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PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2017
ADULTOS - AS OBRAS DA CARNE E O FRUTO DO ESPÃRITO
Como o crente pode vencer a verdadeira batalha espiritual travada diariamente
COMENTARISTA: OSIEL GOMES DA SILVA
COMENTÃRIO: EV. CARAMURU AFONSO FRANCISCO
ASSEMBLEIA DE DEUS - MINISTERIO DO BELÉM - SEDE - SÃO PAULO/SP
PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2017
ADULTOS - AS OBRAS DA CARNE E O FRUTO DO ESPÃRITO
Como o crente pode vencer a verdadeira batalha espiritual travada diariamente
COMENTARISTA: OSIEL GOMES DA SILVA
COMENTÃRIO: EV. CARAMURU AFONSO FRANCISCO
ASSEMBLEIA DE DEUS - MINISTERIO DO BELÉM - SEDE - SÃO PAULO/SP
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS - MINISTÉRIO DO BELÉM
ESTUDO PREPARATÓRIO PARA OS PROFESSORES DA ESCOLA
DOMINICAL
BELÉM- SEDE
PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2017
TEMA – As obras da carne e o fruto do Espírito – Como o crente pode vencer a
verdadeira batalha espiritual travada diariamente.
COMENTARISTA: Osiel Gomes da Silva
ESBOÇO Nº 3
LIÇÃO Nº 3 – O PERIGO DAS OBRAS DA CARNE
Praticar as obras da carne é demonstrar que se está
dominado pelo pecado.
INTRODUÇÃO
- As obras da carne são praticas por quem está dominado pelo pecado.
- A prática do pecado leva-nos à perdição eterna.
I – O HOMEM CARNAL
- Na sequência do estudo sobre as obras da carne e o fruto do Espírito Santo,
estudaremos hoje as obras da carne, no segundo bloco deste trimestre, que é composto
de apenas uma lição.
- Já vimos, nas duas lições anteriores, que o homem, ao desobedecer ao Senhor e
pecar, tornou-se escravo do pecado, pois quem pratica o pecado é escravo do pecado
(Gn.4:7; Jo.8:34).
- Há alguns anos atrás, assistimos a uma encenação a respeito desta circunstância. Nesta
encenação, havia uma pequena cadeira, onde estava escrita a palavra “pecado”. Surgia,
então, uma pessoa que era, então, tentada a se aproximar daquela cadeira e a toma-la.
Quando cedia a esta tentação e punha a mão na cadeira, sua mão ficava “grudada” na
cadeira, não mais conseguindo dela se desvencilhar. Temos aqui uma grande verdade
espiritual, já dita pelo Senhor a Caim e repetida pelo Senhor Jesus Cristo: quem pratica
o pecado torna-se escravo do pecado, passa a ser dominado pelo pecado, não tendo
condições de dele se desvencilhar.
- A prática do pecado gera, de imediato, uma separação entre o homem e Deus
(Is.59:2). Tanto assim é que o primeiro casal, ao notar a aproximação do Senhor naquele
fatídico dia, procurou se esconder de Deus, pois não havia mais comunhão entre eles e o
Senhor. Surgiu o medo, o receio, o pavor diante da presença divina, porque havia
desaparecido o amor, pois só há medo quando não há amor (I Jo.4:18).
- Este homem, perdendo a comunhão com Deus, fica à mercê do maligno, sendo
facilmente por ele vencido, pois, ao contrário do que afirmou Satanás à mulher, o
homem, ao deixar a comunhão com o Senhor, não se torna igual a Deus, sabendo o bem
e o mal, mas, sim, se transforma num escravo de seus próprios instintos, um verdadeiro
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“marionete” nas mãos do inimigo, porque seu desejo passa a ser dominado pelo mal,
não tendo como resistir-lhe.
- A triste situação do homem sem Deus é descrita pelo apóstolo Paulo no capítulo 7 da
epístola aos romanos, onde este trágico quadro é, por inspiração do Espírito Santo,
pormenorizadamente demonstrado.
- O homem sem Deus é chamado de “homem que está na carne”, um homem cujos
membros servem-se de instrumentos das “paixões dos pecados”, que dão “fruto
para a morte” (Rm.7:5). É um homem que não agrada a Deus, nem pode fazê-lo
(Rm.8:8), porque a prática do pecado é uma demonstração de inimizade contra o Senhor
(Rm.8:7). Não foi por outro motivo que, ao prometer a redenção da humanidade por
intermédio da “semente da mulher”, o Senhor fala no restabelecimento da amizade entre
Deus e o homem, a atestar, portanto, que se estava num estado de inimizade causado
pela prática do pecado pelo primeiro casal (Gn.3:15).
- O homem carnal é, portanto, um ser que, sob o domínio do pecado, somente pratica
atos que são contrários à vontade de Deus, que o mantêm separados do Senhor, em
oposição ao seu Criador, em permanente transgressão aos mandamentos divinos,
gerando um estado de separação, que é denominado de “morte”, pois, nas Escrituras,
“morte” é “separação” e uma separação que, se mantida, tornar-se-á irreversível quando
da passagem do homem para a dimensão da eternidade, quando, então, esta morte se
converterá numa “morte eterna”, na “segunda morte” (Ap.20:14).
- Esta situação espiritual tão terrível e triste foi transmitida por Adão a seus
descendentes. Em Gn.5:3, é dito que Adão gerou um filho segundo a sua imagem e a
sua semelhança, ou seja, um filho que tinha a “natureza adâmica”, esta natureza
pervertida gerada após o pecado, esta natureza carnal, esta natureza pecaminosa. Por
isso mesmo, esta natureza é denominada de “velho homem”, este homem que possui “o
corpo do pecado” (Rm.6:6), que se corrompe pelas concupiscências do engano
(Ef.4:22), que, morto em suas ofensas e pecados, anda segundo o curso deste mundo,
segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da
desobediência, nos desejos da carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos,
sendo, por natureza, filhos da ira (Ef.2:1-3).
- Possuir “o corpo do pecado” não é ter um corpo material, como entendiam
equivocadamente os gnósticos, que achavam que a “matéria era má”, pensamento que
ainda hoje vemos entre alguns que cristãos se dizem ser, que acham que o fato de
termos um “corpo físico” é a razão de todo o mal. Deus criou o homem do pó da terra
(Gn.2:7), e, portanto, trata-se de algo bom (Gn.1:31). O “corpo do pecado” outra coisa
não é senão a natureza rebelde contra Deus, esta “imagem e semelhança do Adão
decaído”, que exsurge no instante mesmo em que o primeiro casal peca, separa-se de
Deus. É todo o conjunto de elementos que leva o homem ao pecado e ao maligno, é a
ausência de Deus no homem que o leva a ser escravizado pelo maligno. Como ensina
Jacó Armínio, temos aqui o “corpo de morte” mencionado em Rm.7:24, “in verbis”:
“…’Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?’ Isto é, não
deste corpo mortal, mas do domínio do pecado, que aqui ele chama de corpo de morte,
como o chama, em outras passagens, de corpo do pecado…” (Uma dissertação sobre o
sentido verdadeiro e genuíno e o sétimo capítulo da Epístola aos Romanos. In: As obras
de Armínio. Trad. de Degmar Ribas Júnior, v.2, p.215).
