MAIOR TERREMOTO DA HISTÓRIA DA COREIA DO SUL DESPERTA TEMORES COM SEGURANÇA DE USINAS NUCLEARES

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Dois terremotos que atingiram a Coreia do Sul na noite de segunda-feira, incluindo o maior já registrado no país, despertaram temores com a segurança das usinas nucleares instaladas no sudeste, em uma área sujeita a tremores.


A Agência Meteorológica sul-coreana disse que os dois terremotos, de magnitude 5,1 e 5,8, ocorreram perto da cidade de Gyeongju. Eles foram sentidos da capital Seul, mais de 300 quilômetros ao noroeste.

Quatorze pessoas ficaram feridas, mas não há relatos de danos sérios, disse uma autoridade do Ministério de Segurança e Proteção Pública.


Apesar disso, a operadora Korea Hydro & Nuclear Power Co desligou quatro reatores nucleares do complexo de Wolsong, em Gyeongju, por precaução.

Os reatores da Coreia do Sul são projetados para resistir a terremotos até de magnitude 6,5 a 7,0, de acordo com a Comissão de Segurança e Proteção Nuclear.

As operadoras nucleares receberam ordens de atualizar reatores antigos para que cumpram esse padrão depois do desastre na usina nuclear Fukushima Daiichi, no Japão, que foi atingida por um tsunami em 2011.

"Isso será finalizado até o ano que vem", disse Shim Eun-jung, porta-voz da agência reguladora do setor nuclear.

Os 25 reatores sul-coreanos fornecem cerca de um terço da eletricidade do país, o que o torna o quinto maior usuário de energia nuclear do mundo. Seul pretende adicionar mais 9 usinas nucleares até 2027, de acordo com a agência reguladora.

Como em muitos países, a energia nuclear gera polêmica na Coreia do Sul, especialmente desde um escândalo de 2012 a respeito de peças fornecidas com certificados falsos que levou a interdições.

Park Jong-kwon, que dirige um grupo civil antinuclear na província de Gyeongsang do Sul, disse que não se deveria construir novos reatores em cidades do sudeste como Ulsan e Gyeongju, já que elas estão próximas de uma falha geológica ativa.

"Embora os reatores nucleares sejam projetados para suportar um terremoto de magnitude 7,0, se forem atingidos por terremotos de magnitude 4,5 e 5,8 várias vezes podem ser derrubados por um verdadeiro terremoto de magnitude 7,0 em um golpe", afirmou Park.

Cerca de 70 por cento dos reatores nucleares da Coreia do Sul estão no sudeste, em parte para deixá-los mais longe da Coreia do Norte, com quem Seul continua tecnicamente em guerra.

Fonte: Reuters.