1º Trimestre de 2017 - Título: As Obras da Carne e o Fruto do ESPÍRITO - Como o crente pode vencer a verdadeira batalha espiritual travada diariamente. Comentarista: Pr. Osiel Gomes da Silva (Pr Pres. Tirirical - São Luis -MA) Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm AQUI VOCÊ VÊ PONTOS DIFÍCEIS DA LIÇÃO - POLÊMICOS TEXTO ÁUREO“Antes, sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também DEUS vos perdoou em CRISTO.” (Ef 4.32)
VERDADE PRÁTICAA benignidade na vida do crente torna-o uma testemunha do amor de DEUS.
LEITURA DIÁRIA Segunda - Pv 21.21 A benignidade confere vida longa, justiça e honra
Terça - Rm 15.14 Benignidade entre os irmãos
Quarta - Cl 3.12 Revesti-vos de toda benignidade
Quinta - Rm 13.10 O benigno não faz mal ao próximo
Sexta - 2 Sm 22.26 DEUS é favorável ao benigno
Sábado - Gl 5.22 A benignidade é fruto do ESPÍRITO
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Colossenses 3.12-1712 - Revesti-vos, pois, como eleitos de DEUS, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade, 13 - suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos uns aos outros, se algum tiver queixa contra outro; assim como CRISTO vos perdoou, assim fazei vós também. 14 - E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição. 15 - E a paz de DEUS, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos. 16 - A palavra de CRISTO habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais; cantando ao Senhor com graça em vosso coração. 17 - E, quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor JESUS, dando por ele graças a DEUS Pai.
OBJETIVO GERALMostrar que a benignidade é um aspecto do fruto do ESPÍRITO e que a porfia é obra da carne.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS Reconhecer que a benignidade se fundamenta no amor; Mostrar que a porfia se fundamenta na inveja e no orgulho; Explicar porque precisamos nos revestir de benignidade. PONTO CENTRAL - A benignidade é um antídoto contra a porfia. Resumo da Lição 7, Benignidade, um escudo protetor contra as porfias I - A BENIGNIDADE FUNDAMENTA-SE NO AMOR
1. O que é benignidade? 2. JESUS, exemplo de benignidade. 3.A benignidade na prática. II - A PORFIA FUNDAMENTA-SE NA INVEJA E NO ORGULHO 1. Inimizade e porfia. 2. Evódia e Síntique. 3. Miriã e Arão. III - REVISTAMO-NOS DE BENIGNIDADE 1. Retirando as vestes velhas. 2. Sede benignos. 3. Imitando a conduta de Paulo.
PARA REFLETIR - A respeito da benignidade, um escudo protetor contra as porfias, responda:O que é benignidade?
Benignidade significa índole boa, bom caráter; benevolência, humanidade e bondade.
Quem é a fonte de toda benignidade?
DEUS é a fonte de toda bondade.
Por que os publicanos eram odiados pelo povo?
Os publicanos, por serem os cobradores de impostos, eram odiados pelo povo, pois em geral, cobravam mais do que as pessoas deviam.
Segundo a lição, a porfia se fundamenta em quê?
Fundamenta-se na inveja e no orgulho.
Cite dois exemplos bíblicos de porfia na igreja de Filipos.
Evódia e Síntique
SÍNTESE DO TÓPICO I - A benignidade, fruto do ESPÍRITO, está fundamentada no amor. SÍNTESE DO TÓPICO II - A porfia é obra da carne e se fundamenta na inveja e no orgulho. SÍNTESE DO TÓPICO III - O crente precisa se revestir de benignidade CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 69, p39. SUGESTÃO DE LEITURA - Pentecostes - Essa História é a Nossa História, Profetas e Visionários, História do Movimento Pentecostal no Brasil Resumo Rápido do Pr. Henrique INTRODUÇÃOEstudo de hoje - Benignidade, uma qualidade do fruto do ESPÍRITO X Porfias, mais uma das obras da carne. O crente cheio do ESPÍRITO SANTO é naturalmente (melhor dizendo, espiritualmente) benigno, ou seja, sempre deseja o bem das pessoas, tem sempre uma intenção de agradar e de abençoar as pessoas com quem convive e às com quem deseja conviver, se não aqui na terra, mas no céu, na eternidade. Sabemos que para convivermos com DEUS deveos ser humildes e Dele nada exigir e nem O confrontar, pois Ele é DEUS e pode fazer do vaso o que desejar. Para nos relacionar bem com nossos semelhantes precisamos evitar discussões, disputas e polêmicas. Paulo nos ensina a não entrar em discussões tolas a evitar e fugir de toda aparência do mal (Tt 3.9,10; 1 Ts 5.22).
I - A BENIGNIDADE FUNDAMENTA-SE NO AMOR 1. O que é benignidade? Chrestotes χρηστοτης - Lê-se Crístotês - Benignidade - qualidade do Fruto do ESPÍRITO Em Gálatas,VB e P traduzem por “bondade” , ao passo que a TB, ARC, ARA, BJ e Mar. traduzem por “benignidade.” a BLH tem “ ternura,” e “gentileza” representa a tradução oferecida na RV, RSV, Kingsley Williams e Moffatt. Em 2 Co 6.6; Ef 2.7; Cl 3.12; Tt 3.4 a tradução em português É geralmente “benignidade” , com “bondade” como outra alternativa. A Vulgata traduz por generosidade, ou por benignitas, de onde provém o adjetivo benigno. A Bíblia Católica Romana de Rheims chega bem perto do significado quando traduz chrèstotès por benignidade e em 2 Co 6.6 por doçura. Plummer, comentando 2 Co 6.6, diz que chrèstotès nos homens é “a gentileza simpática ou doçura de gênio que deixa os outros a vontade e recua diante da ideia de provocar dor” . Cl 3.12 Portanto, como eleitos de DEUS, santos e queridos, revesti-vos de entranhada misericórdia, de bondade, humildade, doçura, paciência. (Bíblia Ave-Maria -católica romana) Nós não somos benignos por nossa própria capacidade, embora algumas pessoas possam parecer benignas mesmo não sendo crentes. A benignidade, qualidade do fruto do ESPÍRITO, é produzida pelo ESPÍRITO SANTO em nós, à medida que nos entregamos a ELE, mediante a comunhão com JESUS CRISTO. Não conseguimos ser bondosos pelo nosso próprio esforço. A benignidade se manifesta em nós por uma ação sobrenatural do ESPÍRITO SANTO. É olhar para uma pessoa como DEUS olha. É tratar uma pessoa como se fosse JESUS ali conversando e abençoando aquela pessoa que está diante de nós.
2. JESUS, exemplo de benignidade. JESUS, como homem perfeito, é o nosso maior exemplo de benignidade e amor (Jo 3.16). Estamos falando de JESUS como homem, portanto digno de imitação. Ele não fazia acepção de pessoas, não tratava um rico diferente de um pobre ou um homem diferente de uma mulher, ou um adulto diferente de uma criança. Todos quie a Ele vinham, os amava a todos e os abençoava a todos. A única espécie de homens que JESUS tratava diferente eram os religiosos, pois estes, ao contrário dos outros, não vinham a Ele para ouví-lo ou receber alguma bênção, mas vinham para contendas e acusações, devido à inveja que os cegava. JESUS mesmo disse: "Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora". João 6:37.
3. A benignidade na prática. Sermos o que somos é fácil. Nossa tendência é sermos benignos com nossos amados próximos. Quando contactamos com outras pessoas desconfiamos imediatamanete delas, às vezes as tememos, às vezes pensamos o que podemos tiorar dessa pessoa, porém, poucas vezes olhamos para alguém com o desejo de dar a ela algo de melhor, de eterno, nosso amor, compreensão, carinho, e principamente, compartilharmos com ela nossa salvação. Muitas pessoas rejeitam o cristianismo porque alguns cristãos não amam como o seu Mestre. Tomemos cuidado com a inveja - Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros. Gálatas 5:26. Devemos evitar ao máximo as discussões e disputas - Se vós, porém, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede não vos consumais também uns aos outros. Gálatas 5:15. Para ganharmos almas devemos ser conhecidos como discipulos de JESUS - Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros. João 13:35. JESUS foi gentil para com os todos os que a Ele se achegaram buscando DEUS. Publicanos e pecadores (Mt 9.11,12; Lc 19.1-10), salteador (Lc 23.42,43); adúltera (Jo 8.4), cananeia (Mt 15.22) , centurião romano (Lc 7.2), etc..., II - A PORFIA FUNDAMENTA-SE NA INVEJA E NO ORGULHO 1. Inimizade e porfia. A inimizade contra Deus é também um atributo do egoísmo. - Teologia Sistemática de Charles Finney Inimizade é ódio. O ódio pode existir ou como um fenômeno da sensibilidade, ou como um estado ou atitude da vontade. E egoísmo visto em suas relações com Deus. Que o egoísmo é inimizade contra Deus é manifesto: (1) Na Bíblia. O apóstolo Paulo diz expressamente que "a inclinação da carne (a mente carnal) é inimizade contra Deus" (Rm 8.7). (2) O egoísmo opõe-se diretamente à vontade de Deus conforme expressa em sua lei. Esta exige benevolência. O egoísmo é seu oposto e, portanto, inimizade contra o legislador. (3) O egoísmo é tão hostil quanto possível ao governo de Deus. Ele é diretamente oposto a toda lei, princípio e medida de seu governo. (4) O egoísmo é uma oposição à existência de Deus. Deus é o inimigo intransigente do egoísmo. O egoísmo é inimizade moral contra Deus. Deus assumiu a natureza humana e levou a benevolência divina a um conflito com o egoísmo humano. Os homens não conseguiam tolerar sua presença sobre a Terra e não descansaram até matá-lo. Todas as inimizades terrenas podem ser superadas pela bondade e pela mudança de circunstâncias; mas que bondade, que mudança de circunstâncias pode mudar o coração humano, pode superar o egoísmo ou a inimizade contra o Deus que ali reina? echthra εχθρα - Inimizade B, ARC, ARA, Mar.: Inimizades; BJ, P, BV: ódio; BLH; as pessoas ficam inimigas; M: brigas. Outras traduções de outras ocorrências da palavra: RSV: hostil ou hostilidade (Rm 8.7; Ef 2.14, 16). M: inimizade tradicional entre famílias (Ef 2.16); W: inimizade mutua (Ef 2.16); P. elementos conflitantes (Ef 2.14). Não e necessário gastar muito tempo discutindo o significado de echthra; echthros é a palavra grega normal para um inimigo, e echthra, para a inimizade. No próprio NT, ocorre somente em duas outras passagens. Em Rm 8.7 Paulo escreve que a mente que se fixa na carne é hostil a Deus, ou, conforme diz NEB: “O ponto de vista da natureza inferior é inimizade contra Deus.” Em Ef 2.14, 16 é usada para a parede divisória de hostilidade que faz separação entre o judeu e o gentio ate que ambos se tornem um só em Jesus Cristo. No mundo antigo havia três tipos de inimizade, e estas continuam sendo reproduzidas na vida humana. i. Havia inimizade entre uma classe e outra dentro da mesma cidade do mesmo pais. ii. Havia a inimizade entre os gregos e os bárbaros. iii. Ha a inimizade entre um homem e outro. Neste caso, e mais simples definir echthra em termos do seu antônimo. Echthra é o antônimoexato de agapê. Agapê, amor, a suprema virtude crista, e a atitude mental que nunca permitira sentir amargura para com homem algum, e que nunca buscara outra coisa senão o sumo bem dos outros, independentemente de qual seja a atitude dos outros para com ela. Echthra é a atitude da mente e do coração que coloca as barreiras e que tira a espada; agapê é a atitude do coração e da mente que alarga o circulo, que estende laços da amizade e que abre os braços do amor. A primeira é uma obra da carne; a outra e fruto do Espirito. Porfia - eritheia - εριθεια - Lê-se Periciá - Discórdia - Obra da Carne B: facões; ARC: pelejas; ARA: discórdias; BJ: discussões; Mar: rixas; P: rivalidade; BLH: separam-se em partidos; BV: esforço constante para conseguir o melhor para si próprio. Outras traduções de outras ocorrências da palavra — ARC: contenção; ARA: discórdia; P: espírito de partidarismo; BV: fazer inveja (Fp 1.17). BV: desavenças (2 Co 12.20); ser egoísta (Fp 2.3). Descreve uma atitude errada na realização de um serviço e na detenção de um cargo. No grego secular a palavra, com seu verbo correspondente, tinha dois sentidos. Erithos é trabalhador diarista, eritheuesthai, o verbo, é trabalhar por contrato, e eritheia é o trabalho contratado. A palavra, portanto, pode descrever a atitude do homem que não tem consideração pela prestação do serviço, nenhum orgulho, nenhuma alegria no trabalho, e que se ocupa em qualquer trabalho visando somente o que pode ganhar com ele. Segundo o Dicionário Houaiss, inimizade é ódio, indisposição e malquerença; porfia significa contendas de palavras, discussão, disputa e polêmica. A inimizade pode surgir de uma porfia, inclusive entre irmãos. Já vi irmãs chegarem ao ponto de expulsarem demônios uma da outra. Isso é resultado de pequenas discussões que acabam por dividir igrejas e prejudicar muito o trabalho do Senhor. Em cidades pequenas a política partidária tem dividido igrejas a ponto de serem abertas outras congregações com facções políticas. também líderes de igrejas grandes assistiram a perda de seus membros para outras denominações ou se dividirem em outras convensões devido a essas porfias. Quantas denominações temos, por exemplo, da Assembleia de Deus, em nosso país. tudo resultado de porfias entre líderes. 