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- O homem carnal corrompe-se pelas concupiscências do pecado. Escravizado pelo
pecado, o homem peca continuadamente, distancia-se cada vez mais de Deus, numa
sequência que o degenera mais e mais, como o apóstolo Paulo nos mostra em Rm.1:21-
32, numa descida espiritual que torna o homem cada vez mais aviltado e indigno. A
rejeição a Deus leva ao desvanecimento dos discursos, ao obscurecimento do coração, à
loucura, à idolatria, à entrega das concupiscências dos corações, à imundícia, à desonra
dos corpos entre si, ao abandono de Deus que leva o homem às paixões infames, a um
sentimento perverso para fazer coisas que não convêm, tornando a convivência social
altamente prejudicial e danosa. Miqueias bem diz ao afirmar que a corrupção destrói
grandemente o ser humano (Mq.2:10).
- O homem carnal tem um caráter débil. O caráter, conforme vimos na lição anterior,
é composto de três elementos: o autodirecionamento, a cooperatividade e a
autotranscendência. O homem carnal, dominado pelo pecado, não tem
autodirecionamento, pois, “anda segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das
potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência”. O homem
carnal não consegue fazer prevalecer a sua vontade, pelo contrário, consegue apenas
fazer a vontade do pecado, do maligno.
- O apóstolo Paulo diz-nos que o homem carnal está “vendido sob o pecado”
(Rm.7:14), ou seja, é alguém que não tem vontade própria, que apenas faz aquilo que
lhe manda o seu “senhor”, que é o pecado. É alguém oprimido pelo maligno e que não
pode fazer valer a sua vontade, tanto que é alguém que faz o que não aprova, pois o que
quer isso faz, mas o que aborrece isso faz (Rm.7:15).
- Mas, além de não ter autodirecionamento, o homem carnal também não tem
cooperatividade, pois é egoísta, amante de si mesmo (II Tm.3:2), incapaz de levar em
conta o próximo em suas atitudes ou ações. É alguém que é dominado pelo “eu”, que só
pensa em si mesmo e que acha que é independente de tudo e de todos. Na verdade,
quando procura prevalecer sobre todos os demais, está apenas se destruindo, se
prejudicando, já que não faz prevalecer a sua vontade, mas é usado pelo maligno para
que a vontade do inimigo seja cumprida. No seu egoísmo, na sua suposta
“autossuficiência”, o homem carnal só consegue se destruir e fomentar a destruição de
quem está à sua volta.
- Tomás de Aquino chega mesmo a dizer que a essência da “obra da carne” é
precisamente esta desconsideração para com o outro, “in verbis”: “…Deve-se dizer,
com Agostinho (Lib. 4 De Civitate Dei, cap. 2), que vive segundo a carne qualquer que
viva segundo si mesmo. Por conseguinte, entende-se aqui carne como sendo todo
homem. Então, tudo que vem do amor próprio desordenado é chamado de obra da
carne.…” (Aos Gálatas. Lição 5: Gl.5:18-21, Com. Gl.5:18-31, n.35. Disponível em:
http://www.clerus.org/bibliaclerusonline/pt/index.htm Acesso em 03 nov. 2016)
(tradução nossa de texto em espanhol).
- Mas, além de não ter autodirecionamento nem cooperatividade, o homem carnal
também não demonstra autotranscendência, ou seja, é incapaz de “enxergar um
palmo adiante de seu nariz”. Está completamente alheio à realidade das coisas, à
eternidade, que foi posta em seu coração pelo Criador (Ec.3:11 ARA), crendo que o que
importa é o “aqui e o agora”, como se a existência se jungisse à nossa estada nesta
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Terra. Completamente cego para as coisas espirituais, para o que é eterno, o homem
acaba se tornando um louco, um néscio, agindo como se fosse um animal irracional,
guiado tão somente pelos seus desejos e instintos, não levando em consideração as
consequências de seus atos diante da eternidade e da responsabilidade que terá diante do
Senhor. Passa a viver como se Deus não existisse (Sl.14:1; 53:1), gerando uma série de
situações e atitudes que são más, corruptas e abomináveis a Deus.
- Após ter pecado, o primeiro casal fez entrar o pecado no mundo (Rm.5:12) e a entrada
do pecado se deu, inclusive, no interior do homem, promovendo a separação entre ele e
Deus, a morte do espírito, este elo de ligação entre Deus e o homem, fazendo surgir,
neste “vácuo”, a “carne”, este “corpo do pecado”, que leva o homem a viver distante de
Deus e a caminhar celeremente para a perdição eterna, num estado de amizade com o
maligno, num estado de escravidão e opressão.
- O homem carnal é simplesmente incapaz de fazer o bem. Como afirma João
Crisóstomo: “…quando vocês vivima na malícia, na impiedade, com dor extrema, vocês
mostravam uma tal docilidade quando estavam fazendo coisas que não tinham
absolutamente nada de bom, porque isso é o que significam estas palavras: "Vocês
foram livres em relação à justiça"; ou seja, não foram submetidos a ela, vocês eram
totalmente estranhos para ela. Vocês não iriam compartilhar seu serviço entre a justiça e
o pecado, mas você se livrariam completamente do mal.…” (Sobre Romanos: agora
façam servir seus membros à justiça para sua santificação. Com. Rm.7:1-6, n.1200.
Disponível em: http://www.clerus.org/bibliaclerusonline/pt/index.htm Acesso em 03
nov. 2016) (tradução nossa de texto em francês).
- O Senhor Jesus atesta esta triste realidade ao dizer que os homens são maus, mesmo
quando ainda façam boas coisas pontualmente para o próximo (Mt.7:11). O homem
carnal é mau porque está sob o domínio do pecado e, deste modo, nada pode fazer que
seja bom, daí o Senhor ter dito que só um bom, que é Deus (Mt.19:17; Mc.10:18;
Lc.18:19).
- O Senhor, em seu colóquio com o mestre de Israel, Nicodemos, também disse que o
que é nascido da carne é carne (Jo.3:6), a nos mostrar, portanto, que, do homem, nada
poder vir senão obras da carne, incluindo-se aqui todas as religiões, todos os meios
humanos surgidos para tentar obter a salvação da humanidade, a sua reconciliação com
Deus. Não há quem possa livrar o homem do “corpo desta morte”.
- A maior evidência de que o homem é carnal é a produção de “frutos para a
morte”, é a demonstração de um estado de inimizade contra Deus, é a presença de
ações e comportamentos que denunciam a distância, a separação entre Deus e o homem,
condutas estas que o apóstolo Paulo denomina, na carta aos gálatas, de “obras da carne”
(Gl.19-21).
II – AS OBRAS DA CARNE
- Paulo, em sua carta aos crentes da Galácia, está sobremodo preocupado com o fato de
aquelas igrejas estarem dando ouvido aos judaizantes que os estavam convencendo a
observar a lei de Moisés, visto que ensinavam que a observância da lei era um requisito
para a salvação.
