Jesus sabia que não deveria apoiar o Seu trabalho nas multidões que vinham para ouvi-lo. Certo é que já estavam com Eles alguns, porém o Mestre via a necessidade de completar doze, que aponta para às tribos de Israel.
1.1. Um escriba recusado.
Certo escriba, cujo nome não se sabe, queria acompanhar a Jesus. Este ofereceu para segui-lo onde quer que fosse (Mt 8.19). Era comum homens se oferecerem para seguirem determinado mestre e eles procuravam aprender tudo o que podiam sobre as palavras e atitudes desse mestre. Agora, porém, com o Mestre era diferente, pois Ele mesmo era quem fazia questão de escolher Seus discípulos (Mt 10.1; Jo 15.16). Quanto ao escriba, o Senhor já o conhecia e não tinha o conforto que ele cogitou alcançar pelo ministério. Os animais tinham sua morada, ninhos e covis, mas naquele momento o Mestre não. Se quisermos seguir a Jesus, não devemos priorizar conforto, e sim o estra com Ele.
1.2. Outro discípulo recusado.
Este outro era também seguidor de Jesus, menos ilustre que o escriba, e o caso dele foi mais dramático. Ele manifestou um forte desejo de acompanhar Jesus em Seu ministério, mas o Mestre o julgou a partir de suas próprias palavras. Ele se ofereceu, porém pediu que fosse sepultar primeiro a seu pai que acabara de falecer. Com esta palavra, o Senhor o dispensou: “deixa aos mortos sepultar os seus mortos” (Mt 8.22). Seguir a Jesus deve estar acima dos deveres familiares. O nosso coração deve estar apenas nEle. Ele exige essa exclusividade (Mt 10.37; Lc 14.26).
1.3. O publicano Mateus, o vocacionado.
Jesus recusou dois discípulos para estar em Sua companhia: um mais ilustre, que era escriba, e outro que não sabemos. Dias depois, o Mestre passa a recebedoria e chama a Mateus para segui-lo. Mateus imediatamente levanta-se e o acompanha (Mt 9.9). Parecia haver algum equívoco no modo de selecionar os discípulos. Embora Mateus estivesse ocupado como coletor de impostos, fica implícito que desejava ser útil a Cristo e ao Reino de Deus. Sua escolha e companhia trouxeram pesadas críticas ao Senhor pelos de fora, pelo fato de Mateus receber a seus amigos publicanos e Jesus estar com eles. O Mestre sabiamente justifica a Sua missão entre publicanos, enquanto defende também a Mateus. Quando nos entregamos inteiramente ao Senhor, Ele fala por nós e nos defende, como aconteceu com Mateus.
2. O Mestre e Seu exemplo ministerial.
Os trabalhos ministeriais de Jesus se intensificaram e o desafio de alcançar aquelas preciosas almas com as boas novas era grandioso. O Senhor já se acompanhara de alguns discípulos e estava chegando o momento de prepará-los e enviá-los.
2.1. O Mestre percorria cidades.
A Galileia era grande, com muitas cidades e povoados, mas Jesus a circulava com todo o vigor. Ele andou também pela Pereia, Samaria e Judeia, mas concentrou Seus esforços estrategicamente na Galileia. Ele ia de cidade em cidade, de povoado em povoado e de sinagoga em sinagoga (Mt 9.35). Quando não era mais possível, fazia Suas reuniões ao ar livre. Não pense que Ele andava à toa e errante. Ele deixou a carpintaria e Seus familiares para estar nas mãos de Deus. Que possamos nos deter no exemplo do Senhor Jesus e nos inspirar a percorrer pelos lugares que Ele assim desejar que andemos.
2.2. O Mestre pregava o Evangelho do Reino.
Jesus por onde andava levava consigo a Sua mensagem e Seus discípulos o acompanhavam. A Sua mensagem eram as boas novas do Reino dos céus. Era a continuação da pregação de João Batista (Mt 3.2; 4.17). Todos os homens pecaram e vivem sob a tolerância de Deus, mas o Reino de Deus está próximo e é necessário que os homens entrem nele já. A única oportunidade de se entrar no Reino é através do arrependimento, ou seja, pela completa mudança de pensamentos, atitudes e sentimentos (Gl 2.20).