2. Evódia e Síntique. A harmonia no relacionamento, uma súplica intensa (Fp 4.2,3) - Coleção Comentários Expositivos Hagnos - Hernandes Dias Lopes Paulo não somente advertiu os crentes de Filipos acerca de erros doutrinários (3.1-19), mas também acerca dos problemas de relacionamento (4.2,3). A desarmonia entre dois membros da igreja não era um problema de pequena monta para o apóstolo. Evódia e Síntique eram duas irmãs que ocupavam posição de liderança na igreja, que haviam se esforçado com Paulo no evangelho e cujos nomes estavam escritos no livro da vida, mas, agora, estavam em desacordo na igreja. Elas tinham nomes bonitos (Evódia significa “doce fragrância”, e Síntique, “boa sorte”), rnas estavam vivendo de maneira repreensível. Em vez de buscar os interesses de Cristo e da igreja, lutavam por causas pessoais. Punham o eu acima do outro. Em vez de seguir o exemplo de Cristo e de Seus consagrados servos (2.5,17,20,30), imitavam aqueles que trabalhavam por vanglória e partidarismo (2.3,4). F. F. Bruce diz que o desacordo entre essas duas irmãs, não importando a sua natureza, representava uma ameaça à unidade da igreja, como um todo Paulo solicita ajuda de um líder da igreja, que ele não nomeia, para auxiliá-las a fim de construírem pontes, em vez de cavar abismos. Precisamos exercer na igreja o ministério da reconciliação, em vez de jogar uma pessoa contra a outra. Precisamos aproximar as pessoas, em vez de afastá-las. A igreja é um corpo, e cada membro desse corpo deve trabalhar em harmonia com os demais para a edificação de todos. Paulo exorta essas duas irmãs a pensarem concordemente no Senhor. Não podemos estar unidos a Cristo e desunidos com os irmãos. Não há comunhão vertical sem comunhão horizontal. A lealdade mútua é fruto da lealdade a Cristo. A irmandade humana é impossível sem o senhorio de Cristo. Ninguém pode estar em paz com Deus e em desavença com os seus irmãos. Por isso, a desunião dos crentes num mundo fragmentado é um escândalo. É contrária à natureza da igreja confessar a unidade no céu e praticar a desunião na terra. Todos os crentes, lavados no sangue do Cordeiro, têm seus nomes escritos no livro da vida e serão introduzidos na cidade santa (Lc 10.17-20; Hb 12.22,23; Ap 3.5; 20.11-15). O fato de irmos morar juntos no céu deveria nos ensinar a viver em harmonia na terra. Evódia e Síntique - Quando o evangelho chegou à Europa por instrução do Senhor e realizou sua obra em Filipos, essas duas mulheres estiveram juntas na luta. Será que já tinham participado daquela primeira pequena reunião de mulheres com Lídia na beira do rio ? É o que Paulo lembra agora quando precisa advertir as duas em público; afinal, a carta era lida em voz alta na assembléia da igreja, todos ouviam juntos a exortação. Como é delicado o jeito de Paulo! Dirige-se individualmente a cada uma delas: evita qualquer juízo acerca das diferenças. Não critica sua atuação em si. Exorta somente essas duas da mesma forma como havia feito com a igreja toda em Fp 2.2: “que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, concordes e buscando uma só coisa.” A unidade é uma questão muito séria para Paulo! Com que clareza ele via os grandes perigos a que também essa igreja amada está exposta por causa das circunstâncias! A história da igreja confirmou sobejamente a preocupação dele. Ainda que não exista nenhuma biografia sobre elas, ainda que a própria igreja desconsidere ou em breve esqueça novamente sua ação – ela consta para sempre, inesquecível, no livro de Deus, o livro da vida. As duas mulheres serão alvo de gratidão pelo fato de que um homem – visivelmente importante na igreja – cuida das dificuldades delas. Porque a melhor forma de entender a marcante expressão “genuíno Sýzygos” é que de fato se trata de um nome próprio, ainda que não o encontremos documentado como tal em nenhum outro lugar. Esse nome Sýzygos significa “companheiro de jugo”. Sê, pois, um verdadeiro companheiro de jugo, diz Paulo, aludindo ao nome dele, atrelando-te também ao jugo nesta dificuldade, e atrele as duas mulheres novamente unidas sob o jugo do serviço para o Senhor! Não te irrites com sua discórdia, mas pensa no seu corajoso engajamento para a igreja nos primórdios, e ajuda-as para que também agora tornem a prestar um serviço concorde e abençoado na igreja. Como podemos aprender de Paulo a “exortar”! 3. Miriã e Arão. Números 12. 1 E falaram Miriã e Arão contra Moisés, por causa da mulher cusita, com quem casara; porquanto tinha casado com uma mulher cusita. 2 E disseram: Porventura falou o Senhor somente por Moisés? Não falou também por nós? E o Senhor o ouviu. 3 E era o homem Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra. 4 E logo o Senhor disse a Moisés, a Arão e a Miriã: Vós três saí à tenda da congregação. E saíram eles três. 5 Então o Senhor desceu na coluna de nuvem, e se pôs à porta da tenda; depois chamou a Arão e a Miriã e ambos saíram. 6 E disse: Ouvi agora as minhas palavras; se entre vós houver profeta, eu, o Senhor, em visão a ele me farei conhecer, ou em sonhos falarei com ele. 7 Não é assim com o meu servo Moisés que é fiel em toda a minha casa. 8 Boca a boca falo com ele, claramente e não por enigmas; pois ele vê a semelhança do Senhor; por que, pois, não tivestes temor de falar contra o meu servo, contra Moisés? 9 Assim a ira do Senhor contra eles se acendeu; e retirou-se. 10 E a nuvem se retirou de sobre a tenda; e eis que Miriã ficou leprosa como a neve; e olhou Arão para Miriã, e eis que estava leprosa. 11 Por isso Arão disse a Moisés: Ai, senhor meu, não ponhas sobre nós este pecado, pois agimos loucamente, e temos pecado. 12 Ora, não seja ela como um morto, que saindo do ventre de sua mãe, a metade da sua carne já esteja consumida. 13 Clamou, pois, Moisés ao Senhor, dizendo: Ó Deus, rogo-te que a cures. 14 E disse o Senhor a Moisés: Se seu pai cuspira em seu rosto, não seria envergonhada sete dias? Esteja fechada sete dias fora do arraial, e depois a recolham. 15 Assim Miriã esteve fechada fora do arraial sete dias, e o povo não partiu, até que recolheram a Miriã. כושי Kuwshiyth - (Strong Português) zípora - uma mulher cuxita, a esposa de Moisés, assim denominada por Miriã e Arão מרים - Miryam - Miriã = “rebelião”
1) irmã mais velha de Moisés e Arão
אהרן - Ααρων Aaron - (Strong Português)
Arão = “que traz luz”
1) o irmão de Moisés, o primeiro sumo sacerdote de Israel e o líder de toda ordem sacerdotal. Arão - No segundo ano de peregrinação no deserto, Arão ajudou Moisés a realizar um censo para contar o povo (Números 1:1-3,17-18). Mais tarde Arão teve inveja de Moisés por sua posição de liderança. Ele e Miriam, sua irmã, começaram a conspirar contra ele, embora Moisés fosse o homem mais humilde na face da terra (Números 12:1-4). A ira de Deus sobre eles foi aplacada pela oração de Moisés. Miriam sofreu pelo seu pecado (Números 12:5-15). Arão novamente escapou da condenação. משה - Μωσευς - Moseus ou Μωσης - Moses - (Strong Português) Moisés = “o que foi tirado”
1) legislador do povo judaico e num certo sentido o fundador da religião judaica. Ele escreveu os primeiros cinco livros da Bíblia, comumente mencionados como os livros de Moisés. Chamado o homem mais manso da terra. (Hebreus - SÉRIE Comentário Bíblico) sendo fiel ao que o constituiu, como também o foi Moisés em toda a sua casa. O próprio Deus falou isso a respeito de Moisés quando argumentava com Arão e Miriã, dizendo: “Não é assim com o meu servo Moisés, que é fiel em toda a minha casa” (Nm 12.7 ). Nm 12:3 (Manual de Dúvidas, Enigmas e Contradiçoes da Biblia) NÚMEROS 12:3 - Como pôde Moisés fazer essa declaração a respeito de si mesmo? PROBLEMA: Números 12:3 diz: "Era o varão Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra". A posição tradicional quanto ao Pentateuco é a de que foi Moisés o autor dos cinco livros. Mas como pôde ele fazer essa declaração sobre si mesmo? Ele não estaria cheio de orgulho? SOLUÇÃO: Certamente ninguém afirmaria que Jesus estava sendo jactancioso ou orgulhoso quando disse: "sou manso e humilde de coração" (Mt 11:29). Jesus estava apenas declarando fatos. De igual modo, Moisés não estava se vangloriando ou se enchendo de orgulho pela sua mansidão. Não, ele estava simplesmente declarando um fato, porque isso era crucial para se Entender o significado dos evento que ele estava narrando. O capítulo 11 de números relata que depois que o Espírito do Senhor veio sobre Eldade e Medade, fazendo-os profetizar, Josué aproximou-se de Moisés e disse: "Moisés, meu senhor, proíbe-lho" (Nm 11:28). A resposta de Moisés é uma perfeita ilustração de sua mansidão: "Tens tu ciúmes por mim? Quem dera todo o povo do Senhor fosse profeta, que o Senhor lhes desse o seu Espírito!" (Nm 11:29). Moisés demonstrou ter o caráter de um homem manso, que não se irou porque Deus estava usando outros para profetizar; demonstrou ser humilde, não interessado em sua própria glória, mas somente na glória do Senhor. Moisés havia sido escolhido pelo Senhor para conduzir o seu povo até Canaã, e uma das suas características mais marcantes era a mansidão e a humildade (Nm 12.3). Todo líder precisa dessas duas características para que tenha uma liderança bem-sucedida. Certo dia, Miriã e Arão, irmãos de Moisés, ficaram indignados pelo fato de ele ter se casado com uma mulher cuxita (Nm 12.1). Eles não estavam preocupados com Moisés, mas, por trás da porfia, também havia outro sentimento, a inveja. Eles certamente desejavam a liderança do irmão. Um sentimento carnal traz consigo outros sentimentos, despertando o que há de pior em cada pessoa. As consequências da inveja e da porfia foram terríveis para Miriã e para todo o povo, pois tiveram que ficar retidos, em um lugar, até que Miriã pudesse se ajuntar novamente à congregação (Nm 12.15). Tenha cuidado com a porfia, pois ela trará prejuízos a você e ao povo de DEUS. “Inveja” (phthonoí) serve de passagem para este grupo. E o desejo de se apropriar do que outras pessoas possuem. Refere-se ao desejo de privar o outro do que ele tem. E aquela pessoa que fica amargurada diante da visão de outra possuindo o que ela não tem, e que faria tudo quanto fosse possível não para possuir a coisa, mas para evitar que a outra pessoa a possua.41 Quando Moisés foi confrontado por Miriã e Arão (12:1), ele não respondeu em defesa própria. Esta é uma característica da mansidão. Por que Moisés não falou com eles? Por que não lhes falou com franqueza? Por que Deus teve de falar com Miriã e Arão, em favor de Moisés? A explicação encontra-se em Nm 12:3. Moisés não estava lá para glorificar-se a si mesmo. Se ele tivesse respondido em sua própria defesa, estaria justificando as queixas que eles tinham feito contra a sua pessoa. Mas Moisés não era o líder do povo por ter tido qualquer espécie de ambição, nem por ter confiado em si mesmo, nem por exercer uma obstinada busca de subir ao poder. Ele foi escolhido por Deus. Moisés era benevolente. Curiosidade - LEPRA (Tesouro de Conhecimentos Bíblicos) Do hebraico “sãrá at” e do grego “lepra”. A lepra é uma enfermidade infecciosa e contagiosa, crônica, provocada pelo “bacillus lepra de Han-sen” ou o “Mycobacterium le-prae”; ela se apresenta com lesões na pele, nos nervos e nas vísceras, com anestesia local e ulceração. O leproso deveria andar com a cabeça descoberta, para ser reconhecido a distância; era obrigado a cobrir o lábio superior, a fim de evitar o contágio da enfermidade A raiz hebraica “sã-rá” quer dizer ferido de Deus. Além disso, há dois tipos de lepra: a alba, pela falta de pigmento da pele, e a maculosa, pelas manchas roxas e brancas no rosto e no corpo. Quem diagnosticava a lepra não era o médico mas o sacerdote, porque a preocupação em relação à higiene do povo também era religiosa, ritual. Aquele que era declarado leproso caía num estado de impureza ritual e deveria habitar somente fora do acampamento ou cidade. Também era o sacerdote quem declarava cura do leproso, por isso ele deveria apresentar-se diante do sacerdote. O Antigo Testamento menciona algumas personagens célebres, afetadas pela lepra: Moisés, no milagre da sarça (Êx 4.6); sua irmã Miriã (Nm 12.10); Naamã (2 Rs 5); o rei Azarias (2 Rs 15.5); provavelmente Jó. Jesus curou muitos leprosos e afirmou que a pureza ritual era um acessório. O importante é a pureza moral, a pureza do coração, que nada tem a ver com possíveis manchas na pele (Mt 15.10-20). Os textos que falam da cura dos leprosos são: Mateus 8.1-4; 10.8; 11.5; 26.6; Lucas 17.12. λεπρα lepra - (Strong Português)