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- O apóstolo, de forma vigorosa, mostra àqueles cristãos que, se eles adotassem a lei de
Moisés, estavam a simplesmente desmerecer a fé em Cristo, única forma de se obter a
justificação, de se tornar justo diante do Senhor e, no encaminhamento desta análise
doutrinária, mostra que a salvação não é efetuada de fora para dentro, através da
observância de um conjunto de mandamentos, mas, bem ao contrário, de dentro para
fora, ou seja, a transformação operada por Deus em nosso interior é demonstrada por
intermédio de um comportamento, que nos mostrará se somos, ainda, carnais e, portanto
não regenerados, não nascidos de novo, ou se já nascemos novamente e agora vivemos
para Deus.
- O verdadeiro e genuíno salvo, diz o apóstolo, anda em espírito e não cumpre as
concupiscências da carne (Gl.5:16), ou seja, como o próprio Paulo diria aos efésios
posteriormente, não anda mais segundo os desejos da carne, não faz a vontade do
pecado e do maligno (Ef.2:3).
- Por isso, o apóstolo afirma, com muita segurança, que as “obras da carne” são
“manifestas”, ou seja, revelam-se a todos. Pelos frutos, conhecemos as pessoas
(Mt.7:16-20) e há uma “manifestação”, um aparecimento da realidade interior do ser
humano através das suas atitudes. O homem carnal produz “as obras da carne”, os
“frutos para a morte” (Rm.7:5).
- A primeira obra da carne mencionada pelo apóstolo é a prostituição, que é a
palavra grega “porneia” (πορνεία), cujo significado é o de “imoralidade sexual”,
“relacionamento sexual ilícito”. Tem-se aqui o instinto sexual descontrolado, algo que
existe no ser humano para o fim da procriação, um dever de todo ser humano (Gn.1:28;
9:1), que é desvirtuado e se torna num aviltamento do ser humano, tornado mero
instrumento de prazer para o outro ou para si mesmo.
- Vivemos dias em que este sexo pervertido, esta perversão sexual tem dominado muitas
vidas, a partir da pornografia, que, lamentavelmente, tem sido um fator cada vez mais
presente na vida daqueles que cristãos se dizem ser. As estatísticas mostram quantos
que dizem servir a Deus estão, na verdade, dominados por esta chaga, a praticar esta
obra da carne, que escraviza muitos na atualidade.
- A segunda obra da carne mencionada é a impureza, que, no grego, é “akatharsia”
(άκαθαρσία), cujo significado é “contaminação”, “impureza moral”. Tem-se aqui toda e
qualquer conduta que se distancia da moral estabelecida na Palavra de Deus, toda e
qualquer corrupção, toda e qualquer conduta desonesta, toda e qualquer “subserviência”
à “vã maneira de viver” que herdamos de nossos pais (I Pe.1:18).
- Quantos que cristãos se dizem ser, na atualidade, não estão a demonstrar serem carnais
sendo impuros, contaminando-se com as maneiras de viver que existem no mundo, não
adotando uma forma diferente de vida, mas, antes, conformando-se com o mundo, ou
seja, tomando a forma do mundo, exatamente o contrário do que dizem as Sagradas
Escrituras em Rm.12:2?
- Hoje, muitos procuram criar algumas versões um pouco mais “suaves” do modo de
viver mundano. A chamada “cultura gospel” nada mais é que a tentativa de adaptar
“modus vivendi” contaminados sob uma suposta roupagem “cristã”, como se a
“impureza” não fosse uma manifestação do domínio do pecado na vida das pessoas,
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uma “obra da carne”. Tomemos cuidado, amados irmãos! Jamais podemos abandonar o
manacial das águas vivas para nos adaptarmos a cisternas rotas que retêm as águas,
como fez a geração apóstata dos dias de Jeremias (Jr.2:13). Não pode haver comunhão
entre a luz e as trevas (II Co.6:14) e a mistura do santo com o profano somente gera
profanação, jamais santificação (Ag.2:10-14).
- A terceira obra da carne mencionada é a lascívia, que é a palavra grega “aselgeia”
(άσέλγεια), cujo significado é de “incontinente”, devasso, imoderado, intemperante,
alguém que é libertino, que não se controle, notadamente no que tange ao desejo sexual.
Temos aqui, portanto, alguém que não tem poder de controle sobre os instintos, alguém
que demonstra, assim, que não tem o Espírito Santo, que é incapaz de pôr sob controle
os desejos da carne, vivendo segundo a vontade da sua natureza pecaminosa.
- Muitos, na atualidade, vivem desta maneira, segundo o ditame mundano de que “é
proibido proibir”, que não se pode controlar os desejos e instintos, de que “é preciso
aproveitar a vida”, como se a nossa passagem por este planeta fosse a própria vida ou
até mesmo uma parte substancial dela.
- A quarta obra da carne mencionada é a idolatria, ou seja, a adoração a qualquer
criatura como se ela fosse o Criador. A idolatria é apresentada pelo apóstolo Paulo
como um passo adicional na degeneração do ser humano, resultado direto da rejeição a
Deus. A partir do instante em que o homem rejeita a glorificar a Deus, não O reconhece
como Senhor, surge uma situação de total ignorância e cegueira espiritual e o homem,
sem o preecnhimento do “vazio” que exsurge em seu interior em virtude da ausência da
comunhão com Deus, passa a buscar, desesperadamente, um substituto para o Senhor e
acaba por mudar a glória o Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem
corruptível, em semelhança da imagem do homem corruptível, de aves, quadrúpedes e
répteis (Rm.1:21-23).
- A idolatria, introduzida por Ninrode em Babel, tem sido uma característica sempre
presente na história da humanidade, circunstância que vem se reafirmando nestes dias
em que vivemos onde ressurge com toda força uma “espiritualidade” entre os habitantes
da Terra. Até mesmo os poucos países ainda comunistas no planeta, com todo o seu
“ateísmo materialista”, não escapam da idolatria, como se pode ver nos cultos à
personalidade existentes na Coreia do Norte, na China e ainda na Rússia, como estão a
manifestar os mausoléus dos fundadores dos respectivos regimes naqueles países.
- Paulo menciona uma espécie particular de idolatria como característica do “velho
homem” a “avareza”, que foi explicitamente considerada como uma espécie de
idolatria (Cl.3:5).
- A quinta obra mencionada são as feitiçarias, que é a palavra grega “pharmakeia”
(φαρμακεία), cujo significado é de “mágica”, “feitiçaria”, “bruxaria”, ou seja, a ilusão
de poder controlar os poderes espirituais através de rituais e atitudes puramente
humanas, que nada mais representa do que a invocação de poderes malignos, das
potestades do ar, uma verdadeira adoração ao diabo e a seus anjos, aos demônios que,
aliás, estão por detrás das próprias imagens utilizadas na idolatria (I Co.10:14-21).
- Como já se disse, vivemos uma onda de “espiritualidade” que tem dominado o mundo
nas últimas décadas, após o fracasso do discurso materialista e cientificista que ganhou
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crédito entre o século XIX e a primeira metade do século XX. Esta “nova
espiritualidade”, entretanto, é permeada de esoterismo e de magia, sendo, assim, um
campo fértil para a renovação da “feitiçaria”, o que explica, e muito, o progresso do
satanismo e de suas vertentes menos explícitas, como a “wicca” (a chamada “magia
branca”). O triste é que este esoterismo e misticismo tem, também, invadido a seara dos
que cristãos se dizem ser, como é evidenciado nas práticas que hoje se disseminam,
como a “materialização da fé” e seus “amuletos” que hoje estão presentes em grande
número de igrejas sedizentes cristãs (“rosa ungida”, “sal grosso”, “toalhinhas” etc. etc.
etc.).
