Lição 3 - A Santíssima Trindade: um só Deus em três pessoas I

ASSEMBLEIA DE DEUS - MINISTÉRIO DO BELÉM - SEDE - SÃO PAULO/SP
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
SEGUNDO TRIMESTRE DE 2017
Adultos - A RAZÃO DA NOSSA FÉ: assim cremos, assim vivemos
COMENTARISTA: ESEQUIAS SOARES DA SILVA
COMENTÁRIO: EV. CARAMURU AFONSO FRANCISCO

LIÇÃO Nº 3 – A SANTÍSSIMA TRINDADE: UM SÓ DEUS EM TRÊS PESSOAS

ESBOÇO Nº 3
CREMOS
(…)
2. Em só Deus, eternamente subsistente em três pessoas distintas que, embora distintas, são iguais em poder, glória e majestade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo; Criador do Universo, de todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, e, de maneira especial, os seres humanos, por um ato sobrenatural e imediato, e não por um processo evolutivo (Dt.6.4; Mt.28:19; Mc.12:29; Gn.1:1; 2:7; Hb.11:3 e Ap.4:11). (Cremos da Declaração de Fé da CGADB) (destaque nosso).
INTRODUÇÃO
- Na sequência do estudo do nossa Declaração de Fé, analisaremos a doutrina da Trindade, uma das mais difíceis doutrinas bíblicas, pois mostra, na sua exposição, a grande limitação da razão humana para compreendermos a essência e a estrutura de Deus, cujos pensamentos são muito mais elevados do que os nossos (Is.55:8,9). Assim, como nas outras doutrinas das Escrituras, necessitamos exercitar nossa fé e não a nossa razão, aceitando a verdade bíblica, sem querer entendê-la plenamente.
- A doutrina da Trindade somente pôde ser exposta claramente aos homens após a vinda de Cristo, o Deus Filho, a este mundo e o envio do Espírito Santo para ficar com a Igreja até a volta de Jesus. Por isso, antes destes eventos, não havia tanta clareza quanto a triunidade do nosso Deus. Não espanta, pois, que os judeus não a compreendam, assim como todos quantos não têm o Espírito de Deus.
I – O SIGNIFICADO DA TRINDADE OU TRIUNIDADE DE DEUS
- A palavra “trindade” não se encontra na Bíblia Sagrada, como, aliás, muitos outros termos criados pelos estudiosos das Escrituras para descrever os ensinos bíblicos. A ausência desta palavra na Bíblia, porém, não significa, em absoluto, como defendem algumas seitas e heresias, que a “doutrina da trindade” seja uma criação humana, algo que não corresponde à verdade bíblica. A realidade da Trindade encontra-se presente na Bíblia desde o seu primeiro versículo, Gn.1:1, onde vemos, no texto original, a presença de “Elohim”, palavra hebraica que significa “Deus” e que se encontra no plural, embora o verbo “criou” esteja no singular. Assim, logo no limiar da revelação divina ao homem, encontramos um Deus que é, ao mesmo tempo, plural e singular, um único Deus, mas mais de uma Pessoa.
- A palavra “trindade” foi cunhada pelos primeiros estudiosos da Bíblia depois dos apóstolos, os chamados “pais da Igreja”, com especial destaque para Tertuliano, que viveu entre os anos de 155 e 222, um dos principais defensores da fé cristã em meio às perseguições tanto do Império Romano quanto dos intelectuais pagãos do seu tempo. Tertuliano, como, aliás, todos os chamados “pais da Igreja”, viram-se forçados a ter de enfrentar a questão da essência e da natureza de Deus, uma vez que os cristãos, assim como os judeus, proclamavam que havia um único Deus, mas também diziam que Jesus era Deus, assim como o Espírito Santo. Deste modo, tinham, a um só tempo, de enfrentar tanto as indagações dos judeus, que acusavam os cristãos de politeístas, ou seja, de crerem, ao exemplo dos gentios, em mais de um Deus, como também de mostrar aos gentios de que havia um único Deus, apesar de crerem no Pai, no Filho e no Espírito Santo.
- Foi esta necessidade de defender os ensinos das Escrituras diante das objeções levantadas por judeus e gentios que fez com que os estudiosos e defensores da fé cristã se debruçassem sobre a Bíblia Sagrada e verificassem o que ela ensinava a respeito de Deus e das Pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Este estudo levou à formulação da “doutrina da Trindade”, que nada mais é do que uma sistematização, uma organização do que as Escrituras ensinam a respeito. Por isso, não é verdade que a “doutrina da Trindade” tenha sido criada pelos “pais da Igreja”, nem que tenha sido uma “inovação” seja de Tertuliano, seja dos demais “pais da Igreja”, mas é o resultado de um estudo profundo da Bíblia para que se pudesse responder às críticas e às objeções tanto de judeus quanto de gentios. Vê-se, aliás, neste episódio, a importância de se fazer um estudo sistemático da Palavra de Deus, pois isto se faz necessário para que possamos saber responder, com mansidão e temor, a razão da esperança que há em nós (I Pe.3:15).
- Assim, se é verdade que a sistematização, a organização racional dos ensinos bíblicos a respeito da essência e da natureza de Deus se deu a partir do século II, principalmente por intermédio de Tertuliano e que tais estudos acabaram sendo oficialmente reconhecidos no século IV, no famoso Concílio de Niceia, onde, inclusive, foi aprovado o conhecido “Credo”, feito por Atanásio, não podemos nos esquecer que tudo o que foi sistematizado e organizado não foi, em absoluto, uma criação humana, uma construção teórica originária da mente do homem, mas, sim, o que foi revelado na Bíblia Sagrada, o que já se encontrava na Palavra de Deus. Por isso, a doutrina da trindade não é fruto da mente humana, mas expressão do que já havia sido revelado por Deus aos homens por meio da inspiração do Espírito Santo. Tudo o que se ensina a respeito da Trindade, portanto, é o que Deus revelou em Sua Palavra, é doutrina bíblica e não teoria do homem. Jamais nos esqueçamos disto!
- Tertuliano, em seus escritos, fez questão de frisar que Deus é único, ou seja, há apenas um Deus, como, aliás, é claríssimo o texto bíblico, em especial em Dt.6:4. O caráter distintivo do povo de Israel em relação a todos os demais povos da Terra estava, precisamente, no fato de que, ao contrário das outras nações, os hebreus criam na existência de um único Deus, que criou os céus e a terra. O “monoteísmo”, isto é, a crença em um único Deus, é a característica principal do judaísmo e, por não ser uma invenção de Israel, mas o fruto da revelação divina a Seu povo, é, também, a crença de cada um dos servos do Senhor que, na atual dispensação, formam o “Israel de Deus” (Gl.6:16), ou seja, a Igreja.
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