moléstia cutânea muito desagradável, irritante e perigosa. Seu vírus, que geralmente impregna o corpo inteiro, é comum no Egito e no Oriente III - REVISTAMO-NOS DE BENIGNIDADE 1. Retirando as vestes velhas. Evidenciamos a verdadeira conversão quando mortificamos nossa natureza terrena (Cl 3.5-9) Agora, o apóstolo volta a defender o que, para ele, era uma linha positiva de controle próprio, que é tanto oposta à permissividade (3.5-8) quanto afirmadora de um estilo de vida apropriado para o caráter cristão (3.10,11). O apóstolo Paulo aborda três sublimes verdades aqui. Em primeiro lugar, devemos andar com a certidão de óbito no bolso (3.5-7). O apóstolo Paulo dá uma ordem: “Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena...” (3.5). A palavra “pois” indica que a mortificação, na prática, é motivada pelas qualidades do fruto do ESPÍRITO em nós. A palavra grega nekrosate, “fazer morrer”, é a mesma da qual vem nossa palavra “necrotério”. Precisamos andar com a nossa certidão de óbito no bolso. Porque morremos com Cristo (3.3), temos poder para fazer morrer a nossa natureza terrena (isso não é ascetismo - flagelação do corpo). Devemos considerar-nos mortos para o pecado (Rrn 6.11). Jesus disse: “Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti” (Mt 5.29). É óbvio que nem Paulo nem Cristo estão falando de uma cirurgia literal. O mal não vem do olho, da mão, do pé, mas sim do coração, que abriga desejos perversos. Li algures sobre duas jovens que se converteram depois de vários anos vivendo na boêmia. Suas parceiras de aventuras mundanas, um dia, as convidaram para irem juntas à boate, ao que elas prontamente responderam: “Nós não podemos ir, porque estamos mortas”. Em segundo lugar, devemos saber para quais coisas estamos mortos (3.5). Paulo enumera vários pecados. Esses pecados faziam parte da velha vida dos colossenses (3.7) e eles atraem a ira de Deus (3.6). Esses pecados não são mais compatíveis com a nova vida que temos em Cristo. Que pecados são esses? a. Pecados morais. Prostituição, impureza e lascívia estão diretamente ligados a pecados sexuais. Toda sorte de relação sexual antes e fora do casamento está aqui incluída. Paulo condena não apenas o ato pecaminoso, mas também a intenção e o desejo impuro. Fica claro que os desejos e apetites conduzem às ações. A fim de purificar os atos, é preciso antes purificar a mente e o coração. b. Pecados sociais. Desejo maligno e avareza falam de desejar o mal para os outros e de desejar o que é dos outros. A avareza, pleonexia, é o pecado de desejar sempre mais, sem nunca se satisfazer: sejam coisas ou prazeres. A idéia básica de pleonexia é a de um desejo que o homem não tem o direito de alimentar. O desejo de dinheiro, por exemplo, conduz ao roubo; o desejo de poder conduz à tirania, e o desejo sexual conduz à impureza. E o desejo de obter sempre o que não se tem direito de possuir. Isso é idolatria, porque coloca as coisas no lugar de Deus e substitui Deus por coisas ou prazeres. A essência da idolatria é o desejo de obter. O homem que está dominado pelo desejo de possuir coisas coloca-as no lugar de Deus e as adora e lhes presta culto às coisas em vez de adorar a Deus. Nessa mesma linha de pensamento, Ralph Martin diz que a avareza leva uma pessoa para longe de Deus e a encoraja a confiar nas suas possessões materiais. Por isso, a avareza não é melhor do que a idolatria, a devoção a um deus falso. Em terceiro lugar, devemos despojar-nos das mortalhas da velha vida e deixá-las na sepultura (3.8,9). O apóstolo Paulo prossegue na lista de pecados que devem ser removidos da nossa vida, uma vez que morremos e ressuscitamos com Cristo. Agora, Paulo fala de mais duas categorias de pecado. a- Pecados ligados ao temperamento (3.8). Paulo menciona três pecados: ira (thumos), indignação {orge) e maldade (kakian). Esses três pecados falam de um temperamento não controlado pelo Espírito de Deus. A ira (thumos) descreve um temperamento explosivo como fogo de palha. Ela se relaciona com a palavra “ferver”. Por outro lado, a indignação {orge) é uma ira inveterada, que arde continuamente, que se recusa a ser pacificada e jamais cessa. Ralph Martin diz que essas duas explosões de mau gênio humano destroem a harmonia dos relacionamentos humanos. A maldade (kakia) fala de uma depravação mental da qual surgem todos os vícios particulares. Trata-se de um desejo maligno contra uma pessoa a ponto de entristecer-se quando ela é bem-sucedida e de alegrar-se quando ela passa por problemas. b- Pecados ligados à língua (3.8,9). Aquela lista agora é substituída por um novo catálogo, que consiste nos pecados da língua. Novamente Paulo menciona três pecados: maledicência, linguagem obscena e mentira. Todos esses sao termos que descrevem o uso indevido e impróprio da língua. Aqui blasfêmia é falar mal dos outros. Linguagem obscena significa ter a boca suja e refere-se a todo tipo de palavra torpe, de comunicação vulgar e de humor de baixo calão. Mentira é o falseamento a verdade. Quando um cristão mente, ele está cooperando e aliando-se com Satanás, que é o pai da mentira. Espalhar contenda entre os irmãos é o pecado que a alma de Deus mais abomina (Pv 6.16-19). Russell Shedd alerta: As críticas aos nossos irmãos devem ser de tal modo dominadas pelo amor que sempre expressem o desejo de encorajar, e nunca a intenção de destruir maliciosamente. Cuidado com as fofocas e os comentários desnecessários que, ao invés de encorajar e abençoar, amaldiçoam e desestimulam. 2. Sede benignos. A palavra “bondade” (chrestótes) tem seu uso comum tanto no grego bíblico, quanto no eclesiástico. Na LXX é o bem no sentido de bens terrenos (Ec 4.8; 5.10; 6.3) ou de felicidade (Ec 5.14), o bem que acontece a alguém (Ec 15.17; 6.6; 9.18). A bondade de Deus é provada através dos bens que Ele concede na terra (2 Esd 19.25,35) ou guarda para o céu (2 Esd 23.31). E também o bem moral que se pratica (Jz 8.35; 9.16; 2 Cr 24.16; SI 51.5). Em Paulo, significa benignídade, gentileza. Refere-se a uma disposição gentil e bondosa para com os outros, é a característica de “ser bom”. O perigo da vida é que as mas companhias corrompem os bons costumes que o cristão sempre deve ter (1 Co 15.33). Esta benignidade é uma das coisas que o cristão deve vestir como parte da vestimenta da vida cristã (Cl 3.12). É com esta benignidade que os cristãos devem perdoar uns aos outros, e este perdão segue o modelo que nos mesmos recebemos de DEUS. “Antes sede uns para com os outros benignos, perdoando-vos uns aos outros, como também DEUS em CRISTO vos perdoou” (Ef 4.32). Ate mesmo as virtudes mais rigorosas perdem seu valor se esta benignidade não estiver presente na vida (2 Co 6.6). Ainda restam mais duas ocorrências da palavra no NT, que faltam ser estudadas, e que tem mais para acrescentar ao quadro desta palavra. Em Lc 5.29 chrèstos é usado para o vinho que se envelheceu e amadureceu. A dureza, aspereza e amargura foram banidas pela benignidade cristã, é a graciosidade madura do amor cristão permanece. Em Mt 11.30 JESUS diz: “Meu jugo é suave.” Ali, chrèstos pode significar bem-adaptado. O serviço de CRISTO não é autoritariamente imposto sobre um homem; não age como um capataz de escravos; é algo benigno, e a tarefa que CRISTO dá a um homem lhe é feita sob medida. A benignidade cristã é bela e amável, e o seu encanto provem do fato de que ela significa tratar os outros do modo que DEUS nos tratou. “Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber” (At 20.35). Não há equívoco algum no versículo que transcrevemos. É melhor, muito melhor, dar do que receber, afirma a Palavra de DEUS, em contraste com o espírito cobiçoso e interesseiro que sempre está alerta quando ouve pronunciar a palavra receber. Paulo recordou essas palavras de JESUS porque sabia quão grande era o prazer de dar, dar bens materiais, dar atenção, dar amor, dar a própria vida em favor do progresso do Evangelho de JESUS CRISTO e para o bem do próximo! 3. Imitando a conduta de Paulo. Paulo sempre via as pessoas com benignidade - sofreu muito, inclusive com agressões físicas, mas nunca deixou de anunciar as virtudes daquele que o chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (1 Pedro 2:9) Quem poderia, hoje em dia, chamar os crentes e dizer: "sede meus imitadores (1 Co 11.1)? O ministro é um pai amoroso (4.14-21) - Coleção Comentários Expositivos Hagnos - Hernandes Dias Lopes A última figura que Paulo usa é a figura de um pai que precisa exercer doçura e temor. A severidade de Paulo dá lugar à ternura. Ele agora se dirige à igreja como um pai aos seus filhos. Normalmente quando temos de usar a vara para disciplinar nossos filhos, choramos mais do que eles. Sofremos e sentimos mais do que eles. Agora, ele se volta cheio de ternura, doçura, mansidão e carinho dirigindo-se à igreja como filhos amados. Vejamos como ele escreve: “Não vos escrevo estas cousas para vos envergonhar; pelo contrário, para vos admoestar como a filhos meus amados” (4.14). O que é um pai espiritual? Em primeiro lugar, o pai é aquele que gera os filhos pelo evangelho (4.14,13). Paulo fala do pai espiritual: “Porque, ainda que tivésseis milhares de preceptores em Cristo, não teríeis, contudo, muitos pais; pois eu pelo evangelho vos gerei em Cristo” (4.15). A palavra “preceptor” aqui épaida- gogos. É o escravo que tinha a responsabilidade de cuidar de uma criança e conduzi-la à escola. Ele não era o professor, mas aquele que levava o filho à escola e o deixava aos pés do mestre. E Paulo diz: Vocês podem ter muitos que levam instrução até vocês ou, levam vocês à instrução. Porém, vocês só têm um pai. A minha relação com vocês é estreita, sentimental, familiar, e íntima. E uma relação de coração e de alma. Eu sou o pai de vocês! Eu gerei vocês! Em segundo lugar, o pai é aquele que é um exemplo para os filhos (4.16,17). Paulo diz: “Admoesto-vos, portanto, a que sejais meus imitadores” (4.16). A palavra “imitadores”, no grego, é mimetai, de onde vem a palavra mimetismo, mímica. Ou seja, você ensina o filho não apenas por aquilo que você diz, mas, sobretudo, por