- A sexta obra mencionada são as inimizades, a palavra grega “echtrai” (έχθραι), cujo
significado é o de “hostilidades”, “oposições”, “ódios”. O que chama, de pronto, a
atenção é a presença do plural. Não se trata de “inimizade”, mas, sim, de “inimizades”,
a demonstrar aqui, claramente, a existência de insubmissão a Deus e da
autoconsideração do homem como sendo o centro do universo, como sendo o
referencial. Como cada ser humano sem Deus e sem salvação se acha independente do
Senhor e o referencial do bem e do mal, surgem muitas “inimizades”, pois há um
choque de egos, um choque de vaidades. É a “luta de todos contra todos” que se
estabelece, em que todos querem dominar o próximo, para fazê-lo de mero instrumento
de seu egoísmo. A inimizade contra Deus se transforma em inimizade contra o próximo.
- A sétima obra da carne mencionada são as porfias, a palavra grega “eris” (έρις),
cujo significado é briga, contenda, debate, luta, discussão, divergência. Como o homem
carnal se vê como um “pequeno deus”, como a referência a ser seguida, obviamente que
não vai concordar com o outro, que não reconhece como sendo existente, mas que
considera apenas como sendo um instrumento da realização da sua própria vontade.
Deste modo, não há concordância, mas sempre divergência. Não há acordo, mas
somente divisão, pois tais pessoas não têm o Espírito Santo (Jd.19).
- Vivemos dias de absoluta intolerância, inclusive entre os que cristãos se dizem ser, e
isto tem sido demonstrado, com uma constatação que chega a assustar, nas redes sociais
e na internet. A ideia de que estamos em sociedades evoluídas e plurais, tão divulgada
pela mídia, vem sendo desmacarada por esta constatação – a tecnologia e o aumento dos
meios de comunicação entre os homens apenas têm revelado seres humanos
profundamente egocêntricos e incapazes de considerar o outro e de respeitá-lo. Não
podia ser diferente, pois são homens carnais, que não têm o amor de Deus, que é o
pressuposto para o amor ao próximo.
- A oitava obra da carne mencionada são as emulações, a palavra grega “dzelos”
(ζηλος), cujo significado é o de “ciúme”, “desejo de fazer mal”. O egocentrismo do
homem carnal faz com que ele sempre maquine maus pensamentos em relação ao outro,
que queira o seu mal, que queira destruí-lo, vez que o outro é sempre visto como uma
ameaça a sua existência. Miqueias mostra como este sentimento leva pessoas poderosas
a, durante a noite, maquinar o mal de pessoas socialmente inferiores (Mq.2:1,2) e a
Bíblia mostra como o todo-poderoso Hamã não desfrutava de tudo o que havia
conquistado única e exclusivamente porque tencionava fazer mal a Mardoqueu, um
simples servidor no palácio real (Et.5:11-13).
- O desejo de fazer mal a outrem é uma clara demonstração da sujeição ao maligno dos
homens carnais. O inimigo, príncipe deste mundo, é homicida desde o princípio
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(Jo.8:44) e o homicídio nada mais é que o ódio contra o irmão (Mt.5:21-26). É triste
vermos hoje muitos que cristãos se dizem ser manifestar este ódio contra o próximo,
muitas vezes sob a piedosa máscara do “pedir justiça diante de Deus”. Chegamo muitos,
aliás, a proferir maldições e a efetuar as malfadadas “orações contrárias”. Tal conduta é
do homem carnal, jamais de quem se encontra servindo ao Senhor Jesus.
- A nona obra da carne mencionada são as iras, a palavra grega “thymos” (θυμός),
cujo significado é “paixão, “violência”, “indignação”, ou seja, um movimento
impetuoso da alma, um desejo violento, mais uma manifestação do ego em detrimento
do próximo, uma verdadeira “explosão” provocada por um sentimento próprio
contrariado, que resulte numa atitude violenta e furiosa. Paulo também menciona esta
atitude como algo característico do “velho homem” em Cl.3:8.
- Em nossos dias, a violência tem se banalizado. A própria mentalidade das pessoas está
sendo forjada, inclusive pelos meios de comunicação, a aceitar a violência, a tê-la como
algo natural e previsível, o que, efetivamente, não corresponde à realidade que temos de
buscar e fomentar. Em vez de violência, temos, isto sim, de aprender com o Senhor
Jesus, que é manso e humilde de coração, a fim de alcançarmos descanso para as nossas
almas e não uma inquietude e insegurança que nos leve ao furor e aos gestos violentos
impensados (Mt.11:29).
- A décima obra da carne mencionada são as pelejas, a palavra grega “eritheiai”
(έριθείαι), que já percebemos tratar-se de uma palavra derivada de “eris”. Seu
significado é intriga, fação, disputa, ou seja, uma discussão continuada, a continuação
de uma divergência, a sua perenização, o desenvolvimento de um rancor oriundo de
uma divergência pontual mal resolvida, algo como o que ocorreu entre os filisteus e
Isaque. Depois de uma briga a respeito de um poço, que Isaque chamou de “Eseque”,
cujo significado é “contenda”, houve novo desentendimento com relação a um segundo
poço, que Isaque chamou de “Sitna”, cujo significado é “inimizade”, ou seja, algo que é
continuado e que bem representa esta obra da carne (Gn.26:19-21).
- O homem carnal não constrói relacionamentos saudáveis, mas, bem ao contrário, vai
gerando atritos e desentendimentos continuados ao longo da sua existência, isto porque
não considera o outro como igual, vê-se como unico referencial na Terra e exige que
todos estejam a seu serviço. Como dizia o primeiro-ministro inglês Benjamin Disraeli
(1804-1881): “a Inglaterra não tem amigos, tem interesses”. É esta a mentalidade
reinante nos relacionamentos ditados pela carne.
- A décima primeira obra da carne mencionada são as “dissensões”, a palavra grega
“dichostasiai” (δχοστασίαι), cujo significado é “desunião, divisão, sedição”. A
dissensão é a ação de dividir, de desunir, algo que é sinal da ausência do Espírito Santo
na vida da pessoa (Jd.19). O homem carnal vive separado de Deus por causa do pecado
e, portanto, a sua natureza é própria da divisão, da separação, do desconhecimento do
que é unir. União é trabalho divino, é o trabalho que o Senhor Jesus veio fazer nesta
Terra (Jo.17:21), Deus opera na união (Sl.133).
- Todos quantos estão a fomentar a desunião entre os irmãos, que estão a promover
dissensões, separações e divisões são pessoas diretamente envolvidas com a carne,
pessoas dominadas pelo pecado e que, portanto, jamais podem ter lugar em nossas vidas
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ou em nossas igrejas locais. Não nos esqueçamos que o semar de contendas entre os
irmãos é algo abominável diante de Deus (Pv.6:16-19).
- A décima segunda obra da carne mencionada são as heresias, ou seja, as
“escolhas”, as “opções”, entendidas aqui como as doutrinas e ensinamentos escolhidos
pelo homem em detrimento da verdade, da Palavra de Deus (Jo.17:17). É a
demonstração da independência em relação ao Senhor, a ponto de se desconsiderar o
que Deus ensina através da Sua Palavra, para se passar a crer e a ensinar em seus
próprios pensamentos e conceitos. É dizer que Deus é mentiroso e que o que vale é o
que homem pensa, o que o homem acha a respeito das coisas.
