Ativistas gays atacam Pastor Silas durante ‘Marcha para Jesus’ em Juiz de Fora




O anúncio da presença do pastor Silas Malafaia na 24ª Marcha para Jesus em Juiz de Fora causou reações em grupos da cidade. Foi feito um convite em uma rede social convocando pessoas a participar de uma intervenção contra a LGBTfobia às 12h, na Praça Antônio Carlos, mesmo horário e local do início da concentração do evento.


Para o presidente do Conselho dos Pastores de Juiz de Fora (Conpas), pastor Charles Oliveira Marçal, a polêmica não era necessária.

“Os movimentos estão se manifestando nas redes sociais para mostrar suas forças, com um discurso explícito de atrapalhar e impedir um ato público e o direito que temos de expressar a nossa fé. Não há motivo para isso. Quem não gosta do Silas Malafaia é só não ir à praça”, afirmou.

De acordo com a organizadora do evento “Combate à LGBTfobia – intervenção na Marcha para Jesus”, Talita Ferreira, o objetivo foi demonstrar repúdio à presença de Malafaia.

“Num contexto em que as violências diárias que sofremos só aumentam, receber publicamente a presença de um representante que incita discursos de ódio contra LGBTs, outras religiões e pessoas com ideologia política diferente das dele, significa pra além de demonstração de fé, um desrespeito a esses grupos”, analisou.

A 24ª edição do evento teve como tema “Família, a base da sociedade”. Marçal destacou que a expectativa era de que não houvesse transtornos durante a Marcha, onde foi esperadao cerca de 50 mil pessoas.

“Com a presença do Pastor Silas, que é conhecido nacionalmente, a perspectiva é a melhor possível, de atrair um público maior. A gente vai ver o que vai acontecer. Há 24 anos, a gente realiza a Marcha, sempre ordeira, para anunciar a paz e a união, a tolerância e, principalmente, a palavra de Deus, de que nosso país precisa” explicou.
A abertura foi às 12h, na Praça Antônio Carlos, com oração e louvores com a banda Vinho Novo, Paulo e Silas, Everton e Leo e bandas gospel locais. Às 15h, estava prevista a saída dos participantes, com os trios elétricos e a população percorrendo as avenidas Itamar Franco, Rio Branco e retornando à Praça Antônio Carlos, na Avenida Getúlio Vargas, onde haverá mais louvores e a palavra de Deus. A expectativa é encerrar a Marcha para Jesus às 21h.
“Ela é aberta a qualquer ser humano. Uma confraternização de todas as igrejas evangélicas e também dos católicos porque é uma marcha de cristãos. O nosso objetivo é a palavra de Deus e a alegria”, afirmou o presidente do Compas.

Dialogar em prol da sociedade
A organizadora do evento na rede social lembrou que a intenção de se manifestar durante o ato religioso foi buscar o diálogo. “Posso assegurar que não haverá violência da nossa parte. A intenção é dialogar com a população e demonstrar nossa existência e resistência através do nosso posicionamento contrário a recepção pública do Silas Malafaia em Juiz de Fora. É extremamente problemático trazer alguém como ele, que mais contribui para a violência do que para o bem comum”, disse.

Talita Ferreira destacou que o ato inclui pessoas de diferentes interesses que são contrárias à presença do pastor na cidade. “A intervenção tem sido organizada por independentes. Temos LGBTs e heterossexuais. Temos cristãos, pessoas de outras religiões e também sem nenhuma. Todos em prol de uma sociedade menos violenta, preconceituosa e excludente”, ressaltou. http://www.cleitonalbino.com