aquilo que você faz. Os filhos aprendem primeiro pelo exemplo, depois pela doutrina. Albert Schweitzer, um grande pensador alemão, declara que o exemplo não é apenas uma forma de ensinar, mas a única forma eficaz. Paulo podia ser exemplo para os seus filhos e os seus filhos podiam imitá-lo porque ele imitava a Cristo. Ele diz: “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo” (11.1). Em terceiro lugar, o pai é aquele que é fiel em disciplinar os filhos (4.18-21). O pai é aquele que gera, que ensina pelo exemplo e também, o que disciplina com amor. Veja o que diz o apóstolo Paulo: “Alguns se ensoberbeceram, como se eu não tivesse de ir ter convosco; mas, em breve, irei visitar- vos, se o Senhor quiser, e, então, conhecerei não a palavra, mas o poder dos ensoberbecidos. Porque o reino de Deus consiste não em palavra, mas em poder. Que preferis? Irei a vós outros com vara ou com amor e espírito de mansidão?” (4.18-21). Há um momento em que a intolerância precisa ter um fim. Há um momento em que a única forma de alcançar o coração do filho é o expediente da disciplina. Reter a vara do filho é pecar contra ele. Aborrece a alma do filho o pai que retém a disciplina. Chega um momento em que um pai responsável precisa disciplinar os seus filhos. Um pai que ama não pode ser indulgente com os filhos. O pai não apenas dá exemplo e ensina, mas também disciplina os filhos quando eles se tornam rebeldes. Paulo diz que existia dentro da igreja uma dicotomia, um hiato, um abismo entre o que os cristãos falavam e o que eles viviam. Paulo contrasta discurso e poder, palavras e obras (4.19,20). Falavam, mas não viviam. Havia um abismo entre o que falavam e o que praticavam. Eles eram uma igreja falante e eloqüente, mas não praticante. Então Paulo lhes diz que o problema não é falar, mas viver, pois o Reino de Deus não consiste em palavra, mas em poder! Não adianta você falar bonito, ter um discurso bonito, não adianta ser eloqüente, fanfarrão, tocar trombeta! O Reino de Deus é poder, é vida, é transformação. Em quarto lugar, o pai é aquele que dá afeto e carinho aos filhos (4.14,21). O pai gera, dá exemplo, disciplina, e também dá carinho. O filho que só apanha fica revoltado e recalcado. O filho que só recebe carinho fica mimado e imaturo. Precisamos dosar disciplina com ternura. Tem o tempo certo de usar a vara e o tempo certo de pegar o filho no colo. Precisamos equilibrar correção com encorajamento. Paulo pergunta: “Que preferis? Irei a vós outros com vara, ou com amor, e espírito de mansidão?” Paulo era aquele homem de coração doce e cheio de ternura, um pai que tinha vontade de colocar os filhos no colo. Precisamos desenvolver esse sentimento de proximidade, de intimidade e de amabilidade na igreja. Veja a intensidade dos sentimentos desse apóstolo veterano. Quando ele escreve aos gálatas, afirma: “[...] meus filhos, por quem, de novo, sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós” (G1 4.19). A figura que ele usa é a de uma mãe dando a luz. Depois ele diz aos presbíteros de Éfeso, que ele era aquele pai que exortava dia e noite com lágrimas a cada um (At 20.31). Ele ainda disse aos tessalonicenses que ele era como uma ama, que acaricia os filhos (lTs 2.7). CONCLUSÃOA benignidade fundamenta-se no amor, o que é benignidade? É ter Jesus como, exemplo de benignidade, ser benigno é viver a benignidade na prática. A porfia fundamenta-se na inveja e no orgulho e isso gera inimizade. Exemplo disso são Evódia e Síntique que apesar de irmãs viviam separadas por inimizade. Miriã e Arão porfiaram contra Moisés por inveja. Revistamo-nos de benignidade retirando as vestes velhas do pecado.Sejamos benignos imitando a conduta do apóstolo Paulo que imitava o senhor da benignidade - Jesus. VÁRIOS COMENTÁRIOS DE LIVROS COM ALGUMA CORREÇÃO DO Pr. Luiz Henrique Benignidade é amar antes de fazer, é amar com as palavras, é delicadeza no tratamento, é desejo de ajudar; Bondade é demonstrar a Benignidade através de ações, é amar com atos práticos. Colossenses 3.12-17 -12 - Revesti-vos, pois, como eleitos de DEUS, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade, 13 - suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos uns aos outros, se algum tiver queixa contra outro; assim como CRISTO vos perdoou, assim fazei vós também. 14 - E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição. 15 - E a paz de DEUS, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos. 16 - A palavra de CRISTO habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais; cantando ao Senhor com graça em vosso coração. 17 - E, quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor JESUS, dando por ele graças a DEUS Pai. Revesti-vos, pois, como eleitos de DEUS, santos e amados (3.12). - Comentário Histórico Cultura do Novo Testamento O mandamento “revesti-vos” (endysathe) é paralelo aos mandamentos anteriores de Paulo; “mortificar e “despojai-vos.” O chamado urgente, presente, expressa o aspecto positivo da responsabilidade pessoal do cristão, enquanto que os chamados anteriores expressam o aspecto negativo da responsabilidade do cristão. O que Paulo faz nestas exortações é nos lembrar de que, embora a transformação que experimentamos dentro de nosso ser seja uma obra de DEUS em sua totalidade, você e eu somos responsáveis por fazer as escolhas morais que determinam se aquela obra de DEUS encontrará ou não expressão em nossa vida cotidiana. E a paz de DEUS, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações (3.15). A palavra é brabeuo, e só é usada aqui no NT. No grego mais antigo ela possuía uma conotação esportiva e significava "arbitrar”. É possível que no século I a palavra significasse simplesmente decidir ou julgar. A questão crítica aqui é se Paulo está continuando a discutir os relacionamentos dentro da igreja, e assim a “paz” seria interpessoal, ou se Paulo apresenta um novo sujeito, e assim a paz seria interior. Os tradutores da NVI preferem a segunda opinião, na qual “paz” é uma confiança que vem quando fazemos escolhas que estão dentro da vontade de DEUS. Uma falta de paz pode muito bem indicar que temos que repensar uma decisão, ou adiá-la por algum tempo. E, quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor JESUS (3.17). No século I, agir “em nome” de uma outra pessoa era agir como seu representante. Tudo o que dizemos ou fazemos ajudará a moldar a impressão que os outros têm de JESUS, Comentários Mattew Henry Cl 3.12-17 Não só não devemos magoar a ninguém; devemos fazer todo o bem que possamos a todos, os que são eleitos de DEUS, santos e amados, devem ser humildes e compassivos com todos. Enquanto estivermos neste mundo, onde há tanta corrupção em nossos corações, às vezes surgirão contendas, mas nosso dever é perdoar-nos uns a outros imitando o perdão pelo qual somos salvados. A ação de graças sem DEUS ajuda a fazer-nos agradáveis ante todos os homens. O evangelho é a palavra de CRISTO. Muitos têm a palavra, porém habita pobremente neles; não tem poder sobre eles. A alma prospera quando estamos cheios das Escrituras e da graça de CRISTO. Quando cantamos salmos devemos ser afetados pelo que cantamos. Façamos tudo em nome do Senhor JESUS, e dependendo da fé nEle, seja o que for em que estivermos ocupados. Aos que fazem tudo em nome de CRISTO nunca lhes faltará tema para agradecer a DEUS, o Pai. Comentário Esperança N.T. Completo 12 Paulo já falou com mais detalhes dos “membros sobre a terra”, os quais podemos ter mortos. Mas descreveu apenas brevemente o novo ser humano. Agora, porém, ele se volta mais uma vez para esse lado positivo da santificação. “Por isso tende revestido…” Afinal, são pessoas que “se revestiram do novo ser humano”. Por ser assim, ele diz: tende revestido! Novamente torna-se explícito o traço fundamental da santificação evangélica: sejam realmente aquilo que vocês na verdade já são, sejam-no concretamente, preservem-no e realizem-no cabalmente nas decisões isoladas da vida diária! Com toda a luminosidade e grandeza ouvimos a ênfase: “como eleitos de DEUS, santos e amados”. Entender “santos e amados” como adjetivo ou como substantivo é apenas uma versão levemente distinta da sintaxe grega. Essencial, porém, é a visão esplêndida diante de nós: não nos afadigamos com a santificação para finalmente nos tornar eleitos e santos, mas por já sermos eleitos e santos resulta agora dessa verdade uma nova maneira de viver que é totalmente diferente da dos humanos que “ainda têm sua vida no mundo” (Cl 2.20). A metáfora do “revestir-se” sugere que afirmemos: por serdes filhos do rei, príncipes e princesas, trajai-vos agora também como reis e comportai-vos regiamente! O inverso nunca será possível: ninguém pode imaginar que pelo simples fato de ter o guarda-roupa e o comportamento de um príncipe também possa tornar-se um. É por essa razão que o conteúdo positivo da santificação agora não se resume a essas precárias exterioridades como o cumprimento de certos feriados. Evidências da verdadeira santificação - Coleção Comentários Expositivos Hagnos - Hernandes Dias Lopes (Cl 3.12-17) No capítulo anterior abordamos as evidências da verdadeira conversão. Neste capítulo analisamos as evidências da verdadeira santificação. A conversão precede a santificação, a qual segue inevitavelmente àquela. A vida cristã é marcada por um lado negativo e outro positivo. E um constante despojar-se de um lado e um revestir-se do outro. Se por um lado devemos fazer morrer a nossa natureza terrena, por outro devemos buscar as coisas lá do alto. Paulo acabara de ordenar aos cristãos a despojar-se e despir-se das mortalhas do velho homem (3.8,9); agora, ordena os revestir-se das roupagens do novo homem (Cl 3.12). “Revesti-vos”, eis o mandamento! O verbo está no imperativo aoristo, mostrando que, de uma vez e para sempre, os cristãos deviam tomar como vestimenta as virtudes cristãs. O novo homem precisa exibir vestes novas, as vestes dos filhos do Rei. William Hendriksen diz que a presente seção é insuperável pela beleza de seu estilo e pelo chamado direto ao coração. O mesmo se pode dizer de seu valor prático. A ênfase neste parágrafo concentra-se na motivação. Por que deveriamos tirar os trapos da velha vida e vestir-nos das roupagens do novo homem? Paulo expõe três motivos que devem encorajar-nos a andar em novidade de vida. A santificação está fundamentada nas bênçãos singulares já recebidas de DEUS (Cl 3.12,13) Antes de dizer o que devemos fazer para DEUS, Paulo relembra o que DEUS fez por nós. Vida cristã não é algo que construímos pelos nossos méritos e esforços, mas o resultado daquilo que DEUS fez por nós em CRISTO JESUS. Paulo menciona quatro grandes verdades, que passamos a destacar. Em primeiro lugar, o povo de DEUS foi escolhido. O apóstolo Paulo ordena: “Revesti-vos, pois, como eleitos de DEUS”. Ela é realizada em CRISTO (Ef 1.4) e para a salvação (Rm 8.30). Não fomos nós que escolhemos a DEUS, mas foi Ele quem nos escolheu (Jo 15.16). A eleição divina não se baseia em mérito humano, mas na graça divina (Dt 7.7,8). DEUS não nos escolheu por causa de quem somos ou fazemos, mas apesar disso (Rm 5.8). Ele nos escolheu não porque praticávamos boas obras, mas para fazermos boas obras (Ef 2.10). Ele nos escolheu não porque éramos santos, mas para sermos santos (Ef 1.4). Ele nos escolheu não porque éramos obedientes, mas para a obediência (lPe 1.2). Fomos eleitos mediante a santificação do ESPÍRITO e a fé na verdade (2Ts 2.13). Esta nova vida produz frutos, ou obras de amor. Em segundo lugar, o povo de DEUS foi separado como Sua propriedade exclusiva (3.12b). Nós fomos eleitos para a santidade. E ser santo é ser separado do mundo para DEUS. Agora, tirados do mundo mesmo estando geograficamente no mundo, somos propriedade exclusiva de DEUS (lPe 