- Os dias em que vivemos, dias imediatamente anteriores ao arrebatamento da Igreja,
são dias de proliferação de heresias, de falsos ensinos, de falsos cristos, falsos profetas e
falsos mestres (Mt.24:4,5,11,24; II Pe.2:1). Devemos ter todo o cuidado, pois multidões
estão correndo atrás de falsos doutores que estejam de acordo com as concupiscências
dos pecadores (II Tm.4:3,4). O aparecimento de heresias, no entanto, é necessário para
que se manifestem os sinceros servos de Cristo Jesus (I Co.11:19).
- A décima terceira obra da carne mencionada são as invejas, que são os desejos de
que o outro fracasse e perca o sucesso alcançado, sobre o que não nos deteremos, já que
haverá uma lição que dela tratará ao lado da qualidade da alegria, na lição 4. Por ora,
basta-nos dizer que a inveja foi a razão pela qual o diabo acabou por ser expulso do céu,
como também a do primeiro homicídio e o móvel que fez com que os principais dos
sacerdotes quisessem entregar Jesus à morte (Mt.27:18). Ainda hoje, muitos correm o
risco de matar Cristo em suas vidas por causa da inveja.
- A décima quarta obra da carne são os homicídios que, conforme já vimos, nada
mais é que o desenvolvimento do ódio que existe dentro de um coração em relação a
alguém. O Senhor Jesus disse que ser homicida é odiar o próximo, pois, quem odeia o
próximo, tendo oportunidade, acabará por derramar o sangue daquele que é odiado.
Quando alguém se faz homicida está a demonstrar claramente que é filho do diabo, pois
ele é homicida desde o princípio (Jo.8:44).
- A décima quinta obra da carne são as bebedices, a palavra grega “methai” (μέθαι),
cujo significado é “intoxicados”, “contaminados”, “embriagados”, revelando aqui a
submissão aos efeitos de uma substância entorpecente, via de regra, o álcool, mas que se
pode aplicar a qualquer outro tipo de substância. O homem carnal é aquele que se deixa
dominar por qualquer coisa. No seu egoísmo, egocentrismo e desejo de independência
de Deus acaba por se submeter a ídolos, a desejos pecaminosos inconsequentes e a
substâncias que o viciam e o fazem, não raras vezes, perder o raciocínio e a própria
credibilidade e dignidade.
- Vivemos dias em que considerável parte da população está escravizada por vícios da
mais diversa natureza, principalmente no que respeita ao uso de substâncias
entorpecentes, seja, ou não, permitidas pela legislação. O álcool, o tabaco, as mais
diversas substâncias psicotrópicas (maconha, haxixe, cocaína, crack, heroína, LSD,
ecstay, ópio etc.) têm dominado e destruído a vida de milhões e milhões de pessoas. O
homem, querendo se tornar um “deus”, transforma-se num “marionete” de tudo o que
existe sobre a face da Terra.
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- O mais triste de tudo isto é que muitos que cristãos se dizem ser são, também,
dominados por estes vícios, tentando justificá-los através de argumentos que a ninguém
convencem, nem a eles mesmos. Paulo foi bem claro ao dizer que o verdadeiro servo do
Senhor Jesus não se deixar dominar por coisa alguma (I Co.6:12).
- A décima sexta obra da carne mencionada são as glutonarias, a palavra grega
“komoi” (κωμοι), cujo significado é “comemorações, festejos, mas significando os
excessos, os abusos”. Tem-se, aqui, uma vez mais, a demonstração do descontrole, da
falta de domínio sobre os instintos, no caso os gerados por uma celebração, por uma
festa, a perda da moderação e do autodomínio. As festividades na Antiguidade, não
raras vezes, acabam por degenerar em orgias, bacanais e licenciosidades, como se vê,
por exemplo, no banquete do rei babilônio Belsazar (Dn.5).
- Nos dias em que vivemos, as festas e comemorações não são diferentes, degenerando
em situações e ambientes altamente reprováveis, onde há o consumo de drogas, a
prática da mais vergonhosa imoralidade. Não são poucos, porém, os que cristãos se
dizem ser que estão a copiar este triste e lamentável modelo, querendo cada vez mais
parecer “sociais”, introduzindo elementos mundanos, inclusive em celebrações de suas
igrejas locais, transformando “cultos” em verdadeiros “shows”, onde vemos todo o tipo
de abuso sendo cometido.
- Depois destas dezesseis obras da carne, o apóstolo se utiliza de uma expressão
genérica, a saber, “coisas semelhantes a estas”, a indicar que, no domínio do
pecado, não faltarão “novidades” e “novas práticas” a manifestar o distanciamento
de Deus e a submissão ao maligno.
- O saudoso pastor Walter Marques de Melo (1933-2011), quando mencionava este
texto, fazia questão de enumerar uma série de ações que hoje são realizadas e que bem
demonstram o domínio do maligno sobre as pessoas. A “criatividade maligna” não tem
limites e tudo o que distancia do Senhor e faz com que as pessoas deixem o Senhor e a
eternidade de lado são “coisas semelhantes a estas”, são ações que revelam a cegueira
espiritual e a falta de comunhão com Deus na vida da pessoa.
- Nos dias de hoje, quanta coisa tem servido apenas para que o egoísmo seja
intensificado em nossas vidas? Quanta coisa nos tem feito perder o controle sobre os
nossos instintos e a desejar apenas o que se sente e se tem agora e aqui, sem qualquer
consideração com a eternidade ou com a prestação de contas que teremos de fazer
diante do Senhor? Quanta coisa não nos tem feito deixar de dar valor às coisas
espirituais e a nos prender ao que é terreno e passageiro? Quanta coisa nos tem feito
desconsiderar as bênçãos espirituais que estão à nossa disposição? Tudo isto é “obra da
carne”, porque produz “frutos para a morte”, porque serve para nos levar para a
perdição eterna, porque nos faz ficar mais longe de Deus.
- Tanto é assim que, em outras passagens, o apóstolo Paulo, ao falar do “velho
homem”, faz menção de outras práticas que também são “obras da carne”, como,
por exemplo, a mentira (Ef.4:25; Cl.3:9), ensino que nos faz lembrar do ensino de
Nosso Senhor e Salvador, quando mostrou ser uma característica do “filho do diabo”, a
prática da mentira, já que o diabo é o pai da mentira (Jo.8:44).
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- Outra prática comum ao homem carnal é o furto e a ojeriza ao trabalho (Ef.4:28),
pois a rebeldia contra Deus e Senhor de todas as coisas faz com que o homem, em sua
oposição ao Senhor, não só queira se assenhorear de tudo, não considerando a legítima
aquisição da propriedade por parte do outro, direito este gerado pelo próprio Deus
(Gn.3:19), como também tem uma natureza totalmente contrária à divina, que é a
natureza de um ser trabalhador (Jo.5:17).
