Lição 2 - O único Deus verdadeiro e a criação III




ESBOÇO Nº 2
CREMOS
“...
2. Em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas distintas que, embora distintas, são iguais em poder, glória e majestade, o Pai, o Filho e o Espírito Santo; Criador do Universo, de todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, e, de maneira especial, os seres humanos, por um ato sobrenatural e imediato, e não por um processo evolutivo (Dt.6:4; Mt.28:19; Mc.12:29; Gn.1:1; 2:7; Hb.11:3 e Ap.4:11).” (Cremos da Declaração de Fé da CGADB) (destaque nosso).

INTRODUÇÃO
- Na continuidade do estudo da Declaração de Fé da CGADB, estudaremos hoje a nossa crença em Deus e na criação.
- Deus é o Criador de todas as coisas e a criação se deu por um ato sobrenatural e imediato, não por um processo evolutivo.
I – A EXISTÊNCIA DE DEUS
- Na sequência do estudo da Declaração de Fé da CGADB, estudaremos hoje a respeito da doutrina de Deus e da doutrina da criação, temas que se encontram no item 2 do nosso Cremos. Aliás, em relação ao Cremos publicado desde 1969 no jornal “O Mensageiro da Paz”, onde este assunto ocupava o item 1, tivemos algumas alterações, de forma a tornar mais explícita nossa crença na Trindade (o que será objeto de lição própria), bem como dar nossa crença a respeito da criação, o que se tornou imperioso diante do avanço da chamada “teoria da evolução”, que, apesar de ser apenas uma teoria, é ensinada como “verdade científica” no sistema educacional.
- O primeiro ponto que devemos deixar bem claro é que a Bíblia não se preocupa, em momento algum, em demonstrar ou querer provar a existência de Deus. Deus é um dado que surge logo no início do relato da Criação: “No princípio criou Deus os céus e a terra” (Gn.1:1). Deus, assim, surge como o único existente, o único que sempre existiu, que não tem princípio nem fim. Esta mesma circunstância, para quem entende que o primeiro livro da Bíblia a ser redigido foi o livro de Jó, também se apresenta naquele livro, que, no seu início, também revela um ser que já existia ao tempo dos demais (Jó 1:1,6).
- Tem-se, aliás, neste ponto, uma das principais diferenças entre a teologia, que é o estudo racional a partir da revelação divina, e as demais atividades do conhecimento humano (filosofia, ciência, arte, mitologia), que têm como ponto de partida a razão humana e não a revelação divina. Os homens buscam, de todas as formas, uma forma de se provar a existência de Deus por intermédio da razão, mas isto é totalmente dispensável para quem se baseia nas Escrituras, que, já no seu introito, mostra Deus como o Ser que existe, Aquele que é o que é (Ex.3:14). Daí porque não haver qualquer sentido em se ficar indagando sobre provas de que Ele exista ou não, pois a Bíblia se contenta em apenas revelar que Deus existe e ponto final (I Co.8:6; II Co.4:4; Hb.11:5).
- A Bíblia Sagrada, também, mostra-nos, com absoluta clareza, que, além de existir, Deus é único, sendo, esta, aliás, uma peculiaridade da revelação divina que causa espécie nos homens até hoje. Os estudiosos e historiadores ficam a indagar porque o povo hebreu chegou, ao contrário de todos os povos à sua volta, à concepção de um único Deus, mas, a verdade, como sabemos, é que isto não foi fruto de qualquer mente humana, mas o resultado da revelação divina, que, desde quando chamou Abrão para que saísse de Ur dos caldeus, revelou-Se ser um único Deus. Deus é um só, é outra lição que aprendemos a respeito do Senhor (Dt.4:35; Is.42:8; 44:6,8; I Rs.18:39).
- Eis o motivo pelo qual basta esta demonstração da Bíblia para crermos em um único Deus, que é eternamente subsistente, como nos diz o item 2 de nosso Cremos logo em seu limiar.
- A despeito de a Bíblia não se preocupar em provar se Deus existe ou não, temos que apresenta diversos fatores que fazem com que percebamos a existência de Deus, ou seja, embora não seja preocupação das Escrituras trazer argumentos pelos quais possamos conceber a existência de Deus, há circunstâncias que nos revelam que Deus existe.
- O primeiro fator que nos mostra que Deus existe é o fato de que há uma crença universal em um Ser Supremo. A ideia de Deus, mesmo para aqueles que a rejeitam, é uma ideia que exsurge em todas as civilizações, em todos os povos, em todos os tempos e lugares. O apóstolo Paulo, quando se encontrava perante os maiores sábios de seu tempo, os filósofos do Areópago, atestou esta realidade ao afirmar que, os atenienses, do alto de sua filosofia, honravam a um “Deus desconhecido”, prova de que, mesmo de uma forma até certo ponto inconsciente, os homens buscam ao Senhor, como os cegos buscam um caminho a seguir tateando os objetos que estão à sua volta e que são incapazes de enxergar.
OBS: A propósito, interessante é a leitura da obra de Don Richardson, “o fator Melquisedeque”, onde se demonstra como, em todas as culturas, as mais primitivas, há a noção de um Deus único que está no controle de todas as coisas criadas.
- O segundo fator que nos mostra que Deus existe é a consciência, esta faculdade do espírito humano que nos indica o que é o certo e o que é o errado, verdadeira “filial” divina em nosso ser. Com efeito, a consciência dá-nos a demonstração clara e evidente de que existe alguém que está acima de nós, indicando o que é o correto e o que não o é, ou seja, a consciência traz-nos a vontade de um ser que comanda todas as coisas e que a todos julgará pelas suas ações. A compreensão que temos de que fizemos algo justo ou injusto, bom ou mau, ao contrário do que dizem muitos “sábios” do nosso tempo, não é resultado puro e simples de nossa educação ou do ambiente em que vivemos, pois, se assim fosse, não haveria o arrependimento ou a convicção interna, muitas vezes não confessada, de que erramos ao tomarmos esta ou aquela atitude, ainda que tal gesto tenha tido a aprovação do ambiente em que vivemos. A consciência é uma verdadeira “lei escrita nos corações” (Rm.2:15), que nos indica a presença de um Ser superior, a dizer o que se deve, ou não, fazer. Este ser outro não é senão o próprio Deus.
OBS: Neste passo, é a constatação de que existe injustiça no mundo e de que, portanto, há de se ter um julgamento na vida além-túmulo, que levou o filósofo alemão Immanuel Kant a demonstrar a existência de Deus, ainda que no campo da ética.
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COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - EV. CARAMURU AFONSO FRANCISCO