2.9). Fomos comprados por um alto preço e agora não somos mais de nós mesmos (ICo 6.19,20). Bruce Barton diz corretamente que somos feitos santos aos olhos de DEUS por causa do sacrifício de CRISTO na cruz, ainda que a santidade seja um alvo progressivo da salvação. Warren Wiersbe afirma que, assim como a cerimônia de casamento separa um homem e uma mulher um para o outro de modo exclusivo, a salvação separa o cristão exclusivamente para JESUS CRISTO. E, da mesma forma que seria escandaloso ver uma mulher casada ou um homem casado correr para os braços de outra pessoa, também é um escândalo um cristão viver para o mundo ou para agradar a carne. Em terceiro lugar, o povo de DEUS foi profundamente amado (3.12c). Antes da nossa conversão, estávamos sem esperança e sem DEUS no mundo (Ef 2.12). Estávamos perdidos e mortos em nossos delitos e pecados. Éramos escravos do diabo, do mundo e da carne (Ef 2.1-3). Estávamos, ainda, debaixo da ira de DEUS (Ef 2.3). Mas agora somos não apenas propriedade exclusiva de DEUS, mas amados de DEUS. Somos a herança de DEUS, o Seu tesouro particular, a menina dos Seus olhos, o Seu prazer. Seu amor por nós é eterno. Suas misericórdias nao têm fim. Seu amor é revelado a nós pela obra da criação, da providência e da redenção. Em quarto lugar, o povo de DEUS foi completamente perdoado (3.13b). DEUS não apenas nos escolheu, nos santificou e nos amou, mas também nos perdoou, cancelando toda a nossa dívida. Agora, estamos quites com a lei de DEUS e com Sua justiça. O perdão de DEUS é completo e final. Trata-se de um perdão que abrange todos os nossos pecados. Na verdade, não há mais nenhuma condenação para aqueles que estão em CRISTO JESUS (Rm 8.1). Nenhuma acusação pode prosperar contra nós, pois o DEUS que nos ama já nos perdoou e nos declarou justos! A santificação é um contínuo uso das vestimentas espirituais providenciadas por DEUS (Cl 3.12-14) Paulo deixa de falar daquilo que DEUS fez por nós para tratar daquilo que devemos fazer uns aos outros. Agora pertencemos à família de DEUS e devemos viver nela de modo digno de DEUS. O cristianismo é mais do que a mera aceitação de doutrinas ortodoxas; é também um relacionamento correto com DEUS e uns com os outros. William Barclay diz que cristianismo é comunidade. Em contraste com os vícios listados no capítulo anterior (pecados sexuais, sociais e da língua), Paulo oferece agora uma lista de virtudes que devem tornar a vida do cristão. Vamos considerar essas indumentárias que devem fazer parte da nossa vida. Em primeiro lugar, ternos afetos de misericórdia (3.12). Paulo traça um contraste entre a vida antes da conversão, marcada por ira, indignação, maldade, maledicência, obscenidade e mentira (3.8,9), e a nova vida caracterizada por “ternos afetos de misericórdia” (3.12). Ser misericordioso é lançar o coração na miséria do outro. E uma genuína simpatia pelas necessidades dos outros. O cristão deve ter um coração compassivo. No original, splanchna oiktirmou quer dizer entranhas compassivas. A expressão “ternos afetos” pode ser traduzida literalmente por “órgãos internos”, do grego splanchna. No pensamento antigo, as vísceras eram consideradas a sede da vida emocional. A segunda palavra, oiktirmos, significa a expressão externa de profundo sentimento na preocupação e ação compassivas. Sendo assim, o termo composto transmite o senso de uma compaixão profundamente sentida que se estende aos necessitados. No mundo antigo, os aleijados e os enfermos eram simplesmente eliminados. Não havia provisões sociais para os idosos. O tratamento destinado aos doentes mentais era desumano. As crianças não tinham nenhum direito. A misericórdia é uma dádiva do cristianismo. Russell Shedd alerta para o fato de que a violência, que atrai tanta atenção na literatura, televisão, revistas e grande parte dos meios de entretenimento, tende a criar sentimentos opostos, imunidade e indiferença emocional frente à miséria e sofrimento terríveis de que há tantas vítimas no mundo. O povo de DEUS deve vestir-se com a indumentária da misericórdia. Esses afetos de misericórdia podem ser vistos na atitude de José do Egito com seus irmãos (Gn 45.14). Em vez de vingar-se deles, José lhes ministrou amor e bondade. Também pode ser ilustrado pela atitude do samaritano que se compadeceu do homem ferido à beira do caminho, pensando suas feridas e restaurando sua vida. A vida de JESUS foi motivada pela compaixão (Mt 9.36). Ele chorou ante o sofrimento que afligiu seus amigos em Betânia (Jo 11.35). Compadeceu-se da viúva que estava indo sepultar seu único filho (Lc 7.13). Ele é o grande sumo sacerdote que se compadece de nós (Hb 4.14-16). Silas Falcão está correto ao dizer que o cristão, quanto mais perto de JESUS estiver, tanto mais será cheio de sua compaixão pelos homens. Em segundo lugar, bondade (3.12). Bondade é exatamente o oposto da malícia ou maldade mencionada no versículo 8. Os antigos escritores definiam a bondade como a virtude do homem para quem o bem do seu próximo é tão caro como o seu próprio. Ser bom é ser benevolente para os outros como DEUS tem sido para nós. A bondade toma a iniciativa em responder generosamente às necessidades dos outros. A palavra grega chrestoteta é a bondade expressa em atitudes e atos. Denota o espírito amigável e ajudador que procura suprir as necessidades dos outros mediante atos generosos. Barnabé é chamado de homem bom. Ele estava sempre investindo na vida das pessoas. Investiu na vida de Paulo, dos cristãos pobres de Jerusalém, e mais tarde na vida de João Marcos (At 4.36,37; 15.37). William Barclay, citando Flávio Josefo, historiador judeu, aplicou essa mesma palavra para descrever Isaque, o homem que cavava poços e os entregava aos seus contendores, porque não queria litigar com eles (Gn 26.1725). A palavra também era usada para o vinho que com os anos suavizava e perdia a aspereza. Em terceiro lugar, humildade (3.12). A palavra grega tapeinofrosynen, “humildade”, é uma virtude criada e introduzida no mundo pelo cristianismo. A humildade nao era considerada uma virtude, mas uma fraqueza. Era tratada com desdém e não incentivada como virtude. Bruce Barton diz que ser humilde é ter uma auto-estima adequada, que nem se exalta com orgulho nem se autodeprecia. Trata-se de uma correta compreensão de si mesmo diante de DEUS, de si mesmo e dos homens. Ralph Martin diz que a verdadeira humildade é o antídoto ao amor-próprio que envenena os relacionamentos entre os irmãos. Ser humilde é não ter um elevado conceito de si mesmo (Rm 12.3). O centurião romano disse para JESUS: “Não sou digno de que entres em minha casa” (Lc 7.6). Uma pessoa humilde está pronta a reconhecer o valor dos outros e a reconhecer seus próprios erros. Humildade é honrar os outros mais do que a si mesmo (Fp 2.3,4). Uma pessoa humilde é aquela que reconhece seus erros e está pronta a aceitar admoestação. O publicano humildemente orou: “Senhor, sê propício a mim, pecador” (Lc 18.13). Em quarto lugar, mansidão (3.12). Mansidão não é fraqueza, mas poder sob controle. Os homens mais vigorosos foram mansos. Moisés, o líder de punhos de aço, que tirou o povo de Israel do poderoso império egípcio, é considerado o homem mais manso da terra (Nm 12.3). JESUS, o homem perfeito, foi manso e humilde de coração (Mt 11.29). A mansidão é uma disposição de ceder os direitos. É a pessoa que está pronta a sofrer danos em vez de causar danos, diz William Hendriksen. Na mesma linha, Ralph Martin afirma que mansidão é uma disposição para abrir mão de um direito indubitável. A palavra grega prauthes indica uma submissão obediente a DEUS e à Sua vontade, com uma fé não vacilante e uma paciência constante que se manifestam em atos gentis e em uma atitude benevolente para com as outras pessoas. E a qualidade de manter os poderes da personalidade sujeitos à vontade de DEUS, mediante o poder do ESPÍRITO SANTO. Uma pessoa mansa conserva o domínio próprio porque é guiada por DEUS. Tem ao mesmo tempo a energia e a suavidade da verdadeira gentileza. A Bíblia diz: quem é tardio em irar-se vale mais do que o valente; e quem domina a sua alma vale do que quem toma uma cidade (Pv 16.32). Warren Wiersbe, nessa mesma linha de pensamento, diz que “mansidão” era uma palavra usada para descrever o vento que abrandava o calor, o remédio que curava ou um potro domado. Todos esses casos implicam poder: o vento pode transformar-se em tempestade; uma superdose de remédio pode ser mortal; um cavalo pode soltar-se e fugir. Mas esse poder está sob controle. A pessoa mansa não precisa perder as estribeiras, pois tem tudo sob controle. Em quinto lugar, longanimidade (3.12). A palavra grega macrothymia significa o espírito que jamais perde a paciência com o próximo. Essa palavra é específica para falar sobre a paciência com pessoas. Longanimidade é paciência estendida ao máximo. E suportar as ofensas sem retaliar. E sofrer os maus-tratos sem amargurar a alma. Crisóstomo, o mais eloqüente pregador dentre os pais da Igreja, definiu macrothymia como o espírito que poderia vingar-se caso quisesse, mas por fim se recusava a fazê-lo. Lightfoot a explicou como o espírito que nunca retalia. Fritz Rienecker diz que macrothymia denota a mente que se controla durante um longo tempo antes de agir. Indica a longanimidade em sofrer injustiças ou passar por situações desagradáveis, sem vingança ou retaliação, mas com a visão ou esperança de um alvo final. William Barclay declara que essa virtude cristã estava em oposição à virtude grega. A grande virtude grega era mega-lopsychia, que Aristóteles definiu como a renúncia a tolerar qualquer insulto ou injúria. Para o grego, ser grande era vingar-se. Para o cristão, ser grande é renunciar à vingança. Em sexto lugar, suporte fraternal (3.13a). Não significa agüentar estoicamente o outro, mas servir para ele de escora, de suporte, levando com prazer a sua carga. Suportar não é simplesmente tolerar, mas amparar o fraco para que ele se levante. Silas Falcão diz corretamente que, em uma igreja espiritual, os cristãos mais fracos e débeis na fé se tornam fortes; os tristes são consolados, e os que enfrentam problemas e lutas são fortalecidos. O apóstolo Paulo registra: “Nós que somos fortes devemos suportar as debilidades dos fracos e não agradar a nós mesmos” (Rm 15.1). Conta-se que uma menina chinesa estava levando às costas um pequeno de dois anos de idade, quando alguém, compadecido ao vê-la vergada com o peso da carga, perguntou-lhe: “Não acha que é pesado, menina?” A resposta da criança foi admirável: “Não, senhor. Não pesa; é meu irmão”. Em sétimo lugar, perdão (3.13b). Não basta apenas deixar de retaliar, é preciso perdoar. Devemos perdoar, porque fomos perdoados. Devemos perdoar como fomos perdoados. Esse perdão deve ser recíproco, completo e restaurador, como o perdão de DEUS. Destacamos quatro verdades importantes sobre o perdão: a- Devemos perdoar porque fomos perdoados. A igreja é a comunidade dos perdoados. Aqueles que são receptáculos do perdão devem ser também canais do perdão. O perdão que recebemos de DEUS é sempre maior do que aquele que concedemos ao próximo. Na parábola do credor incompassivo, a proporção é de dez mil talentos para cem denários. Dez mil talentos são mil vezes mais do que cem denários. Jamais podemos sonegar perdão aos que nos ofendem, pois o perdão que recebemos de DEUS é sempre maior do que o perdão que conseguimos oferecer. b- Devemos perdoar porque temos queixas uns dos outros. As pessoas nos decepcionam, e nós decepcionamos as pessoas. Ferimos as pessoas, e elas nos ferem. Mais pessoas sofrem por causa de outras pessoas que por causa de circunstâncias. Nós temos queixas uns dos outros, por isso o perdão é uma necessidade vital. Quem não perdoa não pode adorar, ofertar ou mesmo ser