2.3. O mestre curava todas as enfermidades e moléstias do povo.
O quadro doentio do povo daquela época se resumia em duas palavras: enfermidades e moléstias. Num tempo em que não havia disponíveis médicos e lugares de atendimento, a não ser para quem tinha dinheiro, sobravam males físicos. Muitos deles causados por infestações de demônios. Os dois termos “enfermidades e moléstias”, embora pareçam redundantes ou enfáticos, na verdade, são distintos no grego. Enfermidades “nosos” significa “doenças”; e moléstias “malakia” tem o sentido de fraqueza, moleza, debilidade. Da para perceber que entre o povo havia muito abatimento físico e espiritual como hoje também. Porém, ali estava Jesus, manifestando o poder curador de Deus.
3. O Mestre e o desfio evangelístico.
Jesus desenvolveu simultaneamente dois ministérios: o de treinar Seus discípulos e o de levar as boas novas do Reino. Vejamos a seguir três coisas que o empurravam nesse sentido:
3.1. Sua compaixão pelas almas.
A visão que Jesus tinha das almas era chocante diante da grandeza do desafio que tinha. Ele olhava e via pessoas “cansadas e desgarradas como ovelhas que não tem pastor”(Mt 9.36). Um povo sem liderança espiritual morrerá à mingua. Ninguém estava de fato pastoreando o povo de Deus para Deus. O serviço religioso era farto, mas a liderança espiritual que os salvasse não havia. Isso despertava um sentimento de entranhável compaixão em Jesus que Ele compartilhava com Seus discípulos e lhes pedia que orassem a respeito. Ainda hoje, Ele faz o mesmo conosco.
3.2. Sua visão compartilhada com os discípulos.
Os discípulos viam nos olhos de Jesus o amor puro que tinha por eles e pelo Seu povo. Eles também ouviam as orações agoniadas, sofridas e insistentes ao Pai em favor deles. Eles ouviram também as palavras de Seu coração que ardia em amor: “A seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros”. Diante da eternidade aquela seara logo passaria, mas aquelas pobres almas se não fossem alcançadas estariam perdidas para sempre. Que sejamos sensíveis o suficiente para internalizarmos a visão e o entranhável afeto de Jesus em favor dos perdidos do nosso Brasil.
3.3. Sua convocação aos discípulos.
A profunda visão e compaixão de Jesus do estado espiritual dos filhos de Israel em Seus dias, fez com que Ele convocasse a Seus discípulos. Dentre tantos discípulos, chamou a si doze, para que estivessem com Ele e pudessem receber treinamento. Este é um grande princípio multiplicador utilizado por Jesus, pois, ao formar seis duplas e espalhá-las pelas cidades e povoados com a mesma mensagem que pregava, dava mais oportunidade às pessoas de ouvi-la (Lc 9.1-9). O envio dessa missão teve grande êxito, porém a necessidade era de que enviasse mais pessoas. Posteriormente, Jesus preparou setenta discípulos e os enviou. Com isso aprendemos quão sábio e estratégico era o Senhor Jesus!
Conclusão.
Vimos nesta lição a forma como Jesus operou em Seu trabalho de discipulado e evangelístico. Todo esse trabalho foi desenvolvido com renúncia e preparo. São os mesmos princípios que devem nortear nossas vidas e igrejas na conquista de almas e ampliação do Reino de Deus na Terra.
1. Qual foi o primeiro candidato que desejou acompanhar o Senhor Jesus?
2. O que significa: “deixa aos mortos sepultar os seus mortos”?
3. Como pode ser entendida a prontidão de Mateus?
4. Cite um dos exemplos do trabalho ministerial de Jesus?
5. O que acontece com um povo sem liderança espiritual?
2. O que significa: “deixa aos mortos sepultar os seus mortos”?
3. Como pode ser entendida a prontidão de Mateus?
4. Cite um dos exemplos do trabalho ministerial de Jesus?
5. O que acontece com um povo sem liderança espiritual?
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