- Outra obra da carne é a pronúncia de palavras torpes em nossa boca (Ef.4:29;
Cl.3:8), consideradas aqui palavras “podres”, ou seja, não só os chamados “palavrões”,
as palavras obscenas, mas, também, toda e qualquer palavra que tenha o objetivo de
ferir, magoar ou destruir alguém, como as chamadas “críticas destrutivas”, pois aí
estaremos tão somente a pôr a língua a serviço da maldade e da malignidade.
- Outra prática que é também obra da carne que Paulo menciona em Efésios é a
amargura (Ef.4:31), a palavra grega “pikia” (πικία), cujo significado é “amargor”, mas,
especialmente, “veneno”, a nos lembrar o efeito danoso que o escritor aos hebreus fala
da “raiz de amargura”, que nos pode privar da graça de Deus (Hb.12:15) e que nada
mais é que uma manifestação do ego que pode nos contaminar e nos fazer perder a
salvação.
- Também Paulo menciona a “cólera” (Ef.4:31), a palavra grega “orgé” (όργέ), cujo
significado é de “violenta paixão, vingança, furor”, que difere de “thymos”, porque,
enquanto esta vem de dentro do ser, aquela é motivada por fatores alheios, pelas
circunstâncias, pois o homem carnal, como já vimos, não tem autodirecionamento, anda
segundo o curso deste mundo, é “maria-vai-com-as-outras”.
- Paulo também menciona a “gritaria” (Ef.4:31), a palvra grega “kraugé” (κραυγή), que
tem o significado de “clamor, choro”, ou seja, um grito em voz alta, a demonstrar
descontrole emocional e desrespeito para com o próximo, algo que, lamentavelmente,
costuma-se ver em diversos lares de sedizentes cristãos.
- Outra obra da carne é a “blasfêmia” (Ef.4:31) ou “maledicência” (Cl.3:8), que é o
desrespeito, a difamação em relação a Deus e às coisas sagradas, algo cada vez mais
comum em nossos dias e que, infelizmente, chega a ser compartilhado e enaltecido por
gente que se diz serva de Deus e que, inclusive, contribui para o sucesso de supostos
“humoristas” que não têm qualquer reverência nem respeito para com a fé das pessoas,
para com o que é sagrado e santo.
- Outra obra da carne que Paulo menciona é a malícia (Ef.4:31; Cl.3:8), a palavra grega
“kakía” (κακία), cujo significado é “maldade, depravação, malignidade, grosseria,
impiedade”, ou seja, toda atitude maligna, que tem por objetivo levar ou desejar o mal a
outrem, exatamente o contrário do que fez o Senhor Jesus enquanto esteve entre os
homens (At.10:38).
III – OS EFEITOS DAS OBRAS DA CARNE
- Notamos, portanto, que o apóstolo Paulo apenas fez menção de algumas obras da
carne, dando exemplos de práticas que seriam como uma “extensão” do domínio do
pecado sobre o ser humano. São os feitos do velho homem (Cl.3:9) e, quando o
apóstolo se utiliza da palavra “práxis” neste texto de Colossenses, está mesmo a dar a
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ideia de que são ações que manifestam, exteriormente, o que há no interior do ser
humano dominado pelo pecado.
- Por isso, o apóstolo não quis esgotar o assunto, pois sabia que sempre haveria uma
“criatividade maligna” para forjar atitudes e condutas que, em contraposição aos
mandamentos divinos e à santidade, viriam para tentar enganar o ser humano e
distanciá-lo cada vez mais de Deus. Afinal de contas, o maligno é a mais astuta de todas
as criaturas (Gn.3:1) e sempre possui ardis para tentar enganar o homem (II Co.2:11).
- Não nos esqueçamos de que o objetivo do apóstolo era mostrar aos gálatas que a
salvação do homem se dá única e exclusivamente pela fé em Cristo Jesus e que,
portanto, inexiste qualquer exigência do cumprimento de rituais e formalidades
exteriores para se alcançar a salvação, como estavam a ensinar os judaizantes que
queriam que os gálatas passassem a observar a lei de Moisés, especialmente a
circuncisão, para que pudessem se considerar como pessoas salvas.
- O apóstolo mostra que a salvação é um fenômeno que nasce dentro do coração do
homem, é uma atitude interna que se manifestará externamente através de uma
conduta que revela a nossa pertença a Deus, a nossa vida para Ele, por intermédio
da graça que há em Cristo Jesus.
- O salvo nasce de novo, é uma nova criatura e isto é o mais importante saber em termos
de salvação. O apóstolo vai dizer que o mais importante é ser uma nova criatura
(Gl.6:15), sendo irrelevante a observância de rituais ou de uma exteriorização ritual da
fé.
- É precisamente por causa disto que o apóstolo enfatiza a importância de sabermos se
estamos a praticar as obras da carne ou o fruto do Espírito, que é o comportamento
daquele que foi realmente salvo na pessoa de Jesus Cristo.
- Ao elencar, ainda que exemplificativamente, as obras da carne, o apóstolo Paulo quis
ensinar aos gálatas e, por conseguinte, a todos nós, o mesmo que seria ensinado,
também, por Tiago, irmão do Senhor, ou seja, que a fé é necessariamente
acompanhada de boas obras (Tg.2:14-26).
- Quando confrontado pelos judeus com respeito à Sua messianidade, o Senhor Jesus foi
peremptório: “quem dentre vós Me convence de pecado?” (Jo.8:46). Precisamente,
quando mostra aos judeus que eles eram filhos do diabo e não filhos de Abraão ou
filhos de Deus, como se autointitulavam, por serem pessoas dominadas pelo pecado,
Cristo mostra que era diferente deles por não ter o pecado como prática em Sua vida,
por ser o Santo, o Filho de Deus (Lc.1:35).
- Os servos de Jesus Cristo devem imitá-l’O (I Co.11:1), seguir-Lhe o exemplo (I
Pe.2:21) e, portanto, também devem ostentar uma vida isenta de pecados. Se é
verdade que o homem não é um ser impecável, ou seja, está sujeito sempre a pecar (I
Rs.8:46; II Cr.6:36), também não é menos verdadeiro que o homem que recebeu a
salvação na pessoa de Cristo é uma “nova criatura” (II Co.5:17), e esta “nova criação”
não peca (I Jo.3:9). Assim, quando se mantém a natureza pecaminosa crucificada com
Cristo (Gl.2:20), não há a prática do pecado, já que o homem estará em comunhão com
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o Espírito Santo e terá plenas condições de vencer o maligno, visto que tem a fé em
Cristo (I Jo.5:4,5).
- Destarte, não é a presença de uma marca no corpo físico, como é a circuncisão, que
atestará se alguém é de Deus, ou não, se é salvo, ou não, mas, sim, a prática de obras da
carne ou a produção do fruto do Espírito Santo.
- Nota-se, portanto, que, ao elencar quais são as obras da carne, o apóstolo diz quais são
as verdadeiras marcas que devem ser observadas para sabermos se alguém é, ou não, um
salvo na pessoa de Cristo Jesus e isto nos faz observar que a prática das obras da carne é
um sinal de que a pessoa não é membro do corpo de Cristo, não é alguém que está
caminhando para o céu.
- Encontra-se aqui o “perigo” das obras da carne, que é o título de nossa lição, ou seja, a
prática das obras da carne, a prática do pecado é um comportamento que nos
separa de Deus e que nos vai distanciando mais e mais da presença do Senhor,
levando-nos à perdição eterna, caso não haja arrependimento, numa descida
espiritual ilimitada, que leva a cada vez maior degeneração, como o próprio
apóstolo Paulo descreve em Rm.1:18-32.