perdoado. Quem não perdoa adoece física e espiritualmente. Quem não perdoa é entregue aos flageladores e verdugos da consciência. O perdão é a assepsia da alma, a faxina da mente, a cura das memórias amargas. c- Devemos perdoar assim como DEUS em CRISTO nos perdoou. DEUS nos perdoa completamente e esquece os nossos pecados. Ele lança as nossas transgressões nas profundezas do mar e as desfaz como a névoa. Assim também devemos perdoar. Obviamente, quando a Bíblia diz que DEUS perdoa e esquece, ela não está dizendo que DEUS tem amnésia. DEUS se lembra de tudo e de todos. Quando a Bíblia diz que DEUS perdoa e esquece, isso significa que Ele não lança em nosso rosto aquilo que Ele mesmo já perdoou. Ele não cobra novamente essa dívida. É assim que devemos perdoar. Perdoar é zerar a conta. E lembrar sem sentir dor. d- Devemos perdoar reciprocamente. O perdão não é unilateral, mas bilateral. Devemos perdoar-nos uns aos outros. Quem ofendeu deve pedir perdão, e quem foi ofendido deve perdoar. Mesmo que o ofensor reincida no seu erro várias vezes a ponto de precisar vir sete vezes durante o dia pedir perdão, devemos perdoá-lo. O perdão recíproco não tem limites. Devemos perdoar até setenta vezes sete! Concordo com C. S. Lewis quando ele diz que é mais fácil falar de perdão do que perdoar. Não é difícil pregar ou escrever sobre perdão; o desafio é perdoar aqueles que nos ferem. Em oitavo lugar, amor (3.14). O apóstolo Paulo orienta: “Acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição”. “Acima de tudo isto” pode transmitir o pensamento de “por cima de todas as demais roupas” a serem vestidas. Warren Wiersbe diz que esta é a mais importante das virtudes cristãs e age como um “cinto” que mantém unidas as outras virtudes. As outras virtudes podem existir sem o amor, mas o amor não pode existir sem as outras virtudes. E o amor que coloca todas as outras virtudes juntas. O amor é cinturão que prende as outras peças do vestuário moral. William Hendriksen diz que o amor é o lubrificante que permite que as outras virtudes funcionem suavemente. O amor é a graça que liga todas as outras graças. O amor é o mais importante aspecto da vida do cristão. O amor é a evidência cabal do discipulado. O amor é a apologética final. O que é a ortodoxia sem amor? Legalismo frio e repulsivo! O que é a santidade sem amor? Farisaísmo reprovado por JESUS! O que é a beneficência sem amor? Exibicionismo egoísta! O que é o culto sem amor? Formalismo abominável aos olhos de DEUS! O que é a pregação sem amor? Apenas um discurso vazio! William Barclay chega a dizer que o ágape, o amor cristão, é impossível para o não cristão. Nenhum homem pode praticar a ética cristã até ser um cristão. Esse amor começa no lar (Ef 5.25,28,33), deve ser percebido no meio da igreja (lPe 2.17), alcança o próximo (Mt 19.19; 22.39) e atinge até mesmo os nossos inimigos (Lc 6.27). Em nono lugar, gratidão (3.15). A gratidão é a rainha das virtudes. O povo de DEUS precisa despojar-se de toda amargura e murmuração e encher a alma de profunda gratidão por tudo quanto DEUS fez em seu favor. A palavra grega eucharistos indica a obrigação de ser grato a alguém por causa de um favor obtido. A gratidão surge da graça de DEUS e do que Ele tem feito. A santificação é possível mediante o uso dos poderosos recursos ordenados por DEUS (Cl 3.15-17) O apóstolo Paulo menciona três poderosos recursos de DEUS para nos conduzir à santificação. Em primeiro lugar, a paz de CRISTO (3.15). William Hendriksen diz que esta paz é a condição de descanso e contentamento no coração daqueles que sabem que seu Redentor vive. É a convicção de que os pecados passados já foram perdoados, de que o presente está sendo dirigido para o nosso bem e de que o futuro jamais poderá ameaçar-nos ou afastar-nos de CRISTO. Ralph Martin afirma que o reinado dessa paz ressalta ainda mais a necessidade de ter uma comunidade cristã convivendo em união e tolerância. O chamado aqui é para não permitir que nenhum espírito estranho se infiltre nos relacionamentos dos membros da igreja, destruindo a paz. Essa paz “é a paz de CRISTO” porque foi Ele quem nos deu (Jo 14.27). Essa paz não é paz de cemitério. Não é calmaria nem ausência de lutas. Essa paz nem mesmo é a presença de coisas boas. Essa paz é uma Pessoa. Essa paz é JESUS! CRISTO é a nossa paz (Ef 2.14). Essa paz não é apenas interna; é também uma paz que reverbera nos relacionamentos. Quando temos a paz de CRISTO, também temos paz uns com os outros, uma vez que fomos chamados em um só corpo (3.15b). Não podemos ter a paz de CRISTO no coração e ao mesmo tempo estar em guerra com os nossos irmãos. Não podemos ter uma relação verticalmente correta com DEUS sem estar também com nossas relações horizontais acertadas. A harmonia da igreja é a expressa vontade de DEUS para o Seu povo, diz Ralph Martin. A paz de CRISTO é o árbitro em nosso coração. O termo grego brabeuto, traduzido por “árbitro”, faz parte do vocabulário esportivo e refere-se “àquele que preside o jogo e distribui os prêmios”. Quando cometemos uma falta, o árbitro pára o jogo e somos impedidos de continuá-lo. Quando transgredimos as regras, somos desqualificados para o jogo. O caminho para vivermos retamente é designar a JESUS CRISTO como o árbitro das nossas emoções. Quando transgredimos, Ele levanta o cartão amarelo ou vermelho e nos adverte. Quando a paz de CRISTO vai embora do nosso coração, podemos saber que alguma coisa está errada em nossa vida. Quem obedece à vontade de DEUS, tem paz interior, mas, ao sair de Sua vontade, perde essa paz. Assim, sempre que houver um conflito de motivos, a paz de CRISTO tem de entrar e decidir o que deve prevalecer. Obviamente precisamos ter cuidado com o perigo da falsa paz no coração. O profeta Jonas deliberadamente desobedeceu a DEUS e refugiou-se no sono da fuga no porão de um navio surrado pela tempestade. Jonas tinha uma falsa paz. Quando temos paz no coração, temos gratidão nos lábios: Paulo ordenou: “e sede agradecidos” (3.15b). É impossível ver um cristão fora da vontade de DEUS louvando sinceramente ao Senhor. Quando o rei Davi encobriu seus pecados, perdeu a paz e a capacidade de louvar (SI 32 e 51). Quando ele confessou o seu pecado, voltou a entoar os cânticos de louvor. Em segundo lugar, a Palavra de CRISTO (3.16). Os falsos mestres estavam tentando introduzir na igreja os falsos ensinos do gnosticismo, do legalismo, do misticismo e do ascetismo. Estavam tentando harmonizar a Palavra de DEUS com seus ensinos heréticos. Para eles, a Palavra não era suficiente. Paulo, então, determina: “Habite ricamente em vós a Palavra de CRISTO”. Essa ordenança é a mesma de Efésios 3.17: “E, assim, habite CRISTO nos vossos corações”. Vamos destacar alguns aspectos: - Ser cheio da Palavra é um mandamento absoluto para todo o povo de DEUS (3.16). A palavra grega enoikeito, “habite”, está no imperativo. Trata-se de uma ordem. Nao ser um cristão cheio da Palavra equivale a desobedecer a um mandamento apostólico. A Palavra deve habitar ricamente, e não pobremente, em nosso coração. O analfabetismo bíblico hoje é assustador. Os púlpitos estão ficando vazios da Palavra. Ser cheio da Palavra significa ser governado por ela a- A palavra “habitar” traz a idéia de habitar como o dono da casa, e não como um inquilino. Significa sentir-se à vontade em casa. Trata-se do morador que possui todas as chaves da casa e tem liberdade de ocupar todos os cômodos. Sendo assim, o que Paulo ordena é: “Que more em vós, não como hóspede que passa um dia ou dois ali, mas como um habitante da casa que jamais sai dela”. Ser cheio da Palavra promove conhecimento bíblico b- A Igreja é uma agência de ensino da Palavra. Os cristãos devem ser cheios da Palavra não para reterem todo esse conhecimento para si, mas para transmiti-lo aos outros. Devemos instruir uns aos outros. Ser cheio da Palavra desemboca em aconselhamento c- Os cristãos devem aconselhar uns aos outros em toda a sabedoria. Devem estar capacitados para esse trabalho do aconselhamento bíblico (Rm 15.14). O abandono desse princípio bíblico tem levado muitas igrejas a desviar-se para o engano de que o aconselhamento bíblico é insuficiente e ineficaz. E por causa desse fracasso da igreja que vemos tantos cristãos doentes emocionalmente e tantos outros buscando ajuda nas cisternas rotas das psicologias humanistas. John MacArthur Jr. faz o seguinte alerta: A igreja está, por assim dizer, ingerindo doses maciças do dogma da psicologia, adotando a “sabedoria” secular e tentando santificá- la, chamando-a de cristã. Os valores mais fundamentais do evangelicalismo, portanto, estão sendo redefinidos. “Saúde mental e emocional” é a nova moda. Não se trata de um conceito bíblico, embora muitos pareçam equalizá-lo com a integridade espiritual. O pecado recebe o nome de doença, de forma que as pessoas acham que precisam de terapia, e não de arrependimento. O pecado habitual recebe o nome de vício ou de comportamento compulsivo, e muitos presumem que a solução está no cuidado médico, e não na correção moral. a- Ser cheio da Palavra deságua em música de adoração a DEUS (3.16). A vida transformada por CRISTO e orientada por Sua Palavra expressa sua felicidade e gratidão através de salmos, hinos e cânticos espirituais. O cristão deve cantar porque o cântico é o transbordamento da felicidade da alma remida. O evangelho produz alegria de viver. O cristão espiritual canta porque tem alegria de sua salvação. William Hendriksen diz que uma breve investigação mostra rapidamente que não é fácil fazer uma distinção clara entre salmos, hinos e cânticos espirituais. É natural, porém, que ao pensar em “salmos” nos venha à mente o saltério do Antigo Testamento. A palavra “hinos” só aparece neste texto e em Efésios 5.19. Agostinho diz que um hino deve ter as seguintes características: deve ser cantado; deve ser em louvor; deve ser dirigido a DEUS. Já “cânticos espirituais” (πνευματικος pneumatikos), odais pneumatikais, no sentido de um poema cantado, não só aparece aqui e em Efésios 5.19 como também em Apocalipse 5.9; 14.3 e 15.3. Trata-se necessariamente de uma canção sagrada cantada em línguas espirituais. Há uma inter-relação entre Bíblia e música na igreja. A pobreza do conhecimento da Palavra reflete no imenso número de músicas evangélicas pobres e vazias de conteúdo bíblico. Os compositores evangélicos precisam ser cheios da Palavra, pois música é teologia cantada. A passagem de SI 40.3 é oportuna nessa reflexão: “E me pôs nos lábios um novo cântico, um hino de louvor ao nosso DEUS; muitos verão essas coisas, temerão e confiarão no Senhor”. Este texto mostra-nos que a música tem uma origem. É o Senhor quem nos coloca nos lábios um novo cântico. Essa música vem de DEUS; ela procede do céu. Também a música cantada na igreja tem uma natureza distinta; ela é um novo cântico. Não é novo apenas de edição, mas novo em natureza. A música tem um propósito. Ela deve ser um hino de louvor ao nosso DEUS. Essa música vem de DEUS e volta para DEUS. Ela não é composta nem cantada para entreter os ouvintes, menos ainda para agradar os gostos e preferências do compositor ou do auditório. A música é um hino de louvor ou adoração a DEUS ou, então, não passa de barulho aos ouvidos de DEUS. Finalmente, essa música tem um resultado. Muitas pessoas verão essas coisas, temerão e confiarão no Senhor. A música tem um profundo impacto evangelístico. Ela é um instrumento poderoso nas mãos de DEUS para quebrantar os corações e atraí-los para a verdade de DEUS. A música vocalizada deve ser acompanhada pela música do coração, diz Russell Shedd. Quando cantamos apenas pela arte de cantar, a adoração se transforma em ritualismo, e não em realidade. Em terceiro lugar, o nome de CRISTO (3.17). O cristão deve viver pelo