Série de suicídios de pastores acende alerta entre cristãos; Estudos apontam para altos índices de depressão entre líderes evangélicos


Uma onda de suicídios entre pastores está levando a mídia cristã nos Estados Unidos a questionar o que estaria levando os líderes religiosos a um desespero tão intenso.

A morte recente do pastor Isaac Hunter, num aparente suicídio, chamou a atenção da imprensa como um todo por seu pai, o também pastor Joel Hunter, ser um conselheiro do presidente Barack Obama.
Nos últimos meses, alguns famosos pastores norte-americanos se mataram em circunstâncias nebulosas. Segundo a jornalista Jennifer LeClaire, editora do portal Charisma News, há “apenas alguns dias, um pastor que estava de luto por sua esposa morta supostamente atirou em si mesmo na frente de sua mãe e filho, expressando que ele estava ouvindo a voz de sua falecida esposa”.
O caso referido por Jennifer é o do pastor Ed Montgomery e sua falecida esposa, profetisa Jackie Montgomery, que lideravam a igreja do Assembleia do Evangelho Pleno Internacional, na cidade de Hazel Crest, Illinois.
Em novembro, o pastor Teddy Parker Jr. se matou durante o intervalo dos cultos de domingo. O corpo foi encontrado por sua esposa, Larrinecia Sims Parker, na entrada da garagem de sua casa com uma ferida de bala auto-infligido, na cidade de Houston County, Geórgia.
“Por que a súbita erupção de pastores cometendo suicídio ? O suicídio não é um problema novo entre o clero, mas três suicídios conhecidos em menos de dois meses pede um olhar mais profundo do assunto”, escreveu Jennifer em seu artigo.
“Não há falta de estatísticas sobre pastores com depressão, esgotamento, problemas de saúde, baixos salários, espiritualidade em crise, relacionamentos em crise… E nenhuma delas traz bons dados”, alertou a jornalista.
Segundo o Instituto Schaeffer, 70% dos pastores lutam constantemente contra a depressão, e 72% dizem que só estudam a Bíblia, quando estão preparando sermões. A pesquisa mostrou que 80% acreditam que o ministério pastoral tem afetado negativamente as suas famílias, e 70% deles acreditam que não tem um amigo próximo.
A expectativa, segundo o relatório do estudo feito pelo Instituto Schaeffer, é de que 80% dos atuais seminaristas vão deixar o ministério apenas 5 anos depois de formados.
“Psicólogos apontam várias razões pelas quais as pessoas cometem suicídio, de depressão e psicose a situações estressantes da vida. Mas uma coisa é certa: o que leva alguém a tirar a própria vida, em última análise começa na mente. Pensamentos suicidas precedem o suicídio”, observou Jennifer LeClaire.
Lembrando o conselho de Paulo na carta aos Coríntios, Jennifer sugere que os fiéis cuidem de seus pastores: “Se queremos vencer a batalha contra o suicídio no púlpito e no banco, é preciso, entre muitas outras coisas, poder lembrar o que as Escrituras nos instruem sobre a batalha em nossa mente. ‘As armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas, derrubando argumentos e toda altivez que se exalta contra o conhecimento de Deus, trazendo todo pensamento cativo à obediência de Cristo, e estar prontos para punir toda desobediência, quando for cumprida a vossa obediência’ (2 Coríntios 10:4-6). Ninguém pode tirar seus pensamentos cativos de você, mas você pode levar seus próprios pensamentos em cativeiro”, orienta.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+