- Após elencar as obras da carne, o apóstolo é bem claro ao mostrar que quem pratica
tais obras da carne não herdará o reino de Deus (Gl.5:21). Se não herda o reino de
Deus, é porque não é herdeiro. Se não é herdeiro de Deus, isto significa que quem
pratica as obras da carne é alguém que não é filho de Deus (Rm.8:17).
- Ora, o filho de Deus é alguém que teve um encontro com o Senhor Jesus, que creu
n’Ele como seu único Senhor e Salvador e que, por isso mesmo, é guiado pelo Espírito
de Deus (Rm.8:14), tendo recebido o espírito de adoção de filhos e não o espírito de
escravidão (Rm.8:15). É pessoa que não vive pecando, que não é escrava do pecado
(Jo.8:34). Se estiver na prática constante do pecado, tem-se hipótese de alguém que não
é salva, ou porque nunca foi salvo, ou porque perdeu a salvação uma vez obtida.
- Como o homem, mesmo salvo, não deixa de ter a natureza pecaminosa, o “corpo do
pecado”, que somente desaparecerá quando da glorificação, é possível que um salvo
peque, mas, quando o fizer, se realmente for um salvo, imediatamente pedirá perdão ao
Senhor Jesus e alcançará a misericórdia divina (I Jo.1:8-2:2).
- Como afirma o nosso comentarista, o pastor Osiel Gomes da Silva: “…Transformado
pelo poder do Evangelho de Cristo, o homem recebe uma nova vontade, a qual lhe
capacita a querer fazer a vontade de Deus, pois agora a vontade divina com a humana
está amalgamada, de modo que o homem está liberto para seguir aquilo que é perfeito
(Mt 5.48). Por meio dessa nova vontade o cristão procura viver em santificação, pois
seu alvo é firmar bem sua salvação (2 Ts 2.13). No encontro de Deus com o homem,
que se dá através da cruz de Cristo, a verdadeira liberdade acontece (Jo 8.32), de modo
que o homem, por meio do seu livre-arbítrio, pode viver a bênção da plenificação da
salvação em sua vida, pois não vive mais debaixo da lei do pecado, mas sim na lei do
Espírito Santo de Deus (Rm 8.1,2).…” (O livre-arbítrio. 21 ago. 2016. Disponível em:
http://1pastorosielgomes.blogspot.com.br/2016/08/livre-arbitrio.html Acesso em 03
nov,. 2016.
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- Por isso, todo salvo deve ser vigilante, estar sempre em aproximação contínua ao
Senhor, que é a santificação, para que não venha a cair (I Co.10:12), pois o Senhor
lhe deu todas as condições, quando da salvação, para vencer o pecado, o mundo e a
carne. Se passarmos a praticar as obras da carne sem cuidado, distanciar-nos-emos do
Senhor e acabamos por matar o “novo homem”, perdendo, assim, a salvação. Passar a
uma vida pecaminosa é escarnecer de Deus, é expor ao vitupério o Filho de Deus
(Hb.5:6) e a consequência disto é um enorme afastamento do Senhor, com
consequências nefastas e funestas a seu praticante, visto que isto leva a escândalo no
meio do povo de Deus, o que é apontado como algo extremamente grave pelo Senhor
Jesus (Mt.18:6-14), como também demonstra um sentimento de rebeldia que, ao menos,
resvala para a apostasia, como indica o escritor aos hebreus (Hb.6:4-8).
- Tanto assim é que, na lei de Moisés, o pecado denominado de “à mão levantada”,
ou seja, premeditado, querido como uma consciente ação de rebeldia e de afronta a
Deus, não permitia qualquer expiação por meio de um sacrifício (Nm.15:27-31).
Ora, sendo a lei a sombra das coisas futuras (Hb.10:1), tem-se que uma atitude desta
ordem não permite que se tenha a possibilidade da salvação por meio do sacrifício
vicário de Cristo, pois aí se tratará “…de um desvio intelectual, de "um saltar de banda"
da Verdade do Evangelho. É a renúncia voluntária do conhecimento da Verdade (Hb.
10:26). É o "pisar o Filho de Deus", é o "tomar por profano o Sangue do Testamento", é
o fazer "agravo ao Espírito da Graça" (Hb.10:29). Aquelas pessoas depois de receberem
tanto, descuidadas de atingirem a verdadeira conversão, abandonaram o Cristianismo e
voltaram ao judaísmo. Não se trata, pois, de alguma fraqueza ou de um pecado em que
caíram. É um ato específico e determinado da vontade pelo qual o crente nominal rejeita
em definitivo o Plano da Salvação.…” (REIS, Anibal Pereira dos. Hebreus 6:4-8 e
Hebreus 10:26-31. Disponível em: http://solascripturatt.org/SoteriologiaESantificacao/Heb6.1-8-PodeOCrentePerderSuaSalvacaoAPReis.htm
Acesso em 03 nov. 2016).
- Daí a grande importância de bem definirmos o caráter cristão, de sabermos
efetivamente que somente aqueles que estiverem realmente em Cristo Jesus, na videira
verdadeira, produzindo o fruto do Espírito Santo, será um salvo, alguém que tem a vida
eterna, pois, caso contrário, será cortado e lançado fora (Jo.15:1-6). Estejamos, pois, em
Cristo e isto implica em não passarmos a praticar as obras da carne, em não
descuidarmos de nossa vida espiritual.
Caramuru Afonso Francisco
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2017
TEMA – As obras da carne e o fruto do Espírito – Como o crente pode vencer a verdadeira batalha espiritual
travada diariamente.
COMENTARISTA: Osiel Gomes da Silva
PLANO DE AULA Nº 3
LIÇÃO Nº 3 – O PERIGO DAS OBRAS DA CARNE
1º SLIDE INTRODUÇÃO
- As obras da carne são praticas por quem está dominado pelo pecado.
- A prática do pecado leva-nos à perdição eterna.
2º SLIDE I – O HOMEM CARNAL
- O homem, ao desobedecer ao Senhor e pecar, tornou-se escravo do pecado, pois quem pratica o pecado é escravo do
pecado (Gn.4:7; Jo.8:34).
- A prática do pecado gera, de imediato, uma separação entre o homem e Deus (Is.59:2). Surgiu o medo, o receio, o
pavor diante da presença divina, porque havia desaparecido o amor, pois só há medo quando não há amor (I Jo.4:18).
3º SLIDE
- Este homem, perdendo a comunhão com Deus, fica à mercê do maligno, sendo facilmente por ele vencido.
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- O homem sem Deus é chamado de “homem que está na carne”, um homem cujos membros servem-se de
instrumentos das “paixões dos pecados”, que dão “fruto para a morte” (Rm.7:5).
4º SLIDE
- O homem carnal é um homem que não agrada a Deus, nem pode fazê-lo (Rm.8:8), porque a prática do pecado é
uma demonstração de inimizade contra o Senhor (Rm.8:7).