poder do nome de CRISTO e para a glória de DEUS. Nossas palavras e ações devem ser realizadas em nome de CRISTO. Silas Falcão diz acertadamente que não deve haver na vida do cristão contradição entre suas palavras e ações, entre seu comportamento na igreja e na sociedade em que vive. A vida toda é sagrada. Tudo o que o cristão falar e disser deverá ser digno do seu Senhor e Salvador. CRISTO é preeminente em seu viver, e por isso, o cristianismo que ele vive é integral. Todas as coisas são sagradas para ele, visto que ele pode fazer tudo em nome de JESUS CRISTO. Concordo com Ralph Martin quando ele diz que a totalidade da vida do cristão fica debaixo do nome de JESUS. Devemos interpretar a expressão “em nome do Senhor JESUS” como o elemento ou a esfera do agir. Nada indigno de CRISTO pode ser feito, nada inepto deve ser dito em associação íntima com Ele, mas tudo deve ser feito de tal maneira que a santa presença e caráter de CRISTO não sejam ofendidos. Quando fazemos algo por meio de palavras ou ações em nome de CRISTO, estamos com isto reconhecendo Sua autoridade. Quando o presidente assina um documento, aquele documento tem sua autoridade. O nome de um presidente num decreto o transforma em lei. Quando você assina um cheque, o banco reconhece a sua autoridade e paga o valor devido. E por causa do nome de CRISTO que temos a autoridade de orar (Jo 14.13,14; 16.23-26). Chrestotes χρηστοτης - Lê-se Crístotês - Benignidade - Obra da Carne e o Fruto do ESPÍRITO - William Barclay A Benignidade Divina A quinta virtude no fruto do ESPÍRITO é chrèstotès. Em Gálatas,VB e P traduzem por “bondade” , ao passo que a TB, ARC, ARA, BJ e Mar. traduzem por “benignidade.” a BLH tem “ ternura,” e “gentileza” representa a tradução oferecida na RV, RSV, Kingsley Williams e Moffatt. Em 2 Co 6.6; Ef 2.7; Cl 3.12; Tt 3.4 a tradução em português e geralmente “benignidade” , com “bondade” como outra alternativa. R. C. Trench diz a respeito de chrèstotès: “é uma bela palavra para a expressão de uma bela graça” . A Vulgata traduz a palavra por bonitas, que é bondade ou generosidade, ou por benignitas, de onde provém o adjetivo benigno. A Bíblia Católica Romana de Rheims chega bem perto do significado quando traduz chrèstotès por benignidade e em 2 Co 6.6 por doçura. Plummer, comentando 2 Co 6.6, diz que chrèstotès nos homens é “a gentileza simpática ou doçura de gênio que deixa os outros a vontade e recua diante da ideia de provocar dor” . Cl 3.12 Portanto, como eleitos de DEUS, santos e queridos, revesti-vos de entranhada misericórdia, de bondade, humildade, doçura, paciência. Bíblia Ave-Maria (católica) É uma palavra que chegou ao vocabulário cristão com uma história importante. Marco Aurélio a usa para descrever DEUS. Fala da benignidade com que DEUS tem glorificado ao homem (Meditações 8.34). Fala do dever do homem de perdoar o pecador e o néscio, e diz que isto é um dever porque os deuses são chrèstoi, são benignos, porque eles também perdoam ao pecador (Meditações 8.11). Os filósofos pagãos cantavam os louvores da virtude da benignidade. Marco Aurélio estipula que “a benignidade (to eumenes) é irresistível, quando é sincera e não é um sorriso fingido ou uma mascara colocada” (Meditações 11.18). Epiteto diz que um homem perde a própria essência da varonilidade, a qualidade distintiva que faz dele um homem, quando perdeu sua benignidade (to eugnõri) e sua fidelidade. Diz que conhecemos a moeda e sabemos a quem uma moeda pertence pela impressão existente nela; e depois diz que sabemos que o homem pertence a DEUS quando tem em si o carimbo da mansidão, da generosidade, da paciência e da afeição, quando é hèmeros, koinõnikos, anektikos e filallèlos. Até mesmo os filósofos pagãos teriam definido que é a benignidade que torna o homem semelhante a DEUS. Mas é na LXX que chrèstotès tem seu pano de fundo mais importante para o pensamento neo-testamentário. Na LXX chrèstos e chrèstotès são usadas mais comumente a respeito de DEUS do que qualquer outra pessoa. É uma revelação que traz regozijo o fato de descobrirmos que, quando nossas versões bíblicas chamam DEUS de bom, repetidas vezes o significado não é tanto a bondade moral quanto a benignidade. Muitas vezes, quando voltamos a LXX, achamos que bom é chrèstos e bondade é chrèstotès. Frequentemente o salmista canta: “Rendei graças ao SENHOR, porque ele é benigno, porque a sua misericórdia dura para sempre” (sal 106.1; 107.1; 136.1; Jr 40.11). O que comove o coração do salmista não é a bondade moral de DEUS, mas a Sua pura benignidade. Seu único direito aos dons de DEUS e sua única esperança de perdão, acham-se no fato de que DEUS é benigno; sua oração é para que DEUS o ouça e para que lhe seja misericordioso porque Ele é benigno (sal 69.16; 86.3; 100.5; 109.21). “ Lembre-te de mim” , ele ora, “ segundo a tua misericórdia, por causa da tua benignidade, o SENHOR” (sal 25.7). “DEUS é o único rei e o único benigno (gracioso)” (2 Mac. 1.24). Os sacerdotes e os levitas cantam seu louvor a DEUS porque Sua benignidade (misericórdia) e glória estão para sempre em todo Israel ( 1Ed 5.61). A bondade de DEUS não é uma santidade moral que provoca no homem um recuo aterrorizado; é uma benignidade que o atrai a Ele com amor. O AT vê esta benignidade de DEUS expressa de certas maneiras. i. A benignidade de DEUS é expressa na natureza. “Também o SENHOR dará benignidade,” diz o salmista, “ e a nossa terra produzirá o seu fruto” (sal 85.12). DEUS abençoara a lavoura do ano por causa da Sua benignidade (sal 64.11 — LXX). Quando DEUS abre a Sua mão, os homens ficam satisfeitos com a benignidade (sal 104.28). A liberalidade da natureza é a expressão da benignidade de DEUS. ii. A benignidade de DEUS expressa-se nos eventos da história. O salmista divulgara a memória da benignidade de DEUS (sal 145.7). Dá graças a DEUS por aquilo que DEUS tem feito; o nome de DEUS é bom, benigno, diante dos santos (sal 52.9). DEUS foi adiante do rei com bênçãos da benignidade e pôs-lhe na cabeça uma coroa de ouro puro (sal 20.3). iii. A benignidade de DEUS expressa-se até mesmo nos julgamentos divinos. O salmista ora: “Afasta de mim o opróbrio, que temo, porque os teus juízos são benignos” (sal 119.39). Se os julgamentos de DEUS fossem apenas moralmente bons, logo, não sobraria nada senão o medo; mas os juízos de DEUS são benignos, e nisto temos a nossa esperança. iv. A benignidade de DEUS expressa-se na instrução divina. “ Tu és benigno,” diz o salmista a DEUS, “na Tua benignidade, portanto, ensina-me os teus decretos” (sal 119.65-68). DEUS é reto e benigno, e por essa mesma razão, instruíra os pecadores a respeito do caminho (sal 25.8). A benignidade de DEUS expressa-se na revelação da Sua vontade e santidade diante dos homens. v. A benignidade vem de maneira muito especial para certas pessoas. Vem para os que se sentem aflitos. O Senhor é benigno para com aqueles que se refugiam no dia da sua angustia (Na 1.7). Vem para os que são pobres, para aqueles que conhecem muito bem a sua própria incapacidade e insuficiência. DEUS na Sua benignidade preparou para os pobres (sal 68.10). A benignidade vem para aqueles que esperam e confiam em DEUS. O apelo do Salmista é no sentido de que os homens provem e vejam que DEUS é benigno, e que a alegria vem ao homem que coloca nEle a sua esperança (sal 34.8). Vem para aqueles que O reverenciam e temem. Há grande benignidade reservada para os que temem a DEUS (sal 31.19). Vem para aqueles que esperam em DEUS. O Senhor é benigno para com os que esperam nEle (sal 145.9). vi. Portanto, não é surpreendente que o fato de possuir este tipo de benignidade torna o homem bom, e que negligenciá-la traz a condenação divina. A lamentação do salmista é por não haver ninguém que pratique a benignidade, e por não haver ninguém que é benigno, nem sequer uma só pessoa (sal 53.3). Confia no Senhor, diz o salmista, e faze o bem. Espera no Senhor, e sê benigno (sal 36.3). A tragédia da vida é que não há ninguém que pratique a benignidade (sal 13.1, 3). O homem bom e benigno é aquele que se compadece e empresta (sal 112.5). Importar-se com os outros faz parte da própria essência da vida virtuosa; ser bom é ser benigno, e ser benigno é ser bom. vii. Finalmente, no que diz respeito ao AT, podemos notar que a palavra chrèstos pode descrever algo muito precioso, porque em Ezequiel é usada duas vezes para descrever pedras preciosas (Ez 27.22; 28.13); e que pode descrever algo que é bom e útil, porque em Jeremias é usada para descrever figos bons em contraste com frutos podres (Jr 24.2, 4, 5). Isto realmente acrescenta algo ao significado da palavra, porque pode existir uma benignidade que enfraquece e debilita, mas a benignidade que o AT exige da parte dos homens e constantemente atribui a DEUS é proveitosa, preciosa e saudável. Agora voltemo-nos para as ocorrências das palavras no NT. i. O NT também fala da benignidade e da longanimidade de DEUS (Rm 2,4), e Paulo pode somente condenar o homem que não vê que esta benignidade de DEUS visa conduzir-nos ao arrependimento (Rm 2.4). Na realidade, deve ser assim: a própria benignidade de DEUS é a dinâmica da bondade cristã. Pelo fato de que os homens tiveram a experiência de que o Senhor é benigno, devem deixar de lado todas as coisas pecaminosas (1 Pe 2.3). Nunca deve-se considerar que a benignidade de DEUS oferece oportunidade para pecar; é uma coisa terrível procurar tirar dela proveito indevido. De qualquer maneira, esta benignidade de DEUS não é algo sentimental e negligente, porque juntamente com ela está a severidade de DEUS (Rm 11.22). Em DEUS há uma combinação de força e suavidade. A benignidade de DEUS é universal, porque DEUS é benigno até mesmo para com os ingratos e maus (Lc 6.35). A verdade é que é impossível viver no mundo e desfrutar da luz do sol sem experimentar a benignidade de DEUS; não há homem que não tem divida para com esta benignidade porque ela é outorgada de modo universal, não de conformidade com o merecimento dos homens, mas segundo a liberalidade de DEUS em dar. A benignidade de DEUS tem um poder salvífico. É a benignidade de DEUS, nosso Salvador (Tt 3.4). É uma benignidade que perdoa os pecados do passado e que, mediante o ESPÍRITO SANTO, fortalece os homens para a benignidade no futuro. Não somente perdoa o pecador; também transforma-o em um homem bom. E por isso que a benignidade de DEUS para conosco é exemplificada e demonstrada, acima de tudo, em JESUS CRISTO (Ef 2.7). A vinda de JESUS CRISTO é o ato supremo da benignidade de DEUS, e em JESUS CRISTO esta virtude é encarnada no ser humano. ii. Assim como no AT, também no NT a benignidade é uma característica da vida virtuosa. Paulo cita o salmista, dizendo que a tragédia da vida é que não há quem faca o bem, não há quem seja benigno (Rm 3.12). O perigo da vida é que as mas companhias corrompem os bons costumes que o cristão sempre deve ter (1 Co 15.33). Esta benignidade é uma das coisas que o cristão deve vestir como parte da vestimenta da vida cristã (Cl 3.12). É com esta benignidade que os cristãos devem perdoar uns aos outros, e este perdão segue o modelo que nos mesmos recebemos de DEUS. “Antes sede uns para com os outros benignos, perdoando-vos uns aos outros, como também DEUS em CRISTO vos perdoou” (Ef 4.32). Ate mesmo as virtudes mais rigorosas perdem seu valor se esta benignidade não estiver presente na vida (2 Co 6.6). Ainda restam mais duas ocorrências da palavra no NT, que faltam ser estudadas, e que tem mais para acrescentar ao quadro desta palavra. Em Lc 5.29 chrèstos é usado para o vinho que se envelheceu e amadureceu. A dureza, aspereza e amargura foram banidas pela benignidade cristã, é a graciosidade madura do amor cristão permanece. Em Mt 11.30 JESUS diz: “Meu jugo é suave.” Ali, chrèstos pode significar bem-adaptado. O serviço de CRISTO não é autoritariamente imposto sobre um homem; não age como um capataz de escravos; é algo benigno, e a tarefa que CRISTO dá a um homem lhe é feita sob medida. A benignidade cristã é bela e amável, e o seu encanto provem do fato de que ela significa tratar os outros do modo que DEUS nos tratou. Benignidade - χρηστοτης chrestotes - Dicionário Strong1) bondade moral, integridade