- O homem carnal é, portanto, um ser que, sob o domínio do pecado, somente pratica atos que são contrários à
vontade de Deus, que o mantêm separados do Senhor, em oposição ao seu Criador, em permanente transgressão aos
mandamentos divinos, gerando um estado de separação, que é denominado de “morte”, que, se mantido, tornar-se-á
irreversível quando da passagem do homem para a dimensão da eternidade, quando, então, esta morte se converterá
numa “morte eterna”, na “segunda morte” (Ap.20:14).
5º SLIDE
- Esta situação espiritual tão terrível e triste foi transmitida por Adão a seus descendentes (Gn.5:3). É o “velho
homem”, que possui “o corpo do pecado” (Rm.6:6), que se corrompe pelas concupiscências do engano (Ef.4:22)
- O homem carnal está morto em suas ofensas e pecados, anda segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das
potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência, nos desejos da carne, fazendo a vontade da
carne e dos pensamentos, sendo, por natureza, filhos da ira (Ef.2:1-3).
6º SLIDE
- O homem carnal tem um caráter débil, pois carece de:
a) autodirecionamento – não tem vontade própria (Rm.7:14,15; Ef.2:1-3);
b) cooperatividade - é egoísta, amante de si (II Tm.3:2);
c) autotranscendência - completamente cego para as coisas espirituais, gerando toda a maldade entre os homens
(Sl.14:1; 53:1).
7º SLIDE II – AS OBRAS DA CARNE
- O verdadeiro e genuíno salvo anda em espírito e não cumpre as concupiscências da carne (Gl.5:16), não anda mais
segundo os desejos da carne, não faz a vontade do pecado e do maligno (Ef.2:3).
- As “obras da carne” são “manifestas”, ou seja, revelam-se a todos. Pelos frutos, conhecemos as pessoas (Mt.7:16-
20) e há uma “manifestação”, um aparecimento da realidade interior do ser humano através das suas atitudes. O
homem carnal produz “as obras da carne”, os “frutos para a morte” (Rm.7:5).
8º SLIDE
Obras da carne – Gl.5:19-21 (I)
a) prostituição (“porneia”) - “imoralidade sexual”, “relacionamento sexual ilícito”.;
b) impureza (“akatharsia”) - “contaminação”, “impureza moral”;
c) lascívia (“aselgeia”) – “incontinência, devassidão, imoderação, intemperança”;
d) idolatria – colocação de qualquer criatura no lugar de Deus, inclusive a avareza
9º SLIDE
Obras da carne - Gl. 5:19-21(II)
e) feitiçarias - ilusão de poder controlar os poderes espirituais através de rituais e atitudes puramente humanas (I
Co.10:14-21);
f) inimizades (“echtrai”) - “hostilidades”, “oposições”, “ódios”;
g) porfias (“eris”) - briga, contenda, debate, luta, discussão, divergência;
h) emulações (”dzelos”) - “ciúme”, “desejo de fazer mal”.
10º SLIDE
Obras da carne – Gl. 5:19-21 (III)
i) iras (“thymos”) - “paixão, “violência”, “indignação de dentro para fora”;
j) pelejas (“eritheiai”) - intriga, fação, disputa, discussão continuada;
k) dissensões (“dichostasiai”) - “desunião, divisão, sedição”;
l) heresias - “escolhas”, “opções”, doutrinas em detrimento da verdade, da Palavra de Deus (Jo.17:17);
11º SLIDE
Obras da carne - Gl.5:19-21 (IV)
m) invejas - desejos de que o outro fracasse e perca o sucesso alcançado;
n) homicídios – derramamento de sangue, fruto de um ódio ao próximo;
o) bebedices - “intoxicação”, “embriaguez”, “vícios”;
p) glutonarias (“komoi”) - “comemorações, festejos, seuss excessos e abusos”;
12º SLIDE
- Depois destas dezesseis obras da carne, o apóstolo se utiliza de uma expressão genérica, a saber, “coisas
semelhantes a estas”, a indicar que, no domínio do pecado, não faltarão “novidades” e “novas práticas” a manifestar o
distanciamento de Deus e a submissão ao maligno.
- Tanto é assim que, em outras passagens, o apóstolo Paulo, ao falar do “velho homem”, faz menção de outras
práticas que também são “obras da carne”: mentira (Ef.4:25; Cl.3:9); o furto e a ojeriza ao trabalho (Ef.4:28); a
pronúncia de palavras torpes em nossa boca (Ef.4:29; Cl.3:8); a amargura (Ef.4:31); a “cólera” (Ef.4:31); a
“gritaria” (Ef.4:31); a“blasfêmia” (Ef.4:31) ou “maledicência” (Cl.3:8); a malícia (Ef.4:31; Cl.3:8).
13º SLIDE III – OS EFEITOS DAS OBRAS DA CARNE
- As obras da carne são os feitos do velho homem (Cl.3:9) e, quando o apóstolo se utiliza da palavra “práxis” neste
texto de Colossenses, está a dar a ideia de que são ações que manifestam, exteriormente, o que há no interior do ser
humano dominado pelo pecado.
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- O apóstolo mostra que a salvação é um fenômeno que nasce dentro do coração do homem, é uma atitude interna que
se manifestará externamente através de uma conduta que revela a nossa pertença a Deus, a nossa vida para Ele, por
intermédio da graça que há em Cristo Jesus.
14º SLIDE
- O salvo nasce de novo, é uma nova criatura e isto é o mais importante saber em termos de salvação. O apóstolo vai
dizer que o mais importante é ser uma nova criatura (Gl.6:15), sendo irrelevante a observância de rituais ou de uma
exteriorização ritual da fé.
- É precisamente por causa disto que o apóstolo enfatiza a importância de sabermos se estamos a praticar as obras da
carne ou o fruto do Espírito, que é o comportamento daquele que foi realmente salvo na pessoa de Jesus Cristo.
15º SLIDE
- Os servos de Jesus Cristo devem imitá-l’O (I Co.11:1), seguir-Lhe o exemplo (I Pe.2:21) e, portanto, também
devem ostentar uma vida isenta de pecados.
- Se é verdade que o homem não é um ser impecável, ou seja, está sujeito sempre a pecar (I Rs.8:46; II Cr.6:36),
também não é menos verdadeiro que o homem que recebeu a salvação na pessoa de Cristo é uma “nova criatura” (II
Co.5:17), e esta “nova criação” não peca (I Jo.3:9).
16º SLIDE
- A prática das obras da carne, a prática do pecado é um comportamento que nos separa de Deus e que nos vai
distanciando mais e mais da presença do Senhor, levando-nos à perdição eterna, caso não haja arrependimento, numa
descida espiritual ilimitada, que leva a cada vez maior degeneração (Rm.1:18-32).
- Quem pratica tais obras da carne não herdará o reino de Deus (Gl.5:21). Se não herda o reino de Deus, é porque não
é herdeiro. Se não é herdeiro de Deus, isto significa que quem pratica as obras da carne é alguém que não é filho de
Deus (Rm.8:17).
17º SLIDE
- Todo salvo deve ser vigilante, estar sempre em aproximação contínua ao Senhor, que é a santificação, para que não
venha a cair (I Co.10:12), pois o Senhor lhe deu todas as condições, quando da salvação, para vencer o pecado, o
mundo e a carne.
- Se passarmos a praticar as obras da carne sem cuidado, distanciar-nos-emos do Senhor e acabamos por matar o
“novo homem”, perdendo, assim, a salvação.
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