2) benignidade, bondade “Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber” (At 20.35). Não há equívoco algum no versículo que transcrevemos. É melhor, muito melhor, dar do que receber, afirma a Palavra de DEUS, em contraste com o espírito cobiçoso e interesseiro que sempre está alerta quando ouve pronunciar a palavra receber. Paulo recordou essas palavras de JESUS porque sabia quão grande era o prazer de dar, dar bens materiais, dar atenção, dar amor, dar a própria vida em favor do progresso do Evangelho de JESUS CRISTO e para o bem do próximo! Benignidade - Bondade; misericórdia (Sl 26.3; Gl 5.22). - Dicionário Almeida Benignidade - Sl 17:7; 26:3; 63:3; Is 63:7; Jr 31:3; 32:18; Os 2:19. - V. Compaixão, Misericórdia, Bondade de DEUS. - AJUDAS BÍBLICAS EXAUSTIVAS - BÍBLIA THOMPSON Ver tb: Gn 48:11, Êx 15:13, Dt 8:16, 2Sm 22:51, Sl 5:7, Sl 25:6, Sl 31:21, Sl 36:7, Sl 36:10, Sl 40:10, Sl 42:8, Sl 48:9, Sl 51:1, Sl 69:16, Sl 88:11, Sl 89:33, Sl 89:49, Sl 92:2, Sl 101:1, Sl 103:4, Sl 107:43, Sl 117:2,Sl 119:76, Sl 119:88, Sl 119:149, Sl 119:159, Sl 138:2, Sl 143:8, Is 54:8, Jr 9:24, Jr 16:5, Jl 2:13, Ef 2:7, Tt 3:4 BENIGNIDADE. Dicionário Bíblico Vida Nova / editor: Derek Williams Tradução de uma palavra hebraica que ocorre principalmente em Salmos. Está estreitamente ligada com as idéias de aliança e fidelidade. MISERICÓRDIA. ---------------------------------------------------------------------- Porfia - eritheia - εριθεια - Lê-se Periciá - Discórdia - Obra da Carne e o Fruto do ESPÍRITO - William Barclay B: facões; ARC: pelejas; ARA: discórdias; BJ: discussões; Mar: rixas; P: rivalidade; BLH: separam-se em partidos; BV: esforço constante para conseguir o melhor para si próprio. Outras traduções de outras ocorrências da palavra — ARC: contenção; ARA: discórdia; P: espírito de partidarismo; BV: fazer inveja (Fp 1.17). BV: desavenças (2 Co 12.20); ser egoísta (Fp 2.3). As numerosas e variadas traduções desta palavra demonstram a incerteza do seu significado. No entanto, fica bastante claro o que ela quer dizer de modo geral. Descreve uma atitude errada na realização de um serviço e na detenção de um cargo. No grego secular a palavra, com seu verbo correspondente, tinha dois sentidos. i. Erithos é trabalhador diarista, eritheuesthai, o verbo, é trabalhar por contrato, e eritheia é o trabalho contratado. A palavra pode ser usada nesse contexto, sem o menor mau sentido. Lemos, por exemplo, em Tobias, que Ana ganhava dinheiro com trabalho feminino (Tob. 2.11). Todas estas palavras simplesmente têm conexão com o trabalho em troca de pagamento. Mas, a distância entre trabalhar por pagamento e trabalhar somente por pagamento, ou trabalhar sem outro motivo do que ver quanto a pessoa pode ganhar, não é muito grande. A palavra, portanto, pode descrever a atitude do homem que não tem consideração pela prestação do serviço, nenhum orgulho no artesanato fino, nenhuma alegria no trabalho, e que se ocupa em qualquer trabalho visando somente o que pode ganhar com ele. ii. Em Aristóteles, eritheuesthai, o verbo, adquire outro significado. Talvez, aqui também, o significado não seja totalmente claro, mas neste caso a atmosfera geral também fica clara. Em Aristóteles a palavra significa angariar votos para um cargo mediante partidários contratados, e Aristóteles alista esta atividade como uma das praticas que finalmente levam às revoluções. Rackham a traduzia por “ intrigas eleitorais” . Por trás disto há algo da mesma ideia que se liga ao primeiro significado da palavra. A ação política descrita acha-se na atividade de um homem cujo único motivo é a ambição partidária ou pessoal, e que não concorre a um cargo com o desejo nobre de servir ao Estado, a comunidade, e ao seu próximo, mas que apenas procura satisfazer sua ambição pessoal, seu desejo pessoal pelo poder, ou a exaltação de um partido em concorrência com outros, e não pelo bem do estado. A palavra descreve a atitude do homem que está num emprego público visando as vantagens que pode usufruir, mas, desta vez, o motivo não é tanto o lucro material ou financeiro quanto o prestigio e poder pessoais. Burton traduz a palavra pela frase: “ dedicação egoísta aos seus próprios interesses.” Paulo usa a palavra quatro vezes. Em Rm 2.8 fala daqueles que são ex eritheias, aqueles que são dominados pela eritheia e que desobedecem a verdade, e contrasta-os com aqueles que, perseverando em fazer o bem, procuram glória, honra e incorruptibilidade, e fica bem claro que não se trata de glória e honra humanas. Em 2 Co 12.20 usa-a no tocante aos pecados que receia achar em Corinto, ligando-a com invejas, iras, porfias, detrações, intrigas, orgulho e tumultos. Em Fp 1.17 usa-a no tocante aqueles em cuja proclamação do evangelho o motivo principal é a concorrência com ele próprio, aqueles cuja pregação visa mais frustrá-lo do que glorificar a CRISTO. Em Fp 2.3 conclama os filipenses a não fazerem nada com eritheia ou soberba, cada um considerando os outros superiores a si mesmo, e depois segue-se a grandiosa passagem que diz como JESUS CRISTO esvaziou-Se da Sua glória por amor aos homens. Estes usos são relevantes para fixar o significado que Paulo atribuía à palavra. Deve ser notado que três das quatro ocorrências aparecem em contextos nos quais o problema principal acha-se nos partidos em mútua concorrência dentro da Igreja. A igreja em Corinto estava dividida em partidos concorrentes entre si; na igreja em Filipos a pregação se tornara em um meio de diminuir a Paulo ao invés de proclamar a CRISTO. Em Paulo, a palavra denota claramente o espírito de ambição e rivalidade pessoais que tem como resultado um partidarismo que considera o partido acima da Igreja. Semelhante motivação já seria bastante ruim no mundo, mas é uma tragédia quando invade a Igreja. Mas é exatamente isso o que acontece. Há aqueles cuja obra na Igreja visa exaltar sua própria proeminência e importância, e que ficam amargamente decepcionados quando não recebem a posição e as honrarias que acreditam ter merecido. Há aqueles, por mais cruel que pareça ser esta declaração, que trabalham em comissões e juntas porque estes são o único lugar no mundo onde podem parecer ser alguém. O serviço deles, que parece ser voluntario, e um meio de gratificar um desejo pelo poder. Além disso, há aqueles membros na Igreja, o pior tipo deles, que realmente planejam e fazem intrigas para apoiarem uma política ou uma linha; e é bem possível que estejam mais interessados em obter o triunfo da sua política do que o bem-estar geral da Igreja. Não é impossível ouvir debates prolongados nas reuniões da Igreja onde a preocupação não visa tanto a missão da Igreja quanto o triunfo de algum partido, política, ou até mesmo pessoa dentro da Igreja. Há uma só resposta para tudo isto. Enquanto CRISTO ficar no centro da vida do individuo e da Igreja, eritheia, a ambição pessoal e a rivalidade partidária, não poderá sequer começar a aparecer; mas quando CRISTO for removido do centro e as ambições e políticas de qualquer homem se tornarem o centro, certa e inevitavelmente eritheia, a competição pessoal, invadirá a Igreja e perturbará a paz dos irmãos. Quando alguém luta com outros por cargo na igreja visando o salário e não o bem do povo de DEUS, isso é eritheia - εριθεια - Lê-se Periciá - Obra da Carne. Porfia - eritheia - εριθεια - Lê-se Periciá - Discórdia - Obra da Carne - Coleção Comentários Expositivos Hagnos - Hernandes Dias Lopes Pecados sociais. “... inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas...” (5.20b,21a). Esses oito pecados envolvem transgressões ligadas aos relacionamentos. Inimizade é uma atitude mental que provoca e afronta outras pessoas. Porfias e ciúmes referem-se a rivalidades. As iras sao acessos de raiva, e as discórdias dizem respeito às ambições interesseiras e egoístas que criam divisões na igreja. Dissensões e fiacçoes são termos análogos; o primeiro sugere divisão, e o segundo, rompimentos causados por um espírito partidário. As invejas indicam rancores e o desejo profundo de ter aquilo que os outros têm. Vamos detalhar um pouco mais esses termos.
- Inimizades. A palavra grega exthrai, traduzida por “inimizades”, significa hostilidade, animosidade. Trata-se daquele sentimento hostil nutrido por longo tempo, que se enraiza no coração. A ideia é a de um homem que se caracteriza pela hostilidade para com seu semelhante. É o oposto do amor.
- Porfias. A palavra grega eris, traduzida por “porfias”, significa lutas, discórdias, contendas, querelas. Traz a ideia de alguém que luta contra a pessoa com a finalidade de conseguir alguma coisa, como posição, promoção, bens, honra, reconhecimento. É a rivalidade por recompensa.
- Ciúmes. A palavra grega zelos, traduzida por “ciúmes”, significa querer e desejar possuir aquilo que o outro tem. Podem ser tanto coisas materiais quanto reconhecimento, honra ou posição social. Implica entristecer-se não apenas porque não se tem algo, mas porque outra pessoa o tem.
- Iras. A palavra grega thumoi, traduzida por “iras”, significa arder em ira ou ter indignação. Trata-se de um temperamento violento e explosivo, presente em pessoas que estouram por qualquer motivo e manifestam destempero emocional. A palavra thumoi não é tanto um ódio que perdura quanto uma cólera que se inflama e se apaga no momento.
- Discórdias. A palavra grega eritheiai, traduzida por “discórdias”, significa conflitos, lutas, contendas. Trata -se de um espírito partidário e tendencioso. Descreve a pessoa que busca um cargo ou posição não para servir ao próximo, mas para auferir proveito próprio.
- Dissensões. A palavra grega dichostasiai, traduzida por “dissensões”, significa sedição, rebelião, e também posicionar-se uns contra os outros. Trata-se daquele sentimento que só pensa no que é seu, e não também no que é dos outros.
- Facções. A palavra grega aireseis, traduzida por “facções”, significa heresias, a rejeição das crenças fundamentais em DEUS, CRISTO, as Escrituras e a igreja. Envolve abraçar crenças sem o respaldo da verdade. É muito provável que Paulo tenha usado o termo com referência aos elementos divisores na igreja que desembocaram em grupos ou seitas. Tais grupos exclusivos (ou panelinhas) fragmentaram a igreja. E mais que natural que esses grupos se considerassem certos e todos os outros errados. Paulo condenou semelhante sectarismo, tachando-o de “obras da carne.
- Invejas. A palavra grega fthonoi, traduzida por “invejas”, vai além dos ciúmes. E o espírito que deseja não somente as coisas que pertencem aos outros, mas se entristece pelo fato de outras pessoas possuírem essas coisas. Os invejosos não apenas desejam o que pertence aos outros, mas anseiam que os outros sofram por perder essas coisas. Trata-se das pessoas que se alegram com a tristeza dos outros. Não é tanto o desejo de ter as coisas, mas o desejo de que os outros as percam. E entristecer-se por algum bem alheio. Eurípedes chamou a inveja de “a maior enfermidade entre os homens”.
- Verbo. ríb (ריב): “pelejar, lutar, contender”. Este verbo ocorre 65 vezes e em todos os períodos do hebraico bíblico. Em Êx 21.18, rib é usado com relação a uma luta física: Έ, se alguns homens pelejarem, ferindo um ao outro com pedra ou com o punho, e este não morrer...” O termo ríb aparece em Jz 6.32 com o significado de “combater” por meio de palavras.
- Substantivos.